[36] - DO OUTRO LADO
JESSIE FALLON
Nancy abriu a porta da casa e Steve iluminou o local com a lanterna.
— Vamos chamar uma empregada, Wheeler? — Robin perguntou.
— Vamos, não quero passar mais tempo do que preciso aqui. — a garota respondeu e se virou indo em direção as escadas.
Eu suspirei e fui junto com a garota mas logo ouvi uma voz familiar.
— Ele cria uma conexão psíquica poderosa com as vítimas. Uma conexão tão poderosa que abre um rasgo no tecido-espaço. — olhei para Steve que me encarou.
Ele também havia escutado a voz de Dustin, mas como?
Os cinco estavam lá em cima enquanto eu e Steve tentávamos achar a origem da voz do Henderson.
— Dustin! Dustin! — exclamamos em uníssono.
— Dustin, tá me ouvindo?
— Oi!
— Vocês estão fazendo o que? — Claire perguntou.
— Ele está aqui, o Henderson. O merdinha está aqui, ele está aqui. — Steve respondeu. — Nas paredes, eu acho. Escuta, escuta.
— Dustin? Tá me ouvindo? — perguntei.
— Finalmente chegamos à questão que você levantou. — ouvimos novamente a voz do Henderson. — Como e quando um portal abriu no Lago dos Amantes.
— Estou ouvindo também... — Connie disse.
— Dustin!
Começamos a procurar pela casa inteira o Henderson.
— O Will deu um jeito. — Nancy comentou.
— O que? — perguntei.
— O Will. Ele deu um jeito de falar com a Joyce pelas luzes. — ela respondeu.
— Luzes?
Olhei para um pequeno lustre no teto e vi umas partículas de luz brilhantes em volta do mesmo, a luz era fraca mas ainda estava um pouco acesa.
Estiquei minha mão e passei sobre as partículas brilhantes fazendo um rastro iluminado.
Um sorriso surgiu em meus lábios e eu continuei passando a mão pelas partículas o que acendeu o lustre.
— Faz cócegas.
— É bom.
— Alguém aqui sabe código morse?
— S.O.S conta? — Eddie indagou. — Isso serve, né?
— Sim. — respondi.
Não demorou muito para Eddie começar a fazer o código morse nas partículas.
— Tá funcionando. — Connie disse.
Tudo ficou um completo silêncio enquanto observávamos o Munson "digitar" o código morse nas partículas brilhantes.
Sorri para Steve que retribuiu o sorriso.
Estava dando certo.
———
Fomos até o quarto de Nancy e ficamos ajoelhados ao lado da cama vendo se eles entravam em contato com a gente.
— Vamos, vamos. — Claire falou ansiosa.
— Vocês tão vendo aí?
Passei a mão sobre as partículas brilhantes logo fazendo um rastro.
— A gente não vai mexer, vai tirar da tomada, aguenta aí. Tira.
Logo a luz brilhante havia sumido deixando todos confusos.
— Vai, tenta agora!
Estiquei a mão passando a mesma pelo ar e vi um rastro brilhante novamente.
— Ok, ok... É... — pensei um pouco e logo escrevi "Oi" no ar.
— Funcionou!
— Isso! — comemoramos juntos.
— Ok. É...
Comecei a escrever presos no ar e logo os ouvi falarem que entenderam.
— Tá. Não dá pra voltar pelo WaterGate?
— Como assim "WaterGate"? — Steve indagou.
— Porque é na água e é um portal. — Claire respondeu.
— Ah...
— Que fofo. — Connie sorriu.
— É, não, tá...
Comecei a escrever que havia "guardas" em
volta dele.
— Ok, Watergate tem guardas.
— Isso.
— Ok. A gente pensou numa teoria que pode ajudar.
— Esse garoto é um gênio. — Robin sorriu.
— Watergate pode não ser o único. Tem um portal onde cada pessoa morreu.
— Ué... — falei confusa. — Alguém entendeu o que ele disse?
— Não.
— Não faço ideia.
Estiquei o indicador para desenhar um "?" no ar.
— Sério, gente? Quantas vezes vou ter que acertar na mosca pra vocês começarem a confiar em mim?
— Deus, esse garoto tá com o ego enorme. — Steve reclamou.
— É abusado, né? — Eddie encarou o Harrington.
— Pois é.
— Pera aí. Ok, qual é a distância até o seu trailer? — Nancy encarou Eddie.
— Uns 11 quilômetros.
— Nancy? — Robin a chamou. — Eu sei que a sua casa é meio bizarra e congelada no tempo aqui, mas você não tinha uma bicicleta?
Olhamos para a Wheeler que começou a refletir por alguns segundos.
BECKY FALLON
Eu havia saído do tal cômodo de interrogatório e coloquei a música para tocar no walkman.
Resumindo, só foram perguntas repetidas que sempre teve uma resposta negativa.
Olhei para o lado e vi Dustin acenar para mim como se tivesse me chamando.
Franzi o cenho confusa, encarei meu pai que conversava com o policial e depois me virei para o Henderson e fui até mesmo passando despercebida pelos adultos.
Subimos as escadas e fomos para o quarto da Wheeler mais velha.
— Então? — perguntei. — Por que me chamaram?
— Sua irmã e os outros estão no Mundo Invertido, temos que ir para o trailer de Eddie agora. — Dustin falou.
— O que? — perguntei confusa.
— Só vamos!
Lucas abriu a janela do quarto e depois se virou para a gente.
— Quem vai ser o primeiro?
Max foi primeiro, depois Lucas, Dustin, Erica, Layla e por último eu fui.
Caímos no gramado e corremos até as bicicletas que estavam embaixo do carro estacionado do lado de fora.
— Vamos! Rápido!
— Isso é um delito leve. — Erica se agachou e furou o pneu do carro do policial.
Começamos a pedalar e depois de alguns segundos ouvimos as vozes de nossos pais nos chamando.
— Becky! — escutei a voz de meu pai.
Olhei para trás e encarei o homem enquanto pedalava, vi em seu rosto uma expressão chateada.
Suspirei e voltei a prestar atenção na rua.
JESSIE FALLON
Pedalávamos nas bicicletas pela rua até chegar no trailer do Munson que não estava tão longe.
Eu estava logo atrás de Steve, ouvi um barulho de raio e olhei para o céu vendo um vermelho surgir no mesmo e depois sumir.
Olhei para o lado após ouvir grunhidos altos e encarei a casa de Victor Creel que estava rodeada por morcegos.
Outra dor ainda mais insuportável surgiu em minha nuca quase fazendo eu me desequilibrar na bicicleta, fechei os olhos fortemente por alguns segundos e assim que os abri eu pude ver uma imagem passar por minha mente.
Eu estava correndo de alguém ou de algo, não sei explicar. Mas não era bom e parecia que o local aonde eu estava não havia fim.
— Jessie. — ouvi a voz de Nancy e então olhei de lado para ela. — Tudo bem?
Eu apenas assenti em silêncio e voltei a olhar para frente me concentrando por onde eu passava.
Chegamos no Parque de Trailers Forest Hills e pedalamos até a residência dos Munson.
— Esse aqui. — Eddie apontou.
Saímos de cima das bicicletas e deixamos elas jogadas no chão.
— Eu devia entrar pro livro dos recordes. Maior distância pedalada interdimensionalmente. — a Buckley disse e então soltei um riso fraco.
— Eu respirei um monte dessa poeira. — Steve tossiu e logo ligou sua lanterna para iluminar o local. — Gruda tudo na garganta.
Eddie abriu a porta do trailer e entramos no local, olhamos para cima e vimos um mini portal no teto.
— Que que é isso? — Connie indagou.
Steve desligou a lanterna e observamos o portal acima de nós.
— Foi aí que a Chrissy morreu. — a Smith disse.
— Foi exatamente ali... — o Munson completou.
Ambos pareciam bastante assustados, eu os entendo, ver alguém morrer na sua frente não é fácil para ninguém.
— Eu acho que tem alguma coisa ali. — Claire disse observando uma sombra chegar perto do portal.
— Que negócio é esse?
Logo a gosma começou a esticar até que foi perfurada por um cabo de vassoura, nos afastamos rapidamente devido ao susto e observamos o buraco enorme que estava no teto agora.
Assim que nos aproximamos, pudemos ver Layla junto com as crianças que sorriam.
— Não acredito... — sorri.
— Oi! — Dustin sorriu.
— Que viagem. — Connie riu.
— Bada... bada... bum! — o Henderson berrou animado.
Logo os vi trazerem um colchão e colocarem embaixo do portal. Observamos umas manchas estranhas no colchão e encaramos o Munson que estava em silêncio.
— Essas manchas aí são... sei lá o que elas são. — respondeu sem graça.
— Hum... — encarei Connie que parecia em
choque e logo soltei um riso nasal.
Vimos o cacheado aparecer segurando vários lençóis enrolados um no outro.
— Eu não sei bem como a física vai funcionar, mas vamos ver. — o garoto jogou o lençol e vimos que havia ficado em pé para a gente.
Sorri animada vendo que a física ainda funcionava para o outro lado.
— Esse garoto é um gênio.
— Maravilha... Se a teoria estiver certa. — o garoto soltou o tecido e vimos que ainda estava em pé. — Abracadabra. Puxem aí, vê se aguenta.
Robin deu uma leve puxada e vimos que estava firme.
— Essa é a parada mais bizarra que eu já vi na minha vida, e eu já vi muita coisa bizarra. — Erica falou sorridente.
— Física. — Becky soltou um riso.
— Eu vou ser a cobaia? — a Buckley indagou.
Ajudamos a mesma a atravessar para o outro lado e assim que ela foi para o nosso mundo, ela caiu de ponta cabeça no colchão.
— Aí, meu Deus! Deu certo, foi legal!
Encaramos Claire que desviou o olhar para a gente.
— Tudo bem. Sou eu. — riu e logo se pendurou no lençol e atravessou para o outro lado caindo no colchão.
Connie se pendurou com a ajuda do Munson e atravessou logo rindo ao cair no colchão.
— Agora sou eu, né? — Eddie indagou. — Ok.
O Munson se pendurou e começou a escalar logo atravessando para o outro lado.
— Isso foi irado.
— Vai, Steve. — falei.
— Não, vocês duas primeiro.
— Vai logo. — eu e a Wheeler falamos juntas.
— Ok. Te vejo do outro lado. — ele me encarou.
— Do outro lado. — sorri.
O Harrington caiu para o outro lado e riu ao chegar no colchão.
— Então... — desviei o olhar para Nancy que agora tinha seus olhos esbranquiçados. — Nancy? Nancy, acorda! Nancy!
— O que tá acontecendo? — Steve perguntou.
— Vecna. — Becky falou.
— Nancy! Acorda!
Comecei a sentir uma dor terrível em minha nuca mas aguentei pela Wheeler.
Eu precisava fazer ela voltar pra realidade...
oiii amores, como estão?
se vocês acharam esse final tenso, imagino a reação de vocês no próximo
o que acharam do capítulo?
será que a Jessie vai se sacrificar para fazer a Nancy voltar ou não?
e a visão dela? análise
é isso, tô muito mal porque faltam poucos capítulos para poder terminar DARK
mas foi esse o capítulo!
até o próximo, beijos!!
amanhã sairá a nova fanfic de The Black Phone!
votem e comentem, se puderem! amo os comentários de vocês e me incentiva a continuar!
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro