Os dominós começam a cair,
o vento nas folhas das árvores,
na mesma paisagem de sempre.

Meus olhos queimam porque tentam enxergar o óbvio,
mas o que mais me atormenta é o silêncio
que observo fora de mim
em potes de porcelana cortados por meus fantasmas
em intimidades com as dores da minha cabeça.

Foram nos primeiros dias de outono
que as paisagens mudaram em tons de cores inéditas
e uma geometria impossível -
folhas gigantes flutuavam no ar imóvel, que pesado,
não se respirava.

Naquele tempo,
quando se observava o movimento das águas,
era possível prever revoltas.

Eu vou incendiar meu coração,
porque nada me resta daquilo que imaginei ter sido.

É preciso dar um passo atrás para ver que não é um sonho;
é preciso adentrar na escuridão dos meus medos
e vencê-los.