Ontem
Quando eu abri meus olhos
o dia ainda não existia,
mas a neblina já pairava sobre todas as coisas,
as árvores que crescem em mim, plantas carnívoras,
ervas daninhas.
Acima não havia nada além de nuvens sem formato,
nenhuma ave,
e no horizonte,
via-se as marcas do ontem,
nunca o despertar do hoje,
nem a esperança do amanhã:
sempre o vestígio do ontem.
Eu sou o que sobrou desse tempo,
tempo de nenhuma palavra,
de sentimentos feridos, de escolhas;
um tempo que me confortava
na condição de não ser nada.
Naquele tempo
eu voava lugares desconhecidos dentro de mim,
explorava cada ponto
e fazia disso minha alegria.
Mas eu mal sabia o que me aconteceria
quando caíssem as primeiras folhas..
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