31. CAPÍTULO TRINTA E UM
CAPÍTULO TRINTA E UM
❛ ato dois: a ordem da fênix ❜
JULHO DE 1995
A grande porta de entrada o acolheu naquele corredor escuro e maltrapilho que representava totalmente as intenções e pensamentos de quem ali morava. Caminhou alguns passos em silêncio até chegar a outra porta, mas esta era menor, de madeira escura e maçaneta prateada, e ele não hesitou em bater duas vezes para anunciar sua chegada. Alguns segundos se passaram até que a porta se abrisse e finalmente fosse revelado quem estava por trás dela, um homem alto com longos cabelos loiros apareceu fazendo uma expressão irritada só de ver sua presença ali na sua frente.
— Frukke. — o homem disse com desdém após olhá-lo da cabeça aos pés.
— Malfoy. — Nathaniel cumprimentou com um sorriso torto que deixou o loiro enjoado.
Lucius Malfoy se afastou para deixar Nathaniel Frukke passar. Ele não ficou muito feliz em receber aquela visita, mas teve que manter seu aborrecimento dentro de si, ele não queria irritar seu grande senhor com uma luta barata contra o protegido Frukke. O recém-chegado sabia o que sua presença fazia com o loiro, eles nunca se deram muito bem, mas agora que as coisas estavam indo a seu favor, ambos sabiam que tolerar um ao outro enquanto estavam na mesma sala era o suficiente.
— Ele está te esperando, espero que você não tenha se enganado, homem prodígio. — Lucius disse aquele apelido com uma pitada de zombaria e veneno, fazendo o citado rir muito pouco.
— Comparado a você, Luci, eu não cometo erros.
E dito isso, em seu típico tom altivo, ele entrou na sala que lhe havia sido designada, deixando Lucius com uma expressão de ódio enquanto cerrava o punho, contendo toda a raiva que havia sido gerada dentro dele. Assim que pôs os pés na sala deu uma olhada na sala da mansão Malfoy, o caro sofá de couro o cumprimentou assim como a mesinha de centro que estava sobre um tapete grande e bastante caro, pinturas de parentes de Malfoy, família ou simplesmente paisagens pintadas a óleo, era uma sala algo escura e sombria mas limpa e com um bom aroma. Ali, naquela sala confortável, foi onde Lord Voldemort convocou Nathaniel Frukke para conversar um pouco.
Segundos depois de entrar, uma nuvem escura apareceu alguns metros à sua frente, revelando a figura de Voldemort a sua frente. Frukke fez uma pequena reverência diante da figura, que se virou e sorriu bruscamente assim que percebeu a presença de quem quer que fosse. chamado.
— Ah, Nathanael. — ele o cumprimentou com alívio, mantendo aquele sorriso sombrio. — Eu estava esperando sua chegada.
— Sinto muito, senhor. — o homem pediu desculpas. — Tive que resolver algumas coisas antes de vir.
Voldemort disse para ele se sentar e Nathaniel atendeu obedientemente ao pedido do homem sem pensar muito.
— Como vão as coisas que eu ordenei para você?
— Bem, senhor, as coisas estão indo como deveriam. — Nathaniel relatou sério. — Ainda estamos negociando com os gigantes, tentando chegar a acordos com lobisomens e procurando as pessoas que você precisa.
Voldemort acenou com a cabeça satisfeito com o que ouviu, definitivamente confiar o trabalho pesado a Nathaniel Frukke sempre foi uma boa decisão.
— Maravilhoso, Nathaniel. Sempre fazendo seu trabalho maravilhosamente. — ao ouvir essas palavras o peito de Frukke se encheu de um pouco de orgulho. — Agora, eu queria te perguntar algumas coisas.
Nathaniel assentiu e Voldemort caminhou em sua direção como se estivesse dando uma curta caminhada.
— Você tem conhecimento sobre o Sangue de Merlin?
O homem imediatamente ficou tenso e engoliu em seco, tentando não perder a postura. Ele piscou rapidamente para recuperar o semblante, que havia vacilado com as palavras de seu chefe.
— Ouvi falar disso, senhor. Mas é claramente um mito, pelo que entendi, não há evidências de que seja real ou de pessoas que não mentiram sobre isso.
Voldemort assentiu e então se aproximou dele rapidamente, conseguindo intimidá-lo um pouco, o olhar frio e escuro do bruxo colidiu com os olhos verdes e agora medrosos de seu mais fiel servo.
— Claro? Nem sobre a profecia?
Nathaniel franziu a testa com a pergunta repentina e curiosamente criou coragem para perguntar.
— Você está falando da profecia do menino que sobreviveu?
Voldemort riu e sacou sua varinha apontando para Nathaniel que de repente sentiu como se algo estivesse esmagando seu corpo pelos lados, ele tentou desesperadamente mover os braços mas não conseguiu, era como se ele estivesse amarrado e estava ficando muito mais apertado cada vez. Isso durou muito tempo, Voldemort olhou friamente para Nathaniel que apenas reclamou em silêncio sem olhar para quem o estava atacando.
— Estou falando da profecia da sua filha. — ele murmurou irritado.
— E-eu não sei do que você está falando senhor, eu juro... — a voz de Nathaniel saiu dolorosa.
— Você não tem ideia da profecia sobre sua filha mais nova que está por aí? — Voldemort gritou com raiva, seu aperto em Nathaniel aumentando enquanto ele falava.
Nathaniel tremeu desesperadamente para ser liberado, finalmente a pressão em seu corpo foi liberada e ele pôde respirar livremente. Voldemort caminhou pelo local desesperado e então parou e olhou para o homem sentado no sofá tentando tirar o ar dos pulmões. Ele se aproximou dele, fazendo-o levantar o rosto para olhá-lo diretamente nos olhos.
— Tenho duas missões para você, querido Nathaniel. Eu sei que você é capaz de alcançá-lo e é por isso que estou lhe pedindo. — Voldemort murmurou para ele, o olhar atento do homem sobre ele. — Antes de mais nada preciso dessas duas profecias comigo, não é tão difícil para você, você fez coisas mais difíceis e fez bem. Mas o segundo... Se você conseguir fazer o segundo, você e eu seremos imparáveis.
Voldemort murmurou a segunda missão para ele e Nathaniel olhou para ele surpreso, sem acreditar no que ele estava pedindo. Após alguns segundos, ele assentiu, aceitando as missões imediatamente e sem fazer mais perguntas. Aceitando que, se alcançasse seu objetivo, seu senhor o recompensaria com poder e glória.
Assim como um cachorro sendo parabenizado por seu dono.
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— Erika, abra seus malditos olhos! — uma voz foi ouvida gritando na sala da Lufa-Lufa.
Hannah mexeu violentamente o corpo adormecido da amiga, com o choque causado pelo movimento repentino e o grito em seu ouvido, os olhos de Erika se abriram abruptamente e ela pulou, fazendo com que ela se sentasse na cama. Com o coração batendo forte e o cabelo bagunçado, ela olhou de boca aberta para a amiga loira, esperando que ela lhe contasse os motivos pelos quais a acordou daquele jeito.
— Venha, parece que estamos com problemas. — Hannah disse a ela desesperado enquanto agarrava seu pulso e a arrastava para fora da cama rapidamente.
Erika desceu as escadas desajeitadamente, quase tropeçando porque estava acordada e sendo arrastada com força. Chegaram ao andar térreo e ela notou que muitas pessoas estavam ao redor do quadro de avisos, os mais preocupados eram seus amigos que a deixaram entrar para que ela pudesse ler assim que perceberam que Hannah havia chegado com ela.
POR ORDEM DA INQUISIDORA DA CÚPULA:
A partir de agora, todas as organizações e sociedades, e todas as equipas, grupos e clubes, estão dissolvidas. Qualquer reunião regular de três ou mais estudantes será considerada uma organização, sociedade, equipe, grupo ou clube. A reforma de qualquer organização, sociedade, equipe, grupo ou clube exigirá permissão da Alta Inquisidora (Professora Umbridge). Nenhuma organização ou sociedade, nem qualquer equipe, grupo ou clube estudantil pode existir sem o conhecimento e aprovação da Alta Inquisidora. Qualquer aluno que tenha formado uma organização ou sociedade, ou uma equipe, grupo ou clube, ou tenha pertencido a qualquer entidade deste tipo, que não tenha sido aprovada pelo Inquisidor Supremo, será expulso da escola.
Esta medida está de acordo com o Decreto Educacional nº 24.
— Ela definitivamente descobriu. — Susan murmurou irritada.
Erika teve que ler o jornal mais de uma vez para entender, seu cérebro estava acordando para entender um texto tão complicado e longo. Ao seu lado, muitas pessoas murmuravam coisas diferentes sobre o futuro de diferentes clubes ou organizações, mas Erika ficou pensando em como era possível que Umbridge descobrisse sobre a pequena reunião e tudo levasse a uma coisa: alguém havia falado.
— Alguém abriu a boca grande, tenho certeza que foi Zacharias. — Ernie murmurou irritado, procurando o garoto com os olhos. — Surpreendentemente, ele não está lá, esse maldito...
— Vou falar com ele. — Susan disse imediatamente. — Espere um pouco.
— Devo acompanhá-la? — o loiro ofereceu.
— Não, você vai piorar as coisas. — Susan respondeu obviamente, se afastando do grupo.
Susan desapareceu por um corredor da sala comunal enquanto Justin e Hannah zombavam de Ernie, Erika coçou a cabeça, embora fosse pouco credível, ela não achava que Zacharias tivesse aberto a boca. Não seria conveniente para ele ter tantas pessoas contra ele se fosse revelado que foi ele quem os traiu para Umbridge, porque Smith sabia que eles tornariam sua vida mais miserável fora da Lufa-Lufa do que dentro dela.
Um toque em seu ombro chamou sua atenção e ela se virou e viu Summerby que estava com os braços cruzados e uma expressão complicada.
— Temos que falar com Umbridge para trazer o time de Quadribol de volta. — ele começou a falar baixinho. — Por favor, não ganhe mais punições para que o processo seja mais rápido.
— Mas foram apenas duas vezes... — Erika murmurou com uma expressão um tanto triste e depois deixou cair os ombros em derrota. — Não vou me meter em encrencas, eu juro.
Summerby assentiu satisfeito e depois apontou para uma folha de papel brilhante no quadro.
— As datas dos primeiros jogos já estão aqui, não perca nenhum treino. — e com isso ele foi embora.
Erika olhou para a folha dourada e fez uma anotação mental de que a Lufa-Lufa teria sua primeira partida contra a Corvinal em breve. Mais pessoas começaram a chegar no quadro para ler o anúncio de Umbridge e notaram que ela era a única de pijama. Envergonhada, ela subiu para seu quarto para vestir o uniforme e se preparar para o café da manhã, mas quando desceu viu Zacharias e Susan caminhando em direção à saída.
— Eu gosto de você, Bones, mas isso não significa que vou deixar você assumir coisas sobre mim. — ele disse a ela duramente.
Susan revirou os olhos e cruzou os braços para olhar para ele seriamente.
— Não estou presumindo nada, só estou perguntando se você conversou sobre o encontro com outra pessoa.
Zacharias negou, farto da conversa. Ele fez menção de ir embora, mas viu que Erika os encarava a poucos metros de distância e ficou chateado.
— Certamente você pensou que era eu e por isso mandou o Bones, certo? — ele arrogantemente começou a caminhar em direção a Erika dando passos fortes.
Susan caminhou rapidamente para ficar entre eles, olhando para Zacharias, que parecia furioso.
— Ela não disse nada, eu me aproximei sozinha. — Susan disse para o loiro com um tom áspero.
— Bem, eu já disse que não fui eu. — ele exclamou, olhando para ela irritado. — Com certeza Granger perdeu a lista ou algo assim.
— Hermione não perderia a lista. — Erika imediatamente defendeu a Grifinória. — Ela é mais esperta que isso.
Zacharias ia dizer alguma coisa, mas Susan olhou para ele com frieza, exausta, e saiu da sala comunal em silêncio.
— Eu parei uma guerra. — Susan murmurou para si mesma e depois se virou para a amiga. — Os outros foram tomar café da manhã, vamos conversar com Hermione mais tarde e perguntar o que aconteceu, ok?
Erika assentiu e as duas foram para a grande sala de jantar.
Lá todos estavam falando sobre as novas novidades, todos estavam em pânico pensando em como salvar seus grupos, times ou clubes para que Umbridge lhes desse permissão para continuarem funcionando. As duas foram para a mesa da Lufa-Lufa, onde Ernie mexia a perna ansiosamente enquanto bebia seu suco de abóbora.
— Você consegue parar de mexer a perna? Você está me deixando ansioso. — Justin afirmou, parando de mexer em seus ovos mexidos.
— Hermione já disse que conversaríamos mais tarde, não se preocupe. — Hannah acariciou seu ombro gentilmente.
— Acontece que se Umbridge viu a lista, Erika e eu estaremos em apuros. — Ernie murmurou totalmente ansioso.
— Hermione não perdeu a lista. — Erika declarou franzindo a testa.
— Eu sei! Mas havia mais gente lá, qualquer um poderia ter nos entregado.
A garota de olhos azuis olhou para a mesa da Grifinória onde percebeu que Hermione estava com a testa franzida assim como Harry e Rony que falavam em sussurros um com o outro, eles sempre entravam em seu próprio mundo em momentos assim, em um mundo onde os três apoiava-se um ao outro e não deixava mais ninguém entrar.
Hermione enterrou os dedos no cabelo para penteá-lo para trás em sinal de frustração e aborrecimento. Os olhos de Erika não puderam deixar de ficar na ação da morena, observando seu rosto com mais clareza. Ela odiava admitir que a garota ficava bonita quando estava chateada.
Você deveria pensar sobre isso então.
Seus olhos saíram de lá imediatamente, era como quando elas estavam naquela biblioteca de Hogsmeade, seus olhos colados como um ímã em Hermione Granger. Não foi a primeira vez, mas naqueles momentos foi diferente. Ela não entendia por que se sentia diferente.
O café da manhã terminou e eles começaram a se afastar para ir para a primeira aula do dia, Erika deixou sua tigela de mingau de aveia inacabada e levantou com o corpo flácido, não era divertido ter transformações tão cedo e menos ainda se fosse com os Sonserinos. Os cinco chegaram às duas grandes portas da grande sala de jantar e deram de cara com o trio dourado que sutilmente se juntou a eles.
— Ninguém da sua casa apareceu com uma cara estranha? — Ron perguntou em um sussurro.
— Só Justin com a cara de ogro se erguendo. — Ernie brincou, ganhando um tapa do menino nomeado.
— Fale sério. — Justin o repreendeu com raiva e depois olhou para os Grifinórios. — Não, nenhum. Por que?
— Sem motivo. — Harry disse suspirando, olhando para Hermione. — Se você está se perguntando, continuaremos com isso.
Os cinco suspiraram de alívio e Harry compartilhou um olhar determinado com Erika, suas aulas ainda estavam acontecendo, era bom, a Lufa-Lufa já havia começado a ver como ensinar duelos no estilo Comensal da Morte para outras pessoas sem seguir os métodos de seu pai.
Você está fazendo errado? Crucius.
Você não entendeu? Bem, você entenderá enquanto eu lhe dê um ponto crucial.
Você fez certo? Você não ganha um cruius, mas também não ganha palavras de afirmação.
Mas se você respondesse que bastava crucius, tudo bem, isso iria parar, mas mudaria para algo físico sem magia.
Obviamente ela não os ensinaria dessa maneira.
— Eri, espere. — Hermione pegou o manto da Lufa-Lufa pela manga, separando-a do grupo. — Eu queria... Uhm... Agradecer por ter aceitado ser nossa professora de duelo.
— Ah, bem, não é como se eu estivesse ensinando algo novo. — Erika murmurou em resposta, erguendo um dos ombros.
— Espero que isso não te incomode nem um pouco. Quero dizer, ter que pensar no seu pai...
— Não, está tudo bem. Se eu puder ajudar, eu o farei.
Hermione acenou com a cabeça aliviada, ela ficou tranquila ao ouvir Erika dizer pessoalmente que estava tudo bem. Harry havia garantido a ela naquele dia, depois de deixar Hogsmeade, que a Lufa-Lufa havia aceitado e que não teria problemas em ajudar, mas ela não pôde deixar de se sentir desconfortável de qualquer maneira.
— Ótimo, fico feliz em saber que você está confortável.
— Você tem alguma ideia de quem contou a Umbridge sobre nosso encontro? — Erika perguntou depois de alguns segundos.
Hermione olhou em volta e levou a Lufa-Lufa para perto das janelas do corredor para ter mais privacidade na hora de conversar. Erika olhou para suas amigos virando o corredor em direção à aula, mas, para ser sincera, não se importava em chegar um pouco atrasada.
— Não foi nenhum dos que foram naquele dia. — Hermione murmurou.
— O que faz você garantir isso? Talvez alguém esteja se escondendo e...
— O pergaminho ficou encantado. — Hermione interrompeu sério. — Se algum dos que assinaram falasse com Umbridge seu rosto teria ficado deformado com espinhas.
Erika ficou chocada em seu lugar ao ouvir isso, ela olhou para a Grifinória que, agora evitando nervosamente seu olhar, deixou escapar uma confissão ainda maior do que quando ela confessou que tinha Rita Skeeter em uma jarra casualmente voltando para casa do quarto ano.
Estava tão claro que era assustador.
E ela gostou um pouco disso.
— Eu sei que foi exagero e tudo mais, mas foi necessário e...
— Hermione. — Erika interrompeu, ainda olhando para ela, Hermione por um momento pensou que Erika tinha ficado chateada ou até assustada quando ouviu isso. — É brilhante, realmente brilhante.
Hermione deu uma risadinha nervosa e tímida, fazendo uma careta como se o que ela tinha feito não fosse grande coisa, tentando ser humilde e não projetar o quão bem o elogio da menina a fez se sentir.
— Sério... Não foi grande coisa...
Erika apenas sorriu para ela e olhou para o relógio, ela olhou de volta para a Grifinória com um pouco de tristeza e mordeu a ponta da língua. Algo que, aliás, chamou a atenção da Grifinória.
— Gostaria de continuar conversando, mas tenho que ir para a aula. — Erika disse a ela.
— Claro, eu também. — Hermione começou a avançar lentamente para trás com um sorriso tenso. — Até mais.
Erika se despediu e naquele momento lembrou que a temporada de Quadribol estava prestes a começar, Hermione iria ver? Ela sentiu a necessidade de vê-la nas arquibancadas das partidas de quadribol torcendo por ela ou, em teoria, torcendo por seu time.
— Ah... — Erika murmurou, chamando a atenção de Hermione, que se virou curiosamente. — A temporada de Quadribol começa em uma semana e... Eu queria, uhm... Eu ia te perguntar se... Você sabe, só se você quiser ir e pronto... — a Lufa-Lufa gaguejou um pouco ganhando olhares estranhos, mas divertidos de Granger.
— Você quer que eu vá? — Hermione decidiu perguntar ao notar o balbucio de Erika.
A garota de olhos azuis interrompeu seu emaranhado de palavras e olhou com os olhos abertos para Hermione acenar com a cabeça.
— S-sim! Bem, se você quiser... É que aquela vez que você me viu no treino não é como eu realmente jogo e... Eu realmente posso fazer melhor. — sua voz ficou levemente tensa na tentativa de não quebrar devido ao nervosismo repentino.
— Eu sei que você pode fazer melhor. — Hermione sorriu suavemente.
— Sim, bem... Uhm... — Erika pigarreou, endireitando o corpo. — Se for ao jogo você pode ver... Quer dizer, aprender mais sobre Quadribol. — Hermione acenou para ela ainda a observando de um jeito engraçado. — É contra a Corvinal, se você não se sentir confortável entre os da minha casa você pode... Claro que você pode convidar pessoas, claro! — Erika se interrompeu e o nervosismo fez sua voz soltar um pequeno guincho. — Neville provavelmente estará lá com Hannah, você sabe...
Hermione riu de como a Lufa-Lufa parecia desajeitada ao tentar convidá-la para algo tão simples como uma partida de quadribol. Parecia que ela a estava convidando para um encontro ou algo assim e por um momento sua mente ousou imaginar que Erika em algum momento a convidaria para sair e agiria da mesma forma.
— Eu vou, Erika. Não se preocupe. — Hermione a tranquilizou. — Eu iria de qualquer maneira.
— Realmente? — Erika perguntou apressadamente.
— Sim, já que... Agora que somos próximas, acho que me sentiria uma péssima amiga se não fosse ver você jogar. — a morena explicou.
— Claro... Ótimo. — Erika murmurou, brincando com as mãos suavemente para acalmar os nervos. — Ótimo... Te vejo lá então. Eu tenho que ir agora então...
— Até mais.
Erika sorriu, balançando a cabeça lentamente e começou a correr em direção à sua classe imediatamente, Hermione ficou surpresa e não pôde deixar de rir um pouco com isso. Erika podia ser tão estranhamente adorável que isso a incomodava, não porque não gostasse dela, mas porque essa atitude era o que ela mais estava começando a gostar na Lufa-Lufa. Ela era muito genuína e surpreendente, normalmente a via calada ou falando pouco, mas vê-la divagando e se enrolando nas próprias palavras?
Foi um benefício.
Erika chegou na hora certa para as transformações, mas ficou sem emprego com um de seus amigos. A única vaga disponível, para sua estranha sorte, era com Tracey Davis, a garota que recentemente começou a cumprimentá-la do nada. Ela sentou-se em silêncio ao lado dela, ela era uma garota morena e elegante, com cabelos escuros e levemente ondulados. Ela era alta, um pouco mais baixa que Erika, quase da mesma altura de Pansy. Ela nunca tinha falado com ela, Davis não fazia parte de toda aquela coisa de pai Comensal da Morte como ela ou Pansy, então não tinha ideia de como ela era. Ela sabia que tinha boas notas e frequentava aulas de adivinhação porque mais de uma vez ouviu uma das garotas da Grifinória conversando com ela sobre Trelawney.
A aula começou calmamente, tiveram que usar o feitiço silencius para silenciar um sapo ou, em seu substituto, um corvo. Erika acariciou o corvo a sua frente com um pequeno sorriso enquanto McGonagall explicava o uso daquele feitiço, ao lado dela ela sentiu como o sapo de Davis coaxava lentamente e pulou sobre a mesa sem nenhum cuidado.
— Agora, por favor, comecem a praticar o feitiço em suas criaturas. — McGonagall ordenou.
A sala se encheu de grasnados ou coaxos imediatamente, todos começaram a lançar o feitiço e Erika não ficou muito atrás, quando o corvo abriu a boca para fazer barulho ela imediatamente lançou o feitiço
— Silencius! — Erika recitou.
O grasnado do corvo só diminuiu um pouco de volume ao invés de ser silenciado completamente. Ao lado dela, Erika notou que Tracey agarrou o sapo e lançou o feitiço sobre ele, conseguindo na segunda tentativa. Erika tentou novamente com o mesmo resultado.
— Olá, Frukke. — Tracey sussurrou para ela. — Você precisa de ajuda?
— A-ah, não, não se preocupe. — Erika recusou educadamente.
— Isso não me incomoda, pelo contrário. — ela insistiu.
Erika desistiu e acabou aceitando. A sonserina lhe disse como mover a varinha, com um toque forte em vez de sacudi-la suavemente. A Lufa-Lufa tentou e ficou muito melhor do que da primeira vez.
— Bem, se você apontar sua varinha diretamente para o peito da criatura... — Tracey murmurou, colocando a mão na mão que segurava a varinha de Erika para guiá-la. — Vai funcionar melhor.
Um leve rubor começou a aparecer nas bochechas de Erika, ela não estava acostumada com o contato físico de outras pessoas e qualquer pessoa que segurasse suas mãos ou a tocasse a fazia corar.
Embora desta vez houvesse um motivo para Tracey segurar sua mão e funcionasse, o feitiço foi executado com sucesso.
— Viu? Não é tão difícil.
— Obrigada, Davis. — a garota de olhos azuis sorriu para ela.
Tracey sorriu para ela, observando seu rosto por alguns segundos e depois falou com ela novamente.
— Ei, eu estava pensando... Por acaso...?
Um espirro alto foi ouvido na sala, interrompendo a sonserina. Todos pararam o que estavam fazendo para olhar para as mesas no centro, de onde veio o repentino barulho estrondoso.
— Senhorita Parkinson... Por favor... — McGonagall repreendeu com um suspiro.
— Sim, desculpe. Penas me causam alergias. — Pansy disse olhando pelo canto do olho para onde Tracey e Erika estavam.
Tracey balançou a cabeça lentamente, olhando para a amiga. A aula finalmente terminou e Erika se despediu de Tracey, agradecendo pela ajuda.
— Se você precisar de ajuda com Criaturas Mágicas, retribuirei o favor. — Erika ofereceu gentilmente.
O rosto de Tracey iluminou-se e com um sorriso ela se levantou.
— Vou levar isso em consideração. — Tracey disse piscando para ela, depois tocando a ponta do nariz dela de brincadeira. — Nos vemos.
E ela saiu com aquele andar refinado que caracterizava o grupo de amigas de Pansy. Erika ficou confusa por alguns segundos e decidiu pegar sua bolsa e Hannah se aproximou dela com os olhos fixos na saída por onde Tracey havia passado segundos atrás.
— Eu não sabia que seu tipo eram garotas como Davis. — Ernie disse a ela após soltar um assobio de surpresa.
— O que? — Erika perguntou alarmada.
— Primeiro Parkinson, depois Adrienne e agora Davis. O que você tem com garotas com rosto de porcelana? — Ernie perguntou zombeteiro.
— Do que você está falando, idiota? — Erika rosnou, começando a andar. — Não tenho nada com garotas que têm rosto de porcelana.
— Erika é mais adequada para o tipo de garota humilde do que presunçosa. — Hannah disse com um sorriso maligno.
— Sim, isso. — Erika concordou. — Não gostei de nenhuma das três que você mencionou, acabei de falar com o Davis hoje!
— Sim, mas ela tentou falar com você desde o primeiro dia, lembra? Quando ela cumprimentou você no trem.
— Sim, mas não gosto dela.
—Então você gosta de outra pessoa? — Hannah perguntou rapidamente para pegá-la desprevenida.
— N-não!
— Ah, você hesitou!
— Você me deixa nervosa, Abbott! — Erika afirmou.
Hannah colocou o braço em volta dos ombros da amiga e começou a mexer as sobrancelhas de brincadeira.
— No bom sentido?
— Vá flertar com Neville. — Erika rosnou com uma risada, libertando-se do aperto.
Ernie riu ao chegarem às estufas, a aula de Herbologia era a última antes do almoço, era relaxante a ponto de esvaziar seu estômago antes de ir almoçar. Isso ou pode ficar enojado com alguma secreção de propriedades duvidosas que sai de uma planta.
No final do dia, os cinco estavam na sala comunal avançando tarefas de diferentes assuntos em uma das grandes mesas da sala comunal Erika estava corrigindo o mapa astral que a aula anterior de astronomia havia desenhado mal onde ela teve que montar constelações e encontrar as do zodíaco. Foi difícil, por mais que ela lesse os livros e se orientasse pelas coordenadas, ela estava deformado de uma forma ou de outra. Susan explicou que poderia ser porque ela estava usando a bússola de forma errada e Erika não entendia como usar uma bússola para ver as estrelas.
— Por que você estuda astronomia se não sabe absolutamente nada? — Ernie perguntou a ela.
— Porque as aulas são para aprender. — Erika disse obviamente.
— Deixa pra lá, acredite, Erika tem boa memória na hora de ver as fases da lua. — Susan defendeu com a bússola na mão. — É que essa é uma das coisas difíceis da aula.
— Erika tem boa memória quando lhe convém... — Hannah murmurou divertida.
— O que isso significa? — Erika olhou para ela com leve irritação.
— Nada.
Erika estreitou os olhos observando Hannah que com um pequeno sorriso estava escrevendo em seu pergaminho.
— Sprout te contou sobre as palestras vocacionais? — Justin perguntou, lendo seu livro de aritmancia.
— O que são? — Erika olhou para ele confusa.
— Profissional, Erika. De vocação. — Susan corrigiu num suspiro. — Com os OWLs por perto, devemos aspirar a ter qualificações que se adaptem ao que queremos no futuro.
Todos assentiram entendendo as palavras do amigo, fazia sentido, os NOMs definiam a primeira parte do futuro de qualquer aluno de magia junto com os NEWTS da sétima série. Isso explicava por que tantos estudantes sentiam a obrigação de estudar o máximo que pudessem; se não tivessem bons NOMs, suas oportunidades de emprego iriam por água abaixo e um futuro cinzento os aguardava.
—Alguém tem alguma ideia sobre o que focar? — Ernie perguntou.
— Eu quero ser uma curadora. — Hannah levantou os olhos de seu livro. — Eu estava bastante interessada desde pequena desde que minha avó tinha um ano, eu sabia que definitivamente queria ser uma no segundo ano quando ajudei com as petrificações. Eri me ajudou a praticar a cura.
— De nada. — Erika disse brincando e depois riu.
— Ainda não sei, talvez eu procure um emprego no mundo trouxa e pronto. — Justin murmurou um pouco abatido.
— O que você está dizendo?! — Ernie se levantou olhando para o amigo irritado. — Você é um dos que tira as melhores notas aqui!
— Sim... Mas não consigo pensar em nada.
— E se você trabalhar no Ministério das Relações Trouxas? — Hannah propôs. — Acho que você se sairia muito bem, além disso, você pode almejar uma promoção ou algo parecido.
— Sim! — o loiro concordou, sentando-se novamente emocionado. — Não desanime, você é capaz de muitas coisas.
Justin sorriu timidamente e acenou com a cabeça, ele pensaria sobre a coisa das relações trouxas e conversaria sobre isso com Sprout quando necessário.
Erika se sentiu um pouco sobrecarregada com a conversa repentina sobre o futuro, eles poderiam se dar ao luxo de pensar no futuro com a situação atual em que se encontravam? Voldemort preparando um exército, o mundo bruxo entrando em uma briga política e quem sabe o que mais estava por vir. Eles estariam vivos quando chegasse a hora de escolher seu futuro? Ela esperava que pelo menos seus amigos o fizessem.
— Suponho que Erika será Magizoóloga, certo? — Ernie perguntou com um sorriso.
A pergunta a pegou desprevenida e ela olhou atordoada para os amigos que a olhavam com expectativa.
— Eu... Uh... — Erika hesitou por alguns segundos. — Eu acho...
Justin franziu a testa e todos pararam de prestar atenção em outras coisas para focar em Erika. Essa resposta não era a que eles esperavam, os quatro esperavam algo mais animado que confirmasse a proposta, não algo vago.
— Você acha?
— É que... Ainda não sei.
— É jogar pelo seguro. — Justin disse a ela sério. — Você ama criaturas mágicas mais do que a si mesma, e ser neta de Scamander lhe dará vantagens, você tem muitas portas para abrir.
Erika assentiu, ela sabia disso.
— Caso contrário, você pode ser professora, você se sai bem em artes das trevas e encantamentos, certo? Você pode querer tentar lá. — Susan acrescentou gentilmente.
Ela sabia.
Ela tinha muitas qualidades, sabia disso muito bem. Foram muitos ramos que eu poderia pegar no futuro, mas quando ela viu tudo embaçado de lá para mais alguns anos tudo ficou mais complicado de dizer.
Prometer, segurar ou derivar tornou-se difícil. Expectativas para preencher quando ela não sabe o que acontecerá depois. Esse era o medo que ela tinha.
Ela se levantou silenciosamente e começou a fechar o livro e pegou as ferramentas astronômicas que estava usando para o mapa astral.
— Eri...?
Sem dizer nada, ela se afastou com um nó na garganta e no estômago, abraçou o livro contra o peito e parou em frente ao quadro de Cedric para olhá-lo com um olhar duro, não de raiva, mas de frustração. O que Cedric diria para ajudá-la? O que aconteceria se Cedric ainda estivesse vivo?
Cedric, Cedric, Cedric, Cedric.
Ela rosnou de frustração, fechou os olhos tentando se acalmar e subiu as escadas com os olhos fechados tentando acalmar a mente que começava a parecer um redemoinho.
Espero que tenham gostado! Esse foi o primeiro capítulo onde vocês aprenderam um pouco mais sobre o que acontece do outro lado com Nathaniel e a profecia.
Até breve. ❤️❤️
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