parte quatro
001 - Nesse capítulo temos Talitha com ciúmes do James, mais beijos, alguns planos dos marotos e também, uma nova amizade para a Tatha!
002 - Mandem ideias de músicas que combinam com a Tatha e o James...
003 - COMENTEM MUITO
Talitha Lestrange
"Eu não quero olhar para mais nada agora que te vi
(Não consigo mais deixar de olhar)"
EU JÁ SABIA QUE REMUS LUPIN era uma ótima companhia, mas sua versão adolescente estava definitivamente me surpreendendo de uma forma positiva.
— Eu não acredito que você é o gênio por trás disso.
Ele sorriu de forma tímida e meu coração ficou quentinho por ver aquela versão de Remus que não tinha anos de solidão e uma vida precária nas costas, eu tinha certeza que Tonks iria amar ainda mais aquela versão do lobisomem.
— Eu me esforço.
As histórias que ele estava me contando sobre as pegadinhas que seu grupo de amigos fez nos últimos anos deixaria os gêmeos Weasley impressionados. Agora fazia sentido a saudade nostálgica no olhar de Remus sempre que ele observava Fred e George.
Nós entramos no Salão Principal para o café da manhã e meu olhar imediatamente foi para a mesa da Grifinória, onde James estava sentado ao lado de Lily.
— Ele está...
Eu não queria acreditar que depois de termos nos beijado no dia anterior, James já estava novamente ao redor de Lily, dando em cima dela.
— Flertando com a Lily? — Remus completou, fazendo uma careta — Sim, mas eu tenho que admitir que estou surpreso em como ele praticamente a esqueceu desde o começo do ano.
Eu o encarei confusa, estava usando todo o meu autocontrole para não encarar o casal feliz de novo. Na verdade, estava me sentindo desconfortável, afinal, James e Lily precisavam ficar juntos e eu não podia ficar no caminho daquilo, pelo bem do meu futuro melhor amigo, Harry.
— Como assim?
Remus deu de ombros enquanto a gente seguia para a mesa.
— James era muito mais obcecado pela Lily antes, mas desde que o ano começou, é como se ele só se lembrasse que é apaixonado por ela ocasionalmente — ele murmurou, então sorriu — Eu acho que a culpa disso é sua.
Senti meu rosto esquentar com a simples ideia de James ter sentimentos românticos por mim.
— Não sei do que você está falando.
— Peter e eu vimos vocês dois se beijando após o treino de Quadribol, ontem — ele admitiu, tendo a decência de parecer envergonhado — quer dizer, não tinha como não ver e...
Evitei o encarar e apenas me sentei na mesa, me servindo uma generosa xícara de café.
— Não sei do que você está falando, Remus.
O garoto riu, se ele soubesse o tamanho da desgraça que eu estava enfiada, não ia rir desse jeito.
— Bom dia — James disse, se sentando ao meu lado — Hoje tem o jogo de Quadribol, Grifinória contra Lufa-Lufa, ou seja, festa da vitória depois na Sala Comunal para comemorar a nossa primeira vitória do ano.
Eu o olhei, James estava sentado tão próximo que nossas pernas se tocavam.
— Você não pode marcar uma festa da vitória antes de realmente vencer — retruquei, incrédula — E se você perder?
James revirou os olhos, agindo como se aquela possibilidade não existisse.
— Eu não vou perder.
— Você não pode garantir isso, é uma partida de Quadribol, tudo pode acontecer.
O garoto franziu a testa.
— Você não acredita que eu posso ganhar?
Suspirei baixinho.
— Claro que acredito, mas contar vitória antes do jogo é burrice.
— Talitha tem razão — Remus comentou.
Ele lançou um olhar traído para o amigo.
— Vai ficar do lado dela? — James resmungou, emburrado — Quer saber, eu mereço algo de boa sorte então, para garantir que vou vencer.
O encarei confusa.
— Como assim "algo de boa sorte"?
James sorriu maliciosamente e eu me preocupei com o que viria disso.
— Um beijo.
Ver ele conversando com Lily me fez ter um sentimento feio, que muitos poderiam chamar de ciúmes. Uma pequena irritação me tomou e eu beberiquei meu café, tentando agir de forma plena.
— Lily Evans não quis te dar um? — as palavras escaparam antes que conseguisse me controlar.
Remus tossiu enquanto James me encarou confuso.
— Na verdade, eu não pedi para ela.
— Hum.
Terminei minha xícara de café e olhei ao redor, não achando nenhum sinal de Hermione, o que era preocupante, afinal, nem Merlin poderia prever o que a garota poderia estar fazendo naquele momento.
— Raposinha...
Me levantei da cadeira e forcei um sorriso.
— Vou procurar minha irmã, a gente tem algumas coisas para resolver — murmurei, querendo fugir logo da situação — Até mais.
James bufou, parecendo um tanto magoado.
— Você não vai ver o meu jogo?
Eu o encarei, percebendo a expressão de cachorrinho abandonado em seu rosto e mesmo me sentindo um pouco chateada e com sentimentos que não sabia lidar, suspirei, incapaz de ser ruim com aquele idiota.
— Se eu achar a Mione a tempo, talvez.
— É melhor você estar na arquibancada quando eu vencer — ele retrucou, sério — Porque eu vou vencer essa partida, Talitha.
Ele parecia determinado.
— Se você diz...
E daquela forma eu praticamente fugi do Salão Principal, indignada com minhas próprias atitudes e sentimentos.
Acabei encontrando Hermione na metade do caminho para a torre da Grifinória, a garota parecia sonolenta e eu sabia que o motivo era por ela ter ficado até de madrugada pesquisando sobre nosso atual problema: o basilisco que estava na Câmara Secreta.
— Bom dia, minha querida melhor amiga.
Hermione franziu a testa.
— O que você fez?
— Nada, mas acho que como todos os alunos e parte do corpo docente estão focados no jogo de Quadribol, é um ótimo momento para conversarmos com Dumbledore sobre o basilisco.
Ela ficou um momento em silêncio, absorvendo o que eu havia acabado de dizer.
— Eu nem tomei café da manhã ainda...
— Ah, depois da conversa a gente toma — falei, começando a empurrar na direção da sala de Dumbledore — Vamos tirar esse problema logo do nosso caminho.
Eu não quero pensar em mais nada
Agora que pensei em você
(As coisas nunca mais serão iguais)
A CONVERSA COM DUMBLEDORE FOI melhor do que imaginamos e ele aceitou surpreendente bem toda a história do basilisco que vivia embaixo da escola em uma câmara secreta feita por um dos fundadores.
Acabamos marcando de resolver o problema durante as férias de inverno, já que a maioria dos alunos iria para casa. Também tivemos notícias sobre o vira-tempo que, aparentemente, estava longe de ser consertado, então não tínhamos uma previsão de quanto tempo ficaremos presas aqui.
Quando estávamos saindo da sala do diretor, Hermione se virou para mim.
— Não era hoje o jogo de Quadribol?
Fiz minha melhor expressão de desentendida.
— Ah, era?
Hermione franziu a testa.
— Você não tinha prometido ao James que ia ir? Já vai começar!
Para a minha total surpresa, Hermione praticamente me arrastou para o campo de quadribol, ignorando meus resmungos. A arquibancada estava lotada, mas Remus acenou para nós, pois aparentemente havia guardado lugar para a gente.
— Mione, você nem gosta de Quadribol — resmunguei.
Ela revirou os olhos.
— Mas você prometeu que ia ver o jogo.
A gente subiu na arquibancada até onde Remus e Peter estavam, nos sentamos ali e eu me afundei no banco, querendo desaparecer dali.
— Então você lembrou de vir — Remus comentou, animado.
Lancei um olhar desanimado para ele, mas o garoto apenas sorriu maliciosamente.
Observei o jogo em silêncio e me surpreendi ao ver que Lily estava no canto da arquibancada junto com suas amigas. O jogo acabou mais rápido do que imaginei, com a Grifinória levando a vitória de lavada, o time da Lufa-Lufa nem percebeu o que os atingiu direito.
Fui arrastada pela multidão até o campo onde os jogadores comemoravam, tentei sair daquele meio, mas não obtive sucesso. Eu vi James no meio da galera, um sorriso enorme no rosto, usando o uniforme do time, os óculos parecendo torto no rosto e o cabelo bagunçado por causa do vento, meu estômago embrulhou com a imagem.
— Ei!
Ele avançou na nossa direção e por um momento imaginei que James estava indo até Lily, que estava praticamente ao nosso lado. Desviei o olhar, não querendo ver os dois se beijarem.
— Mione, me ajuda a sair dessa bagunça pelo amor de Merlin.
Hermione arregalou os olhos.
— Na verdade, Tatha, eu acho que...
Não consegui ouvir o final daquela frase, porque no segundo seguinte, James estava parado bem na minha frente, sua mão indo até a minha nuca enquanto me puxava para um beijo de tirar o fôlego e que fez minhas pernas ficarem bambas.
Quando nos afastamos, ele tinha um sorriso enorme no rosto.
— Eu disse que ia conseguir aquele beijo.
Eu estava em estado de choque, olhei ao redor percebendo que todo mundo estava nos encarando, então me deixei ser engolida pelo abraço de James, querendo desesperadamente que todo mundo parasse de me encarar.
— E-eu, parabéns — murmurei, ainda me sentindo um pouco confusa.
James se afastou e me deu outro beijo, muito mais rápido do que o outro.
— De nada, raposinha.
Enquanto eu observava James Potter ir para o vestiário junto com o resto do time, percebi que havia a possibilidade de eu nunca mais conseguir voltar para o meu tempo.
Me virei para Hermione, que tinha os olhos arregalados.
— Eu estou tão ferrada.
Eu dormi por tanto tempo em uma noite escura de 20 anos
(Agora, estou bem acordada)
JAMES POTTER ME BEIJAVA sempre que tinha oportunidade, o que acontecia com frequência, seja entre as aulas ou quando eu estava distraída fazendo a lição de casa, a gente ainda não tinha conversado sobre o que aquilo realmente significava e parte de mim estava com medo dele estar apenas me usando para esquecer Lily Evans.
O que era uma hipótese terrível, considerando que eu estava cada vez mais apaixonada por ele.
— Já considerou apenas conversar com ele? — Hermione sussurrou, enquanto a gente caminhava para a nossa próxima aula — Quer dizer, eu ainda não acho tudo isso certo considerando que a gente tem que pensar em, bem, Harry, mas também não gosto de te ver triste e Merlin, que negócio complicado.
— E se eu quebrar o coração dele? — murmurei, mesmo que a hipótese quebrasse meu próprio coração — A atenção dele ia voltar totalmente para a Lily.
Hermione franziu a testa.
— Não sei é uma boa ideia.
Suspirei frustrada, minha mente estava uma confusão. Em um momento Hermione e eu estávamos lutando com Comensais para sobreviver no meio de uma guerra e no outro éramos novamente adolescentes onde o maior problema era estar apaixonada, eu não conseguia acreditar naquilo.
— Nunca achei que fosse dizer isso, mas estou com saudades do Ron.
Ela me encarou surpresa, então olhou para o chão.
— Eu também — confessou, de forma tímida — E do Harry, da Gina, da família Weasley inteira até.
— Podemos concordar que quando voltarmos para casa, você vai admitir para o Ron que é apaixonada por ele? — comentei, sem a encarar — Tipo, Harry e eu já sabemos há séculos e está muito chato esperar um de vocês tomar iniciativa.
Eu sabia do soco antes de sentir a dor no braço.
— TALITHA.
Finalmente olhei para Hermione, percebendo seu rosto vermelho e os olhos arregalados.
— O quê?
— Prefiro não falar sobre isso — ela decidiu, quando percebeu alguns alunos olhando na nossa direção — nem hoje e nem nunca.
Apenas dei de ombros, sabendo que era burrice insistir no assunto.
— Você que sabe.
Meus olhos acabaram focando em Peter Pettigrew que ria de alguma coisa junto com o meu lobisomem favorito, os dois pareciam tão próximos que eu não conseguia entender como aquele rato ia trair os amigos.
— Sabe algo que não consigo entender?
Hermione seguiu meu olhar.
— Como ele acaba sendo o responsável por destruir a vida de todo o grupo de amigos dele?
— Exatamente.
Ela suspirou.
— Sabe, eu pensei muito nisso desde que chegamos aqui e se quer saber, já tive várias conversas com Peter, ele parece um cara legal, apesar de ser meio medroso e praticamente se esconder na sombra dos amigos — Hermione comentou, pensativa — Cheguei a conclusão que as pessoas fazem coisas estranhas quando estão em modo sobrevivência, quando querem fazer de tudo para garantir que vão viver mais um dia, eu nunca faria nada do que ele fez e tenho certeza que você também não, mas acho que consigo entender.
A lógica de Hermione fazia sentido.
— Será que conseguimos evitar que isso aconteça?
— Se derrotarmos Voldemort antes daquela profecia envolvendo o Harry, acho que sim.
Pensar naquilo aliviou meu coração.
— Minhas garotas favoritas — Sirius Black disse, surgindo entre nós duas e jogando os braços ao redor dos nossos ombros — eu estava pensando em uma coisa.
O encarei com falsa surpresa.
— Uau, você pensa?
Hermione bufou, tentando disfarçar uma risada enquanto Sirius me encarava indignado.
— Você está ficando engraçadinha demais — ele resmungou, magoado — agora, voltando ao foco principal, nesse sábado vamos para Hogsmeade, vocês duas já tem planos?
Troquei um olhar com Hermione.
— Hã, não — ela respondeu, hesitante — por quê?
O sorriso de Sirius aumentou, o que imediatamente me preocupou.
— Ótimo, Hermione agora tem planos comigo.
Eu o encarei confusa.
— Como assim?
— Hermione agora tem planos em Hogsmeade comigo — Sirius respondeu, tranquilamente — Só ela, você não está convidada, sua chata.
O rosto de Hermione começou a adquirir um forte tom de vermelho.
— O quê...
— Shhhh, apenas concorde comigo, sabidinha — ele sussurrou, então se virou para mim — Não se meta nos nossos planos, ouviu?
Fiquei em choque enquanto observava Sirius Black arrastar minha melhor amiga para longe.
Que diabos?
— EI, EU CONHECI ELA PRIMEIRO, IDIOTA.
Sirius me ignorou.
Remus e Peter me encararam com expressões preocupadas em seus rostos.
— Tatha, você tá bem?
— O amigo de vocês roubou a minha melhor amiga! — resmunguei, indignada — Ele vai ver, eu vou raspar aquele cabelo inteirinho enquanto ele estiver dormindo.
Peter parou ao meu lado, colocando a mão no meu ombro.
— Sabe, acho que depois você vai ficar feliz por isso.
Estreitei os olhos, percebendo que Peter estava sabendo de algo que eu não sabia.
— O que você quer dizer?
Ele corou.
— Q-quer dizer, talvez ela se divirta e...
— Peter, temos que ir para a aula.
Remus praticamente arrastou o garoto para longe, me deixando ainda mais desconfiada sobre o que eles estavam aprontando.
Eu ia descobrir.
Fui para a próxima aula me sentindo totalmente frustrada, quando entrei havia apenas um lugar vago, ao lado de um garoto da Sonserina que eu nunca tinha visto, sem muitas opções, acabei me sentando ali.
— Oi.
O garoto me encarou desconfiado, ele era estranhamente familiar.
— Oi...
— Sou Talitha e você?
Ele claramente não queria muita conversa, mas eu me recusava ao sentar do lado de alguém e não saber nem o seu nome.
— Régulos Black — ele murmurou, desviando o olhar.
Fiquei surpresa ao perceber que aquele garoto era, na verdade, o irmão mais novo daquele cachorro que tinha roubado a minha amiga.
— Você é o irmão do Sirius, legal.
Régulos voltou a me encarar.
— Ele fala de mim?
Não pude deixar de notar a esperança disfarçada em sua voz de uma forma que apenas a família Black sabia fazer. O Sirius adulto que conheci falou muito pouco sobre a sua família e sua versão adolescente seguia o mesmo padrão, a maior parte que eu sabia era porque minha mãe vinha da família Black assim como a minha madrinha que tinha me criado, Narcisa.
Ele era o garoto de ouro da família.
— Um pouco — respondi, dando de ombros — Ele parece se importar com você, mesmo que não demonstre abertamente.
Eu estava me metendo em algo que não era problema meu, mas não consegui evitar.
— Sei.
Régulos não pareceu acreditar muito no que eu tinha dito, considerando que Sirius havia fugido de casa no último verão, a mágoa entre os dois deveria ser enorme.
— Sabe, quando o chapéu seletor estava decidindo em qual casa me colocar, ele queria me colocar na Sonserina.
Isso atraiu a atenção dele.
— Sério?
— Sim, mas eu pedi para ir para a Grifinória, pois minha amiga havia sido selecionada para lá — admiti, era a primeira vez que falava sobre aquilo — e eu não queria ficar sozinha.
Ele concordou.
— O chapéu seletor queria me colocar na Corvinal, mas eu pedi para ir para a Sonserina para agradar a minha família.
Dei um pequeno sorriso ao perceber que poderia virar amiga de Régulos Black.
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