32. CAPÍTULO TRINTA E DOIS
CAPÍTULO TRINTA E DOIS
❛ ato dois: a ordem da fênix ❜
A MANSÃO FRUKKE estava gelada, um frio que o cercava assim que entrava e a grande porta de entrada se fechava. Não era um afresco porque era decorado principalmente com cerâmica, mas porque era bastante grande e geralmente vazio, sem qualquer tipo de calor humano em seu interior.
Era inverno, férias de Natal, as primeiras desde que Erika havia entrado em Hogwarts. Foi a primeira vez que ela voltou para casa depois de ser selecionada para a Lufa-Lufa, a primeira vez que ela voltou para casa sem Danielle por perto. A mais velha estava fazendo seu treinamento de auror enquanto dividia um apartamento com Penny e seus pais, ela havia saído silenciosamente se despedindo de Erika quando o sol estava nascendo e os pássaros começaram a cantar para anunciar o início do novo dia. A voz suave e quebrada de sua irmã dizendo que ela iria consertar tudo e logo as duas estariam juntas fazendo uma promessa com os dedinhos juntos.
Ela não sabia por que de repente estava se lembrando disso, ela havia adormecido e do nada sua mente decidiu desbloquear aquela memória. Uma lembrança nada agradável, foi assim que começaram os pesadelos?
Ela ouviu a voz alta e estridente de Feno dando-lhe as boas-vindas, mas uma voz mais imponente e áspera ofuscou a recepção gentil e calorosa do elfo. Um homem alto, corpulento e de olhar sério olhava para ela da escada, com um olhar infeliz, um olhar que demonstrava decepção e ele não precisou dizer nada para ela entender o que ele sentia sobre tudo o que havia acontecido entre ele e sua família nos últimos meses.
— Não entendo como você pôde andar aí. — a voz de Nathaniel ecoou pela mansão fazendo com que a pequena Erika se encolhesse olhando para os sapatos, envergonhada e um pouco assustada. — Não é o seu lugar, você é melhor que isso, eu sei. Eu sei que não é o lado certo.
Com força e medo ela abriu os olhos e se deparou com o teto amarelo de seu quarto.
O que a surpreendeu foi ter acordado tão tranquilamente daquela lembrança, daquela lembrança que nada mais fez do que fazê-la entender que tudo era incerto para ela. Qual era o seu lugar? Estava tudo bem para ele estar na Lufa-Lufa?
Foi melhor do que o que mostrava atualmente?
Ela estava começando a se sentir frustrada não apenas com o que estava acontecendo, mas consigo mesma. Ela sentou na cama, estava fresco e ainda escuro, então presumiu que fosse de manhã cedo. Ela olhava para as camas das amigas onde dormiam tranquilamente, Susan era muito paciente com ela assim como Hannah, às vezes ela pensava que não merecia a paciência das amigas quando se tratava dela. Mas as duas mereciam tudo de Erika, o que quer que quisessem, Erika Frukke era capaz de lhes dar sem pensar duas vezes.
Erika tentou voltar a dormir mas não conseguiu, sua mente processava os pensamentos tão rápido que era impossível adormecer. Ela decidiu se levantar e ir ao banheiro tomar um banho onde refletiu sob a água morna, talvez fosse o estresse dos NOMs sobre ela, ou talvez o estresse de saber que seu pai estava solto e poderia prejudicá-la novos amigos. Nathaniel poderia ser um perigo para Harry, bem, não apenas para Harry, mas um perigo para todos os envolvidos.
Um perigo para sua própria família.
A aula de Poções naquele dia parecia mais moderada do que o normal, Snape falava e falava, mas as palavras não entravam em sua mente, por mais que ela tentasse entender. A falta de descanso estava trabalhando contra ela no pior momento possível. Ela havia ficado acordada depois de tomar banho e lido um pouco sobre astronomia para poder entender as coisas que havia faltado por ter atrasado as aulas. As únicas coisas que sua mente viu naquele momento foram luas, planetas e estrelas.
— ... e Frukke. — Erika ouviu a voz de Snape de repente.
Erika levantou a cabeça para olhar para o homem que a observava com uma sobrancelha levantada e então rosnou ao perceber que a Lufa-Lufa não estava prestando atenção nele.
— Aulas não são para fantasiar, Frukke. — disse-lhe com aquele tom desdenhoso que o caracterizava. — Você trabalhará com Parkinson. Parkinson, por favor atualize sua parceira. E coloque os pés no chão.
Pansy assentiu e levantou-se para sentar ao lado de Erika em silêncio. Eles viram como Snape sacou sua varinha e dois pedaços de papel saíram de um caldeirão para que pudessem conhecer o parceiro de cada aluno sobre o que ele havia preparado.
— Scamander e Granger.
Alex soltou um suave 'oba!' e cumprimentou uma Hermione não tão bem-humorada. Suas sobrancelhas eram retas, mas não franziam completamente, então era sutil, mas Erika percebeu isso porque a observava há anos e sabia quando algo estava incomodando a Grifinória. Desta vez, por estar nas nuvens, ela não sabia o motivo do seu desconforto.
Snape repetiu o processo e inventou outros sobrenomes, Ernie trabalharia com Harry, Susan com Terry Boot, Hannah com Daphne Greengrass e Justin com Draco Malfoy.
— Weasley e... Davis. — Snape terminou.
A mão de Tracey foi imediatamente levantada pedindo para falar.
— Existe a possibilidade de mudarmos de parceiro? — a garota perguntou, ofendendo um pouco Ron.
— Não. — o homem decretou imediatamente. — Agora comecem a trabalhar, quero esse pergaminho na minha mesa na segunda-feira de manhã.
Muitas reclamações foram ouvidas e todos começaram a trabalhar exigindo diferentes tipos de coisas, tanto para os colegas de trabalho quanto para o que tinham que fazer. Pansy olhou para Erika que estava observando Alex e Hermione trabalhando muito bem, às vezes o ruivo desenhava no canto do pergaminho fazendo-a rir.
— Ei, saia de onde você estiver. — a Sonserina estalou os dedos na frente do rosto da garota de olhos azuis. — Temos que trabalhar e não quero progredir mais fora da aula do que dentro dela.
— Claro, desculpe... — Erika murmurou com um tom estranho nos ouvidos da sonserina que a olhou estranhamente.
— Merlin, o que há de errado com você? Não acho que trabalhar comigo seja tão terrível. Na verdade, se eu fosse você consideraria isso um milagre. Olha, trabalhando com o que há de melhor em poções...
— O que precisa ser feito? — Erika a interrompeu impacientemente.
Pansy olhou para ela com leve indignação e acabou balançando a cabeça para explicar o que tinha que ser feito. Foi simples mas longo, foi uma espécie de análise do Filtro da Paz e dos seus ingredientes e depois um processo de preparação passo a passo.
Todos imediatamente começaram a escrever sobre a poção, Justin não se sentia muito confortável trabalhando com Draco, o garoto não o deixava fazer absolutamente nada, alegando que não poderia permitir que seu trabalho fosse arruinado por causa de um sangue ruim. Alex e Hermione trabalharam bem, o americano era muito bom em poções então não foi muito difícil para ele escrever a análise e ele entendeu tudo na primeira vez, economizando muito trabalho para sua parceira.
Mas para a maioria dos grupos não houve sinergia de equipe.
— Vejo você amanhã na biblioteca depois do almoço. — Pansy disse assim que a aula acabou. — Não nos resta muito para terminar então seja pontual e fique neste planeta ao invés de onde quer que sua mente estivesse hoje.
— Claro. — Erika respondeu simplesmente.
— Você me estressa, Frukke. — a Sonserina bufou revirando os olhos e foi embora arrastando Tracey que tinha toda intenção de se aproximar de Erika.
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No final do dia tudo se resumia a progredir nas tarefas e estudar, Harry havia conversado com Sirius sobre Umbridge ter descoberto sobre aquela reunião que eles tiveram e descobriu-se que Mundungus estava no bar e informou a ordem do que eles estavam fazendo, ali havia mais gente lá, qualquer um poderia ter sido uma pessoa má e dito diretamente à mulher que eles estavam planejando ter aulas pelas costas dela. Quando Ron mencionou que Erika ajudaria Harry no luto, Sirius exclamou, completamente feliz, que era uma excelente ideia e que eles deveriam aproveitar o potencial da Lufa-Lufa porque ela tinha um papel importante em tudo o que estava acontecendo. Mas antes que ele pudesse explicar, dedos gordinhos e cheios de anéis apareceram na lareira, e Sirius nunca mais usou o flu.
— Hermione, peço que por favor faça apenas a introdução e eu farei o resto. — Ron perguntou, olhando para sua amiga sentada em uma das mesas enquanto ele avançava em sua tarefa de poções com Alex. — Ontem tive patrulha e perdi tempo.
— Não é problema meu se você não saber se organizar. — Hermione respondeu, colocando o ponto final em alguma frase de seu pergaminho. — Pronto, é isso.
— Ótimo, menos uma coisa para fazer na minha lista. — Alex sorriu enquanto se espreguiçava e olhava para Ron. — Se quiser posso te ajudar, sou bom em feitiços.
— Acho que terei que recorrer a você. — Weasley suspirou derrotado e então olhou para o pergaminho que Hermione havia terminado e franziu a testa surpreso. — Você já terminou as poções?!
Naquele momento Harry estava descendo de seu quarto após ir procurar tinta para avançar em seu estudo de Adivinhação, ele abordou a conversa de seus amigos com o menino Scamander que mencionou como o progresso que eles fizeram durante as aulas e no tempo livre foi fundamental para terminando tão rapidamente.
— Você vê o que acontece quando você se organiza? — Hermione olhou para o amigo com uma sobrancelha levantada.
— Claro que você pode se organizar se trabalhar com alguém que queira trabalhar com você. — Ron reclamou, cruzando os braços.
— Como? — Harry perguntou entrando na conversa.
— Minha colega de trabalho me odeia, você trabalha com o Ernie e aposto que ele é bem arrumado e tal.
Harry acenou com a cabeça, Ernie e Harry decidiram dividir o trabalho por conta própria. O loiro trabalharia a primeira metade e depois a de óculos terminaria o resto, era o melhor caminho para eles já que Ernie era monitor e tinha que se organizar com as demais matérias e o treino de Quadribol.
— Tracey Davis? — Alex perguntou curioso e Ron assentiu irritado. — Ah, fã da Eri.
Ron olhou para ele surpreso e acenou com a cabeça imediatamente e depois olhou para seus amigos.
— O que? Ela ficava reclamando o tempo todo que queria trocar com Pansy ou se eu sabia se Erika iria querer trocar comigo. — ai ouvir isso, a audição de Hermione aguçou. — Eu disse a ela que não porque Snape não a deixaria mudar por mais que ela pedisse e que era difícil para Erika trocar de parceiro por alguém com quem ela não conversava muito.
— Ela está interessada em Erika? — Harry perguntou curioso.
— É óbvio. — Alex riu, olhando sutilmente de soslaio para Hermione. — David olha para ela como se a qualquer momento fosse pular sobre ela e não de forma violenta.
— Como parece insuportável. Bem, sempre foi. — Hermione murmurou alto o suficiente para Ron ouvir e olhar para ela surpreso.
— Mas ela é bonita, devo admitir.
— Isso não tira o insuportável. Ela está atrás de Erika como se ela fosse... Não sei, a última cerveja amanteigada Três Vassouras ou algo assim. — Hermione rosnou, balançando a cabeça.
Os três garotos se entreolharam, Alex decidiu fugir da situação antes que ele deixasse a amiga mais irritada com seus comentários sobre a garota que estava interessada em Erika. Afinal, ele já sabia o que estava acontecendo, eram os outros dois que tinham que descobrir.
— Não acho que esteja errado, sério. — Harry comentou, sentando na frente da amiga, olhando casualmente o que ela estava fazendo. — Erika é uma garota bonita, mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer, certo?
— É, mas Tracey provavelmente só quer algo temporário com ela, não acho que Erika seja esse tipo de pessoa. — Hermione parecia bastante irritada aos ouvidos de seus dois melhores amigos.
— E o que há de errado com você? Você está assim desde manhã. — Ron sentou-se ao lado dela preocupado.
Hermione suspirou, sim, ela sentiu um leve desconforto desde a aula de poções. Entre Pansy tendo que trabalhar com Erika e Tracey Davis começando a se interessar pela Lufa-Lufa, ela não pôde deixar de sentir um aborrecimento crescendo dentro dela. Isso foi ciúme? Ela não sabia, talvez fosse mais insegurança. Ambas eram garotas lindas que provavelmente tinham mais chances com Erika, garotas que não tinham a insegurança de estar com outra garota por medo do que seus pais diriam ou de serem vistas de forma negativa no mundo trouxa.
Ela olhou para seus dois amigos, eles não sabiam, talvez contar como se sentia fosse o mais conveniente no momento. Ela nem sempre podia contar com Ginny, ela passava mais tempo com os dois e Erika ficava perto dos três com mais frequência. Ela olhou em volta e suspirou, fortalecendo-se.
— Bom, vou contar uma coisa que é segredo, vocês não podem contar para ninguém, ouviu?
Ambos assentiram, absortos no que a amiga diria, preocupados e curiosos.
— Isso é mais difícil do que eu pensava... — Ela murmurou para si mesma. — Ultimamente tenho... Gerado sentimentos por uma pessoa, não tenho me divertido pois é muito provável que não seja correspondido e porque no mundo trouxa não é bem visto se você gosta de alguém do mesmo sexo. — Hermione limpou a garganta e engoliu em seco. — A questão é... Agh, eu juro que se vocês contarem para alguém eu vou matá-los. — ela rosnou histericamente e depois se acalmou. — Eu gosto da Erika. Se ela descobrir, eu juro que vou...
Hermione foi interrompida por um bufo nasal que soou quase como uma risada, ela franziu a testa em aborrecimento e viu Ron com a mão na boca e Harry com um sorriso reprimido no rosto. Incapazes de aguentar mais, os dois começaram a rir ao se entreolharem diante do olhar furioso da amiga.
— O que há de errado com vocês? Não tem graça, por que vocês estão rindo?!
— É que... Nós já sabíamos disso. — Ron terminou a frase com sua risada diminuindo aos poucos. — Se esse era o seu segredo, não era muito confidencial.
A morena corou completamente, começando a abrir e fechar a boca tentando encontrar as palavras certas para a situação. Como era possível que eles soubessem? A única maneira era...
— Merlin, é óbvio? — ela murmurou com medo enquanto abria os olhos alarmada.
Ambos assentiram com suas risadas mais calmas.
— Bastante, percebemos no verão. — Harry explicou. — Bem, eu pelo menos.
— Percebi quando você estava louca para encontrá-la quando descobrimos que a mão de Harry estava sangrando. — Ron lembrou. — Assim que viu a mão dele se levantou para procurá-la na patrulha.
— Quem mais sabe?
— Fred, George, Gina e... Alex. — o ruivo contou com os dedos.
Hermione abriu os olhos surpresa, claro que Alex sabia, era óbvio, como ela não percebeu? As perguntas, os assuntos de conversa que ele trazia à tona de repente e os olhares que lançava para ela toda vez que Erika estava na sala.
Ela não sabia se deveria bater nele ou questioná-lo.
Mas os gêmeos? Que pena! Ela tinha certeza de que a qualquer momento eles fariam algo relacionado aos sentimentos dela para envergonhá-la deliberadamente, e isso não impediu Ron e Harry de fazerem o mesmo.
— E... Você não tem problema comigo gostar da Erika?
— Por que deveríamos? — Harry questionou atordoado. — Erika é ótima, ela parece alguém com muita paciência e vocês ficam bem juntas.
A porta da sala comunal se abriu e os três se viraram, com medo de que alguém de fora tivesse ouvido algo da conversa, mas relaxaram quando viram uma cabeça familiar de longos cabelos ruivos.
— Do que vocês estão falando? — Ginny disse, aparecendo na sala comunal depois de passar um tempo na biblioteca.
— Hermione nos contou o segredo mais mal guardado.
Ginny olhou para sua amiga curiosa e ela assentiu, ela entendeu imediatamente e olhou para os dois garotos sentados ao lado dela que mantinham seus sorrisos astutos.
— Ah, que bom que estamos todos na mesma página agora. — Ginny sentou-se em uma das poltronas. — E você como está?
— Harry estava dizendo a Hermione que não nos incomodava que ela gostasse de Erika.
— Quem se incomodaria com isso? Erika é como uma cachorrinha, mas uma cachorrinha grande que não sabe seu tamanho e age como se fosse pequena pisando no próprio rabo. — a ruiva comentou, fazendo todos rirem.
A conversa foi baseada no fato de Hermione ser óbvia sobre seus sentimentos em relação à Lufa-Lufa e na teoria de que poderia ser mútuo, aí seus amigos perceberam que a morena tinha uma autoestima muito baixa nesse sentido. Hermione criticava abertamente seu físico ou personalidade de vez em quando, para ela sua única atração era sua inteligência, quando isso não era inteiramente verdade.
Hermione podia se sentir superior em inteligência, mas fora isso ela se sentia um completo fracasso.
Naquela mesma noite foi a vez de Erika patrulhar, ficava cada vez mais chato quando algo interessante não acontecia ou ela não encontrava ninguém por perto para mandá-los para sua sala comunal. Entre patrulhar os corredores vazios e estar em uma aula de história da magia, ela preferia muito mais estar com Binns, lá pelo menos poderia fazer outras coisas e era mais educativo.
Embora quando ela quis dizer ter algo interessante em sua patrulha ela não estivesse se referindo a esbarrar em Draco Malfoy no caminho para sua sala comunal, isso era o lado ruim de eles estarem do mesmo lado do castelo. Ela ignorou completamente, mas parecia que o sonserino queria ser chato naquela noite.
— Ei, Frukke, você pode dizer ao seu amigo sangue-ruim para entregar sua parte do trabalho amanhã?
Erika parou de andar e se virou para olhar para ele irritada.
— Não direi nada a ele se você se referir a ele dessa forma. — Erika murmurou e então retomou sua caminhada.
Draco revirou os olhos. — Não sei o nome dele e não tenho interesse em saber, nem vou falar com ele.
—Isso já é problema seu então.
— Mande meu recado para ele e pronto, pare de ser tão chata.
Erika parou de andar completamente e olhou para ele indignada e depois franziu a testa.
— Estou sendo chata? Você chama meu melhor amigo por aquele apelido que você repete como um bobo, pede para eu entregar uma mensagem e aí sou eu que estou sendo chata? — Erika bufou divertida. — Vá incomodar seu pai ou algo assim.
— Pelo menos posso incomodar meu pai. — Draco bufou zombeteiro enquanto cruzava os braços. — Ah! E para minha mãe, não como você que...
Sem pensar duas vezes, o punho de Erika acertou o nariz de Draco, fazendo-o cair no chão de dor e com o nariz começando a sangrar. Furiosamente, o garoto ergueu o olhar para encontrar os olhos azuis de Frukke, olhando-o com desprezo. A Lufa-Lufa colocou a mão no bolso, assustando o loiro, mas ela apenas tirou um lenço para jogá-lo em cima dele.
— Não quero que nada relacionado à minha mãe saia da sua boca suja. — Erika rosnou, e então começou a andar em um ritmo acelerado.
Draco mexeu o nariz, não estava quebrado, mas sangrava bastante. Relutantemente, ele pegou o lenço e colocou-o no nariz enquanto se levantava, continuando seu caminho para a sala comunal, arrependido de ter incomodado Frukke. Ele nunca pensou que ela reagiria daquela forma, não a via como capaz, achava que os Lufa-Lufas eram calmos mas claramente Erika não se enquadrava nessa categoria.
Ao chegar na sala comunal foi recebido pela tagarelice das pessoas que ainda estavam acordadas, as vozes familiares o fizeram entender que era seu grupo de amigos que ainda não iria dormir. O primeiro a notar a chegada dele foi Goyle que estava perto da lareira comendo um pedaço de bolo do jantar.
— O que aconteceu? — perguntou surpreso ao vê-lo chegar com o nariz sangrando.
A pergunta do garoto chamou a atenção de quem estava por perto, o grupo formado por Pansy, Theo, Blaise, Daphne e Tracey se virou e teve reações totalmente diferentes.
— Não me diga que Granger bateu em você de novo. — Theodore riu zombeteiramente enquanto mastigava um pedaço de amendoim.
Draco grunhiu e foi até eles para se sentar, o lenço que Erika havia lhe dado já estava encharcado e Crabbe veio com mais para ajudá-lo.
— Granger realmente bateu em você de novo? — Blaise perguntou surpreso ao não ouvir resposta.
— Não! — exclamou irritado, olhando para o lenço novo já com manchas de sangue. — Foi a boba da Frukke.
Theo riu de novo, mas dessa vez bateu palmas surpreso, nunca pensou que a menininha nas reuniões de família que se escondia das pessoas fosse capaz de dar socos.
— O que te faz rir tanto?
— Frukke parece que não conseguiria machucar uma mosca. — Nott se defendeu.
— E o que é isso? Meu pai vai descobrir e saber que o que ela fez tem consequências. — o loiro rosnou.
Isso despertou um leve alerta em Pansy; se o pai de Malfoy descobrisse, certamente chegaria aos ouvidos do pai de Erika;
— Acho que ela bateu em você por alguma coisa. — Pansy falou casualmente. — Erika não bate porque quer.
— Claro, ela é sua amiga e por isso você a defende. — Crabbe entrou com raiva.
— Não estou defendendo ela, acho que se Draco contar ao pai ele fará isso para se vitimizar quando é sempre ele quem faz com que algo seja feito com ele. — Pansy argumentou.
— Eu não ligo. — Draco refutou, levantando-se — De qualquer forma, ela já está precisando dos pés no chão.
E com isso o loiro subiu para seu quarto deixando Pansy frustrada, ela odiava que Draco não tivesse um pingo de empatia em seu corpo e tudo girasse em torno dele. Ela encontrou o olhar de Blaise que apenas ergueu as sobrancelhas quase mandando condolências para Erika e ela odiou isso, mas o que ela mais odiou foi não saber desde quando ela havia se tornado babá de Erika Frukke.
Capítulo curto, mas com muitas coisas para ficarem de olho.
Até breve. ❤️❤️
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