Personificação da minha felicidade
24 de outubro de 2017
15:38hrs
Dante
_Chegou há dois minutos, chefe.
_Veio sozinha?
Faço uma curva enquanto pergunto a Shem. Já resolvi meus problemas, problemas do Dylan, e comprei minhas coisas. Estou a caminho do alfaiate, preciso pegar meu terno para hoje. Ainda pela manhã mandei a equipe de decoração para minha casa, Daisy e as outras estão comandanto tudo por lá. O pastor de uma igreja protestante local confirmou que faria a cerimônia sem problemas, marcamos para a hora do pôr do sol.
_Sim senhor, chegou de táxi. E... senhor?
_Diz logo porra, odeio quando protela algo. Se quer falar, fale!--Reviro os olhos. Francamente, não gosto de rodeios. Ouço vozes femininas mais ao fundo da ligação. Sei que ele está atento a tudo que está acontecendo. Por isso Shem é meu "imediato", faz tudo com eficiência. E é claro, ele suporta meu mal humor à anos.
_A menina me pediu para...--A voz sai emocionada? Constrangida? Mas o que é isso? Estaciono em frente a Smokman prestando mais atenção ao que ele irá falar.--Ela me pediu para levá-la até o senhor no casamento...quer que eu faça o papel...de pai...
O burburinho estéreo se cala, suponho que ele tenha se trancado em algum lugar. Ah, era só isso? Minha baby já havia me dito que pediria isso a Shem, eu não gostei mas vi que ela não cederia então não tive outra opção a não ser concordar. Shem deve estar esperando que eu exploda e profera um milhão de impropérios. Fico em silêncio para torturá-lo um pouquinho...que mal a nisso? Sorrio notando a falta do ruído da respiração.
_E o que respondeu?
_Disse que não.
Me irrito. Como ele pode?!
_O quê? Você disse não pra ela? Seu fodido! Por que disse não a ela? Qual é a merda do seu problema, Fontana?!
Grito querendo matá-lo via celular. Mas que idiota. Daisy estava tão crente de que ele aceitaria que ficou muito feliz e esse merda vem e diz Não? Ninguém diz não para minha mulher! Ela deve estar triste agora...em pleno o dia do nosso casamento. Tudo por culpa desse desgraçado ingrato.
_Ma-mas...senhor...e-eu achei que...achei que não era p...
_Foda-se o que você achou! Era só aceitar a porra do pedido dela, caralho! Tem ideia do quanto ela queria isso? Você a fez ficar triste na porra do dia do nosso casamento, seu merda!--Agora sim! Era xingamento que ele esperava? Então aí está. Já até imagino como minha baby deve ter ficado. Esse cretino...tento me controlar pegando o celular do painel e tirando do viva-voz.--Presta bastante atenção, Fontana. Você vai agora lá com ela pedir desculpas, dizer que é um bundão medroso e que está completamente arrependido de ter negado o pedido dela. Vai dizer que aceita e também que estará a sua disposição para o que quer que seja, você está me ouvindo, porra?
Falo baixo mas com as ameaças nas entrelinhas de cada frase. Se Daisy quer Daisy vai ter, e ninguém poderá dizer o contrário. Se ela quer o bastardo do Shem como pai hoje ela terá o bastardo como pai e ponto!
Escuto sua respiração acelerada, o som do medo. Adoro o som do medo...
_S-sim...senhor. Vou a-agora mesmo.
Desligo sorrindo. É assim que tem que ser. Desço do carro entanto na alfaiataria de Pierre L'Ohal. Pego meu pacote após a última prova dos ajustes. Ficou adequado. Assim que saio vou ao barbeiro. Normalmente eu mesmo corto meu cabelo e faço minha própria barba mas ultimamente andei sem tempo para nenhum dos dois então serei obrigado a ir em uma barbearia e espera que alguém acerte no corte desta vez.
Não confio em ninguém segurando uma lâmina, não por medo da pessoa e sim medo do meu repente caso aconteça um acidente. Não confio em mim nem nas minhas reações. Meus reflexos são rápidos demais para que eu possa detê-los...coitado do Billy que morreu por causa disso.
Entro no lugar, analiso-o inteiro e decido ficar aqui mesmo. Um garoto me receptiona. Digo o que quero, Luís me leva até um homem de idade avançada, ainda bem que não há filas, odeio esperar.
_Sente, meu jovem e então me diga o que deseja.
Ainda duvidando da capacidade dele em ser útil faço minhas exigências. Entre uma conversa até que decente com o idoso, sons de tesoura para lá e para cá no meu cabelo e espuma na barba Roberto, barbeiro há cinquenta anos, pai de uma família enorme cheia de netos e bisnetos, termina e me mostra o resultado.
_O que achou, jovem rapaz noivo?
Me olho no espelho, é...Acho que Roberto pode me ser útil.
_Gostei, espero que minha mulher também goste.
Estou ansioso para saber o que ela vai achar...Roberto rir apertando meu ombro.
_Já percebi que é um homem preocupado com a opinião da futura esposa e isso é raro, garoto. Se ela te ama não vai se importar se está bom ou não.
Sorrio. É exatamente isso que ela faz, não se importa nem reclama com minha aparência. Sei que ela é contra tatuagens mas até hoje nunca disse nada sobre as minhas, nunca me julgou por isso. Nem quando tive que mudar para parecer meu finado primo Dylan ela questionou...minha baby me ama não importando como eu sou ou o que tenho.
_Já vi que sua cara ela te ama. Parabéns pelo casamento, posso te dar um conselho, rapaz?
Levanto da cadeira pondo as mãos no bolso.
_Por favor.
_Não deixe ninguém interferi em seu casamento, nem mãe nem sogra nem parentes próximos. Casamento não é só alegria, também tem seus altos e baixos. É como um fio de aço ligando duas extremidades, ele vive oscilando mas, se as duas extremidades estão firmes, nunca se rompe.
Escuto atentamente retendo a informação. Entendi. Fio de aço...
_Certo, vou me lembrar disso. Obrigado pelo os seus serviços e conselhos, Roberto.
Aperto sua mão estendida ainda pensando sobre o que ele disse, pareceu falava por experiência própria. Por sorte, nem Daisy nem eu temos pais ou parentes. E quanto a não deixar ninguém interferir? Deixa comigo.
Sigo para casa, o relógio marca 17:37pm. E eu que tinha dito que voltaria em duas horas...estranho a falta da aliança em meu dedo, ela significa muito pra mim. Tivemos que tirar para pô-las um no outro durante a cerimônia. No caminho pra casa ligo para minha ousada e gostosa baby.
Calcinha transparente...onde conseguiu isso? Quase infartei só de olhar.
Foi um surpresa completamente inesperada, é claro que quando Daisy está excitada ela vira uma leoa bem selvagem...não pensa só faz o que tem vontade e eu adoro isso. É a combinação perfeita pra mim, com os outros ela é simpática, doce, gentil e as vezes muito inocente mas comigo ela é tudo isso e mais, muito mais.
É ousada, sedutora, sexy, sensual, criativa..., selvagem e louca. Fazemos de tudo. Mas essa da calcinha é nova. Deu vontade de arrancar aquela porra com os dentes e descobrir o que mais tinha por debaixo daquelas roupas. Ela atende.
_Você disse duas horas, Dante.
Sorrio imaginando o beicinho que deve estar fazendo junto com um franzi de cenho adorável.
_Não vai nem me cumprimentar, meu amor?
Está tudo silêncio, ela deve estar sozinha. Vou para a segunda faixa.
_Não, não vou. Você poderia ter me ligado, mandado uma mensagem, dizendo que ia demorar mais, mas não fez.--Está magoada, percebo só pelo tom triste da sua voz baixa. Piso mais fundo no acelerador.
_ Eu sei, mas se eu ligasse iria querer voltar logo pra casa e não daria tempo de fazer nada do que eu precisava fazer. Está brava comigo?
_Sim, muito brava. E se não chegar aqui nos próximos trinta minutos não respondo por mim.
Contenho o riso, embora ela esteja falando bem sério acho engraçado que esteja brava, lembro que hoje de manhã ela quase fala um palavrão. Eu nunca, nunca mesmo, ouvi Daisy falar isso. Fiquei bastante surpreso e com um pouco de medo. Ela estava furiosa.
_Sim, minha senhora.
Sei que está se esforçando para não rir do meu cavalheirismo forçado mas não consegue. Solta uma risadinha que eu adoro ouvir. Sorrio.
_Para, Dante. Estou falando sério, você já está vindo?
_Depende.
_De quê?
_Ainda está brava com seu noivo?
Realmente preciso saber. Ouço seu suspiro e o som de água.
_É claro que não. Só não gosto quando você fica longe.
_Também não gosto. Você está no banho?
_Na banheira, as meninas disseram que eu precisava relaxar então prepararam um banho quente cheio de sais e sabonete perfumado...por quê? Também precisa relaxar, meu bem?
A voz doce e sedutora, mas que provocadora. Em minha mente imagens dela na banheira aparecem rapidamente. Gemo de frustração.
_Com certeza eu preciso, preciso da corpo, do cheiro, do toque da minha mulher e é exatamente o que terei está noite.
_Certeza?
_Absoluta. Quero saber o que mais você tem para mim além da tentadora calcinha transparente, baby.
Ela ri e a água não para de mexer. Chego na rua de casa, acelero exigindo tudo do motor do Lamborghini.
_Tenho bastante surpresas...muitas novidades.
Aciono o controle dos portões abrindo-os.
_É, amor? Por que não me dá uma prévia do temos para mais tarde?
Estaciono o carro de qualquer jeito em frente da garagem tirando o celular do suporte desligando o viva-voz.
_Porque senão não será surpresa. Li em algum lugar que a expectativa é a chave para sedução.
_Você não precisa de sedução, vida. Vai mesmo me fazer esperar até a noite? É tortura, já fazem mais de dois meses desde a última vez que estive dentro de você...
Suspiro olhando para o teto do carro. Por mim eu mandaria todos embora e ficaríamos só nós dois aqui fazendo amor até cansar. Porra dois meses é tempo demais sem senti-la em mim...sem foder! Estou enlouquecendo!
_Amor, não fique assim. Eu sei que está sentindo, acredite que eu sinto o mesmo. Sabe que as coisas aconteceram e nem você nem eu sabíamos no que daria. Mas passou, estamos juntos outra vez, teremos um bebê, vamos nos casar, da maneira correta desta vez. Eu te amo e sou sua, você me tem para sempre, o que são mais algumas horas? É tempo demais para você me esperar...? Você...Dante, me diz...é demais?--Sua voz míngua ficando hesitante. Não!
Merda! O que estou fazendo? A culpa e o arrependimento pesando dentro de mim.
_Não, não, é claro que não. Eu esperaria por você o tempo que fosse necessário, meu amor. Não é demais. Eu só...sinto sua falta.
Parece que quanto mais me esforço para não ultrapassar os limites com ela mais a vontade se torna incontrolável. É angustiante dormir e acordar ao seu lado sem ao menos poder fazer o que desejo, eu a amo muito e também a quero de todas as formas. Ficar sem sexo está me deixando maluco, mesmo que eu saiba que é para um bem maior, sua saúde e de nosso filho, não consigo refrear minhas vontades ou até mesmo pensamentos. Se quando penso nela o desejo e a luxúria me dominam, quando ouço sua voz ou sinto seu cheiro eu enlouqueço. As vezes me afasto inconscientemente para não forçar uma situação favorável a mim...enfim, eu estou tentando. Mas tem vezes que acabo falhando e magoando ela, como agora.
Lembro-me do fio de aço que Roberto disse. Tenho que ser uma extremidade firme e sólida...Não quero que o fio se rompa nunca. Jamais.
Daisy está em silêncio, decido eliminar o clima melancólico que paira sobre nós.
_Me perdoe por isso, tudo bem? Ainda quer...se casar comigo?--Me sinto inseguro. Aperto o volante vendo Matthew se aproximar. Ela ofega ultrajada. Sorrio.
_O quê? Do que está falando? É claro que quero! Dante, o que está pensando? Que essa conversa me faria mudar de ideia? Me tem em tão baixa conta? Olha aqui seu...
_Ei calma, eu só queria ter certeza. Calma, nervosinha. Você iria me xingar?
Pergunto achando graça nisso. Estou curioso pra saber do que ela iria me chamar.
_Sim, mas a culpa é sua. Não pode ficar dizendo essas coisas pra mim, não pode...
Pego as sacolas no banco de trás saindo do carro as segurando. Sua voz sai inconformada. Sorrio.
_Não vou falar mais. Do quê iria me xingar, baby?
_De...de babaca mas era da boca pra fora, estava zangada.
Rio com seu desespero. Entrego a chave para Matthew que pega mas para olhando pra mim. Ergo a sobrancelha.
_Ficou bom, chefe.--Faz um comentário desnecessário sobre meu corte de cabelo. Decido relevar, só porque estou ocupado. Caminho até a porta.
_Nossa, você iria mesmo me chamar de babaca, meu amor? Que maldade.
Brinco entrando em casa que está muito silenciosa. Cassandra e Corini devem estar no jardim junto com a senhora Joyce e a tal Medeleny.
_Desculpa. A que horas vai chegar? O que está fazendo?
Ouço o som de água caindo e depois da porta batendo. Ela deve ter saído do banho. Subo as escadas, abro a segunda porta do corredor principal do segundo andar onde deixo as sacolas. É meu escritório. E sigo para nosso quarto.
_Muito em breve, estou a caminho. Por quê? Saudades?
Suspira infinitamente.
_Muita. Não demora, tá bem? Eu já disse que não gosto quando não está comigo?
Sorrio parado na porta ainda fechada.
_É? Então porque não abre a porta?
Passo a mão no cabelo e ajeito a camisa.
_O quê?
E em segundos ela abre e eu sorrio.
_Demorei?
Pergunto cinicamente pondo o celular no bolso. Daisy está surpresa, não sei se com minha atual aparência ou se com minha chegada repentina mas ela me fita com seus lindos olhos verdes translúcidos e brilhantes, cabelos molhados, vestida em um clássico roupão de microfibras cinza e pés descalços. A personificação da minha felicidade bem a minha frente ainda com o celular de encontro a orelha direita.
_Dante.
E sem esperar se joga em cima de mim me abraçando com braços e pernas. A pego sentindo seu cheiro gostoso e fresco. Aperto contra mim me permitindo desfrutar da sensação incrível que é tê-la tão perto. Tão minha.
Para ter Daisy ao meu lado para todo o sempre eu faço qualquer coisa, nunca mais saberei viver sem ela em minha vida, sem ela pra mim.
Daisy é meu felizes para sempre.
Exterminarei qualquer um que tente tirar isso de mim. Ela é irrevogavelmente minha. Toda minha. Ela e nosso filho.
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Oi queridas
Últimos capítulos...
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