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43. CAPÍTULO QUARENTA E TRÊS

CAPÍTULO QUARENTA E TRÊS
ato dois: a ordem da fênix

OS NOMs ESTAVAM cada vez mais próximos, os alunos do quinto ano já começavam a sentir a pressão e a biblioteca recebia os alunos até depois do horário permitido. Muitos estudavam enquanto comiam, outros nos intervalos, cada um tinha uma técnica diferente.

Susan e Justin eram os mais calmos do grupo da Lufa-Lufa, eram mais organizados com seu tempo e começaram a estudar na semana de férias de final de ano para não perderem todo o material. Ernie era obcecado por estudar a qualquer hora, enquanto Hannah, que apesar de distraída, tinha boas notas e se sentia confiante em seus conhecimentos.

Erika, como todos os anos, estava tendo dificuldades com a história da magia. Ela não conseguia prestar atenção quando Binns falava tão devagar e suavemente, sua cabeça caindo na mesa durante o sono a cada aula, ganhando repreensões do professor, Susan, Justin e, silenciosamente, de Hermione.

Em algum momento daquelas semanas, Pomfrey teve que pedir uma ajudinha para preparar poções calmantes, já que alguns alunos do quinto ano estavam tendo dificuldades com os estudos.

O bom foi que, para o NOM de Defesa Contra as Artes das Trevas, todos os alunos que frequentavam o AD se sentiam confiantes no que poderiam alcançar. Sem essas reuniões, certamente todos estariam prontos para ser reprovados naquele e talvez em outro exame.

Na última sessão da semana, Harry começou a explicar sobre o Feitiço do Patrono.

Diferentes auras brilhantes e transparentes saíam das varinhas de alguns participantes, alguns animais podiam ser vistos brincando no ar, o patrono de Luna era uma lebre que pulava por todos os lados causando risadinhas carinhosas com a imagem. Alguns ficaram frustrados porque apenas luz saiu de sua varinha, mas nada corpóreo.

— Vocês devem focar em uma lembrança que te faz feliz, mas o mais importante é que você se concentre. — Harry explicou, andando pelo local. — Concentração é essencial!

Erika teve um pouco de dificuldade em lançar o feitiço, sua mente estava bloqueada então ela decidiu olhar ao redor para clarear sua mente. De seu grupo de amigos Susan conseguiu invocar um patrono corpóreo, uma espécie de esquilo começou a correr em volta dela e de seus amigos, correndo de brincadeira para acabar na cabeça de Ernie onde evaporou lentamente.

Ela decidiu tentar novamente mas pelo canto do olho conseguiu ver Hermione praticando, era óbvio que ela estava achando difícil, dava para ver a frustração no rosto dela. Depois de algumas tentativas ela conseguiu.

O patrono da morena era uma lontra, uma lontra que apareceu com energia da ponta de sua varinha e a cercou de brincadeira, fazendo-a rir baixinho, tudo sob o olhar bobo de Erika que ficou congelada ao ver tudo, principalmente ao ver o sorriso que apareceu no rosto de Hermione quando ela percebeu que o feitiço havia sido um sucesso.

— Você deve se concentrar se quiser que funcione. — Harry disse repentinamente ao seu lado, fazendo-a pular um pouco em seu lugar.

Nervosamente, Erika piscou algumas vezes para sair do transe chamado Hermione e pigarreou nervosamente, tentando agir normalmente.

— Estou focada. — a Lufa-Lufa argumentou, ouvindo a risada suave de Harry que deu um tapinha no ombro dela.

— No errado. — Harry murmurou, deixando-a saber que seu olhar na morena não havia passado despercebido.

O patrono de Hermione se dissipou após tê-la feito girar por alguns segundos enquanto ele a cercava, uma vez que desapareceu completamente, ela olhou na direção de Harry e Erika onde conectou seu olhar com os olhos azuis da Lufa-Lufa que, sentindo-se presa, ela rapidamente desviou o olhar e endireitou as costas para esticar a varinha na tentativa de parecer que estava praticando.

— Está ao contrário, Eri. — Luna contou a ela.

Erika olhou para sua varinha e seu rosto pálido ficou vermelho de vergonha ao perceber que ela realmente estava com a varinha de cabeça para baixo. Hermione reprimiu um sorriso enquanto a observava colocar sua varinha na posição correta de forma rápida e desajeitada, ela tinha que admitir que ela parecia adorável com suas bochechas levemente vermelhas enquanto evitava visivelmente olhar nos olhos dela.

Erika decidiu se concentrar novamente, uma lembrança poderosa e feliz era algo bastante difícil para ela. Erika tentou com a lembrança do dia em que Danielle lhe disse que iria morar com ela e se afastar do pai, mas não funcionou. Ela tentou com a lembrança daquele verão em seu terceiro ano, onde o Sr. Diggory lhe ensinou como expulsar gnomos de jardim era eficaz como treinamento para um batedor de quadribol, a imagem de um dos gnomos dando um soco no rosto de Cedric até ele cair de costas. Porém ela não estava feliz o suficiente por ter um patrono saindo de sua varinha.

— Você precisa de ajuda? — Hermione perguntou se aproximando dela lentamente.

Erika se virou para olhar para ela, a morena lhe deu um sorriso cheio de ternura e em seus olhos estava a vontade genuína de querer ajudá-la. Mas ela não conseguia esquecer que segundos atrás ela se ridicularizou na frente dela e quase a pegou olhando.

— Ah, estou bem, só que encontrar algumas lembranças felizes é um pouco difícil para mim. — Erika admitiu timidamente, desviando o olhar.

— Entendo, é difícil escolher certos tipos de memórias em momentos específicos como este. — Hermione murmurou enquanto balançava a cabeça e olhava para o chão. — Sabe o que me ajudou? Apague sua mente e deixe a memória vir sozinha.

Erika olhou para ela por alguns segundos e depois fechou os olhos e esvaziou a mente. Foi um pouco difícil para ela se concentrar com as risadas e murmúrios ao fundo. Ela não sabia quanto tempo estava tentando clarear sua mente, parecia uma eternidade e ela estava começando a ficar frustrada. Hermione testemunhou isso, viu como a testa dela franziu lentamente tanto em concentração quanto em frustração.

Não a incomodava ver Erika assim por mais tempo, o rosto relativamente relaxado e poder observar cada uma de suas feições sem medo de se sentir envergonhada ao ser pega por aqueles olhos que roubavam o ar de seus pulmões quando estavam próximos.

— Concentre-se em sua mão sobre sua varinha. — a voz de Hermione disse perto de seu ouvido suavemente, quase em um sussurro. — Concentre-se apenas no que você pode tocar.

Erika obedeceu instantaneamente, toda a sua concentração foi para o sentido do tato com o qual ela notou a madeira de sua varinha entre os dedos e o quão forte era seu aperto nela. Ao ter os olhos fechados, seu sentido de audição foi aumentado seletivamente, focando apenas na respiração de Hermione, indicando que a morena estava perto o suficiente para que ela pudesse ouvir suas exalações.

Engraçado, ela foi solicitada a se concentrar apenas no que pudesse tocar, mas ela ainda tinha um jeito de focar em Hermione de uma forma ou de outra.

A técnica funcionou e aos poucos ela começou a visualizar uma lembrança que a deixava feliz.

Erika começou a ver a cozinha do Largo Grimmauld decorada com as cores características do Natal, os enfeites nas paredes e as risadas que ouvia ao longe. A memória ficou mais sólida, conseguindo ver todos ali sentados esquecendo por um momento tudo o que estava acontecendo lá fora e o principal motivo que os uniu ali. Eles compartilharam como se fossem uma grande família, tiveram um dia tranquilo como se fossem uma grande família.

Sem que ela percebesse, a ponta da varinha começou a soltar uma espécie de fumaça esbranquiçada transparente e brilhante, com força saiu um pequeno animal que correu pela sala precisa com energia, pulando de cabeça em cabeça e cercando Erika o máximo que podia e Hermione com entusiasmo.

— Boa menina. — Erika ouviu Hermione sussurrar de espanto ao ver o pequeno animal correndo por toda parte.

Ela abriu os olhos e não pôde deixar de ficar surpresa ao ver que um Patrono corpóreo havia saído de sua varinha. Um ouriço pequeno e bagunçado foi aquele que correu por toda parte para finalmente se dissipar quando chegou onde Harry estava conversando com Dobby.

— Eri, você viu o meu?! — Ernie perguntou entusiasmado, o garoto havia conseguido conjurar um javali que correu ao seu redor por alguns segundos.

Ela sorriu para o amigo em aprovação, ela realmente não tinha visto, mas o loiro parecia tão animado que ela não teve coragem de contar. Ela se virou para olhar para Hermione que a olhava com orgulho, olhos castanhos brilhantes que olhavam apenas para ela naquele momento. Se lançar feitiços perfeitamente fosse recompensado com aquele olhar, então ela colocaria mais esforço em encantamentos ou defesa contra as artes das trevas. Erika sorriu para ela, ia agradecer pela ajuda e conselhos na conquista do patrono, Hermione sempre sabia aparecer no momento certo para ajudá-la e essa era uma das qualidades que ela mais gostava nela.

Quando ela abriu a boca para falar, suas palavras ficaram em sua garganta quando as batidas de Dobby no chão a interromperam. Suas palavras de agradecimento foram substituídas por um sentimento de preocupação ao ver o pobre elfo bater com força na cabeça enquanto Harry o detinha alarmado e lhe dizia algumas palavras. Eles não conseguiram ouvir do que se tratava aquela curta conversa, mas quando Harry se levantou com urgência e olhou para todos com os olhos abertos, eles souberam.

— Umbridge está vindo para cá, corram! — Harry exclamou, começando a movimentar aqueles ao seu redor.

Hermione imediatamente pegou a mão de Erika para correr em direção a uma das saídas que dava para outro corredor. A Grifinória gritou para seus amigos que se encontrariam na sala comunal enquanto Erika via seus amigos seguirem caminhos diferentes, ela torcia para que nenhum deles fosse pego.

Quando as duas se viraram para chegar à saída que levava ao corujal, ouviram um baque alto vindo de trás delas. A mais alta parou imediatamente e viu Nigel no chão assim que se virou. Ela rapidamente se libertou do aperto de Hermione para correr até o garoto e ajudá-lo antes que ele fosse pego.

— Erika! — Hermione a chamou quase de forma repreensiva, como se apenas dizer o nome dela fosse suficiente para ela prestar atenção.

A garota de olhos azuis ignorou o chamado e ajudou Nigel a se levantar rapidamente, agarrando seu braço para forçá-lo a se levantar com força, aproveitando que ainda era pequeno mas sem deixar nenhum cuidado na manobra. Eles ouviram passos vindos de um dos corredores adjacentes e a Lufa-Lufa olhou para Hermione como se ela estivesse se desculpando pelo que iria fazer.

— Nigel, vá até Hermione e leve-a ao corujal. — Erika sussurrou com urgência enquanto o aproximava do moreno em um ritmo acelerado.

— Mas Eri... — o garoto disse preocupado enquanto era forçado a segurar a mão de Hermione.

— Faça isso. — Erika pediu sério e então olhou para os olhos confusos do garoto. — Vou te dar um tempo.

Nigel assentiu sem questionar mais nada, ele começou a correr arrastando Hermione que, por mais que quisesse gritar com a mais alta e voltar para buscá-la, ela não podia, fazer isso significaria delatar os três e o tempo que Erika deu-lhes para correr seria em vão.

A garota de olhos azuis começou a correr para o outro lado do corredor com a intenção de ir ao banheiro, mas após dar dois passos acabou colidindo com o corpo robusto de Vincent Crabbe, fazendo-a cair no chão enquanto ele olhava para ela com um sorriso superior.

— Peguei você, Frukke. — ele disse com um sorriso torto, cheio de zombaria e malícia.

Com força ele agarrou-a pelo túnica para forçá-la a ficar de pé, Erika começou a lutar mas tornou-se impossível quando o sonserino a pendurou no ombro como se ela fosse um saco e começou a caminhar em direção a Umbridge que já tinha Harry ao seu lado. Os olhos da mulher brilharam ao ver Erika sendo trazida chutando como se sua vida dependesse disso.

— Brilhante! Mais cinquenta pontos para a Sonserina, se conseguir pegar outra pessoa ganhará créditos extras. — a mulher cantarolou enquanto sorria para eles muito agradavelmente. —Diga à senhorita Parkinson para verificar o banheiro das meninas.

Erika revirou os olhos, é claro que Pansy estaria lá, ela não ficou nem um pouco surpresa.

Ela viu Pansy chegar de um dos corredores com a cara entediada e as mãos nos bolsos do roupão. Sua surpresa foi perceptível quando viu Erika parada na frente de Umbridge que a olhava com expectativa.

— Você encontrou mais alguém na biblioteca, Srta. Parkinson?

Pansy olhou para Erika por alguns segundos tentando descobrir como ela havia sido pega antes de responder à mulher.

— Não tinha ninguém, professora. — Pansu respondeu, depois acrescentou obviamente. — Quer dizer, haviam pessoas, mas ninguém parecia ter fugido recentemente.

— Que outro esconderijo está por perto? — a professora perguntou a Draco e Vincent.

— O corujal. — Crabbe respondeu como se a melhor ideia do mundo tivesse lhe ocorrido.

— Vá investigar imediatamente! — ela ordenou ao garoto que assentiu com confiança.

Pansy conseguiu ver os olhos da Lufa-Lufa se arregalarem ligeiramente e suspirou para si mesma. Às vezes era tão óbvio que se fosse uma questão de vida ou morte ela provavelmente já estaria morta desde o início.

— Eu vou, não confiaria em alguém que se cansa de subir na vassoura para subir no corujal. — Pansy disse, revirando os olhos para começar a andar em direção ao corujal.

O coração de Erika ainda batia acelerado por causa da adrenalina, ela conseguiu ouvir Crabbe murmurar insultos para Pansy enquanto Dolores conversava com Malfoy e outros garotos para verificar rapidamente cada banheiro do castelo. Assim que o grupo saiu, ela ficou sozinha com os dois alunos, para quem olhou com um brilho especial nos olhos.

Um brilho que eles sabiam que não era uma coisa boa.

— E vocês dois, vão me acompanhar até a sala do diretor.

Umbridge agarrou os dois pelo braço e os arrastou em direção ao escritório de Dumbledore, durante a viagem eles se entreolharam, chegando a um acordo silencioso sobre proteger um ao outro, não importa o que acontecesse.

De forma completamente deslocada, a mulher entrou na secretaria sem bater na porta enquanto empurrava os alunos para dentro. Para surpresa deles o escritório já estava recebendo visitantes, eles conseguiram ver o ministro da magia, que estava acompanhado de Shacklebolt, um homem que nenhum dos dois reconheceu e Percy Weasley que vestia um terno completamente passado e seus óculos que estavam na frente de seu olhar julgador para eles. O ministro olhou para Umbridge surpreso com a interrupção, mas sua surpresa com indícios de confusão se transformou em surpresa com indícios de espanto quando viu que Potter e Frukke a acompanhavam.

— Nossa, o que temos aqui? — pergunta o ministro enquanto olhava atentamente para os dois alunos de seu lugar.

— Potter estava voltando para a torre da Grifinória, Frukke foi pega correndo pelos corredores. — Umbridge anunciou com satisfação.

— Pego em flagrante, né? — o ministro falou com um sorriso vitorioso, ao seu lado Shacklebolt olhou para os meninos com calma. — Acho que vocês sabem por que estão aqui, certo?

Harry e Erika se entreolharam brevemente, eles não achavam que seria o ministro quem os questionaria, mas eles poderiam lidar com isso. Ambos negaram imediatamente, fingindo pura inocência, fazendo Fudge e Umbridge franzirem a testa com força.

— Vocês não sabem?

— Não. — Harry disse sério, Fudge imediatamente olhou para Erika esperando por sua resposta.

— Não sei do que você está falando. — Erika disse, aguçando a voz para soar inocente.

O ministro olhou para Dolores, que estava com o rosto muito vermelho de raiva. Erika olhou de soslaio para Shacklebolt em busca de uma resposta sobre sua presença, mas ele apenas ergueu as sobrancelhas para ela em aprovação ao que estavam fazendo.

— Não é possível que vocês não tenham ideia do motivo pelo qual a Professora Umbridge os trouxe aqui. — ele rosnou indignado ao se aproximar deles.

— Não nos disseram. — Harry respondeu simplesmente.

— Vocês não sabem que violaram uma regra da escola?

— Realmente? Quem? Onde? — perguntou Erika com falso espanto fazendo Dumbledore sorrir secretamente.

Com raiva contida o homem se aproximou dela com a intenção de intimidá-la mas não conseguiu nem um pouco, ao lado de Nathanael o ministro parecia um verme tentando intimidar mesmo quando ele nem tem olhos. Ela manteve seu olhar inocente fixo nele por alguns segundos, uma batalha de olhares que Fudge queria vencer a ponto de esquecer a presença de Potter ao seu lado.

— Não seja esperta, Frukke. — ele rosnou entre os dentes de forma arejada, o olhar fixo naqueles olhos "inocentes". — Estou de olho em você e na sua irmã, não acho que seria bom para ela saber que você está mentindo para o ministro da magia.

Diante da ameaça do homem, a falsa inocência naqueles olhos azuis desapareceu lentamente para revelar um olhar penetrante pronto para refutar se necessário. Ela não disse absolutamente nada às palavras do ministro, mas seu olhar e sua mandíbula tensa já diziam o suficiente.

Fudge considerou isso uma batalha vencida quando desviou o olhar satisfeito da Lufa-Lufa para começar a falar com Harry. Erika olhou de soslaio para Shacklebolt para garantir que tudo ficaria bem, mas ele não olhou para ela. Erika decidiu olhar para Dumbledore pela primeira vez em todo aquele tempo. Ela ficou surpresa ao ver o olhar do diretor sobre ela e ficou mais surpresa quando ele apenas sorriu suavemente para ela. A expressão no rosto do homem era calma, como se lhe dissesse que não tinha nada com que se preocupar e que tudo estava sob controle.

O bufo irritado de Umbridge foi ouvido quando Harry também não cooperou em confessar sobre o AD, a mulher decidiu ligar para quem era supostamente uma testemunha, o que significaria saber quem denunciou o AD e comprou as passagens de volta para Londres para a expulsão.

Eles viram uma garota da Corvinal entrar com o rosto coberto. Erika não conseguiu reconhecê-la, mas parecia que Harry a reconheceu porque sua testa franziu um pouco. A garota estava com a cabeça baixa e as duas mãos cobriam o rosto como se estivesse com vergonha. Umbridge encorajou a garota a revelar seu rosto para falar com o ministro, garantindo-lhe que não tinha nada a temer. Quando percebeu que não iria funcionar da maneira mais fácil, ela decidiu fazer da maneira mais difícil, ela forçou abruptamente a garota a descobrir o rosto e a visão surpreendeu todos os presentes.

— Eca. — Erika sussurrou ao ver o rosto da garota.

O rosto da garota, Marietta Edgecombe, estava completamente desfigurado por espinhas por todo o rosto, mas o mais impressionante era que aquelas espinhas formavam visivelmente a palavra SNITCH, o que significava que a maldição que Hermione havia colocado na lista havia funcionado como deveria. Ela tinha planejado isso.

Hermione foi incrível.

—A senhorita Edgecombe veio ao meu escritório e me disse que tinha algo interessante a dizer. Assim que mencionou essa sala secreta no sétimo andar, a maldição começou a fazer efeito. — explicou Umbridge com falsa tristeza, acariciando os ombros da garota. — A partir daí ela não pôde me contar mais nada por vergonha.

— E existe algum contrafeitiço? Para que a senhorita se sinta confortável em falar connosco. — o ministro perguntou.

— Eu não encontrei. — Dolores admitiu com relutância. — Mas não é necessário, vou explicar tudo o que ela me contou.

Ao ouvir isso, Erika sentiu uma onda de orgulho e emoção. Será que aquela garota não poderia ser mais perfeita? Ela realmente teve sorte de ter Hermione ao seu lado em vez de contra ela.

Enquanto Umbridge explicava palavra por palavra o que Marietta havia dito, ela tirou um pergaminho do bolso, tanto Erika quanto Harry xingaram internamente quando perceberam que era a lista de todos os membros da AD.

Fudge pegou a lista e começou a lê-la indignado, mas seu rosto demonstrava raiva ao ver o nome do grupo.

— Armada de Dumbledore, como são chamados! — exclamou a mulher exasperada. — O ministro tinha razão, ele está tentando assumir o ministério!

Os dois pareciam alarmados com Dumbledore, que observava a situação com muita calma para o gosto de ambos. O homem endireitou a postura e olhou para Umbridge e Fudge.

— Bem, meu depoimento deveria ser aqui ou no ministério? — Dumbledore falou do seu lugar.

— O que...?

— Claro, pedi a Harry para recrutar alunos, há uma razão pela qual se chama exército de Dumbledore e não de Potter. — explicou com uma calma surpreendente. — O que me torna responsável por tudo.

— Ei, você não pode...! — Erika exclamou, ganhando um olhar de advertência de Shacklebolt.

O ministro começou a rir alegremente enquanto olhava para Umbridge e seus companheiros.

— Achei que expulsar Potter e Frukke seria a cereja do bolo! — o homem disse grandiosamente, erguendo os braços no ar. — Dawlish e Shacklebolt, vocês têm minha ordem estrita de escoltar Dumbledore até a prisão de Azkaban.

Assim que Harry ouviu isso, ele tentou se aproximar, mas Erika o impediu ao acenar com a mão para ele, indicando que eles deveriam ficar parados. O garoto olhou para o homem que manteve a mão aberta dando o sinal, Harry ainda tentou convencê-los de que ele realmente era o fundador e líder da AD mas foi inútil, Fudge e Umbridge já haviam acreditado no álibi do diretor.

— Sim, bem, presumi que iríamos nos deparar com esse probleminha. — Dumbledore disse sob o olhar confuso de Fudge. — A ilusão de que... Irei silenciosamente.

A canção de Fawkes foi ouvida ao longe e todos conseguiram ver a fênix aparecer graciosamente no ar. Ela rapidamente caiu sobre Dumbledore e, assim que ele levantou os braços e conseguiu tocar o pássaro, os dois desapareceram, soltando uma espécie de onda de calor que expulsou todos para o chão com força.

Quando todos se reuniram após perceberem o que havia acontecido, Dumbledore não estava em nenhum canto do escritório, o que significava uma coisa.

Ele havia escapado.

Hogwarts ficou sem diretor.

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Na manhã seguinte, os alunos de Hogwarts ficaram surpresos ao descobrir que Dumbledore estava desaparecido e que Umbridge havia assumido seu lugar como diretora de Hogwarts. Os assistentes da Armada de Dumbledore estavam ansiosos por terem sido pegos e temiam o que a agora Diretora faria com eles.

Erika acordou mais tarde do que de costume naquela manhã, ela não se lembrava muito do que havia acontecido após a fuga de Dumbledore. Seu cérebro estava tão focado em processar o que havia acontecido que ela não reteve absolutamente nada de sua caminhada de volta à sala comunal. Ao descer as escadas conseguiu ouvir vozes altas, uma delas sendo a de Susan. Parecia que ela estava discutindo, mas ela não conseguia distinguir a voz masculina que lhe respondia.

— Eu não gostaria de saber o que você teria feito se Umbridge te pegasse. — Susan afirmou para a outra pessoa na frente dela que acabou sendo Zacharias Smith para sua pequena surpresa.

Sua amiga estava parada com as mãos apoiadas em uma das mesas indicando que ela só havia se levantado para discutir. Enquanto o loiro estava parada a poucos metros dela parecendo totalmente chateado.

— Primeiro de tudo, sou mais esperto que a Erika e não me deixaria ser pego. — ele respondeu bruscamente. — Sua estupidez poderia ter funcionado contra nós.

— O que está acontecendo? — Ernie perguntou, descendo as escadas rapidamente após ouvir a discussão do segundo andar da sala comunal.

Os dois que estavam discutindo se viraram ao ouvir a voz de Ernie, perceberam que o loiro estava acompanhado de Erika que os observava com evidente confusão. Smith não se conteve e assim que viu a garota de olhos azuis, ele se aproximou dela furiosamente, mas Ernie rapidamente o parou com um empurrão no peito enquanto ele ficava na frente da amiga para defendê-la.

— É sua culpa que Umbridge agora tenha se tornado diretora! — Zacharias exigiu, esticando o uniforme após ser empurrado. — Como você pôde ser tão estúpida para se deixar pegar?

Ernie fez menção de se aproximar do garoto de forma ameaçadora mas Erika o deteve e depois olhou para ele com um suspiro, o fato daquela mulher ser diretora não era uma boa perspectiva para ninguém. Ela não achava que algo tão pequeno como ser pego por Umbridge levaria Dumbledore a fugir do Ministério e o velho sapo se tornaria Diretor para fazê-los sofrer pelo resto do ano.

— Eu não pensei que algo assim fosse acontecer, apenas tentei proteger Nigel que havia ficado para trás. — Erika explicou com calma, não estava com vontade de discutir tão cedo. — Eu preferi que me expulsassem do que ele, que ainda é pequeno.

— Talvez expulsar a filha de um Comensal da Morte melhorasse tudo nesta escola. — ele retrucou com veneno, fazendo Frukke revirar os olhos, cansada da mesma coisa, mas Susan não ficou calada.

— Talvez expulsando sua estúpida presença a atmosfera nesta sala comunal melhore! — Bones exclamou irritada. — Não entendo seu hábito estúpido de sempre brigar com Erika, você está com ciúmes por ela ser melhor que você?

O loiro bufou incrédulo, isso havia machucado um pouco seu ego e ele olhou para a ruiva com ódio.

— Ciúmes de Frukke? Por favor! Como se pudesse sentir ciúmes por ter sua vida arruinada. — ele brincou zombeteiro enquanto cruzava os braços. — Pelo menos não fui pego de propósito, correndo o risco de fazer com que todos nós fossemos pegos.

— O fato de você não ter a capacidade de ajudar os outros é problema seu. — Ernie disse irritado enquanto o garoto fazia uma careta para ele.

— Além disso, eles já nos pegaram, Umbridge encontrou a lista na sala dos necessitados. — Erika murmurou, aproximando-se do amigo para acalmá-la. — Então não se surpreenda se ela nos chamar pela manhã.

— Ótimo, e Granger deveria ser a esperta do grupo. — disse Smith incrédulo. — Agora estamos condenados porque ela não conseguiu esconder bem a estúpida lista que nos fez assinar.

Erika imediatamente deixou de ser pacifista na situação. Ela se aproximou do loiro com os pés cheios de raiva, Zacharias sacou sua varinha e pretendia apontá-la para ela, mas por alguma estranha razão sua mão enfraqueceu e ele involuntariamente soltou a varinha. Ele pensou que tinha sido desarmado por Ernie ou Susan, mas não, nenhum dos dois estava com a varinha em punho. Foi como se a mão dele tivesse se movido sozinha, como se eles tivessem usado magia sem varinha ou algo parecido.

Quando ele olhou para cima, tentando esconder o medo, viu como os olhos azuis de Erika ficaram levemente escuros ao redor de suas íris, mantendo-os fixos nele como se ele fosse sua presa.

— Posso permitir que você fale merda sobre mim, mas não permitirei que fale merda sobre ela. — Erika rosnou na frente dele, eles eram quase do mesmo tamanho naquela época do ano, e ela ainda conseguiu intimidar o garoto. — Eu juro que se eu ouvir você dizer o nome dela de novo para falar algo ruim sobre, eu vou matar você.

Zacharias soltou uma risada nervosa enquanto desviava o olhar e recuava ligeiramente.

— Você não consegue tocar nem um fio de cabelo da sua namorada? Ninguém é perfeito, Frukke. — ele disse com zombaria e um sorriso torto.

—Não, absolutamente nada pode ser tocado. — Erika retrucou com total seriedade enquanto sua testa franzia mais, seu antebraço estava quente assim como sua mão e a maior parte de seu corpo. — Exceto você, que tem muita sorte de estar sob sua proteção mesmo quando duvidou de suas habilidades no começo. Agradeça por não estar acompanhando Edgecombe com aquelas espinhas gigantes no rosto, porque eu adoraria ver você sofrer assim.

Assim que terminou de falar, ela se afastou, dando-lhe um empurrão forte que conseguiu derrubá-lo no chão. Ela não se importou, sua cabeça parecia leve demais a ponto de ser desconfortável. Ela se sentiu tonta e seu peito doeu, embora a dor fosse leve, ainda era irritante. Sua visão começou a ficar um pouco embaçada, então ela teve que parar do lado de fora da sala comunal para tentar se acalmar.

Estúpido Zacharias, ele deveria estar grato por ela mesma não ter colocado um feitiço em seu rosto para torná-lo mais feio do que era.

Ela sentiu os passos de Ernie e Susan atrás dela, eles se aproximaram imediatamente quando a viram encostada em uma das paredes e puderam ver como uma veia em seu pescoço rapidamente parou de aparecer, como se seu fluxo sanguíneo naquela área tivesse se acalmado por um momento para outro.

— Você está bem? Você parece pálida. — Susan falou com ela, colocando a mão no rosto da amiga para perceber que ela também estava com bastante frio.

— Mais do que o normal? — Erika tentou brincar, mas Susan deu-lhe um tapa suave na bochecha como uma bronca.

— Sim, mais do que o habitual. — Ernie suspirou, olhando para a entrada da sala comunal — Aquele idiota do Zacharias, teve sorte de Hannah não estar lá.

É verdade que nem Hannah nem Justin estavam na sala comunal naquela manhã, ela não teve tempo de questionar a presença deles.

— Onde está Hannah? — Erika perguntou com um pouco de medo na voz.

— Com Sprout, assim como Justin. — Susan respondeu, começando a caminhar em direção à grande sala de jantar. — Estávamos conversando sobre o que aconteceu pela manhã e ela chegou de repente, queria falar com você mas ainda estava dormindo. Ela os levou para perguntar coisas.

— Por que não me acordaram?

— Tirando o fato de você estar com um humor horrível quando te acordam, queríamos deixar você descansar. — a ruiva admitiu enquanto subiam as escadas. — Parece que você não se lembra mas estava um pouco dissociada quando chegou.

Era verdade, ela também não lembrava se haviam falado com eles ou não quando chegou na sala comunal. Ela tinha vagas lembranças de McGonagall conduzindo-a para fora da sala do diretor e depois caminhando ao lado do Frade Gordo que a acompanhou até a sala comunal. Depois disso, segundo ela, apenas caminhou em direção ao quarto tentando pensar no que aconteceria no dia seguinte.

Ela não sabia que tentar processar o que aconteceu funcionaria tanto contra ela.

Assim que chegaram ao grande salão, eles notaram alguns alunos da Sonserina na entrada parando alunos aleatórios. Erika franziu a testa confusa, sem entender por que aquilo estava acontecendo, mas entendeu assim que uma mão pálida foi colocada na frente de seu rosto, forçando. ela parar.

— Esvazie os bolsos, Frukke. — Draco Malfoy disse a ela com um tom arrogante.

— Você tem que ser muito estúpido para pensar que vou te ouvir. — Erika respondeu, revirando os olhos para tentar retomar seu caminho, mas Malfoy a parou novamente, colocando-se na frente dela enquanto colocava as mãos em seus quadris. — O que diabos há de errado com você?

— Esvazie os bolsos. — ele repetiu quase se gabando enquanto apontava para a insígnia que estava sob sua insígnia de prefeito.

Erika semicerrou os olhos para ver melhor o crachá onde podiam ser lidas as iniciais BI. Ela se virou para olhar para seus amigos que estavam tão surpresos quanto eles.

— BI..? — Erika perguntou ao loiro, lendo em voz alta. — Eu não sabia que te deram distintivos por ser um completo idiota.

Imediatamente as bochechas do loiro ficaram avermelhadas de raiva pela zombaria da garota, cor que aumentou ao ouvir as risadas dos amigos atrás dela. Os tolos texugos pagariam caro.

— 50 pontos a menos para a Lufa-Lufa por ser engraçada. — ele rosnou para ela. Com o canto do olho você podia ver os cristais amarelos diminuindo no balcão.

Imediatamente os três ficaram chocados e olharam para ele com indignação.

— Você não pode tirar pontos dela, ela é monitora. — Ernie exigiu imediatamente.

— Aqueles de nós que fazemos parte da brigada inquisitorial temos o poder para fazê-lo. — Malfoy disse orgulhoso enquanto estufava o peito.

— Brigada de idiotas, sim. — Susan murmurou para si mesma.

— Eu ouvi isso, Bones. Outros 50 a menos para a Lufa-Lufa.

Os três observaram enquanto as pedras amarelas ficavam cada vez menores e suspiraram, será que a pontuação das casas importava mesmo com Umbridge como diretora?

Relutantemente, Erika tirou tudo o que tinha nos bolsos, pelo que ela entendeu, eles haviam sido enviados para pegar alunos que infringissem as regras ao carregar itens proibidos ou adulterados. Felizmente para ela, ninguém carregava nada além de suas varinhas.

Quando finalmente entraram na grande sala de jantar e se aproximaram da mesa viram Justin e Hannah comendo em silêncio. Foi o moreno quem percebeu seus amigos se aproximando e os observou como se estivesse esperando que eles lhe contassem algo novo.

— Os idiotas da entrada falaram alguma coisa para vocês? — Hannah perguntou enquanto os observava se sentarem.

— Aquele nojento do Draco nos deu problemas. — Erika respondeu, arrumando o cabelo.

— Como vai você? — Justin perguntou abruptamente.

Erika olhou para ele com atenção por alguns segundos, ele parecia preocupado e tinha olheiras indicando que não havia dormido muito. Hannah era a mesma, ambas pareciam não ter fechado os olhos a noite toda.

E assim foi.

Hannah ficou acordada a noite toda cuidando de Erika caso algo acontecesse. Quando ela chegou na sala comunal eles a viram um pouco distraída e foram direto para seu quarto, o Frei Gordo contou tudo o que havia acontecido desde Umbridge pegando-a no passeio depois que Dumbledore escapou. Para a loira isso foi o suficiente para a amiga se desconectar do mundo, então ela tomou a decisão de ficar acordada a noite toda para ter certeza de que não teria pesadelos ou que seu pai não aproveitaria seu momento de fragilidade para fazer seu vômito sangue novamente.

Justin, por sua vez, levantou-se antes de todos, não conseguia dormir devido à ansiedade gerada por não saber o que aconteceria no dia seguinte além da crescente preocupação que sentia pela amiga ao vê-la chegar totalmente desconectada do mundo. Ele desceu para a sala comunal no meio da noite caso Erika tivesse acordada por algum motivo e descido, mas não, em vez de se deparar com quem ele pensava que era, ele se deparou com Hannah que havia descido para tomar uma xícara de café.

Os dois sentaram-se em frente à lareira no sofá e foi lá que adormeceram acidentalmente, Hannah usando o ombro de Justin como travesseiro enquanto sua cabeça caía para trás. Horas depois, Susan os encontrou e decidiu acordá-los com uma xícara de chá antes que Sprout aparecesse e os levasse com ela.

Mas eles não contariam para Erika que fizeram tudo isso por ela, sabiam como ela reagiria.

— Estou bem. — Erika respondeu naturalmente. — Sobre o que Sprout falou com vocês?

— Ela nos perguntou se haviam capturado algum de nós além de você. — Justin disse a ela, apoiando-se na mesa. — O bom é que não, cheguei na biblioteca e não sei como saímos ilesos.

— Por que?

— Parkinson. — Susan disse em um sussurro. — Ela caminhou pelos corredores e não olhou para ninguém, era bastante óbvio que muitos de nós havíamos escapado mas ela não se importou.

— Lá também?! — Hannah exclamou surpresa, chamando a atenção dos amigos. — Ela também foi até o corujal, olhou para fora por um tempo e depois saiu fazendo cara de nojo com o cheiro.

Todos permaneceram em silêncio, parecendo surpresos, processando o que reuniram de cada história, embora a mais surpresa fosse Erika, ela pensava que estava trabalhando com Umbridge porque seguia Draco ou porque queria se sentir superior. Por que ela não os denunciou?

— Nunca pensei em dizer isso... Pansy Parkinson nos salvou. — a loira murmurou.

— Deveríamos agradecê-la? — Ernie perguntou confuso.

— Não, se agradecermos a ela, ela certamente nos causará problemas. — Justin argumentou e depois olhou para Erika. — O que você acha?

– Vou falar com ela. — Erika respondeu mexendo seu mingau de aveia com um olhar um tanto perdido.

Seu olhar encontrou seu lugar na mesa da Grifinória ao mesmo tempo em que Harry foi levado para fora do grande salão por Filch, seus olhos imediatamente caindo sobre Hermione e Ron que pareciam preocupados com a situação. Claro, eles provavelmente estavam preocupados com a possibilidade de expulsar Harry também, mas nesse caso eles a teriam levado embora também. Talvez o que aconteceu depois que ela saiu para sua sala comunal.

Os olhos de Hermione mudaram das grandes portas do Salão Principal para a mesa da Lufa-Lufa, como se seu instinto lhe dissesse que ela estava sendo observada de lá. Ela ficou com medo de que Erika também fosse tirada do local, mas ao perceber que ainda estava ali, olhando para ela, sentiu um leve alívio, mas sem tirar a expressão preocupada.

Sem dizer nada, a garota de olhos azuis levantou-se para caminhar em direção à mesa da Grifinória com a intenção de conversar com eles sobre o que aconteceu na noite anterior, além de parabenizar Hermione porque a maldição do pergaminho havia sido um sucesso.

— Você é uma idiota, Erika Anette! — Hermione a repreendeu assim que ela se aproximou, fazendo a Lufa-Lufa congelar no lugar antes de se sentar entre os irmãos Weasley. — Sendo pega e forçando Nigel a não me deixar te ajudar novamente!

Hermione parecia totalmente indignada a ponto de Erika se arrepender brevemente de ter se apresentado. Ela não esperava ser saudada com flores, mas também não esperava ser repreendida. Ela olhou para Ron e Ginny em busca de ajuda, mas eles estavam apenas segurando um sorriso.

— Bom dia para você também... — Erika respondeu, endireitando as costas nervosamente e engolindo em seco. — Eu fiz isso para que você não se metesse em problemas e, aliás, não me arrependo de nada.

Hermione olhou para ela incrédula e bufou, revirando os olhos enquanto balançava a cabeça, gerando total rejeição ao que tinha ouvido. Isso foi completamente compreendido por Erika, que se arrependeu um pouco de suas palavras e procurou a ajuda dos ruivos ao seu lado.

— Olha, pelo menos ela está viva. — Ginny falou numa tentativa muito vaga de ajudar.

— Devo esperar que ela morra? — a morena desabafou imediatamente.

— Não, mas a coisa mais grave que poderia ter acontecido com ela era a expulsão. — Ron se juntou, levantando o dedo como se estivesse apresentando o melhor argumento.

— Claro, como se fosse melhor!

O tom de Hermione não suavizou em nenhum momento e seu olhar ficava mais severo a cada palavra que saía de sua boca, a ajuda dos Weasley não era muito bem tolerada por Granger e Erika só conseguia franzir os lábios tentando pensar no que dizer. Claro, ela estava com um pouco de medo de ser repreendida por Hermione, mas ainda assim não conseguia evitar de se sentir um pouco feliz por saber que se importava com ela.

— A propósito, Hermione, o feitiço que você colocou no pergaminho da AD funcionou maravilhosamente bem. — a mais alta mencionou, tentando aliviar o clima e fazer Hermione esquecer seu aborrecimento. — Ela não está aqui agora, mas foi a amiga de Cho quem nos denunciou.

— Edgecombe? — Ginny perguntou atônita, Erika assentiu. — Isso significa...

— Sim, o rosto dela está horrível agora. — Erika disse, então olhou para Hermione com um grande sorriso. — Ninguém conseguiu tirar essas espinhas, você realmente é incrível, Hermione.

É claro que ela corou com o elogio, mas não podia deixar Erika acreditar que tudo tinha solução dizendo coisas boas para ela.

Bem, sim, poderia, mas não naquela ocasião. Ela não estava chateada, mas ainda estava em conflito com o quão descuidada a garota mais alta tinha sido naquela noite.

E Erika percebeu que o elogio não foi suficiente para mudar a cara de mau dela, foi aí que ela começou a se assustar. Ela realmente ficou chateada com ela? Ela procurou a ajuda de Ron mas ele estava comendo, ignorando a situação enquanto Ginny conversava com Luna que havia chegado sabe-se lá quando, tirando a ruiva da situação que estava acontecendo.

Erika não pude acreditar.

Ela estava sozinha.

Hermione estava chateada com ela e agora ela não sabia o que fazer.

____________________________________

— Ela só está preocupada, não é o fim do mundo, Eri.

Quando chegou a hora do almoço, Erika sentiu como se seu mundo tivesse caído e explodido em mil pedaços. Segundo ela, Hermione a ignorou durante todas as aulas que compartilharam, mas isso era realmente um exagero. Ela não a ignorou, elas simplesmente fizeram simulações de NOM onde por motivos óbvios a morena não conseguia se virar para olhar para ela a cada cinco segundos.

Mas isso foi o pior para ela.

Erika não achava que salvá-la de algum idiota da brigada estúpida de Umbridge a deixaria brava com ela. Talvez ela não quisesse que a salvasse? Certamente ela poderia ter feito isso sozinha!

Talvez ela fosse a pior pessoa na mente de Hermione agora.

Obviamente foi um exagero.

— Ela está me ignorando! — Erika choramingou, deixando a cabeça cair na mesa enquanto era observada por Alex que havia acabado de chegar na mesa do texugo, sentado entre Justin e Hannah. — Há alguns dias percebi que ela gosta de mim, mas provavelmente não gosta de mim mais e prefere outra pessoa que é menos descuidada e não faz as coisas sem a pedir!

Seus amigos se entreolharam sem saber o que fazer, Erika estava exagerando demais e alguém tinha que impedi-la de ter a ilusão de que Hermione a odiava.

— Entendo, é sobre Hermione. — Alex assentiu assim que entendeu o motivo do comportamento estranho (e bobo) de sua prima. — Não fique tão mal, acho que ela gosta mais de você agora.

Como uma mola, a cabeça da garota de olhos azuis afastou-se da mesa para olhar atentamente para o primo, que não pôde deixar de soltar uma pequena risada com aquela reação.

— Por que? — Erika perguntou rapidamente.

— Porque agora você é uma garota má que quebra as regras e garotas como Hermione gostam de garotas más. — Alex disse zombeteiro e a Lufa-Lufa deixou cair a cabeça na mesa novamente enquanto reclamava.

— Você é um chato. — ela murmurou em um gemido.

Finalmente Alex acabou soltando uma risada que Justin imediatamente desaprovou, pulando para ajudar a amiga.

— Não dê atenção nele, ele só tem razão em dizer que não Hermione te odeia. — disse ele após fazer uma cara de desaprovação para o ruivo. — Fale com ela e pergunte o que a incomodava, como Ernie disse é muito provável que ela apenas se preocupasse demais.

— Sim...?

— Sim.

Levantando a cabeça da mesa ela assentiu, ia fazer isso, ela tinha que falar com Hermione para que ela parasse de pensar demais. Justin estava certo, certamente Hermione estava preocupada demais e estava pensando nisso novamente.

Ela decidiu procurá-la quando a hora do almoço terminasse antes que a covardia tomasse conta, principalmente agora que sabia que Hermione sentia o mesmo, tinha que causar uma boa impressão nela! Mas também melhorar a sua atitude, então esse seria o primeiro passo.

Erika a procurou por todo o castelo mas não conseguiu encontrá-la, decidiu procurar fora dele nos jardins, arredores e no final a encontrou caminhando em direção à cabana de Hagrid com Harry, Rony e o próprio Hagrid. O meio-gigante notou sua presença quando se virou para dizer algo ao trio dourado, parou de andar e os três se viraram curiosos para saber para quem Hagrid estava chamando para se aproximar.

A Lufa-Lufa chegou ao lado deles depois de andar e os cumprimentou com encorajamento enquanto ficava ao lado de Hermione, que a observava com um sorriso suave.

— Erika, estava procurando por você! — Hagrid disse a ele, renovando a caminhada. — Encontrei eles primeiro, eles também não sabiam onde você estava então presumi que você estivesse ocupada.

— Ah, eu não estava ocupada, só que depois de comer tive que fazer alguma coisa. — Erika respondeu enquanto acompanhava o ritmo deles enquanto olhava de soslaio para Hermione de uma forma não tão sutil.

Hermione observou Erika percebendo o olhar nada sutil que ela estava lançando para ela, o que ela presumiu ter a ver com a conversa matinal em que a repreendeu. Ela já havia ficado um pouco chateada no momento em que descobriu que ela se deixou prender por Umbridge, ela sentiu que não teria assumido a responsabilidade de ser expulsa de Hogwarts por contradizer um funcionário do ministério. Sua preocupação aumentou quando viu Pansy Parkinson andando em silêncio sem dizer nada, a presença daquela garota nunca foi um bom sinal, principalmente nesse caso.

Assim que retornaram para a sala comunal descobriram que Harry e Erika haviam sido levados por Umbridge para Dumbledore e o ministro, foi pior para ela quando Harry voltou e comentou tudo o que aconteceu. A preocupação deles disparou durante toda a noite, se Dumbledore não tivesse assumido a responsabilidade, Erika e Harry certamente teriam sido expulsos.

E ela não sabia o que faria sem sua melhor amiga e muito menos sem a garota que assombrava seus pensamentos todos os dias.

Eles seguiram Hagrid até a floresta proibida em total silêncio, em nenhum momento foram informados do que iriam fazer ou para onde iriam. Erika perguntou sutilmente a Rony se ele sabia no que eles estavam se metendo, mas ele não conseguiu responder, já que Hagrid nunca lhes contou nada, eles só o seguiram porque ele pediu.

— Onde você disse que íamos, Hagrid? — Harry perguntou enquanto olhava ao redor, tudo estava absolutamente silencioso exceto seus passos.

— Sinto muito por ser tão misterioso, mas prometo que há um motivo. — Hagrid disse a eles em um sussurro.

Eles foram cada vez mais fundo na floresta, o que fez com que a temperatura caísse à medida que avançavam. Eles começaram a sentir arrepios no corpo. Ron conseguiu ver como a ponta do nariz de Erika ficou vermelha devido ao frio que fazia ali.

De repente Hagrid parou, forçando os alunos a fazerem o mesmo. Antes de perguntarem ao meio gigante se deveriam ver alguma coisa, eles sentiram o chão começar a tremer enquanto ruídos abafados parecidos com passos chamavam a atenção de todos. Eles imediatamente olharam para Hagrid com medo, qualquer coisa que pudesse abalar a terra daquele jeito na floresta proibida era algo que eles deveriam ficar longe.

— Tenho medo que... A qualquer momento me demitam. — ele disse em um sussurro enquanto se virava para vê-los, o tremor no chão agora era mais forte e o baque soava muito mais profundo do que antes. — Eu não poderia deixá-lo sozinho...

Enquanto Hagrid falava os quatro começaram a levantar a cabeça conforme o barulho aumentava, atrás de Hagrid eles conseguiram ver como uma figura gigante apareceu olhando para todos os lados quase como se estivesse desorientado.

— Hagrid...? — Ron perguntou com um grito de medo.

— Grawpy, trouxe companhia para você. — Hagrid disse ao gigante enquanto seus alunos o olhavam aterrorizados.

— Tem nome?! — Hermione exclamou em um sussurro.

O gigante, chamado Grawpy pelo que entenderam, olhou para os quatro convidados que o olhavam com medo e curiosidade. Uma tentativa de sorriso apareceu em seu rosto e ele começou a se aproximar deles com passos rápidos e eles imediatamente começaram a recuar, Erika pegou a mão de Hermione e enquanto eles recuavam ela a moveu para trás de forma a protegê-la. Houve um certo momento em que o gigante parou por obrigação, sentiram um barulho surdo e o viram sendo puxado para trás por uma corda que estava amarrada em seu tornozelo.

Os corações dos quatro batiam tão rápido que eles pareciam que iriam explodir do peito a qualquer momento.

— Eu não poderia deixá-lo sozinho... Ele é meu irmão. — Hagrid disse, olhando para baixo com tristeza.

— Irmão...? — Erika perguntou enquanto soltava lentamente a mão da morena.

— Bem, meio-irmão. — ele murmurou. — Mas ele é inofensivo, só gosta de conhecer gente nova.

O gigante começou a seguir uma borboleta que passava diante de seu rosto, a qual, em menos de um segundo, esmagou com suas grandes mãos, fazendo com que os três grifinórios e a lufa-lufa engolissem em seco.

— Inofensivo... — Harry murmurou, como se tentasse se convencer.

— Eles são seus novos amigos, Grawpy! — Hagrid falou animado. — São Harry, Rony, Hermione e Erika! — ele disse ao gigante enquanto apontava para cada um. — Espero que você não se importe se eu te chamar de Hermy, seu nome completo é um pouco difícil de lembrar.

Ron e Erika seguraram uma risada com o apelido, Erika realmente achou fofo, mas ainda assim a fez rir um pouco. Hermione, por sua vez, balançou a cabeça, indicando que não tinha problemas com o apelido.

O gigante olhou para eles novamente e começou a tentar se aproximar deles, especificamente de Hermione. Eles rapidamente começaram a se afastar e Erika conseguiu ficar na frente de Hermione, fazendo com que o gigante a agarrasse pela barra do manto como se ela fosse uma espécie de boneca de pano. Imediatamente o trio dourado soltou gritos de horror.

— Não, Grawpy! — Hagrid exclamou repreendendo. — É ruim agarrar as pessoas!

— Hagrid, faça alguma coisa! — Hermione exclamou apavorada.

Ron rapidamente procurou algo para ajudar, pegou um pequeno tronco e se aproximou com a intenção de acertar o gigante para fazê-lo soltar o amigo, mas ele quebrou assim que ele tocou, assustando ainda mais o ruivo. Harry tentou atirar pedras nele, mas nada disso afetou o grandalhão.

— Coloque-me no chão! — Erika exigiu, movendo os braços como se fosse capaz de causar algum dano com um golpe. — Você é muito rude, vai estragar a única túnica limpa que tenho!

Ao barulho que chegou aos seus ouvidos, Grawpy percebeu que havia levado a pessoa errada. Ele fez uma cara de nojo e depois bufou pelo nariz fazendo com que um pouco do ranho do gigante caísse sobre Erika que fez um barulho de nojo igual aos que assistiam lá de baixo. Ele relutantemente a deixou no chão, fazendo com que ela caísse abruptamente na posição sentada.

Erika rapidamente começou a limpar as roupas e o rosto, ela tinha certeza que a qualquer momento iria vomitar se não limpasse rapidamente o muco que o gigante havia jogado nela. Ela sentiu alguém pegá-la e rapidamente tirá-la dali para sentá-la em uma pedra e segurar seu rosto com delicadeza e preocupação.

— Você está bem?! — Hermione perguntou, penteando o cabelo dela para trás enquanto enxugava o rosto dela com um lenço.

— Estou bem. — Erika assegurou fazendo uma careta já que a outra menina estava sendo um pouco rude na limpeza do rosto. — Acho que terei que tomar um banho quando voltar.

Hermione assentiu enquanto colocava o lenço no bolso, ela iria jogá-lo fora quando voltassem para o castelo.

Hagrid decidiu voltar ao castelo antes que algo pior acontecesse. Durante o caminho, o meio-gigante parecia totalmente preocupado e até culpado pelo que havia acontecido a ponto de não sair do lado de Erika durante todo o caminho de volta.

— Sinto muito, Erika. — ele se desculpou, pela quinta vez, ao voltarem para o castelo. — Juro que nem sempre é assim.

— Eu já te disse, Hagrid, está tudo bem. — Erika assegurou com um suspiro. — Não estou chateada, acredite. Eu sei que ele é um bom... Gigante? Se ele fosse mau, provavelmente teria me jogado no castelo como uma goles, em vez de me deixar onde me levou.

— Pelo menos agora sabemos que Hermione encontrou um admirador. — Harry zombou, enfurecendo a nomeada.

— Não é motivo para rir! — Hermione ficou chateada, envergonhada. — Se Erika não tivesse ficado na frente ele teria me levado.

— Claro, e ele a soltou quando percebeu que não era você. — aquele de óculos argumentou zombeteiramente. — Já sabemos a quem recorrer toda vez que Malfoy te incomodar.

— Seu cavaleiro de armadura brilhante. — Ron se juntou com uma risada zombeteira.

Hermione balançou a cabeça depois de bufar de aborrecimento, olhando para Erika novamente para ter certeza de que ela estava bem. Erika havia tirado a túnica, ela estava cheia de sujeira e muco gigante então ela parecia um pouco mais decente apenas com o suéter, embora sua saia ainda parecesse suja devido à maneira abrupta como foi deixada no chão.

Seu cavaleiro não tinha realmente uma armadura brilhante, mas sim uma armadura cheia de sujeira e muco gigante.

A mão da morena iniciou um pequeno trajeto para pegar a mão da garota que caminhava ao seu lado. No começo ela ficou um pouco nervosa, mas quando sentiu que sua mão estava segurada com segurança e carinho, ela parou de se preocupar. A garota de olhos azuis olhou de soslaio para Hermione assim que elas se deram as mãos em silêncio, e em silêncio elas caminharam mais devagar que os outros para que pudessem ficar sozinhas para que Erika pudesse começar a conversar.

— Eu deixei você chateada de novo? — Erika perguntou depois de pensar em diferentes maneiras de perguntar sobre o assunto.

— Chateada?

— É que... Você me repreendeu no café da manhã, acho que forçar Nigel a te levar para um lugar seguro sem te perguntar não foi a coisa mais apropriada a se fazer...

Hermione parou e Erika olhou para ela confusa, a morena estufou o peito de ar e pacientemente o soltou enquanto fechava os olhos. Ela pegou as mãos de Erika e olhou-a diretamente nos olhos.

— Não estou com raiva, Erika, só fiquei preocupada. — Hermione esclareceu gentilmente enquanto mordia os lábios. — Eu estava com muito medo que eles te expulsassem e que eu nunca mais te visse.

— Você não está com raiva? — Erika perguntou surpresa, seus olhos ganhando um pequeno brilho que fez o coração de Hermione derreter.

— Não, de jeito nenhum, sinto muito que você tenha pensado errado. Minha preocupação em não saber se você estava bem ou não era demais, talvez tenha me incomodado por não poder ter feito mais a respeito do AD ou ajudado você a levantar Nigel, mas não é nada sério. — Hermione confessou, e depois acrescentou divertida. — Nigel me implorou para não ficar brava com você, sinceramente.

Erika riu baixinho ao imaginar o pequeno Nigel implorando para Hermione não ficar brava com ela, Erika sabia que a morena ficaria fraca diante do pedido do garotinho e imaginou a cara complicada de Hermione para não falar nada para o pobre menino.

— É bom saber que alguém está me apoiando na casa da Grifinória. — Erika comentou divertida, andando novamente atrás de seus dois amigos e de Hagrid.

— Não só na Grifinória... — Hermione murmurou com um pouco de suspeita. Vendo a curiosidade nos olhos de Erika, ele suspirou. — Parkinson, ela não nos entregou.

— Foi o que ouvi.

— Acho que foi por sua causa.

Erika franziu a testa imediatamente.

— Por que você acha isso?

— Não sei, ela age de forma estranha quando se trata de você. — Hermione murmurou franzindo a testa em uma vaga tentativa de esconder o ciúme. — Pensei que ela não era sua amiga.

Erika baixou um pouco o olhar, se ela pensasse bem, seria muito egoísta da parte dela não considerar Pansy uma amiga. Ela salvou seus amigos de Umbridge sem ser questionada, e sua reação ao descobrir que não a considerava tão próxima foi o suficiente para saber que Parkinson se importava com algo assim. Ela nunca pensou que a veria magoada por algo assim.

— Agora é. — Erika assentiu decididamente. — Pansy é minha amiga agora.

— Acho que Parkinson pode ser uma pessoa decente se conviver com as pessoas certas...

Assim que chegaram ao castelo, Rony perguntou a Erika se ela tinha que ir para o outro lado do castelo já que eles teriam que ir para a orientação acadêmica com McGonagall. Infelizmente para eles, Erika não deveria ir para esses lados. o que significava que eles tinham que separar caminhos.

— Boa sorte na orientação acadêmica. — Erika disse aos três enquanto Hermione soltava sua mão com pesar.

— Você já teve o seu? — Harry perguntou.

— Não, mas é cedo. — Erika respondeu, fingindo um arrepio. — Sprout parece muito gentil, mas é bastante exigente quando se trata de tirar o melhor de todos.

— Eu vejo isso. — Ron assentiu divertido. — Até mais, Eri.

Harry e Ron começaram a andar, mas Hermione permaneceu imóvel em seu lugar. De um momento para o outro a Lufa-Lufa viu como ela se aproximou dela para deixar um breve beijo em sua bochecha que a deixou sem palavras.

— Obrigada por me salvar duas vezes. — Hermione disse a ela com um sorriso torto enquanto caminhava lentamente para trás, prendendo uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.

Erika a observou sair em ritmo acelerado atrás de seus amigos enquanto um sorriso bobo aparecia em seu rosto. Não, não era um sorriso bobo, era um sorriso de apaixonada.

Embora fosse quase o mesmo.

Ela olhou em volta para ter certeza de que estava sozinha e levantou os braços em comemoração. Hermione não a odiava e beijou sua bochecha novamente! Se ela tivesse que salvá-la de um dragão a qualquer momento ela o faria sem pensar para ganhar um beijo na bochecha da morena.

— Você parece uma idiota. — disse uma voz monótona atrás dela.

Assustada, ela se virou e viu que Pansy Parkinson a olhava entediada enquanto carregava um livro sobre transformações na mão. Era muito provável que ela estivesse lendo em um dos jardins do castelo se preparando para os exames.

— Olá para você também. — Erika murmurou envergonhada, pigarreando. — O que você está fazendo? — ela perguntou apontando para o livro que carregava na mão.

— Lendo, o que mais?

— Ah...

Elas permaneceram em um silêncio constrangedor, Erika não sabia como abordar o assunto sobre o que aconteceu com o AD e Umbridge. O que iria dizer a ela? "Obrigada Pansy por pensar nos outros"? Até pareceu um insulto para o Sonserino.

— Ei, obrigada por... Você sabe, nos salvar naquela noite. — Erika escolheu dizer tentando soar legal aos ouvidos de Parkinson.

— De uma forma ou de outra. — Pansy suspirou passando a mão pelo cabelo perfeito e arrumado. — Ouvi dizer que Dumbledore escapou e é por isso que a maldita Umbridge é a Diretora.

— Sim, foi... Foi tudo muito estranho. — Erika respondeu, desviando o olhar com uma leve carranca. — Achei que você estava na brigada porque gostava de Umbridge.

— Tenho que ser uma completa idiota para concordar com o que aquela mulher faz. — Pansy disse depois de bufar divertida com a suposição da Lufa-Lufa. — Devo manter uma imagem com meu pai, Umbridge fala bem de mim para ele e para que ele não me incomode por eu não fazer as coisas direito. — ela explicou e depois olhou para ela sem mudar a expressão entediada. — O problema é que ser sua babá em tempo integral complica as coisas para mim.

Imediatamente a testa de Erika franziu-se de indignação, o que Parkinson tinha ao se autodenominar sua babá?

— Você não é minha babá, acho que já tenho idade para cuidar de mim mesma. — Erika imediatamente falou sério. — Eu não pedi para você não delatar o pessoal do AD, você fez isso sozinha, então não me culpe se seu pai ou... Sei lá, sua mãe te falar alguma coisa.

— Cala a boca, você acha que eu não sei? — a garota frustrada rosnou, deixando os ombros caírem. — Mas não estou mentindo para você quando digo que é algo que vem até mim por mais que eu tente não fazer, é como se eu fizesse inconscientemente e por isso às vezes tenho vontade de bater na sua cabeça. — ela exclamou cheia de frustração sob o olhar ofendido da Lufa-Lufa. — Além disso, ela é madrasta, não mãe.

— Não me culpe por querer ser uma boa pessoa. — Erika disse a ela, apertando os lábios em aborrecimento e depois olhando para ela confusa. — Madrasta? Desde quando?

— Desde... Sempre? — Pansy olhou para ela incrédula, ela presumiu que durante todo aquele tempo era óbvio que aquela mulher era sua madrasta. — Pensei que você saberia, o fato de eu não me parecer em nada com aquela mulher é muito perceptível.

— Bom, sempre achei que você se parecia mais com seu pai. — Erika argumentou franzindo os lábios ao perceber que havia assumido que tudo estava errado desde que conheceu Pansy. — Como você sabia?

— Bem, diferente de você, Draco foi esperto e perguntou a Lucius sobre Alethia porque ele sempre achou estranho não nos darmos muito bem. Ele disse a ele que era minha madrasta, mas para não contar a ninguém, meu pai gosta de pensar que se casou com ela desde o início, em vez de com minha mãe biológica.

— Por que?

— Ainda não chegamos nessa parte mas entre famílias nobres os casamentos são arranjados, parece que meu pai nunca gostou da minha mãe biológica. — ela falou naturalmente, dando a entender que não pensou muito no assunto depois de anos.

Erika decidiu não perguntar mais nada, a família de Pansy sempre a intimidou. Sua madrasta, Alethia, era mais intimidadora do que seu pai, embora ela não a visse com frequência devido ao seu trabalho em Gringotes. Embora ela tivesse estatura média, sua personagem era parecida com a de Pansy, ainda mais durona, e é por isso que ela pensou que era sua mãe biológica por anos.

Embora ela não pudesse deixar de se sentir mal pelos pais biológicos de Pansy, casar por causa de tal obrigação nunca parecia ser bom. Pelo menos ela estava longe o suficiente do pai para que ele não quisesse combiná-la com alguém por obrigação.

— Estou indo embora, tenho que ajudar Theodore com os feitiços antes que ele se distraia tentando flertar com Tracey ou Daphne. — a Sonserina anunciou, esticando um pouco o corpo.

— Oh, Ok. Obrigada novamente por...

Pansy suspirou e a interrompeu acenando com a mão em sinal de que isso já era o suficiente, blá, blá, uma vez que era o suficiente para ela, não queria se lembrar pela segunda vez consecutiva que havia salvado a pele dos amigos de Frukke.

Em silêncio ela saiu de lá a caminho de sua sala comunal enquanto Erika a seguia com o olhar, era a primeira vez que elas tinham uma conversa relativamente normal depois de tanto tempo.

Não foi tão ruim assim.

_______________________

Os NOMs aconteceram em apenas uma semana, as semanas anteriores passaram rápido o suficiente para que ninguém percebesse. De um momento para o outro eles deixaram de se concentrar na Copa de Quadribol e passaram a retomar os estudos por mais de cinco horas na biblioteca.

Susan fez Erika estudar Astronomia como se não houvesse amanhã, a menina de olhos azuis ainda se esquecia de como preencher um mapa astral sem se distrair, já que era um conhecimento crucial para passar no NOM da matéria. Por outro lado, Neville ajudou a todos com Herbologia depois que Hannah lhe pediu o favor em troca de acompanhá-lo a uma estufa no Beco Diagonal durante o verão.

Na História da Magia foi onde as coisas ficaram mais tensas para o grupo de amigos.

— Erika, concentre-se. — Justin repreendeu após jogar uma bola de papel nela.

A garota de olhos azuis estava mais desfocada que o normal, não era como se ela estivesse estudando de última hora, naquele momento era tudo uma resenha, o problema era que ela não estava nem um pouco interessada no que estava lendo. Ela não conseguia se concentrar totalmente se o que lia não chamasse sua atenção. O que importava com a formação da confederação internacional de mágicos? Ou a grande revolução dos elfos que tinham nomes ridículos, mas ainda procuravam uma maneira de encontrar igualdade no mundo bruxo.

Bem, talvez ela se importasse com os direitos dos duendes depois de estudar esse assunto com Hermione.

Mas ela não se importou com o resto.

— Olha, é só reunir as informações para o exame e depois você pode esquecer. — Hannah disse a ela suspirando. — Eu sei que você não está interessada em história da magia, mas deveria se preocupar com sua nota.

— Não preciso ter excelentes qualificações para cuidar de criaturas mágicas. — Erika murmurou com a cabeça apoiada na mesa.

— Ah, não seja medíocre, Erika. — Susan repreendeu seriamente, olhando-a severamente. — Tente pelo menos fazer um pequeno esforço para ter algo melhor que Troglodita.

— Sim, ela está certa. — Ernie concordou, balançando a cabeça. — Desculpe, amiga, não posso ficar do seu lado nessa.

Erika rosnou, ela odiava quando todos os seus amigos concordavam em estar certos.

O estudo chegou ao fim naquele dia quando o relógio bateu nove horas da noite e Madame Pince andou em volta das mesas anunciando que a biblioteca estava prestes a fechar. Eles começaram a juntar suas coisas cansados ​​e caminharam em direção à saída com uma vontade enorme de descansar o cérebro, não queriam saber mais nada sobre a história da magia até o exame.

Passaram pelas diferentes mesas onde grupos de estudo de diferentes casas ainda liam ou tomavam notas. Em uma das mesas individuais e rodeada de livros, Hermione estava lendo sobre Transfiguração completamente concentrada, ela não parecia cansada à primeira vista mas parecia um pouco estressada.

Lá ela se lembrou da ideia que seus amigos lhe deram.

— Oi, Susan. Você vai nos dar folga neste fim de semana? — Erika perguntou enquanto desciam as escadas.

Susan ficou encarregada de ajudar a organizar seus amigos para os estudos, ela não era muito exigente, mas teve que pressionar Erika e Hannah para se concentrarem e tentarem relaxar aqueles que ultrapassaram os limites como Ernie ou Justin.

— Sim, estudar muito dias antes é pior. — ela respondeu, caminhando em direção ao barril que dava acesso à sala comunal. — Por quê?

— Não, nada. Eu queria dar um passeio.

Um passei que ela não iria dar sozinha.

Assim que chegou o fim de semana, ela se levantou com a intenção de organizar o passeio para que Hermione pudesse parar de pensar em letras e números por pelo menos um dia. Depois do café da manhã, ela correu para a cozinha para pedir um favor a Dobby e verificar algumas coisas em sua agenda semanal de patrulha. Ela conversou com Ernie sobre o treinamento de Quadribol e depois conversou com Harry perguntando se sua amiga ficaria na biblioteca o dia todo para receber uma resposta positiva que colocaria seu plano em ação com luz verde.

Depois do almoço ela caminhou até a biblioteca com determinação, Hermione realmente comeu lendo e saiu do grande salão lendo depois de engolir a comida. Isso lhe deu mais determinação para ajudá-la a clarear a cabeça antes dos NOMs, tomando um pouco de ar fresco e tirando a cabeça dos livros antigos que ela a via lendo.

Erika caminhou pelos corredores da biblioteca olhando cada mesa em busca dos cabelos castanhos ondulados que ganhavam um brilho particular cada vez que os raios do sol refletiam sobre eles, aqueles cachos que a princípio eram rebeldes mas que com o passar dos anos começaram a ter um aspecto honroso.

Ela a encontrou em uma das mesas individuais no final da sala, perto de uma das janelas que davam para um dos jardins. Ela havia decidido sentar-se no lado onde a luz do sol incidia mais suavemente sobre a mesa, provavelmente com a intenção de que as páginas dos livros não eram tão escuras e seria mais fácil para ela ler sem forçar os olhos devido à escuridão que existia em certos lados da biblioteca.

Erika se aproximou com cuidado, sem intenção de assustá-la ou algo parecido.

— Olá. — Erika disse com incentivo e um pouco de nervosismo.

Por um segundo, aborrecimento cruzou o rosto de Hermione ao ouvir alguém interrompendo seu estudo quando todos sabiam que era totalmente proibido, mas quando ela processou que a voz era Erika, ela virou o rosto para olhá-la surpresa com a visita inesperada.

— Olá. — Hermione respondeu timidamente e com um sorriso delicado. — Precisa de alguma coisa?

— Não necessariamente. — Erika hesitou um pouco, inclinando a cabeça, dando rápidas olhadas nos livros na estante ao lado dele. — Mas o dia está bonito demais para dar um passeio.

Hermione franziu a testa em confusão enquanto olhava pela janela, o dia ensolarado e claro era bom o suficiente para uma caminhada, para ser honesta.

— Isso é. — Hermione concordou após balançar a cabeça.

— E seria melhor se você me acompanhasse. — Erika convidou com seu corpo rígido enquanto apontava para a saída da biblioteca.

— Você quer que eu te acompanhe para um passeio? — Hermione perguntou, tentando garantir que ouviu corretamente e não que interpretou mal as palavras da Lufa-Lufa. Erika acenou com a cabeça imediatamente com a pergunta e Hermione deixou cair os ombros. — Oh... Me desculpe, Eri, mas... — ela lamentou, apontando seu olhar para o livro aberto e os milhares de pergaminhos ao redor dela.

— Eu sei, mas acho que você precisa relaxar um pouco.

Hermione a observou por alguns segundos, mantendo o arrependimento em seus olhos e depois olhando para os livros e pergaminhos a sua frente, sim, talvez ela estivesse um pouco estressada e tensa então um passeio com Erika seria ótimo para ela, mas os NOMs estavam tão próximos que não podiam ser vistos dando espaço para relaxar.

— Eu sei, acredite, gostaria de relaxar mas preciso terminar por aqui. — Hermione lamentou suspirando enquanto fazia uma careta expressando sua complicação.

Erika olhou para a mesa de Hermione, ela tinha um grande livro de Aritmancia aberto com números que não faziam sentido para ela e explicações que a Grifinória com certeza já havia memorizado. Sem pensar, ela fechou o livro bruscamente sob o olhar atônito e indignado da Grifinória.

— Você esteve aqui a manhã toda e esses dias não te vi sair da biblioteca. — Erika disse nervosa, afastando lentamente a mão do livro sem olhar para a morena. — Você é muito inteligente, tenho certeza que já sabe de tudo isso antes, acho que você deveria confiar em suas habilidades... E... Respirar um pouco...

A voz da Lufa-Lufa diminuiu enquanto ela falava e afastava a mão, totalmente envergonhada por suas ações e com medo da reação da garota.

Mas Hermione ficou surpresa com a insistência que Erika demonstrou em tirá-la dali, parecia que ela não aceitaria Não como resposta por mais que tentasse explicar que tinha que estudar para a próxima semana.

— Parece que você não me deixa escolha...

— Se você disser não de novo, eu te deixo em paz, eu juro.

Hermione suspirou exausta enquanto olhava para a mesa, talvez dar uma voltinha com Erika não faria mal, afinal ela precisava de uma pausa. Ela não queria chegar toda estressada para fazer os NOMs, e Erika parecia querer ajudá-la com muita vontade.

— Ok, vamos. — Hermione aceitou, vendo um grande sorriso aparecer no rosto da Lufa-Lufa. — Por quanto tempo?

— O dia todo.

— O dia todo?! Erika... — a morena choramingou, arrependida de ter aceitado.

— Sei que você acha que será um dia perdido, mas prometo que valerá a pena. — assegurou a mais alta, colocando aqueles olhinhos de cachorrinho que a caracterizavam.

E Hermione era fraca diante daqueles olhos brilhantes e cheios de esperança.

— Não acho que será um dia perdido se for sair com você. — Hermione disse suavemente, olhando para ela com amor. — Mas agora, o que você planejou?

— Você prefere a surpresa ou a comida?

— Você tem tudo pronto? — Hermione perguntou surpresa e a Lufa-Lufa moveu a cabeça de um lado para o outro.

— Eu diria que é improvisado, mas com um pouco de reflexão prévia.

— Aí deixa de ser improvisação. — a morena disse rindo. — Bem, acho que a surpresa.

Erika assentiu com um sorriso e começou a observar os arredores enquanto Hermione guardava suas coisas com calma, a morena não era a única estudando naquele sábado. Ela viu um grupo de Corvinais estudando com alguns Grifinórios, entre eles Alex e Padma Patil, que pareciam bastante próximos estudando em seu próprio mundo. Algo novo para Erika que não fazia ideia que seu primo era próximo de alguma das irmãs Patil.

Assim que Hermione estava pronta para ir, ela percebeu que os olhos de Erika mostraram curiosidade ao ver Alex e Padma conversando.

— Eles começaram a conversar mais depois de fugirem da brigada de idiotas. — Hermione comentou enquanto caminhavam em direção aos arredores da biblioteca. — Alex salvou a pele dela e de Parvati distraindo Goyle para que elas pudessem se esconder, acho que elas devem uma a ele.

A Lufa-Lufa acenou com a cabeça em compreensão, ela presumiu que coisas assim aconteceriam. Foi bom, se ela pensar bem, que mais alunos de outras casas interagissem entre si, eliminando um pouco da pequena rivalidade entre casas que existia. Era algo que ela esperava do AD quando entrou e foi bom ver isso alcançado.

Hermione pensou que a surpresa seria algo que Erika tiraria do bolso ou algo parecido, mas começou a se sentir estranha quando ao invés de irem para os jardins elas começaram a caminhar em direção à grande ponte de madeira. Será que elas estavam indo para a floresta proibida ou algo parecido?

Suas perguntas começaram a ser respondidas aos poucos enquanto elas passavam em frente à cabana de Hagrid e Erika pegava um saco de comida e continuava seu caminho.

— Vamos para a reserva, certo? — Hermione perguntou quando elas retomaram a caminhada.

Erika soltou uma risada casual, ela sabia que Hermione estaria pensando e deduzindo para onde elas estavam indo durante todo o passeio.

— Há quanto tempo você está tentando adivinhar?

— Desde que saímos da biblioteca. — Hermione admitiu divertida enquanto sorria. — Por um momento você me deixou em branco, e então eu soube quando estávamos indo em direção à cabana de Hagrid.

— Ah, você não achou que a surpresa fosse tomar chá e comer bolos de pedra com o Hagrid? — Erika perguntou fingindo aborrecimento, fazendo a morena rir.

— Você sabe que isso não teria me incomodado, mas eu ficaria triste esperando esse encontro para ficar sozinha.

Erika engoliu em seco ao ouvir a palavra encontro, ela estava tão focada em apenas pensar em algo para divertir Hermione que esqueceu que literalmente tudo isso se chamava marcar um encontro.

— Bem, você não precisa se preocupar com isso. — Erika a assegurou com confiança.

Elas chegaram na reserva depois de descerem o morro, no caminho conversaram sobre o que fariam depois dos exames. Hermione comentou que provavelmente dormiria tanto quanto não dormia por estudar até tarde naqueles dias e Erika comentou que provavelmente perderia tempo brincando de snap explosivo enquanto comia minhocas doces.

— Devíamos jogar snap explosivo, Ron diz que sou ridiculamente boa. — Hermione propôs com um pouco de superioridade.

— Sim? Bem, teremos que assistir algum dia porque Hannah e Justin dizem que eu também sou muito boa. — Erika respondeu erguendo as sobrancelhas rapidamente, aceitando o desafio que foi proposto.

Hermione franziu os lábios enquanto segurava o sorriso, a pequena tensão que estava no ar entre elas ultimamente era algo que a deixava nervosa no bom sentido. Foi um flerte sutil à sua maneira, a tensão que aparecia cada vez que elas se davam as mãos, cada vez que estavam tão próximas uma da outra, perdidas no calor corporal que davam uma a outra, nas vezes em que quase se beijaram mas as circunstâncias simplesmente não permitiam, fazendo com que os pequenos beijos na bochecha fossem suficientes para controlar aquela necessidade que de vez em quando sentia de beijá-la na frente de todos sem se importar nem um pouco. Hermione não estava reclamando, ela gostava daquele empurrão e puxão que lhe dava mais excitação por estar com Erika toda vez que elas se encontravam. Os olhares sutis, a preocupação um tanto infantil da Lufa-Lufa em querer ficar bem na frente dela, mesmo que ela ache tudo o que faz maravilhoso.

Elas pararam em uma área cheia de itens brilhantes espalhados pelo chão, como moedas, joias e assim por diante. Havia um pequeno tronco que parecia um abrigo para as criaturas que ali viviam, Pelúcios, claro. Alguns colares e moedas podiam ser vistos espiando de dentro, numa desordem digna de uma área habitada por eles.

— Eles deveriam estar acordados, deveriam esticar as pernas. — Erika murmurou um pouco confusa enquanto deixava o saco de comida de lado para se agachar e olhar dentro.

Instintivamente Hermione se agachou ao lado dela para acompanhá-la, parecia vazio mesmo estando bastante escuro. Elas esperavam encontrar pelo menos um pacote escondido, mas só conseguiram ver o brilho das coisas que estavam empilhadas dentro dele.

A Lufa-Lufa se endireitou, colocando a mão direita no queixo enquanto pensava para onde eles tinham ido, era provável que eles tivessem fugido quando sentiram passos, mas nunca se moveram quando a sentiram. Quando Hermione se virou para perguntar a Erika se estava tudo bem, seu rosto mostrava óbvia confusão.

Embora ela estivesse muito focada em pensar no paradeiro das criaturas, ela não foi capaz de perceber como um pequeno Pelúcio subia em sua cabeça enquanto os outros do mesmo tamanho se esgueiravam em direção ao saco de comida. Barto apareceu ao lado dos pequenos ladrões de comida e ao ver que Hermione estava observando tudo o que eles faziam, ele congelou, logo em seguida seus bebês também tentaram desaparecer.

— Eri, acho que estão brincando com você. — Hermione falou divertida.

— Por que? — Erika perguntou virando-se rapidamente, fazendo o pequeno Pelúcio cair de sua cabeça devido ao movimento, pegando-o rapidamente. — Ei!

A mais alta deixou o pequeno Pelúcio com os outros enquanto pegava o saco de comida para colocá-lo onde deveria. Os pequenos pelúcios corriam desordenadamente, quase se empurrando devido à enorme vontade de querer comer.

— Eu não sabia que Barto já tinha tido filhos. — Hermione observou os pequenos Pelúcios com ternura.

— Eu mencionei isso para você? — a garota de olhos azuis perguntou confusa.

— Na sala precisa.

O rosto de Erika ficou muito vermelho ao lembrar disso, não porque tivesse vergonha de lembrar do quase beijo, mas porque foi um quase beijo e não um beijo completo. Se a dor no peito não tivesse estragado tudo, certamente seria totalmente diferente entre as duas agora.

— Verdade. — Erika assentiu, limpando a garganta. — Eles nasceram há poucos dias, Luna veio correndo me contar. Achei que... Você gostaria de ver os pequenos Pelúcios.

Hermione olhou para o rosto envergonhado de Erika ao se lembrar do quase beijo daquela vez. A Lufa-Lufa estava com o olhar fixo nos Pelúcios, mas o rubor em suas orelhas a delatou totalmente.

— Eles são fofos. — Hermione disse assim que se virou para vê-la. — Eles também são como Barto que roubam coisas pelo castelo?

— Hagrid os mantém trancados porque quando são pequenos se comportam pior. — Erika explicou, depois se virou para olhá-la e sorriu. — Além disso, ensinei Barto a roubar apenas de garotas bonitas como você.

Hermione corou um pouco e deu uma risada envergonhada enquanto balançava a cabeça, ela a pegou desprevenida.

Assim que os pequenos Pelúcios terminaram de comer, Erika pegou uma coisa brilhante do chão enquanto se sentava para brincar com eles, ela pegou Hermione pela mão para que ela pudesse sentar ao lado dela e tentar brincar com eles também.

Como se fosse a maior moeda do mundo os pequenos Pelúcios correram em direção a Hermione para se aconchegarem em suas pernas em busca de calor e brincarem com os botões de sua jaqueta na tentativa de tirá-los para mantê-los na casinha que tinham.

Erika observou a situação enquanto seu coração batia acelerado, ver verdadeiramente Hermione interagir com as criaturas de uma forma tão suave e terna fez com que seus sentimentos aumentassem mais do que ela esperava em algum momento.

— Eles te adoram. — Erika disse a ela com um sorriso terno.

Hermione deu um sorriso gigante quando se virou para olhar para a Lufa-Lufa, os ruídos desapareceram no fundo quando conectaram seus olhares suavizados com a atmosfera de ternura que as rodeava. Era quase como se os Pelúcios percebessem o que elas sentiam uma pela outra, já que se comportavam da mesma forma que com Erika.

— Sim, eu também os adoro. — Hermione respondeu sem parar para olhar para ela.

Erika desviou o olhar com o coração na garganta. Se o encontro fosse assim, ela duvidava que estaria viva no final do dia.

— O que você achou da minha surpresinha?

— Eles são adoráveis, obrigada por me permitir vê-los. — Hermione sorriu ao vê-los agora pular em direção a Erika.

— Que bom, pensei que você ia ficar entediada já que passou dos livros para ver Pelúcios. — Erika admitiu timidamente enquanto movia o braço para que os Pelúcios subissem.

— O que você está dizendo? Eu nunca ficaria entediada, além disso, tenho a vantagem de ser você quem me apresenta o Pelúcio. — Hermione sorriu vendo os Pelúcios brigarem entre si por uma moeda de ouro. — Geralmente ler outra coisa me relaxa, mas eu não havia considerado a opção de ver os pelúcios como outra forma de relaxamento. — ela comentou, e logo acrescentou. — Você sabia que seu avô tinha um Pelúcio de estimação?

— Ah, então ler sobre minha família te relaxou? — Erika brincou, mas Hermione corou, indicando que, de fato, ela estava lendo sobre a família da Lufa-Lufa novamente.

— Em minha defesa, essa informação é de conhecimento geral. — Hermione retrucou rapidamente, desviando o olhar. — Mas eu estaria mentindo para você se dissesse que ler sobre o lado materno da sua família não me relaxou. Aliás, sua mãe era uma mulher muito bonita, você se parece com ela.

Erika riu um pouco, ela não se importava que Hermione lesse sobre sua família, ela sabia que em algum momento iria conhecer a morena.

— Obrigada pelo elogio, mas quem desenhou a semelhança foi Danielle. — Hermione ia refutar mas ela a interrompeu. — O que mais você achou?

Hermione observou o olhar levemente vazio da garota ao lado dela, talvez ela não devesse ter tocado no assunto ou ficado em silêncio tentando convencê-la de que ela não estava lendo sobre os Scamanders depois de ter lido sobre Nathaniel.

Ela e sua boca estúpida.

— Esqueça, não vamos falar sobre isso se você não quiser.

— Não, eu quero. — Erika admitiu acariciando a barriga de um pequeno Pelúcio que estava adormecendo. — Tenho procurado algo que me ajude a saber o que está acontecendo comigo, mas não consigo encontrar nada. — ela murmurou e depois suspirou cansada. — Pedi ajuda a Snape mas ele me mandou ler sobre minha mãe.

— Devo admitir que não descobri muita coisa sobre sua mãe, apenas sobre seu pai. — Hermione disse e depois acrescentou. — Você sabia que tentaram matá-lo?

— Sim, quando estávamos no primeiro ano. — Erika assentiu, lembrando de como Dumbledore chamou ela um dia para contar a novidade já que, naquela época, Nathaniel era seu tutor. — Eu não sabia muito sobre o que aconteceu, não estava interessada na verdade.

— Segundo O Profeta, era alguém da idade da sua irmã e conhecido pela família com as iniciais SY. — comentou olhando para Barto colocando moedas no bolso da barriga. — Por acaso você sabe quem foi? Essas iniciais coincidem com as que foram escritas na tese do seu pai.

Erika franziu a testa e negou, ela não se lembrava muito de quem eram amigos da família e muito menos de alguém com aquelas iniciais que era amigo de sua irmã, Danielle apenas mencionou Penny, Tonks, Charlie e Bill.

— Não faço ideia, mas se fosse da idade da minha irmã você poderia encontrar alguma coisa no anuário dela. — Erika disse em um sussurro enquanto observava um dos Pelúcios enfiar a mão no bolso de sua jaqueta. — Parece que seremos três quando voltarmos.

— É possível? — Hermione perguntou surpreso ao ver que ele se levantou.

— Claro, Hannah certamente fará roupas para ele vestir. — Erika disse divertida, ajudando a morena a se levantar. — Vou trazê-lo de volta amanhã.

— Você pode tirar uma foto se colocarem roupas nela? — Hermione implorou com ternura ao imaginar o Pelúcio com um gorro de lã na cabeça.

— Eu farei isso. Agora... Hein?

Erika tinha a intenção de levar Hermione para comer, mas viu como a pulseira que ela tinha para falar com os amigos ficou vermelha, indicando que Hannah estava tentando se comunicar com ela. Erika levantou a manga da jaqueta para poder ouvi-la.

Eri, desculpe interromper você, mas Sprout está te procurando. — Hannah disse a ela com pena.

— Sprout ? Mas é sábado.

Eu sei, mas Umbridge está forçando ela a ter conversas sobre carreira hoje. — Hannah reclamou, estalando a língua. — Perguntei se poderia ser na segunda-feira depois dos NOMs porque você estava ocupada mas ela me disse que infelizmente Umbridge estava no comando.

Erika reclamou alto e aceitou, Hannah encerrou a comunicação com um pequeno 'me desculpe', estragando o plano que ela tinha para o resto do dia. Ela passou a mão pelos cabelos em frustração e Hermione ficou um pouco preocupada.

— Algo errado? Achei que vocês já tivessem tido sua conversa acadêmica.

— Não. Bem, sim, é só isso... Ugh... — Erika reclamou, deixando a cabeça cair para trás enquanto os ombros caíam de arrependimento. — Não me importo com a conversa acadêmica boba, o que importa para mim é que agora eu ia levar você para comer algo que preparei com Dobby mas por causa da Umbridge terei que cancelar porque não sei quanto tempo ficarei presa lá

Hermione gentilmente pegou a mão da Lufa-Lufa para tranquilizá-la por um momento.

— Não se preocupe, pode ser outro dia, certo?

— Sim? — Erika perguntou com um pequeno beicinho.

— Claro, posso esperar por tudo o que você pediu para Dobby fazer por você. — Hermione assegurou-lhe, acariciando sua bochecha. — O que espero que ele tenha sido recompensado.

Erika soltou uma risada de alívio ao colocar a mão sobre a de Hermione, que acariciava sua bochecha.

— Paguei-lhe cinco galeões mesmo ele me implorando para não pagar porque era sobre você. — a garota de olhos azuis confessou divertida. — Depois dos NOMs vou te levar para um piquenique, eu prometo.

— Estou ansiosa por isso. — Hermione sorriu ternamente ao ver como o rosto dela mudou imediatamente com a esperança de um segundo encontro.

Elas caminharam em direção ao castelo discutindo se deveriam nomear o pequeno Pelúcio que dormia no bolso da frente da jaqueta de Erika. Vários nomes surgiram quando chegaram ao castelo, Erika propôs Barto Jr. mas Hermione preferiu chamá-lo de Bichento Segundo, fazendo-ad entender que ambas eram péssimos com nomes.

Elas se separaram no corredor que levava ao escritório de Sprout, prometendo ver o nome do Pelúcio na hora do jantar com os amigos e assim ter ideias mais criativas.

Erika correu até o escritório de Sprout e assim que chegou lá bateu três vezes na porta enquanto recuperava o fôlego.

— Vá em frente, Frukke. — Sprout disse a ela através da porta.

Erika entrou no escritório com total confiança, não era estranho entrar no escritório da chefe da casa dela, era um lugar onde poderia estar com ela sempre que precisasse de conselhos e não apenas para levar uma bronca. A professora criou essa confiança ao longo dos anos com cada um dos alunos.

O que foi estranho foi ver Umbridge sentada num canto. A mulher estava com um caderno aberto enquanto sorria falsamente para ela ao vê-la entrar, não havia nada que ela odiasse mais do que a falsidade daquela mulher enrugada e rosada.

— A Diretora Umbridge está aqui porque deve conhecer as aspirações de cada aluno. — Sprout explicou relutantemente quando a menor fechou a porta atrás dela. — Embora isso geralmente seja entregue em um relatório, ela decidiu estar pessoalmente em cada entrevista.

— Muito gentil da sua parte. — Erika murmurou revirando os olhos enquanto se sentava.

— Embora esta seja uma palestra onde se espera que você já tenha pensado no que fazer daqui a mais alguns anos, estou interessada em conhecer opções para o momento. — a professora explicou com carinho enquanto ouvia a escrita chata de Dolores. — Já pensou no que fazer no futuro?

Uma pergunta que Erika evitava sempre que podia. Ela poderia se permitir pensar no futuro?

— Na verdade não, professora. — Erika admitiu envergonhada, sabia que era um pouco irresponsável não ter pelo menos uma opção temporária. — Não tenho me sentido muito bem para poder pensar no meu futuro.

— Não há muito o que pensar... — Umbridge murmurou em uma pequena canção, ganhando toda a atenção da chefe da casa.

— Algo a dizer, senhora diretora?

— Muito a dizer sobre Frukke. — Erika apontou com um sorriso irônico e aquele tom que irritou metade da escola. — Com as notas que ela tem fica... Um pouco difícil ver um futuro para ela. — comentou fingindo tristeza pela situação. — Ainda mais com sua famosa história.

— Acho que não tenho uma história tão importante. — respondeu a garota de olhos azuis com respeito.

— Notas ruins em matérias importantes como Poções e História da Magia, filha de um Comensal da Morte e irmã de uma encrenqueira do Ministério. Eu acho que isso é o suficiente. — Erika contou nos dedos, ignorando a cara irritada do Lufa-Lufa. — Além de outras coisas, é claro.

— Outras coisas? — perguntou Erika franzindo a testa.

— É preciso conhecer bem o tipo de gente com quem se convive, Frukke.

Ela estava falando sobre sua amizade com Hagrid e ser amiga de nascidos trouxas? O rosto da garota mudou completamente para um rosto totalmente irritado, seus punhos cerrados controlando a vontade de pular em Umbridge para enterrar a varinha em sua cabeça.

— Quer saber, professora Sprout? Acho que já sei o que gostaria de fazer no futuro. — Erika falou com uma voz dura.

Sprout a observava com atenção, o olhar determinado de sua aluna a lembrava de outra pessoa.

Esse foi o mesmo olhar de determinação que Ariadna Scamander demonstrou.

— Serei professora, para evitar que ensinamentos ruins cheguem a Hogwarts. — Erika rosnou, olhando para Umbridge que deu um sorriso zombeteiro.

—Com essas qualificações? Não creio que seja possível, Frukke. Por que você não escolhe algo mais do seu tamanho, como... Azkaban?

— Suficiente! — exclamou Sprout, levantando-se. — Não vou permitir que você fale assim com minha aluna, Dolores!

— Isso se chama realismo, Pomona.

— Realismo? Erika não fez nada sério o suficiente para você dizer que o futuro dela é Azkaban! — Sprout exclamou indignada. — Se Frukke quer ser professora, ela tem meu apoio! Se Frukke quer ser Magizoologista, ela tem meu apoio! Farei o meu melhor para garantir que, seja o que for que Erika esteja motivada a fazer mais tarde, ela conseguirá, mesmo que eu tenha que tirar o lixo do caminho.

Umbridge ia refutar indignada, mas algo se movendo no bolso da frente da jaqueta de Erika chamou sua atenção. Ela sorriu falsamente e acenou com a cabeça ao ouvir as palavras da professora de Herbologia.

— Claro. Espero ver.

Sprout olhou para ela antes de se virar para Erika e mandá-la para a sala comunal de uma só vez.

Estúpida Umbridge, ela estava grata pela Professora Sprout ser alguém que sempre manteve a fé em seus alunos. Ela tinha certeza de que as palavras da mulher a teriam afetado se a professora não tivesse intervindo para defendê-la.

Erika obedeceu e saiu rapidamente do escritório, furiosa com o que havia vivido. Sempre foi Umbridge a responsável por fazê-la se sentir pior em relação à vida do que o normal. Erika não conseguia acreditar que tinha dito com tanta convicção que queria ser professora no futuro, quando nem sabia se conseguiria passar dos vinte anos com todo aquele sangue vomitando aos litros.

Quando chegou a hora do jantar, ninguém do quinteto de texugos abriu a boca para falar sobre a palestra acadêmica, Umbridge não só havia falado mal de Erika.

Susan mencionou seu interesse em ser Aurora e Umbridge a interrompeu mencionando que ser amiga de Frukke não a ajudaria a ganhar reputação suficiente, que sua tia provavelmente teria vergonha dela, e talvez o que seus pais diriam se soubessem que ela estava associada com alguém tão perigoso.

Ernie comentou envergonhado que ainda não tinha pensado nisso, pois não conseguia se imaginar trabalhando em um só lugar, embora Sprout o tenha garantido que, desde que mantivesse bons NOMs, ele teria todo o sexto e sétimo ano para pensar em alguma coisa, mas Umbridge se intrometeu mencionando que suas notas não eram suficientes e que ele não passava de um garoto medíocre.

Hannah comentou sobre sua motivação para a medimagia e como ela planejava investigar plantas medicinais trouxas com plantas mágicas para melhorar algumas coisas. Umbridge disse a ela que era estúpido misturar coisas trouxas e mágicas quando se tratava de medicina e que ela deveria jogar fora aquela idéia que ela tinha em sua mente ingênua.

Justin mencionou que estava entre ser auror ou pesquisador, embora Dolores não tenha dito nada em voz alta, o garoto conseguiu ouvir um murmúrio de desgosto sobre como os trouxas estavam invadindo cada vez mais o Ministério.

Não foi uma boa palestra acadêmica para ninguém.

— Vou dar um passeio. — Erika disse a eles, levantando-se.

— Tenha cuidado. — Hannah disse a ela em um murmúrio surdo.

Erika decidiu dar um passeio pelos jardins do castelo, o ar fresco da noite poderia acalmar seus pensamentos enquanto ela observava os insetos luminosos esvoaçando pelos arbustos e corredores, conseguindo acalmar sua raiva e frustração.

Não apenas seu encontro com Hermione foi interrompido, mas ela também teve que suportar Umbridge jogando merda em sua vida e futuro, como se não soubesse que sua vida estava condenada desde que respirou pela primeira vez.

Ela não pôde deixar de olhar para o anel que Cedric lhe deu, ela sempre fazia isso quando estava em um momento de desespero consigo mesma. Que conselho seu amigo lhe daria? Ela ainda estaria tão deprimida se ele estivesse com ela? Com certeza seria ainda mais divertido, eles murmurariam coisas sobre Umbridge sentados em frente à lareira na sala comunal e tentariam confrontá-la sem medo toda vez que ela dissesse algo fora do lugar.

Ela sentiu que sua vida seria muito diferente se Cedric estivesse vivo.

Ela estava disposta a pagar qualquer coisa só para conversar com ele por um momento, para conversar com ele sobre tudo o que havia acontecido, para perguntar como a vida após a morte o estava tratando e se ele sentia falta dela. Isso era o que mais importava para ela, porque ela sentia falta dele como nunca antes.

O Pelúcio enfiou a mão no bolso da jaqueta, Erika sorriu para ele e puxou-o com cuidado enquanto o acariciava. A pequena criatura olhou para ela com curiosidade, não entendendo a tristeza nos olhos da humana, decifrando se era algo que pudesse ajudar. Em sua mente de Pelúcio, ele estava totalmente preparado para roubar algo brilhante para animá-lo.

Ela o fez voltar para o bolso, teve que falar com Hermione para colocar seu nome junto com os amigos. Só de imaginar todos os seus amigos sentados à mesa da grande sala de jantar enquanto o pequeno Pelúcio estava no meio, um sorriso apareceu em seu rosto, ela sentiu que a criaturinha ajudaria seus amigos a se sentirem melhor, sabia que eles estavam um pouco tristes depois da palestra acadêmica e o pequeno Pelúcio melhoraria totalmente o seu ânimo.

– Frukke. — uma voz estridente e desagradável a chamou.

Ela imediatamente se virou e viu Umbridge olhando para ela com uma expressão superior.

— Você pode me mostrar o que tem no bolso?

Erika ficou na defensiva sem pensar, um erro grave, que confirmou a Umbridge que ela realmente estava escondendo algo nos bolsos da jaqueta. Ela começou a recuar aos poucos, rezando para que o Pelúcio não se mexesse e que conseguissem tirar a mulher de cima dele.

Mas Umbridge era cruel.

Assim que viu a menor dar dois passos para trás, lançou-lhe um feitiço que fez com que os bolsos de Erika se esvaziassem. Alguns papéis amassados, migalhas e, entre outras coisas, começaram a flutuar no ar, por último, o pequeno Pelúcio que ele segurava no bolso com todas as forças. Irritada, Dolores se aproximou e o agarrou com as próprias mãos para forçá-lo a soltá-lo e poder olhá-lo mais de perto com a testa franzida.

— Criação ilegal de criaturas mágicas, Frukke?

— Não é! Ele é apenas meu animal de estimação, não faz mal nenhum. — Erika explicou um tanto desesperada.

— Essas criaturas podem ser usadas para cometer crimes! — Dolores exclamou indignada. — Para que você queria usar isso, Frukke?

— De jeito nenhum, eu prometo! — exclamou com a garganta apertada de nervosismo. — Vou devolver para a reserva, juro.

Umbridge observou o desespero nos olhos da Lufa-Lufa, um desespero que era seu prato favorito e a melhor parte de seu trabalho.

— Não posso confiar em você, Frukke, se você decidir mentir para mim não me deixa outra opção. — disse ela erguendo a varinha para apontar para o pequeno Pelúcio.

A pequena criatura peluda nas mãos de Umbridge olhou com medo para Erika como se pressentisse o que estava por vir. A Lufa-Lufa sentiu seu peito apertar e sua respiração começou a acelerar enquanto observava o pequeno Pelúcio desaparecer lentamente.

Seus olhos começaram a se encher de lágrimas enquanto ela observava cada parte da criatura desaparecer diante de seus olhos sob o olhar perturbado e impiedoso da atual diretora de Hogwarts. Ela estava congelada, não sabia o que fazer, como impedir, aos seus olhos foi um processo lento e doloroso quando na verdade aconteceu em apenas alguns segundos.

O pequeno Pelúcio desapareceu para sempre.

E foi culpa de Umbridge.

— Pronto, isso nos garante que não servirá para roubar.

Erika cerrou os punhos com força enquanto olhava para aquela mulher com ódio. A força era tanta que seus braços tremiam porque ela não conseguia apertar mais do que queria. Erika não sabia se estava respirando rápido por causa da raiva ou pela crise que estava sentindo naquele momento. Ela não sabia se sua visão estava começando a ficar embaçada por causa das lágrimas ou qualquer outra coisa, mas por mais que quisesse sacar sua varinha e atacar a mulher, ela não conseguia. Seu raciocínio ainda estava intacto, embora ela estivesse literalmente cega pela raiva.

— O que diabos há de errado com você?! — Erika gritou alto, tão alto que sua voz ecoou pelos corredores, atraindo com certeza a atenção de mais de uma pessoa. — Fazer desaparecer uma criatura indefesa por causa de seus preconceitos estúpidos! Você poderia simplesmente tê-lo deixado com Hagrid ou na reserva!

Umbridge olhou para ela indignada, ela estufou o peito para encará-la, ela nunca iria admitir em voz alta que sentia medo na frente de Erika Frukke.

— Como você ousa falar assim com a diretora, sua grosseira?! Não posso confiar em crianças como você! — Dolores exclamou quase em um grito, apontando o dedo enrugado para ela. — Sou capaz de matar essas coisas quantas vezes forem necessárias desde que não quebrem as regras da minha escola!

— Suas regras nada mais são do que uma estupidez que justifica seu ódio pelas crianças! — Erika deu um passo à frente enquanto Umbridge recuou. — E esta não é a sua escola, você não é nossa diretora, você nem consegue entrar na sala do diretor porque ninguém neste castelo estúpido a reconhece como diretora! Você nunca será como Dumbledore!

O rosto de Dolores ficou vermelho de raiva ao ouvir as palavras de Erika, porque no fundo ela sabia que era verdade. Ela não tinha o respeito que Albus Dumbledore tinha como diretor.

— Espero que você consiga abrir espaço no seu calendário OWL para a detenção que terá até o final do ano letivo!

— Faça quantas detenções que quiser, você e suas detenções podem ir para o inferno! — Erika gritou com raiva, virando-se enquanto fugia rapidamente dali.

Ela correu o melhor que pôde e o mais longe que pôde com lágrimas obscurecendo seus olhos, ela não sabia para onde ir, não sabia se alguém a tinha ouvido. Ela não se importava, nada mais importava naquele momento. Ela chegou a um corredor vazio onde se sentou abraçando os joelhos e escondendo o rosto. Lá, em um corredor quase escuro, ela deixou as lágrimas saírem com força.

Erika não conseguia acreditar no que tinha acontecido e como não poderia impedi-la. Ela poderia ter salvado aquele Pelúcio, mas não, ela era uma covarde e falhou com ele. Assim como ela se via capaz de falhar com todos se seu pai conseguisse transformá-la em uma Comensal da Morte.

Assim como ela se via capaz de decepcionar Cedric por não conseguir viver sem pensar no que faria.

Assim como ela se descobriu capaz de falhar com Hermione como interesse amoroso, graças aos milhares de defeitos que via nela.

Merlin, como era difícil encontrar algo de positivo nela quando ela estava assim.

— Erika?

Ela imediatamente levantou a cabeça ao ouvir a voz preocupada da pessoa que ocupava sua mente, coração e sonhos se aproximando dela. Erika não pôde deixar de sentir como a vontade de chorar aumentava só de vê-la, ela não entendia como mas sentia que poderia se permitir ser frágil quando se tratava de Hermione.

A morena tinha ido procurá-la quando percebeu que ela não estava no salão principal, os lufa-lufas mencionaram que ela tinha ido dar um passeio e então ela ouviu sua voz como um eco nos corredores. De todas as maneiras que ela pensou que encontraria Erika, Hermione nunca pensou que ela estaria ali, no meio de um corredor vazio, abraçando os joelhos enquanto olhava para ela com as bochechas molhadas de tanto chorar. Ao sentir a respiração difícil da garota de olhos azuis, ela rapidamente se aproximou e se agachou para ter certeza de que ela não estava ferida ou algo parecido. Hermione viu como os lábios dela tremiam em sinal de que ela deveria se segurar com todas as forças para não estourar em lágrimas.

— O que aconteceu? Você está bem? — Hermione perguntou rapidamente.

Erika lamentou interiormente, ela estava preocupada com ela de novo, mas não era algo que incomodasse Hermione. Alguém tinha que se preocupar com Erika em momentos como esse antes que algo pior acontecesse, antes que ela perdesse a fé em si mesma.

Erika contou a ela brevemente o que aconteceu com Umbridge, quando veio explicar o que aconteceu com o Pelúcio ela não conseguiu conter sua dor, sua voz falhou e as lágrimas começaram a sair por conta própria. Lágrimas caíram pelo rosto de Erika como se fossem um rio transbordando de raiva e tristeza. Doeu para Hermione vê-la assim, chorando tão dolorosamente como se ela estivesse segurando isso há muito tempo.

Hermione delicadamente começou a secar as bochechas da garota de olhos azuis com os polegares, acariciando aquela área enquanto olhava para ela com os olhos mais compassivos que a Lufa-Lufa já tinha visto. Parecia que a qualquer momento Hermione iria começar a chorar com ela.

— Oh, linda... — Hermione murmurou, contendo um soluço, como se compartilhasse a dor da garota à sua frente, embora não tivesse vivenciado a situação.

Mas ela entendia o motivo de sua tristeza, Erika amava as criaturas e ainda mais aquele pequeno Pelúcio que era filho do seu Pelúcio preferido. Vê-lo desaparecer diante de seus olhos e ainda mais por causa de Umbridge deve ter sido a coisa mais dolorosa para ela.

Puxando a garota de olhos azuis para um abraço apertado, Erika soltou soluços no ombro da Grifinória enquanto suas mãos se fechavam em suas costas, tirando um pedaço do tecido das roupas de Hermione no processo, agarrando-se ao amor e conforto que estava sendo dado para ela. Erika deixou que ela acariciasse seus cabelos, suave e delicadamente, tão delicadamente que às vezes o carinho era imperceptível.

Ela não gostava de parecer fraca diante de Hermione, às vezes achava que deveria parecer corajosa, forte diante da garota que gosta, mas não conseguia, o fato de ser ela fez com que ficasse mais sensível e transparente em relação aos seus sentimentos. Ela se derreteu naquele abraço reconfortante, naquelas palavras suaves tentando acalmá-la com sua voz doce, no carinho e no seu toque.

E Hermione estava lutando para não chorar com ela. Aqueles soluços abafados e cheios de dor geravam um buraco em seu peito cheio de tristeza e raiva. Se o tempo permitisse, ela investigaria se era possível trazer de volta algo vivo depois de ter desaparecido. Ela perguntaria a McGonagall, Flitwick, os livros da seção proibida se fosse preciso, mas ela não podia ficar assim. Umbridge não conseguiria o que queria.

Dolores Umbridge pagaria por fazer sua garota chorar daquele jeito.

Os soluços pararam e Erika quis se desvencilhar do abraço, seus olhos inchados e rosto dolorido eram algo que Hermione jurou nunca mais permitir ver.

— Me desculpe, eu... Me desculpe. — Erika se desculpou, limpando a garganta enquanto passava a manga do manto sobre o nariz.

— Não peça desculpas por nada, não deveria. — disse ela procurando um lenço no bolso para entregar. — Sinto muito que isso tenha acontecido, sério.

— Sim, bem. — Erika murmurou, limpando o nariz agora com o lenço de Hermione. Quando ela percebeu, parou e parou de se limpar imediatamente. — Desculpe, sujei.

— É para isso que serve, querida. — Hermione disse a ela em um sussurro, não pôde deixar de se sentir mal ao ouvi-la se desculpar por expressar suas emoções. — Me devolva mais tarde, não tem problema. Eu me importo mais com você do que com um pedaço de pano.

— Certeza...?

— Sim... Não se desculpe, Eri. Por favor. — Hermione implorou. — Você está melhor agora que chorou?

Erika assentiu um pouco envergonhada, engolindo em seco e sentindo os olhos pesados ​​com a umidade das lágrimas.

— Eu só quero que coisas ruins parem de acontecer comigo. — Erika murmurou mordendo o lábio inferior para não soltar um soluço. Ela começou a se levantar sob o olhar preocupado da morena. — Acho que é uma tragédia acrescentar à longa lista que está vindo em minha direção.

— Não diga isso...

Erika observou Hermione se levantar e pegar sua mão para acariciar suavemente os nós dos seus dedos, os olhos azuis da Lufa-Lufa vagando para o lado na tentativa de não demonstrar tamanha fraqueza e não deixá-la ver seus olhos começando a lacrimejar novamente.

Mas Hermione não queria deixá-la se esconder, embora mais do que esconder isso fosse um medo, um medo de parecer fraca. E, como alguém que amava aquela menina como ninguém na escola inteira, ela queria ajudá-la a superar esse medo.

Ela acariciou carinhosamente o cabelo curto da garota mais alta, penteando-o para trás, revelando sua testa. Lá Hermione deu um beijo curto e suave que a fez olhar para ela novamente, desta vez com surpresa e uma pitada de confusão.

— Vamos tentar fazer com que essa lista supostamente longa de coisas ruins seja ofuscada por uma lista de coisas boas. — Hermione murmurou baixinho e lhe deu um sorriso.

E essa lista de coisas boas iria começar naquele momento.

Erika tinha ali na sua frente a garota mais linda que ela já pensou em conhecer. Para aquela Grifinória inteligente que nunca, nos anos em que não conseguiu falar com ela, pensou que elas compartilhariam mais do que duas palavras.

A princípio Erika achou que ela era vaidosa, claro, uma nascida trouxa que quer se destacar, ela entendia perfeitamente, mas a atitude dela continuava a incomodando. Depois ela s achou fofa, era difícil para ela entender que alguém não ficaria mal mesmo petrificado, menos ainda ela conseguia entender como alguém poderia ter um sorriso tão fofo depois de ter passado por um momento traumático. Finalmente, e sem perceber, Erika caiu nessa. Naquele verão que foi uma transição para o terceiro ano onde todos mudaram em muitos aspectos, ela não conseguia tirar os olhos da Hermione de 14 anos que apareceu de repente no trem e estava conversando com Justin sobre algum programa trouxa sobre sabe-se lá o quê.

E lá estava ela, agora cara a cara com a garota que ela gostava e era mútuo.

Claro que era mútuo, ela teve que repetir milhares de vezes para acreditar, caso contrário não entenderia porque Hermione Granger gostava dela.

Hermione fazia parte da grande lista de coisas boas que estavam acontecendo.

É por isso que ela acrescentaria algo mais.

Assim que Hermione terminou de falar ela sentiu uma mão fria se mover suavemente em direção à sua bochecha para finalmente alcançar seu pescoço, ela sentiu como foi puxada para frente e, sem avisar, não conseguiu dizer nada.

E como ela faria isso se seus lábios estivessem ocupados com Erika beijando-a?

Foi um beijo suave e curto, mas para ambas pareceu eterno enquanto tentavam eternizar cada sensação que sentiram naquele momento, aquela necessidade que foi implantada a partir do segundo em que seus lábios se tocaram, dando lugar ao primeiro beijo de muitos que aconteceriam.

Nesse beijo Erika conseguiu transmitir tudo o que sentia por ela, sua gratidão, seu carinho, tudo que Hermione provocou nela foi dito naquele beijo. Um beijo cheio de necessidade, ambição e muito mais que foi reprimido e finalmente livre para ser entregue através de um beijo pequeno e curto que nasceu após um momento de vulnerabilidade.

Quando separaram os lábios ficaram paradas por alguns segundos, não chegaram tão longe, ainda sentiam a respiração profunda uma da outra em seus lábios tentando processar o que acabara de acontecer.

Isso realmente aconteceu?

Erika não conseguia acreditar que teve coragem de fazer isso.

Hermione não conseguia acreditar que Erika teve coragem de fazer isso.

Teria sido a intimidade do momento que levou a isso? Elas não sabiam, fosse o que fosse, ninguém reclamava do resultado.

E Hermione não queria que ficasse assim, então ela juntou seus lábios novamente.

Desta vez o beijo foi mais longo, seus lábios se movendo em um ritmo lento que combinava com seus pensamentos. Lento, para lembrar cada segundo do que estava acontecendo, para guardar cada detalhe. Perceberam tudo ao seu redor em câmera lenta, o beijo, o toque da outra no rosto, a respiração, um movimento lento que sem motivo teriam coragem de acelerar porque os detalhes, os sinais, se perderiam.

Foi como um alívio finalmente beijar sa outra, um peso a menos, um amor para o coração. Foram beijos que, naquele momento, aliviaram mais do que a frustração de uma adolescente apaixonada que ansiava por beijar a garota de quem gostava.

Elas finalmente se separaram e se encararam, não puderam deixar de soltar risadinhas nervosas enquanto as bochechas avermelhadas de uma ficavam guardadas na retina e na memória da outra. Foi lindo, elas eram lindas aos olhos uma da outra.

— Eu... Eu acho que lhe devia. — Erika falou sem conseguir controlar o grande sorriso que apareceu em seu rosto.

— Sim, acho que sim. — Hermione respondeu com felicidade efervescente, beijando sua testa com forte carinho. — Vai ficar tudo bem, entendeu?

Erika assentiu, franzindo os lábios, sim, ela estava certa.

Tudo iria ficar bem.

*GRITOS INTERNOS*

FINALMENTE, MEU POVO! VENCEMOS NESSE CAPÍTULO! Espero que tenham gostado de como foi, e que tenha valido a pena a espera.

Agora falta apenas um capítulo para terminamos o ato dois, mal posso esperar. E esse capítulo tem 18k de palavras!

Até breve. ❤️❤️

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