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Uma nova magia


- Vamos começar.

Diz uma voz em eco. Aquela voz é reconhecida imediatamente pelo garoto, era a sua própria. Bell abre seus olhos, ele já não estava mais em seu quarto ou sentado sobre sua cama, estava em meio ao nada, a única vista que possuía era das nuvens que havia sobre o céu, o solo refletia a mesma imagem como se estivesse sobre um enorme espelho. Diante de seus olhos uma figura acinzentada aparece, aquele era ele mesmo.

- O que é magia para mim?

Disse o garoto cinzento sem demonstrar nenhuma emoção.

- É uma antítese... Um grande poder que pode salvar e destruir tudo.

- Do que é feito a magia?

- Uma chama. Feroz, mas acolhedora. Inabalável e imortal... Que nunca se extingue ou diminui.

- O que deseja alcançar com ela?

- Eu quero proteger aqueles que me acolheram e todos que eu puder alcançar. Quero prover a esperança... Aquilo que tinha se perdido em mim... – ele pausa sua fala. O garoto fecha seus olhos visualizando uma pessoa. – Eu... Quero salvar o coração daquela que se move como o vento e é tão poderosa quanto um trovão... Eu quero ajudá-la. Eu quero a alcançar.

- Isso é tudo o que deseja?

Os lábios do garoto se curvam em um sorriso.

- Pode ser estúpido... Mas eu quero me tornar um herói. Como nas historias que meu avô me contava. Não... Eu não desejo ser um simples herói como diversos outros. Eu desejo ser grande. Eu quero ser o pilar dentre todos. Aquele em que todos podem contar. Inabalável... O maior de todos os heróis.

- Como é ambicioso e infantil. Mas... afinal, é isso que eu e você somos.


+++++++++++++++++++++++++++++++


O garoto subitamente abre seus olhos, tendo a visão de paginas de um livro. Ele ergue sua cabeça e vê que está em seu quarto novamente sentado sobre sua cama. Bell olha para o livro em seu colo, as paginas que antes eram preenchidas por palavras agora não são mais do que folhas vazias e um pouco molhadas. Ele o fecha e olha para sua capa.

- Um grimório... Ainda bem que eu não tenho que pagar por isso... – diz Bell em profundo alivio.

Grimórios são itens de alta classe, comparados as armas mágicas e de primeira classe, seu preço pode facilmente passar dos milhões de valis. Uma vez lido o ele perde seu poder.

Ele guarda o livro dentre seus pertences e vai em direção a porta.

"Será que dormi muito?" – Bell se pergunta enquanto abria a porta.

Ele a abre e se depara com a luz intensa manhã.

"Acho que isso responde minha pergunta..." – ele cobre os olhos.

Bell caminhou para o grande salão de jantar, como no dia anterior ele não avista Ais e os outros, mas em compensação ele vê o lobo ao longe sentado à mesa sozinho. Ele pega sua pequena montanha de comida e vai em direção a Bete.

- Posso me sentar aqui? – disse Bell educadamente.

- Ahn? – o lobo nota a presença do garoto. – Faz o que você quiser. Eu não ligo.

- Então, com licença. – ele se senta na cadeira a frente a ele.

Bell monta seu sanduíche usando a montanha de comida em seu prato.

- Bete. – o garoto chama a atenção do lobo. – Ontem quando eu cheguei não vi você aqui, nem mesmo Loki. – ele olha nos olhos de Bete. – O que vocês foram fazer?

Bete não esperava por essa, ele não conseguiu deixar de se impressionar com a dedução exata de Bell. O lobo olha para o lado.

- Loki me pediu para checar com ela os esgotos.

- Para checar se haviam monstros por lá, não é? Como aquelas... "Violas"? – disse Bell com seus olhos fixos no nada.

Mais uma vez sua dedução acerta. Mesmo com poucos indícios ele pode conectar-los e descobrir a resposta facilmente como se fosse um simples quebra-cabeças. O fator novidade já havia se passado e Bete já não ficou mais tão impressionado.

- Isso já ta chato... – diz ele cruzando as pernas e os braços enquanto se encostava sobre as costas da cadeira. – Você diz as Plantas-monstros não é?

- Sim. A forma daquelas "Plantas Assassinas" se assemelha muito a uma viola. Essas flores cresciam em abundancia em minha vila natal, então eu reconheço quando vejo uma.

- Hm... Loki e eu fomos para os esgotos ver se tinha mais desses bichos. Nós acabamos acertando na mosca...

- Entendo... Por isso que demoraram?

- Na verdade depois disso Loki teve uma breve reunião com Dionysus. Ele estava xeretando os esgotos enquanto eu matava aquelas plantas.

- Hm... – Bell pensava enquanto mastigava. – O que Loki disse nessa reunião?

- Se você quer saber devia estar tirando satisfação com Loki e não comigo!

- Desculpa... Acho que minha curiosidade foi um pouco longe demais... – ele continuou a comer seu sanduíche.

Bell fica um tempo comendo até que acaba sua refeição e se despede de Bete, que não parecia se importar muito. Ele segue para fora do salão.


**************************************


O garoto de cabelos brancos para em frente a uma porta, ele a dá duas batidas e uma voz de dentro do cômodo o fala:

- Pode entrar!

Ele a abre e vê Loki sentada escrevendo algo sobre a mesa de escritório.

- Com licença. – ele entra no cômodo.

- Ah! Bell-tan! Como vai indo?

- Está tudo bem. – diz ele de forma monótona. – Kami-sama, se eu não a estiver interrompendo eu gostaria que atualizasse meus status.

- Oh, tudo bem! – ele põe a pena sobre a tinta e guarda o papel. – Vamos até meu quarto.


**************************************


Já no quarto, Loki iniciava o processo de atualização. Ela despejar uma gota de seu sangue sobre as costas nuas do garoto revelando sua tatuagem. Os símbolos e números ficam suspensos sobre a luz intensa que emanava de suas costas. A deusa observa atentamente os números que aumentavam de forma anormal, mas isso não era a coisa que mais a impressionou.

- Desenvolveu uma habilidade... E uma magia!? – disse Loki embasbacada.

Bell vira seu olhar para sua deusa com certa curiosidade.

Ela finaliza a atualização e bota seus status em uma folha, ocultando novamente a tatuagem. Ela dá o papel nas mãos do garoto.

БΞŁŁ ϾЯΛЛΞŁ 

 LV 1 

 • ŦФЯϾ̧Λ: Λ 826 

 • ЯΞSłSTΞ̂ЛϾłΛ: Λ 801 

 •ÐΞSTЯΞZΛ: Б 719 

 • ΛGłŁłÐΛÐΞ: Λ 800 

 • MΛGłΛ: S 901

///////////////////

MłŁΛGЯΞ:

<SPΞΛЯ ФŦ ŁłGHT>

Aumenta o poder dos ataques físicos e mágicos os incriminando com um poder luminoso intenso, ela proporciona regeneração física. Quanto mais tempo ativa mais se fortalece, exigindo gradativamente mais mente.

MΛGłΛ: 

 <ϾHΛMΛS ÐΞ ΛGЛł>

Desencadeia uma torrente de chamas que queimam tudo pelo caminho. As labaredas continuam a queimar até o ultimo resquício.

*Requer cântico de invocação*

/////////////////////

HΛБłŁłÐΛÐΞS:

<ΛVΛTΛЯ>

União perfeita de corpo e arma. Aumenta de forma massiva todos os atributos. Exige uma quantidade massiva de mente.

<ŦФϾUS>

Aumenta a regeneração mágica enquanto luta.

<ЯΞTΛŁłΛϾ̧Λ̃Ф>

Absorve todo o dano sofrido fortalecendo seu poder físico.

<SϾΛVΞЛGΞЯ>

Dobra o poder de suas habilidades físicas sacrificando uma parcela de sua sanidade. Seus efeitos aumentam quanto mais dano recebe e mais fortes forem seus sentimentos. Seu uso muito prolongado ou aumentado gera frenesi.

/////////////////////

- Onde... Como conseguiu desenvolver uma magia? – disse Loki ainda surpresa esperando uma reposta do garoto.

- Eu me pergunto onde... – diz Bell desviando o olhar.

Mesmo a resposta duvidosa do garoto ela por algum motivo não conseguia discernir se ele ocultava algo, como se algo interviesse.

- Obrigado Kami-sama. Já estou indo. – ele se levanta.

- Espera ai! – diz Loki chamando a atenção do garoto. – Sua estatística para magia é muito alta mesmo sendo um guerreiro. Quando Riveria voltar irei discutir isso com ela. Mas enquanto ela ainda está na Dungeon irei chamar alguém que possa o ajudar nesse meio tempo.

Bell assente com a cabeça. Ela põe em um papel o canto de sua magia.

- Ei Bell-tan, tente não usar sua magia enquanto não for treinado!

Em frente à porta Bell confirma novamente com a cabeça e sai do quarto.

"Eu disse para Lili que não iria à dungeon hoje... Eu iria treinar com Ais, mas ela ainda não voltou... O que eu farei então? Eu queria testar o quanto antes essa magia..."

Tomado pela indecisão Bell foi para seu quarto para poder se desvencilhar um pouco de seus pensamentos.

Em sua cama ele cruza suas pernas e junta suas mãos, em posição de meditação. Sua mente se esvazia por completo em questão de segundos.


**************************************


Bell abre lentamente suas pálpebras, uma luz forte atinge seus olhos, quando os mesmo se acostumaram com a claridade o garoto conseguiu enxergar plenamente o lugar. Um vasto campo de flores brancas, ele tinha transportado sua consciência voluntariamente para o "Sonho". O garoto passa os olhos por todos os lados, mas não consegue ver Maanna em nenhum lugar... Até sentir um tapa em seu ombro direito.

- Olá Bell! O que te trás aqui? Não foi pra ver a paisagem eu presumo... – o homem de cabelos e olhos dourados entra no campo de visão do garoto. Ele espera a resposta dele até perceber algo obvio. – Ah, sim! Você não consegue falar. Me desculpe...

O garoto serra seu olhos.

- Eu já pedi desculpas! Não precisa ficar assim.

Ele relaxa seu olhar.

- Você veio pra "discutir" sobre aqueles monstros? "Violas", certo?

O garoto usa seus olhos para indicar afirmação, movendo sua iris para baixa e para cima.

- Hm... – ele leva sua mão ao queixo. – Aqueles monstros não são normais. Não eram como os criados pela Dungeon... Pareciam serem "artificiais". Como se algo ou alguém a parte estivesse os criando. – ele fecha seus olhos e põem suas mãos dobre a cintura. – Bem... É só isso que pude ver de diferente de você. – ele abre os olhos. – Mas mudando de assunto... Aquela garota.

Bell identificou na hora quem ele estava se referindo.

- Ais, não é? A magia dela é bem peculiar... Acho que já a vi em algum lugar... Não tenho certeza. Já faz tempo... Hum! Mas falando em magia. Você adquiriu uma! Foi aquele grimório não foi? Eu teria te avisado, mas estava um pouco... Espera! Eu me lembrei! Você me deixou ser roubado! – sua expressão mudou radicalmente, seus olhos serraram e suas sobrancelhas arquearam.

Bell tentou dizer algo, mas como o esperado sua voz não saiu. Seus olhos demonstravam profundo arrependimento, Maanna não conseguiu deixar de notar isso.

O loiro suspira.

- Tudo bem... Eu te perdoo pelo ocorrido. Mas quero que fique bem atento. Sem mim você não pode retirar mais restrições além da segunda.

Bell fica curioso com suas ultimas palavras.

- Hum? Você não sabia? Naquela luta contra aquelas "Violas" você estava retirando a primeira restrição sem nenhum tipo de auxílio. Você evoluiu bastante. E por isso que você conseguiu vir para cá.

As coisas pareciam fazer sentido para o garoto agora.

- Hm? Bom, é melhor você ir. Tente se controlar.

Bell não entende as ultimas palavras de Maanna. Ele fecha seus olhos e se concentra novamente.


**************************************


O garoto abre seus olhos e vê que está novamente em seu quarto, ele ouve algumas batidas na porta e vai em direção a ela. Quando a abre ele vê uma elfa de cabelos longos dourados, levemente ondulados, trajando uma armadura leve juntamente com uma espada curta em sua cintura. Ele pressupõe que ela é de sua família, mas nunca havia a visto ou pelo menos notado.

- Olá Cranel-san. Eu sou Alicia Forestlight. Loki me pediu para o ajudar com sua magia.

- Oh! Tudo bem. Só permita-me por minha armadura.

- Tudo bem.

Bell coloca sua armadura e coloca Maanna na cintura. Logo após isso ele sai do quarto e se reencontra com Alicia parada perto da porta, o garoto a segue até o pátio aberto da mansão.

- Obrigado por aceitar.

- Não é nada. – diz ela com um sorriso. - Cranel-san... – ela é interrompida.

- Bell.

- Pois não?

- Pode me chamar de Bell. Se não for um incomodo para você.

- Oh, não. Não é. – ela recompõe sua postura. – Então... Bell-san. Você se importaria em me dizer o nível de sua estática?

Bell pensa um pouco e chega à conclusão de que se Loki a enviou é porque ela é de confiança.

- 901.

- Como?

- 901.

Alicia fica embasbacada com a resposta do garoto. Ela não esperava um status tão alto sabendo que ele era um esgrimista nível 1. A elfa se recompõe.

- Eu devo dizer que estou impressionada. Não esperava ser tão alto. Você deve ter algum tipo de aptidão.

- Se você diz...

"Eu não esperava que ele fosse tão forte. Tenho que ensiná-lo bem para impressionar a Senhora Riveria! "- pensa ela - Bell-san, você já tem algum tipo de experiência com um canto longo?

- Hm... – ele põe sua mão no queixo. – Eu receio que não.

- Bem, Bell-san, para fazer um canto longo corretamente você deve manter sua concentração total ou seu feitiço pode colapsar, causando um incêndio no fauno, entende?

- Sim. O fogo fauno acontece quando o usuário não consegue manter sua magia sob controle, por isto muitos permanecem imóveis enquanto pronunciam o cântico, por ser mais fácil manter a concentração.

- Exatamente. Existem três tipos de técnicas para se usar magia: <canto simultâneo>, no qual iremos focar, <canto acelerado>, é a capacidade de dizer conjurar o feitiço rapidamente e por ultimo o <canto de conexão>, é a técnica que permite mudar a força de sua magia com base no comprimento do canto e no uso da mente. Com isso, dando a capacidade de usar o poder de varias magias, mas esta é uma técnica que somente Riveria consegue usar.

- Entendo. Então como vamos começar?

- Eu o darei uma demonstração.

Ela pega uma espada de madeira e joga para o garoto.

- Tente me acertar enquanto eu conjuro o feitiço.

- Tudo bem para você isso? – diz ele com um pouco de duvida.

- Está tudo bem. Vamos começar.

Bell assumi postura de combate.

- Entendido!

O garoto de cabelos brancos avança rapidamente em Alicia em uma estocada, mas a mesma desvia com facilidade e começa o canto.

- Congelar...

Bell começa uma rápida seqüência de ataques que são repelidos e desviados pela elfa.

- Frio penetrante. Tempestade invernal.

Alicia continuava seu cântico enquanto Bell a atacava, ela se defendia dos ataques com maestria. Sua concentração continuava intacta mesmo estando em pleno combate.

- Amarrar correntes do inverno.

Alicia desencadeia uma forte nevasca na direção de Bell. Ele se prepara para receber o ataque, mas no estante que iria o atingir ela desaparece por completo.

- Agora é a sua vez. – ela assume postura.

Bell assente com a cabeça e começa.

- Ó chamas que protegem. Presentes em tudo que arde.

Alicia avança e começa um sequência de estocadas que são desviadas pelo garoto. As duas espadas de madeira se chocam uma contra a outra em uma disputa de força.

- O sol e o brilho que rasgam as nuvens. As estrelas são centelhas de vossa chama.

A atenção do garoto estava divida no combate e no seu canto, mas mesmo com essa adversidade ele não cedeu em nenhum dos aspectos. Sua concentração era inabalável e seus ataques esbanjavam técnica. Alicia estava notavelmente impressionada ele tinha absorvido rapidamente a técnica de canto e estava a pondo em pratica com maestria, como se já estivesse familiarizado.

- Protetoras dos homens. Centelha vital da vida. Queime e purifique os males...

A elfa se afasta rapidamente em um salto para trás, ela assume postura defensiva.

- Chamas de Agni.

"Na primeira tentativa!?" – pensou Alicia com espanto.

Um turbilhão de chamas e desferido em direção a elfa. As chamas violentas queimam tudo em que passam com estrema rapidez. Alicia se viu encurralada, as labaredas eram rápidas demais para dar tempo de efetuar um contra feitiço e o ataque era amplo o suficiente para não a dar chances de escapatória, a ultima alternativa a que restou foi se defender com tudo que pode. Já próximas a seu alvo as labaredas furiosas se transformam em simples brasas que se diluem pelo ar. Alicia olha com surpresa para os estragos feitos pela magia de Bell, grande parte do pátio foi completamente queimado. Por um instante a elfa comparou as chamas da magia do garoto com as de <Rea Laevateinn> na intensidade, mas seu raio de alcance sem duvidas era muito menor.

- Me desculpe. Está tudo bem? – disse o garoto andando na direção. – Essa foi por pouco. Eu tinha certeza que estava me controlando.

A mulher não deixou de se impressionar novamente. Ela não esperava que tudo aquilo fosse seu poder controlado.

- Incrível...

- Hum. O-Obrigado... – diz Bell sem jeito, ele não sabia lidar direito com elogios. – Eu não acho que foi tão ruim.

- Você teve êxito logo em sua primeira tentativa, isso é algo surpreendente! Nunca vi alguém que fizesse o mesmo.

- Bom... A concentração não foi um problema. Já estou acostumado a usar magia enquanto luto.

- Mas isso é diferente Bell-san. Sua outra magia é do tipo encantamento, então manter a concentração é muito mais fácil. Não precisa ser modesto, você tem um talento nato.

O garoto não estava muito familiarizado com elogios, por conta disso ele parecia um tanto quanto envergonhado, um rubor tinge suas bochechas e o garoto tenta esconder o máximo possível a vergonha dentre seu olhar estóico e rígido.

- Oh, Bell-san. – ela retira um frasco com um liquido azulado de sua bolsa e o oferece para o garoto. – Você deve estar com pouca mente. Aqui. Pode ficar.

Bell mostra a palma de sua mão em forma de rejeição.

- Não a necessidade para tanto. Eu ainda possuo bastante mente.

O garoto considerava poções como itens essenciais que só devem ser usados por ele em casos extremos.

Alicia guardou o franco em seguida olhou para pátio incendiado.

- Acho que vamos ter que arrumar isso.

Os dois arrumam como podem o lugar. Após um longo tempo de limpeza Bell se despede de Alicia.


**************************************


Bell andava pelas ruas de Orario trajando sua armadura e com Maanna em sua cintura esquerda. De repente o garoto é abordado por alguém, ele olha para a pessoa e vê que se tratava de Syr que o agarrava pelo braço.

- Senhorita Syr?

- Eu queria tanto te encontrar. – diz ela com um leve rubor


**************************************


Na <Anfitriã da Benevolência>.

Bell se encontrava diante de uma enorme pilha de pratos e talheres sujos.

- Lavar pratos... – diz ele desanimado.

- Desculpa. Eu quis dar um tem... Tirar folga... Então a Mama Mia ficou brava comigo. E como punição...

- E o que eu tenho a ver com isso?

- Desculpa Bell-san. Muito obrigada!

Que cara de pau.

Ela vai embora deixando Bell com a pilha de louça para lavar. Ele encara os pratos.

"Pelo menos poderei refletir um pouco..."

Pegando um dos pratos da pilha aparece Ryuu dobrando as mangas de seu uniforme.

- Olha o tamanho disso... Eu vou te dar uma mão.

- Senhorita Ryuu...

Os dois começam a lavar a montanha de pratos.

- Syr o arrastou para cá, certo?

- Sim... Eu cai em uma armadilha...

- Entendo.

O silencio se estabeleceu por alguns segundos até que Bell puxa assunto com Ryuu.

- Você já foi uma aventureira, não é? <Gale Wind> se eu bem me lembro...

A elfa para momentaneamente de esfregar o prato em sua mão, seus olhos se arregalam.

- Como você...

- Eu achei o seu arquivo na Guilda. Eu estava procurando saber sobre meus pais e acabei achando o seu por acaso... Me desculpe. E lamento pela sua família. Eu entendo como é ficar sozinho...

Ryuu não disse nenhuma palavra, ela somente abaixou a cabeça e continuou a esfregar. A elfa olhava para o prato com melancolia, ela se entristece não só pelas lembranças de seus companheiros falecidos, mas também por saber que seu amigo havia passado pela mesma dor. Os dois continuaram em silencio por um bom tempo, até que Ryuu tomou atitude e o perguntou:

- Cranel-san... Como você os perdeu? – disse a elfa receosa já que aquele parecia ser um assunto delicado.

- Meus pais morreram na luta contra o <Dragão Negro>. Não os conheci direito, eu tinha apenas alguns meses de vida. – ele faz uma pausa. – Eu vivi grande parte da minha vida com meu avô em um vilarejo. Ele faleceu alguns anos atrás por monstros... Desde então eu só tive Maanna ao meu lado.

- Maanna? – perguntou Ryuu.

Bell termina de limpar um prato e a mostra Maanna.

- Esse é Maanna.

- Uma espada?

- Hm... Não exatamente. – ele o guarda na bainha. – Senhorita Ryuu. O que é preciso para um rank up? Devo matar mais monstros?

- Não, não é só isso. Você deve fazer algo grande. Deve derrotar um oponente mais forte que você.

- Um oponente mais forte... – essas palavras ecoam pela cabeça de Bell.

- Cranel-san, ou seja, se você deseja o rank up... Precisará encarar uma aventura. – ela se vira para o garoto. – Aventura tem tantos significados quanto pessoas têm. Eu não sei qual tipo de aventura combina com você. Mas quando à hora chegar você deve encarar-la com a cabeça erguida e não fugir. Você é um aventureiro. Acho que só assim você poderá conquistar aquilo que quer. Bem, a minha intuição geralmente erra também.

Os dois voltam a limpar. O clima melancólico já havia se esvaído, mas Bell continuava reflexivo, martelando as palavras de Ryuu em sua mente.


**************************************


8° andar da Dungeon.

Já tarde da noite, Bell explorava a Dungeon.

"Não tem ninguém." – pensou ele analisando o lugar. – "Posso começar."

Ele pega de sua bolsa uma saca de isca e o joga a sua frente. O garoto se afasta e aguarda pacientemente olhando para o centro da grande caverna.

Eu acho que isso não é uma boa ideia...

Bell ignorou o conselho de Maanna. Ele desembainha sua espada e se mantém em postura com a lâmina apontada para frente, o garoto segura forte o cabo com suas duas mãos e fecha seus olhos.

- Correntes dos céus. Obedeça minha vontade. Modifique e expanda... Grave for me.

Sua espada se cobre de luz, ela começa a se expandir, mas sua forma não é modifica por inteiro. A luz se dissipa revelando sua nova forma, uma espada de três mãos ornada sem guarda aparente com uma lâmina de um gume fina e comprida que se equiparava ao seu tamanho.

As paredes estalão e passos puderam ser ouvidos. Em questão de segundos uma enorme leva de monstros se forma diante de Bell. Ele abre suas pálpebras revelando suas iris douradas e intensas.

- Scintila. – a luz intensa de sua magia o cobre por completo.

Os monstros rugem para o garoto e começam sua investida.

- Ó chamas que protegem. Presentes em tudo que arde. O sol e o brilho que rasgam as nuvens. As estrelas são centelhas de tua chama. Protetora dos homens. Centelha vital da vida. Queime e purifique os males. – Bell pronuncia o cântico de sua magia incendiaria de for extremamente acelerada, sendo até mesmo algo sobre-humano. Ele ergue sua grande espada sobre sua cabeça, a lâmina parecia arder em chamas. – Chamas de Agni!

Bell desce com sua espada em um corte rápido, em apenas um instante o andar inteiro foi inundado por um mar de labaredas azuladas, os monstros foram engolidos palas chamas furiosas antes mesmo de poderem demonstrar a menor das reações. O grande andar virou literalmente um inferno, tudo se transformava em cinzas alimentando continuamente o gigantesco incêndio descontrolado. Se algum aventureiro pensasse em cruzar aquelas chamas certamente não sairia vivo para contar historia. No meio do caos estava Bell de olhos arregalado e boca aberta vendo os grandes pilares de fogo se formando e expandindo, mesmo estando no "olho da tempestade" ele não parecia ser afetado pelas chamas, pelo contrario, ele estranhamente sentia um conforto.

- Isso é...

O corpo do garoto fica em choque, suas pálpebras pesam e seus joelhos vão ao chão.

-DrOg... – sua voz oscila por um momento ate que Bell perde a consciência e cai desmaiado no chão.

Ao mesmo tempo, o mar de chamas azuis se dissipa por completo, como se nunca houvesse existido. Sua única comprovação de existência foi o andar totalmente incinerado e até mesmo derretido.

Subindo os andares duas figuras conhecidas dão de cara com o local destruído. Aquelas eram Riveria e Ais.

- O que aconteceu aqui? – diz a alta-elfa olhando para os arredores.

Enquanto passava os olhos pela sala ela identifica uma pessoa caída no meio da grande caverna.

- Cranel? – diz ela surpresa.

As palavras de Riveria chamam a atenção de Ais para o garoto caído no chão, seus olhos arregalam de espanto e preocupação. A elfa caminha até ele, se ajoelhando em frente ao garoto.

- Hm... – ela põe sua mão acima do rosto de Bell o analisando. – Mind down. Ele provavelmente usou uma grande quantidade de mente sem pensar nas consequências. – ela olha novamente para os arredores. – "Será que..." – os pensamentos de Riveria são cortados quando a mesma vê Ais que parecia um pouco ansiosa. – O que foi Ais?

- É que... Eu prometi a ele que iríamos treinar nesses dias... Eu acabei descumprindo com a minha palavra. – um leve rubor surge em suas bochechas. - Eu... Queria compensá-lo por isso... – diz ela com seus dedos entrelaçados enquanto que seus polegares se rodeavam. – O que você acha que eu deveria fazer?

Por um momento Riveria fica surpresa, aquilo não era uma atitude que a Ais Wallenstein que ela conhecia teria, mas ela simplesmente fechou seus olhos e sorriu de canto.

- Bem, você poderia...


**************************************


- Isso seria suficiente? – diz Ais.

- Sim, eu diria que seria o suficiente. – ela põe sua mão no ombro da garota de cabelos dourados. – Eu já vou indo. Quando terminar leve Cranel com você. – ela afasta sua mão e dá suas costas para ir embora. – "Eu nunca pensei que Ais iria me pedir esse tipo de conselho. Vamos ver o que vai acontecer..."

A elfa deixa os dois sozinhos. Ais olha para o garoto e logo após se senta bem próxima a Bell. Ela o pega com cuidado e bota sua cabeça sobre suas cochas. Ela olha para o rosto calmo e sereno de Bell a fazendo naquele momento esquecer todos seus problemas e conflitos.

Ela olha para Bell que dormia tranquilamente em seu colo. Ais contempla o rosto despreocupado e tranquilo do garoto, de alguma forma trazia calma ao seu coração, seus problemas pareciam que não existiam.

- Você tem se esforçado bastante. – diz ela com um leve sorriso enquanto passava seus dedos sobre os cabelos brancos de Bell.


++++++++++++++++++++++++++++++++


Bell abre seus olhos. Ele contempla um grande pasto, a grama se mexia lentamente com a brisa calma do lugar. Em meio a ele existia uma grande arvore e abaixo dela havia duas figuras lutando, pareciam estar treinando, uma delas era um homem e a outra uma mulher de cabelos relativamente curtos. O garoto começou a andar em direção a eles, seus passos ficavam mais rápidos conforme se aproximava até o ponto em que percebeu que já estava correndo. Já cada vez mais próximo Bell arregalou seus olhos e um grande sorriso se abriu em seus lábios. Seus passos pareciam cada vez menores o forçando a correr ainda mais rápido. As duas figuras param de lutar percebendo a aproximação do garoto, eles se ajoelham enquanto estendiam seus braços para ele. Lagrimas escorrem de seus olhos.

- Papai! Mamãe! – diz ele os abraçando com força.

O garoto de cabelos brancos voltou a ser uma criança. Mesmo não conseguindo ver os rostos deles ele tinha certeza que aqueles eram seus pais, ele sentia isso no fundo de seu ser. A mulher o levanta em seu colo enquanto acariciava sua cabeça.

- O que foi filho? Estava com saudades? - disse a mãe de Bell enquanto o acariciava.

O menino olhou para sua mãe e assentiu com a cabeça ainda com um grande sorriso no rosto.

- Me diga filho... – seu pai põe sua mão na cabeça do menino. – Você a achou?

- Sim! – diz o pequeno Bell de maneira alegre. – Eu quero protegê-la!

- Esse é o espírito. – o homem desarruma o cabelo do garoto. – Se torne forte Bell! E a salve.

- Hum! – ele assente com a cabeça. – Vou me esforçar para ser muito forte!

Os dois sorriem para ele.

- Já está na hora...

Bell ao ouvir essas palavras abraça novamente sua mãe.

- Por favor... Não vão...

A mulher acaricia a cabeça de seu filho.

- Nós vamos nos encontrar de novo filho... Eu prometo.

Sua visão começa turvar, a ultima imagem que ficou foi a de sua mãe que o encarava com um sorriso no rosto.


++++++++++++++++++++++++++++++++


Seus olhos se abrem, ele vê uma pessoa o acariciando, sua visão estava turva então não conseguia identificar direito quem era.

- Mãe?

- Me desculpe... Eu não sou sua mãe.

- Uma alucinação?

- Eu não sou uma alucinação...

Bell esfrega seus olhos. Sua visão foca, o garoto vê Ais o encarar enquanto sentia caricias em seu cabelo.

- Hum! – ele toma um susto ao finalmente perceber onde estava. Suas bochechas são tingidas de vermelho.

- Você está quente que nem naquele dia. – ela põe sua mão sobre a bochecha de Bell.

Ele se levanta de maneira abrupta, assustando Ais momentaneamente.

- E-Eu... Estou bem! – disse um pouco nervoso, o que não era comum.

- Você tem certeza? – diz Ais demonstrando um pouco de preocupação.

Ele retoma sua postura.

- Sim. Estou bem. Obrigado. – ele ainda possuía um leve rubor. – Hum? Espere... Milady Ais, o que aconteceu na sua ida?

Ais abaixou sua cabeça, seus punhos se serraram sobre suas coxas. Bell viu claramente por meio de seus mínimos gestos que a havia acontecia algo. Ele pega na mão da princesa e olha em seus olhos.

- Tudo bem. Você não precisa me contar se não você quiser. Mas saiba de uma coisa... Eu sempre estarei aqui para ajudar-la. Não me importo com o que seja... Eu estarei do seu lado.

Ais olhava para Bell com relutância, mas no fim ergueu novamente sua cabeça com um leve mas sincero sorriso.

- Obrigada.

Bell se levanta puxando a mão da garota para que fizesse o mesmo.

- Vamos para casa.

- Hum. – Ais assentiu com a cabeça.

Os dois caminharam em direção a <Mansão do Crepúsculo>, em nenhum momento Ais tirou sua mão de Bell, estranhamente ela se sentia segura com ele ao seu lado.



//\\Continua...//\\

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