
parte cinco
001 - Nesse capítulo temos amor e carinho entre Tatha e James, amo.
002 - Já decidi como elas vão encontrar as horcruxes.
003 - COMENTEM MUITO
Talitha Lestrange
"E agora, eu vejo a luz do dia (A luz do dia)
Eu só vejo a luz do dia (A luz do dia)"
A MEMÓRIA DE QUANDO JAMES E EU concordamos em não nos apaixonar um pelo outro estava clara na minha mente, mas qualquer um poderia perceber que era uma promessa falha por diversos motivos.
Entre beijos nos corredores e após jogos de Quadribol, eu percebi que não tive chance.
A neve já caia enquanto eu me enrolava dentro do sobretudo e me dirigia para as carruagens que iriam nos levar para Hogsmeade. Hermione havia sido praticamente sequestrada pelo infame Sirius Black, eu não tinha visto sinal algum de Remus, Peter ou James, então estava sozinha, o que não era exatamente ruim, afinal eu poderia usar um momento só para colocar minha mente em ordem.
Os alunos pareciam animados para passar o dia no vilarejo, mas eu particularmente preferia estar na minha cama dormindo. Ainda não tinha certeza do que havia me levado a levantar da minha cama, talvez a ansiedade de Hermione.
— Bom dia, Talitha.
Não me surpreendi ao ver James surgir ao meu lado, com aquele sorriso que fazia borboletas surgirem no meu estômago. Seu óculos estava torto e eu rapidamente o ajeitei, fazendo seu sorriso aumentar.
— Bom dia.
— Qual seu plano para o lindo dia de hoje?
Eu o encarei, imediatamente desconfiada da forma que ele estava agindo.
— O que você está aprontando?
— Assim você me ofende — James disse, passando o braço ao redor dos meus ombros — O que acha de passarmos juntos o dia em Hogsmeade? Apenas nós dois, como melhores amigos que gostam de passar tempo juntos e se beijarem quando possível.
Aquilo estava parecendo demais com um encontro, mas preferi não apontar isso, com medo de estar entendendo errado os sinais.
— Ok.
James me encarou surpreso.
— Pensei que ia precisar de mais argumentos para te convencer.
Acabamos entrando em uma das carruagens, James parecia estranhamente em silêncio, o que estava começando a me deixar preocupada. Só tinha nós dois na carruagem, então suspirei.
— Você está quieto demais.
Ele franziu um pouco a testa, então desviou o olhar.
— Sabe, eu não tinha parado muito para pensar, mas percebi que o sobrenome Lestrange aparece no mapa, é o seu sobrenome, não é? — James finalmente perguntou.
Meu corpo inteiro ficou tenso naquele momento, durante toda a minha vida tive problemas por causa daquele maldito sobrenome, era algo que iria me perseguir pelo resto da vida. Naquela época, ser uma Lestrange deveria ser ainda pior, considerando que Voldemort estava em seu auge.
— Uma parte distante da família, sim — murmurei, me sentindo desconfortável — mas como disse da primeira vez, me afastei porque não acredito em toda essa ideologia, a família da Hermione me recebeu de braços abertos e é só isso que importa.
Ele concordou lentamente.
— Entendi.
— Se você vai me julgar por causa do meu sobrenome, vou te empurrar para fora da carruagem.
Um pequeno sorriso surgiu no rosto dele, me fazendo suspirar aliviada.
— Assim você me ofende.
O resto do caminho foi leve, James voltou a sua personalidade normal fazendo piadas e contando todas as pegadinhas que planejava fazer durante a próxima semana. Quando chegamos em Hogsmeade, ele agarrou a minha mão e me puxou pelas ruas, animado para me "apresentar" o lugar.
— Já comprou os presentes de Natal?
A pergunta de James me pegou desprevenida, eu não tinha percebido que estávamos tão próximos do Natal. Normalmente eu passava aquela data no castelo junto com Harry, Ron e Hermione, mas também tinha ocasiões que a gente ia para a casa dos Weasley e era simplesmente mágico. Eu tinha um carinho enorme por todos os suéteres que Molly fazia para mim.
— Nem tinha lembrado do Natal — murmurei, me encolhendo — Acho que vou comprar algum dos milhares de livros da lista de compras da Hermione.
James arqueou a sobrancelha.
— Não gosta do Natal?
Eu não tinha boas lembranças das festas de Natal enquanto crescia, depois que entrei em Hogwarts passei a apreciar a data por causa da companhia dos meus amigos, mas agora Hermione e eu estávamos ali, presas em um tempo que não era nosso.
— Meus pais não eram fãs do Natal — murmurei, dando de ombros — é legal ficar na companhia dos amigos e trocar presentes, mas é só.
Ele franziu a testa.
— Vou fazer você se apaixonar pelo Natal exatamente como eu — James decidiu, animado — Jogar jogos legais, tomar chocolate quente em frente a lareira, fazer bonecos de neve, montar casinhas de biscoito... Já sei onde precisamos ir primeiro.
Não tive a oportunidade de fazer perguntas, já que James começou a correr e me arrastou junto. Só paramos de correr quando chegamos na Dedos de Mel, o cheiro doce do lugar encheu meus pulmões e um pequeno sorriso surgiu no meu rosto.
— Aqui é a Dedos de Mel — James explicou, enquanto a gente entrava na loja — O lugar com a maior variedade de doces bruxos do país.
Eu já conhecia o lugar, mas tinha algo no jeito que James falava e me mostrava as coisas que deixava o meu coração quentinho. Ele me guiou pelos corredores lotados de alunos até chegarmos em um corredor que só tinha coisas relacionadas ao Natal.
— Casinha de Gengibre — James explicou, olhando atentamente todas as opções disponíveis — Esse kit aqui vem tudo que precisamos para a gente montar uma casinha... Na verdade, é temático de Hogwarts. Não é maneiro?
— Vamos montar uma Hogwarts em formato de biscoito?
James sorriu.
— Não é legal?
— Parece divertido e doce.
Quando percebi, ele estava segurando umas quatro caixas enquanto comentava que a gente ia fazer uma competição do melhor castelo de gengibre com nossos amigos. Apenas acabei seguindo o ritmo, não perdendo a forma como James parecia cada vez mais feliz.
Em determinado ponto, acabamos encontrando Lily e suas amigas, para a minha total surpresa, James nem a olhou.
Eu o abracei de lado, então lhe dei um beijo rápido nos lábios, James deu um sorriso que poderia iluminar uma cidade inteira. Ele me puxou para outro beijo, um de verdade que me tirou o fôlego.
Sorri que nem uma idiota pelo resto do dia.
"E eu ainda consigo enxergar tudo (Na minha mente)
Tudo de você, tudo de mim (Interligado)"
— OK, EU COMPREI VINHO, também temos chocolate quente para aqueles que não são adeptos a álcool, no caso, Hermione — Sirius disse, servindo uma taça de vinho para si mesmo — Nossa meta da noite é ver quem faz o melhor castelo de gengibre, decoração vai ser um requisito para a decisão.
A gente estava no quarto dos garotos, sentados em mantas e almofadas no chão, com uma mesa improvisada no meio da roda que tínhamos formado.
Hermione observou o vinho caro que Sirius servia nas taças.
— Onde você conseguiu isso?
— Um Black sempre consegue o que quer, boneca — Sirius respondeu, dando uma piscadinha para ela — Quer provar? É a melhor marca de vinho bruxo que existe, a mais cara também, mas isso é um detalhe.
Aceitei a taça que ele me entregou com um sorriso no rosto, Sirius jovem era uma das minhas pessoas favoritas.
Menos quando ele roubava minha amiga.
— Apenas um gole.
Sirius sorriu animado e serviu um pouquinho e deu para Hermione, que ainda parecia desconfiada. Me apoiei no corpo quentinho de James, que rapidamente me envolveu em seus braços, ele apoiou a cabeça no meu ombro, observando a dupla.
— Eu acho que ele está afim dela — James sussurrou no meu ouvido — Tenho quase certeza.
Mordi o lábio inferior para evitar um sorriso.
— Também acho, ele está obtendo algum sucesso ali — murmurei, sorrindo — nunca achei que caras rebeldes faziam o tipo da Mione.
— Rebeldes são os melhores.
Para a minha surpresa, Remus tinha optado pelo chocolate quente, mas eu achava que tinha relação com o fato da próxima lua cheia estar próxima. Ele estava enrolado em uma manta fofinha ao lado de Peter, que bebia feliz sua taça de vinho.
— Quem fizer o melhor castelo de gengibre ganha o quê? — perguntei, curiosa.
A atenção de Sirius estava toda em Hermione, que tentava decidir se tinha ou não gostado do vinho, então não me surpreendi quando não me respondeu.
— Na verdade, a competição é em duplas — James explicou, rapidamente — a melhor dupla ganha o direito de se gabar até a competição do ano que vem, assim como aquelas coroas de gengibre ali que Peter ganhou.
Olhei para as coroas de gengibre que estavam em cima da cama.
— Não tenho certeza se quero usar aquilo — murmurei, fazendo uma careta.
James riu.
— Não é tão ruim.
— É péssimo.
Eu senti o peito dele vibrar contra as minhas costas enquanto ria, naquele momento eu estava me sentindo muito confortável, no melhor lugar do mundo.
— Você ia ficar bonita com aquilo — ele murmurou, divertido — Quer dizer, eu acho que você ficaria bonita de qualquer jeito, afinal, cheguei a conclusão que é impossível para você ficar feia.
Meu rosto esquentou e eu sabia que não era por causa do vinho que estava bebendo.
— Você é um romântico de primeira classe, Potter.
— Só com garotas incríveis e apaixonantes como você — James respondeu, beijando meu pescoço.
— Vamos começar logo — Remus decidiu, abrindo as caixas — Eu imagino que Peter será minha dupla, Tatha a de James e Mione fica com Sirius, isso?
Todos nós concordamos e logo pegamos os materiais para começar a competição, fiquei um pouco triste de ter que sair do abraço confortável de James, mas não reclamei. Eu nunca tinha feito uma casinha de gengibre antes, muito menos um maldito castelo, mas James parecia ter grande experiência no assunto.
— Meu Merlin, como a gente faz isso?
— Não podemos usar magia, é contra as regras — Sirius lembrou, ao ver Peter pegando discretamente a varinha — Sem ficar roubando!
Peter fez uma careta.
— Você é o primeiro a roubar sempre!
— Raposinha, precisa ser delicada e ter paciência — James murmurou, concentrado — Pega o glacê branco para a gente colar as paredes.
Peguei o negócio que ele indicou e passei nas beiradas das paredes, James então começou a montar as peças com habilidade.
— Por quê isso não veio com um manual? — Hermione resmungou — São tantas peças...
A frustração dela me fez rir, mas James me xingou, dizendo que a gente precisava se concentrar para ganhar, eu tinha esquecido que o garoto podia ser tão competitivo às vezes.
Eu peguei um pouco do glacê e espalhei no rosto de James, o pegando desprevenido.
— Amor!
Ouvir o apelido me fez ficar vermelha, ele nunca tinha me chamado assim desse jeito.
— Olha, tem um veado de gengibre aqui — Sirius comentou, pegando o bonequinho — Sabe o que isso me lembra?
James fez uma careta.
— É um cervo.
"Uma vez, eu acreditei que o amor seria (Preto e branco)
Mas é dourado (Dourado)"
ENCAREI HERMIONE SEM CONSEGUIR acreditar no que ela tinha acabado de me informar.
— Como assim eles vão se livrar do basilisco sem a gente?
Ela deu de ombros.
— Foi o que Dumbledore me disse hoje de manhã — Mione resmungou, emburrada — E daí ele disse que era para a gente relaxar e curtir as festas juntos com a família Potter.
Franzi testa, confusa.
— Como assim?
— Aparentemente a mãe de James enviou uma carta para Dumbledore dizendo que a gente deveria passar as férias lá — ela explicou, fazendo uma careta — E ele achou uma ótima ideia, algo sobre a gente ter que viver experiências normais de adolescentes...
Hermione não parecia achar aquilo algo divertido e eu entendia profundamente.
— Eu acho que lutar contra Comensais da Morte é um marco na vida de todo o jovem — murmurei.
Ela suspirou.
— Quando foi a última vez que passamos o natal sem o Harry e o Ron?
— Não sei.
Eu ainda não consegui entender o que havia levado a mãe de James a escrever uma carta para o diretor, ela deveria ser como a Molly, querendo adotar a todos, mesmo aqueles que não conhecia.
— Ele disse alguma coisa sobre o vira-tempo? — perguntei, ansiosa.
Mione suspirou.
— Ele já descobriu o que estragou, agora só precisa entender como pode arrumar isso — murmurou, desviando o olhar — quando ficar pronto, vamos embora, certo?
Mesmo que eu estivesse morrendo de saudades de Ron, Harry e todos os outros, a ideia de abandonar nossos novos amigos para um destino cruel partia o meu coração.
— É esse o objetivo.
Hermione me encarou.
— Aposto que deve ter uma horcrux com a sua mãe.
Naquela época, Bellatrix já deveria ser a seguidora mais fiel de Voldemort, então eu não duvidava daquilo.
— Provavelmente tem.
— Como vamos descobrir?
Pensei por um momento, considerando tudo o que eu sabia sobre a mulher que tinha me dado a luz. Bellatrix era uma pessoa desconfiada e nunca guardaria algo de tanto valor em um lugar que soubesse que outra pessoa poderia entrar facilmente e conseguir.
— Aposto que deve estar no cofre dela no Gringotes.
Um sorriso surgiu no rosto de Hermione.
— Ainda tem a chave?
Eu a encarei, sem conseguir acreditar no que ela estava sugerindo.
— Você quer invadir o Gringotes?
— A gente disse que iria atrás de todas as horcruxes — Hermione explicou, dando de ombros — Se tem a possibilidade de ter uma lá...
Nunca achei que viveria o suficiente para ver minha melhor amiga sugerir que a gente invadisse o Gringotes, que era o banco mais seguro do mundo bruxo inteiro.
— Mesmo que eu tenha a chave, eles vão avisar minha mãe que duas garotas estranhas entraram no cofre.
Hermione arqueou a sobrancelha.
— Se a gente tivesse, por acaso, um fio de cabelo da sua mãe para fazer a poção polissuco....
Eu sabia exatamente onde ela queria chegar.
— É uma péssima ideia.
— Você que quis mudar o futuro, deveria saber que teríamos que fazer algumas coisas arriscadas — ela retrucou, então sorriu — Sorte nossa que você conhece Bellatrix bem o suficiente para conseguir agir exatamente como ela.
Passei as mãos pelo rosto, cansada.
— Se isso der errado, eu mato você.
— Se der errado, vamos acabar mortas de qualquer jeito, então tudo bem.
Na última vez que eu tinha visto minha mãe, que por acaso foi uma ocasião terrível que ainda me causava pesadelos, consegui alguns fios de cabelo dela, por precaução, mas nunca imaginei que precisaria realmente os usar.
— Então durante as nossas férias na casa da família Potter, vamos invadir uma conta no Gringotes, incrível.
— Vão ser ótimas férias.
Olhei pela janela do corredor, percebendo que já era final de tarde.
— Mione, você sabia que hoje é...
— Lua cheia? — ela completou, fazendo uma careta — Sim.
Nós duas trocamos um olhar, a gente já sabia toda a coisa de ser animagos mesmo que os garotos não tivessem nos contado.
— Vamos para o Salão Comunal — murmurei, pegando seu pulso — vamos ficar quietinhas esperando Remus voltar e depois vamos levar chocolate para ele na ala hospitalar e lhe fazer companhia.
— Parece uma boa ideia.
"E eu ainda consigo enxergar tudo (Na minha mente)
Indo e voltando de Nova York (Me esgueirando na sua cama)"
COMO EU IMAGINEI, REMUS estava acabado na manhã seguinte e iria faltar às aulas, Hermione e eu levamos todas as suas comidas favoritas para a ala hospitalar na tentativa de o fazer um pouco mais feliz.
Quando entramos, ele estava meio sentado na cama, o corpo cheio de bandagens e curativos, um sinal de que a noite passada havia sido terrível. Remus nos encarou quando entramos, parecendo tentar entender o motivo de estarmos ali.
— Remus, que coincidência encontrar você aqui.
Ele nos encarou confuso.
— O que vocês duas estão fazendo aqui?
— A gente trouxe comida — Hermione explicou, mostrando a cesta de piquenique — Tem várias coisas com chocolate.
Remus arregalou os olhos enquanto a gente se sentava com ele na cama, felizmente a ala hospitalar estava vazia naquela manhã, então ninguém iria estranhar por estarmos ali. Hermione abriu a cesta e ofereceu um pedaço de tortinha de caldeirão para Remus, que imediatamente aceitou.
— Como sabiam que eu estava aqui?
— A gente sabe do seu probleminha peludo — expliquei, tentando passar naturalidade — relaxa, a gente não vai contar para ninguém, afinal, não é nosso segredo para contar.
O garoto franziu a testa.
— Como descobriram?
— É um pouco óbvio, na verdade — Hermione admitiu, corando — e a gente teve uma aula sobre lobisomens semana passada.
Remus suspirou desanimado.
— E vocês não se importam? Sério?
— Você não é capaz de machucar uma mosca, Rem — resmunguei, revirando os olhos.
Ele parecia prestes a chorar, Hermione deu um rápido abraço nele e depois eu segui seu exemplo. O resto da manhã seguiu normalmente, com nós três rindo, comendo e trocando histórias, em algum momento a Madame Pomfrey veio para trocar os curativos de Remus, mas felizmente ela não tentou nos expulsar.
Queria poder dizer para Remus que no futuro ele encontraria uma garota incrível que iria o amar de verdade, que eles iam se casar e ia ser incrível, mas eu não podia, então me contentei em dar amor e carinho para ele.
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