- Bem vindo à família! – diz Finn estendendo sua mão para Bell.

Com a ajuda do pallum ele se levanta.

- Obrigado senhor Finn. Quero dizer... Capitão.

- Você pode me chamar de Finn se achar mais confortável.

- Entendido Senhor!

- Não precisa ser tão formal, somos família. – disse Finn dando um sorriso.

- Acho que agora é minha parte... – disse Loki se aproximando dos dois. – Pessoal o show acabo, já podem ir! – diz ela para os espectadores.

A pequena multidão em volta do pátio se dissipa.

- Muito bem Bell-tan... Vamos para minha sala.

Bell assente com a cabeça, ele se despede dos executivos e parte seguindo Loki.

**************************************

Na sala de Loki.

A deusa terminava de por a tatuagem de sua família nas costas do garoto.

Bell Cranel

LV 1

•Força: I 01

•Resistência: I 01

•Destreza: I 01

•Agilidade: I 01

•Magia: I 01

///////////////////

Milagre:

<Spear of light>

Milagre da Luz. Aumenta o poder dos ataques físicos e mágicos os imbuindo com um poder luminoso intenso, ela proporciona regeneração física. Quanto mais tempo ativa mais se fortalece, exigindo gradativamente mais mente.

/////////////////////

Habilidade:

<Avatar>

União perfeita de corpo e arma. Aumenta de forma massiva todos os atributos. Exige uma quantidade massiva de mente.

/////////////////////

Loki olhava atentamente para os status que se formavam nas costas do garoto.

- Bell-tan. – diz a deusa chamando a atenção do garoto.

- Sim?

- Essa magia sua... Você a tem desde quando? – perguntou a deusa curiosa.

- Bom... Eu não sei exatamente, mas eu comecei a ter controle sobre ela a partir de meus 8 a 9 anos.

- Hm... Entendi. – Loki volta a encarar as costas do garoto. – "Geralmente os elfos desenvolvem magia por conta de seu forte vinculo com o fauno, que é uma característica única deles... Mas um humano desenvolver magia... Não... Um milagre! Isso é totalmente impossível... Milagres são magias de patamar superior... Esse garoto é um ponto fora da curva... um diamante bruto!"

A deusa respira fundo tentando assimilar tudo aquilo, após alguns segundo pensando ela termina e bota numa folha os status de Bell.

- Pronto! – diz Loki dando a folha para Bell.

O garoto pega a folha e a analisa rapidamente, ele se levanta e bota a folha sobre uma mesa.

- Eu já vou indo.

- Mas já?

- Obrigado Kami-sama. Até logo. – ele sai da sala.

Loki respira fundo.

- Espero que ele não seja tão problemático quanto Ais-tan...

No caminho para a saída, Bell acaba esbarrando acidentalmente em alguém. Ele olha para a pessoa em questão.

- Que porra você ta fazendo aqui!? – disse o esbarrado, aquela pessoa não era nada mais nada menos que o lobisomen da <Loki família>, Bete Loga.

- Finn e Kami-sama me convidaram para família, e aqui estou. – retrucou Bell mantendo seu olhar serio e calmo.

Bete suspende o garoto no ar enquanto fechava seu punho para um soco, Bell não transmitia alguma expressão somente seu olhar serio que se serrava. O lobo para seu punho a milésimos do rosto de Bell.

- Tse... – ele solta o garoto. – Pelo menos não parece ser covarde. – disse Bete enquanto seguia seu caminho, deixando Bell para trás.

- Ei você! – disse o garoto chamando a atenção do lobo que estava de costas.

- Ahn? – Bete olha de canto para Bell.

- Qual o seu nome?

- Bete.

Bell sorri para o lobo.

- É bom te conhecer Bete, gostei de você.

- Tse...! Não me enche! – diz ele seguindo pelo corredor.

Bell segue seu caminho.

**************************************

Já nas ruas de Orario, Bell andava em direção a Dungeon. No meio do caminho ele vê a Guilda.

"Acho que devo ir para lá primeiro. Tenho que atualizar meu documento já que entrei para uma família."

Ele entra no estabelecimento. O fluxo de pessoas era baixo em relação ao outro dia em que veio para cá, então não era difícil de se encontrar funcionários disponíveis. Ele vai até o balcão se direcionando a uma funcionaria de cabelos curtos rosados que parecia distraída lendo alguns documentos.

- Com licença. – diz Bell chamando a atenção dela.

- Ah, me desculpe. Como posso ajuda... – Ela congela ao ver o garoto.

- Estou procurando por uma funcionaria chamada Eina Tulle, ela é a minha conselheira. Você saberia se ela se encontra?

- Ahn.... – ela parecia pasma. Como se estivesse vendo um fantasma.

*PHAAH*

De trás do garoto um forte som de pastas caindo no chão pode ser ouvido, ele olha para trás e vê Eina com a mesma reação da balconista.

- Bell...?

- Ah... Senhorita Eina.

- Bell! – um sorriso começa a emergir em seu rosto.

- Senhorita Eina.

- Bell. – o sorriso da meia-elfo começa a desaparecer de seu rosto, dando lugar a uma expressão de fúria.

- Senhorita Eina... Você está bem?

- Seu... seu... IDIOTA!!!!!!!!!!!!!!!

**************************************

Sentando em uma mesa, Bell ficava em silencio ouvindo os sermões de Eina.

- Isso foi completamente imprudente!!! Você tinha alguma noção do perigo que estava se metendo!!? Você poderia ter sido morto por aquele minotauro!!! Eu falei para você não descer mais andares... E você me vai para o 7° andar!!! Você está maluco!!?

- Eu...

- NÃO ME RESPONDA!

Bell engole seco. Ele parecia um tanto quanto intimidado com a atitude de Eina.

Enquanto isso, ao longe os funcionários viam toda a situação.

- Aquele não é o novo aventureiro sobre a tutela da Eina?

- Pelo o que eu soube ele foi atacado por um minotauro no 7° andar. Eu pesava que ele estava morto.

De fato, os funcionários inclusive Eina receberam a informação de que os andares superiores haviam sido invadidos por um grupo de minotauros, juntamente com a informação que um garoto de cabelos brancos e capa escura "não teve sorte de fugir", o que fez Eina cogitar na morte de Bell e sua ausência só fortificou esse fato. O que explicava e tornava plausível toda sua preocupação.

De volta à mesa de Bell e Eina.

Eina pausa seu sermão.

- Eu pensava que tinha perdido mais um... – diz Eina em um sussurro com tom melancólico, que não passou despercebido por Bell. – Apesar de tudo... Eu fico feliz que você esteja a salvo, Bell. – diz um sorriso gentil, seus olhos pareciam estar a ponto de lacrimejar mas ela consegue se conter.

- Me desculpe por preocupar-la senhorita Eina. Não era a minha intenção. Eu sinto muito! – ele diz com um olhar de arrependimento.

- Não... Tudo bem. Agora já passou. – ela faz uma pausa para "coçar os olhos". – Por que ficou tanto tempo sumido?

- Eu garanto que isso não foi intencional...

Bell explica todos os acontecimentos da dungeon até ser cuidado por sua atual família.

- Entendi. Então você foi resgatado pela <Loki família> quando ficou desacordado. Bom, eu falaria para você agradecer-los, mas minimamente o conhecendo eu acho que você já fez isso. Você teve bastante sorte... Se tivesse dormido em meio a masmorra estaria em apuros.

Ele balança a cabeça positivamente.

- Bom... O que te trás aqui hoje?

- Eu estava indo para dungeon, mas acabei optando por vir para cá para completar as informações da minha ficha.

- Oh! Então você conseguiu entrar para uma família? Qual foi?

- <Loki família>.

- Ah, sim. A <Loki família>... Espera... – ao perceber que Bell se referia à família Matadora de Gigantes Eina entra em choque momentaneamente. – Mas isso é surreal Bell! Como conseguiu?

- Ontem eu estava comendo na <Anfitriã da Benevolência> enquanto que coincidentemente eles chegaram, quando eu fui ajudar algumas colegas, Kami-sama e senhor Finn vieram até mim e perguntaram se eu queria me juntar a família e eu aceitei. – diz Bell com a maior naturalidade.

- Nossa... Então a deusa e o capitão da família mais forte de Orario foram até você para convidar-lo para família? – disse Eina um tanto quanto impressionada.

- Sim. – Bell começa a pensar direito sobre isso. – Vendo por esse lado... Acho que realmente é um "grande feito".

Após um pouco mais de conversa, Eina trás o documento e Bell preenche a ultima lacuna em branco.

- Já vou indo. Até a próxima senhorita Eina. – ele se despede da meio-elfo e vai em direção a porta.

- Espere Bell! – ela chama a atenção dele.

- Sim? – ele se vira.

- Você vai para Dungeon assim? - diz ela olhando para a armadura Bell.

- Por quê? Algo de errado?

- Ela parece velha e desgastada...

De fato, a armadura de Bell estava um tanto quanto velha, mesmo o jovem a cuidando bem dava para se ver algumas rachaduras e amassados como se ela já tivesse um histórico.

- Você tem que comprar uma nova armadura. Essa não vai durar por muito mais tempo.

- Acho que você tem razão. Por onde tem lojas de ferreiros?

- Na Torre de Babel tem lojas da <Hephaestus família>, eles são a família com os melhores ferreiros de Orario.

- Hm... Entendi. Irei dar uma olhada.

- Ah, Bell! Poderia esperar um pouco?

- Hm?

**************************************

Algum tempo se passa e Bell andava em direção a Torre de Babel, mas dessa vez ele estava acompanhado de Eina que vestia roupas mais "casuais".

- É a primeira vez que me vê sem uniforme e não diz nada? – diz Eina descontraidamente.

- Oh... Me perdoe. Você está... Bonita. Parece mais jovem. – diz Bell sem jeito com as bochechas levemente rosadas.

- Mais jovem!? Quantos anos você pensa que eu tenho Bell?

- Hm... 21? – diz o garoto com um pouco de receio.

Eina envolve seu braço pelo pescoço do garoto o puxando, o rosto do garoto vai de encontro com seu seio.

- Eu só tenho 19 anos! Eu sou jovem seu peste! – disse Eina com um tom levemente irritado, mas descontraído, enquanto o esfregava sobre seu seio.

- E-Espera... M-Me desculpa... – diz Bell gaguejando um pouco pela vergonha.

**************************************

Já na Torre de Babel.

As portas do elevador se abrem e os dois saem, Bell vislumbra um largo corredor um tanto quanto luxuoso com varias vitrines.

- Eu achava que só existia a dungeon a baixo, não imaginava poderia haver comercio aqui dentro.

Eina sorri.

- O nosso destino são as lojas do andar de cima, mas como aqui tem as mais famosas da <Hephaestus família> eu queria te mostrar.

Eles começam a andar pelo corredor. Bell olhava as vitrines com atenção.

São de qualidade.

- Mas um tanto quanto caras... – disse Bell enquanto via o preço de uma manopla, "10.000.00 de Valis".

- Sim. Esses são os produtos de primeira classe feitos pelos melhores ferreiros da família. Então o preço se justifica.

- Entendo. – dizia Bell olhando para uma vitrine de espadas.

Nem pense nisso!

- Desculpa...

- Está se desculpando de que Bell? – disse Eina olhando para Bell.

- N-Não é nada... Vamos para o outro andar. – disse o garoto indo em direção ao elevador.

- Hum? – ela parecia um pouco confusa, mas acaba indo junto com ele.

Chegando ao andar de cima, Bell observa que o corredor era muito menos brilhoso do que do andar anterior sendo até mesmo um bocado cinzento e escuro. Havia várias armas e armaduras expostas no lado de fora das lojas, que mais se pareciam barracões, vários aventureiros mais humildes andavam por ali e ficavam avaliando e negociando os produtos.

- Chegamos! Aqui. – diz ela andando um pouco mais a frente parando em frente a uma serie de armas expostas.

- 1.200 valis... – disse Bell lendo o preço de uma espada. – É muito mais barato do que as outras que vimos.

- Isso mesmo. Todos esses itens são de jovens ferreiros em inicio de carreira. Mesmo vendendo em um preço mais acessível isso é algo vantajoso a eles, tem seu trabalho vendido e apreciado. Mesmo sendo ferreiros novatos eles fazem armas ótimas. Venha vamos procurar um conjunto de armadura para você. – diz ela andando na frente e Bell segue atrás.

Eles seguem para dentro de uma loja que parecia ter uma especialidade maior em armaduras. Bell parecia fascinado, como uma criança em uma loja de doces, ele passava seus olhos por todas as peças de armadura que encontrava. Eina parecia feliz ao ver Bell tão empolgado, uma coisa que não se vê todos os dias.

- Vou dar uma olhada nos fundos. – disse Bell já desaparecendo da vista da meio-elfo.

- Ah... Bell calma... – ela suspira. – Ele parece bem animado... Chega a ser adorável. Acho que fiz bem em vir com ele até aqui.

Enquanto isso, Bell vasculhava os fundo da loja procurando uma armadura que julgava ideal.

- Muito reluzente... Muito extravagante... Pouco funcional... Hm? – ele para olhando para uma caixa no chão com um conjunto inteiro de armadura.

O garoto pega a parte do peitoral da armadura. Era uma armadura de aço leve acinzentado com alguns detalhes em vermelho, ele começa a avaliar a armadura.

- Ela é leve e bem forte... Hm? – atrás da peça ele se depara com assinatura logo abaixo de um pequeno desenho de um coelho. – Welf Crozzo... Parece que eu achei uma perola em meio as conchas. – ele põem a peça de volta na caixa e confere a etiqueta pendurada. – 9.900 valis... Bom, eu tenho 40 mil então não me parece ser tão caro. Vou levar está mesmo.

Bell pega a caixa e vai em direção ao balcão.

- Já achou alguma coisa para você?

- Sim. – diz ele com a caixa em mãos.

Eina olha para dentro da caixa e lê o nome do conjunto que ele havia pegado.

- "Coelho cinzento"... hahaha!

- Do que esta rindo? – disse Bell um pouco confuso.

- Haha...É por que combina bastante com você...

Bell olha para seu reflexo na armadura, ele infla suas bochechas.

Ele paga por sua nova armadura, logo após eles saem da torre. Os dois param em frente à fonte, Bell não se conteve e já estava trajando sua nova armadura enquanto que a velha estava na caixa.

- Obrigado por me mostrar o lugar senhorita Eina. Certamente me será muito útil.

- Não a de que Bell. – diz ela com um sorriso. – Ah, Bell! Aqui. – diz ela desembrulhando uma algo nas mãos.

Do embrulho de pano ela revela uma bela manopla de bronze sem nenhum tipo de ornamento.

(é bronze)

- Senhorita Eina... Eu não posso aceitar.

- Vai Bell... Isso é um presente meu para você. – seu olhar cai um pouco. - Eu já vi muitos aventureiros perderem suas vidas na Dungeon, inclusive pessoas que estiveram sobre minha tutela... Então por favor, aceite! É o mínimo que eu posso fazer por você.

- Hum... – Bell pega a manopla. – Muito obrigado!

Ela dá um sorriso para ele. Ele coloca a manopla em seu braço direito.

- Bom, eu já tenho que voltar. Até a próxima Bell!

- Ah... Senhorita Eina! – diz Bell a chamando.

- Sim Bell?

- Desculpe-me por fazer este pedido, mas você pode guardar isto para mim? – ele evidencia a caixa em suas mãos.

- Ah, claro! Não tem problema. – ela pega a caixa.

- Obrigado. Até mais.

Eina vai embora enquanto eu Bell segue novamente para a Torre de Babel, mas dessa vez ele ia para a Dungeon. O garoto para subitamente já próximo de seu destino, ele havia sentido uma presença estranha. Bell direciona seu olhar frio para a origem da presença que havia sentido, o alto da Torre de Babel, pelo susto momentâneo o garoto pôs sua mão sobre o cabo de Maanna.

Bell aconteceu alguma coisa? Sentiu algo?

A presença desaparece em um piscar de olhos. Bell retira sua mão se Maanna.

- Senti algo estranho... Como se alguém estivesse me observando.

Hm... Se isso acontecer de novo não hesite em me falar.

- Certo. – Bell relaxa seu olhar e segue seu caminho.

**************************************

Já de noite, um grupo de garotas voltava para a Mansão do Crepúsculo.

- Oh... Uma carruagem? – aponta Tiona olhando para ela estacionada em frente a Mansão.

- Pra que será que é? – pergunta Leffiya curiosa.

De repente os portões se abrem revelando uma deusa de cabelos vermelhos e vestido preto correndo na direção das meninas com uma completa maluca gritando.

- BEM-VINDAS!!

A pirada dos cabelos vermelhos salta em direção as meninas. Ais, Tiona, Tione saem da frente mas Leffiya não tem a mesma sorte e a deusa acaba a pegando.

- E-Espera, me ajuda! Ei! Pare! – disse Leffiya não conseguindo se defender do ataque de Loki.

- Você nunca aprende né Leffiya? – disse Tione.

- Talvez ela estivesse esperando por isso.- disse Tiona em relação a Loki.

- Tão macia e fofa! Que tal? – diz a deusa com um sorrisinho malicioso.

- Para! – disse Leffiya extremamente envergonhada. – Por favor me ajuda, senhorita Ais! – a elfa clama por sua amiga.

- Desculpa, Leffiya. – diz ela entrando na mansão junto com as duas amazonas.

- Não diga desculpa agora! Socorro!

Após Leffiya conseguir se desvencilhar de Loki, por conta da deusa estar atrasada, ela vai para dentro.

Já reunidas novamente, as quatro caminhavam em direção a seus quartos. No caminho elas ouviram alguns múrmuros de membros de sua família.

- Vocês viram a luta dessa manhã? O novato conseguiu pressionar o capitão Finn!

- É serio!? Você ta brincando né?

- Eu também vi, foi isso mesmo! Aquele garoto é bem forte!

As garotas ouviam os cochichares dos aventureiros mais ao longe, todas pareciam um tanto quanto curiosas.

- Novato? – disse Leffiya confusa.

- Parece que recrutaram uma pessoa nova para família. – diz Tione.

- Bem forte... Eu quero conhecer ele! – disse Tiona animada imaginando como seria seu novo companheiro.

"Pressionou Finn..." – pensa Ais um tanto quanto curiosa, seus olhos estavam levemente abertos evidenciando surpresa por parte da garota.

- De qualquer forma se ele entrou para família hoje é provável que Loki o anuncie pelo menos até amanhã.

As garotas continuam seu caminho. Já em frente aos seus quartos elas se despediam umas das outras.

- Bem, então... Boa noite, Ais, Leffiya.

- Até amanhã.

- Sim... Boa noite.

- Boa noite.

As irmãs se despedem das duas e entram para seu quarto. Leffiya se vira para Ais.

- Boa noite senhorita Ais. – diz ela se curvando brevemente.

Após isso a jovem elfa caminha em direção ao seu quarto.

- Ah, Leffiya... – diz Ais chamando a atenção dela.

Leffiya se vira para Ais.

- Obrigada... Pelas roupas. – diz Ais com um leve sorriso.

Ao ouvir as palavras da garota de cabelos dourados, os olhos de Leffiya brilham e um grande sorriso surge em seu rosto.

- Que isso, eu que agradeço por ter me ajudado aquele dia! – diz se curvando para Ais. – Bem... Até mais! Boa noite!

- Boa noite. – diz ela enquanto via a jovem elfa indo embora.

Ais vai para dentro de seu quarto e se deita em sua cama. Ela olhava para o teto pensativa, a garota ainda pensava sobre o tal Novato. Após se afastar um pouco de seus pensamentos ela finalmente adormece.

**************************************

Bell acorda em sua cama na Mansão do Crepúsculo, ele havia tido uma longa noite de batalha na Dungeon. Logo após acordar ele faz alguns alongamentos e veste sua nova armadura.

Você parece ansioso Bell.

A felicidade do jovem não era visível em seu rosto, mas por conta do longo tempo em que Maanna conhece Bell ele conseguia discernir facilmente as nuançais de sua expressão juntamente com suas "atitudes" discretas.

- Hm! – murmurou Bell enquanto balançou a cabeça positivamente. – Espero me dar bem com os outros.

Mas é claro que sim!

O garoto vai até a porta e põem a mão sobre a maçaneta, curiosamente ele fica parado de cara com a porta olhando fixamente para sua mão que estava prestes a abrir-la.

O que foi Bell?

- Eu... – ele parecia levemente nervoso. – Será que... Eles...

Ahn!? Não me diga que está tímido?

- Hm... Mais ou menos... – diz ele timidamente enquanto que suas bochechas inflavam levemente.

Vai logo Bell. Você não tem nada a temer... Ou você está assim por causa daquela...

Maanna é interrompido por Bell que o pegou e bateu contra a parede, de modo com que o silenciasse.

AÍ! AÍ!

- Pare de inventar coisas... – disse Bell com suas bochechas levemente coradas, ele possuía uma expressão tímida e levemente zangada o que poderia ser denominado como adorável.

Após alguns poucos minutos, Bell cria coragem e sai de seu quarto. No lado de fora ele via o corredor vazio, o que o deixou aliviado, ele caminha até o salão de jantar. Ao chegar é notado imediatamente por Loki e os executivos da família.

- EI! BELL-TAN! AQUI! – disse a deusa Loki apontando para a cadeira a seu lado.

O grito da deusa chamou a atenção de todos ali presentes, os fazendo olhar para a direção do garoto. Bell foi preenchido pelo nervosismo, ele mostrava sua mesmo olhar estoico de sempre, mas por dentro sua cabeça estava um caos.

Vai Bell!

O garoto volta a si com ajuda de seu companheiro. Ele engole seco e anda calmamente até o local em que sua deusa havia solicitado para se sentar, enquanto os olhares de todos o seguiam.

Em uma das mesas.

As quatro meninas olhavam para Bell, Leffiya não o conhecia mas o restante já o havia visto anteriormente.

- Esse não é o garoto que lutou contra o minotauro? – disse Tione.

- É ele mesmo! O cabelo branco! – disse Tiona um tanto quanto feliz por ver o garoto.

- Então ele é o "Novato"? – disse Leffiya.

Tione, Tiona e Ais pareciam surpresas com a presença do garoto, mas de longe Ais era a que parecia a mais surpresa das três, seus olhos haviam se prendido no garoto de cabelos brancos. Ela parecia mergulhar em seus pensamentos sendo acordada pelo chamado sua amiga elfa.

- Senhorita Ais... Está tudo bem? – diz Leffiya preocupada.

- Sim... Estou bem. – disse terminado com um leve sorriso.

Ela dirige seu olhar para Bell novamente que já estava próximo a Loki e os três executivos.

Com Bell.

- Bom dia Kami-sama. Senhor Finn, senhor Gareth, senhora Riveria... Bom dia. – ele os reverencia e se senta.

- Ah... Bell-tan! Antes eu preciso anunciar-lo. – diz Loki se levantando de sua cadeira e pondo seu braço sobre os ombros do garoto o mostrando para todos. – Pessoal! Conheçam seu novo companheiro... Bell Cranel! Sejam legais com ele! – ela retira seu braço do ombro do garoto.

- Prazer. – diz Bell de forma serena, mas extremamente nervoso por dentro.

Logo após isso ele se senta e Loki dá um prato com alguns sanduíches para o garoto.

- Obrigado.

- Bom dia Cranel. Vejo que o dia anterior o dera frutos. – disse Finn enquanto via a nova armadura de Bell.

- Hum. Minha conselheira apontou que eu deveria trocar de armadura e assim ela me levou para a Torre de Babel para comprar uma nova.

- Entendo. Me parece boa.

- Chegou a ir a dungeon ontem rapaz? – disse Gareth.

- Sim. Após comprar a armadura eu fui direto para a masmorra, mas infelizmente não pude ficar muito, pois meu passeio pelas lojas de ferreiros me custou um bom tempo. Tive que me contentar em ir somente até 6° andar e logo após eu retornei.

Mesmo Bell indo até o 6° andar ele tinha a mania de limpar os andares, e por conta disso gastava seu tempo o vasculhando por inteiro, o que o tomou uma boa parcela de seu tempo no dia anterior. Os executivos e Loki pareciam um tanto surpresos, mesmo que eles tenham tido um vislumbre do potencial de Bell no dia anterior ele ainda era um recém nível 1, o normal dos recém aventureiros eram ficar entre o 1° e o 2° andar e no máximo no 3° enquanto que o garoto de cabelos brancos foi direto para o 6° em seu primeiro dia como aventureiro e ainda achou pouco desse fato.

- Loki. – diz Riveria em um sussurro.

- Hm?

- Qual os status do Cranel? – ela parecia um tanto quanto curiosa.

Loki olhou para um lado depois para o outro e cochichou próximo a elfa.

- Estão todos no um. – disse a deusa surpreendendo Riveria. – Surpreendente não?

Riveria se recompõem depois do breve choque.

- Parece que fizemos bem em aceitar-lo.

Após pouco tempo Bell começou a se sentir mais a vontade com Loki e os três executivos, chegando a conversar de forma mais descontraída com eles, mas não os faltando com o respeito. Depois de acabar sua refeição, Bell levanta e se despede dos quatro.

Ais observa o garoto se retirar do salão, em seguida ela se levanta de sua cadeira.

- Senhorita Ais? – diz Leffiya levemente surpresa pelo seu comportamento atípico.

A garota dos cabelos dourados acaba ignorando Leffiya e segue para fora do salão.

- O que será que deu nela? – diz Tione com certa preocupação.

- Será que ela quer cumprimentar o novato? – diz Tiona respondendo a pergunta de sua irmã com outra pergunta.

- Não sei. Não é algo típico dela.

Enquanto isso uma alta-elfa via a cena de Ais com um sorriso no rosto.

Fora do salão.

Bell seguia rumo à saída, mas para subitamente percebendo que estava sendo seguido.

- Posso ajudar? – diz Bell chamando a atenção da pessoa que o seguia. Ao olhar para trás seus olhos se enchem de brilho percebendo que aquele que o seguia era nada mais nada menos do que a própria Princesa da Espada.

- Desculpa... te incomodar. – diz Ais timidamente, ela parecia estar pensado nas palavras corretas. – Podemos conversar um pouco?

Bell se recompõem e logo depois assente com a cabeça.

Eles seguem para um lugar mais reservado onde poderiam conversar sem a preocupação de serem ouvidos. Chegando lá Ais parecia pensativa, ela pensava nas palavras que devia usar enquanto que Bell esperava pacientemente a garota falar. De repente ela se curva para o garoto o deixando evidentemente surpreso.

- Me desculpa...

O garoto não parece entender o motivo das desculpas da garota, mas ela logo continua.

- Desculpe por aquilo no bar... E... Me desculpe por não ter te ajudado com o minotauro... Eu... Sinto muito. – diz Aiz arrependida o que Bell conseguiu perceber claramente mesmo com o olhar estoico da garota.

- Tudo bem.

A garota levanta sua postura, ela olha para o garoto surpresa.

- Está tudo bem. Você não tem culpa do erro dos outros. Acho que eu a deveria agradecer...

- Agradecer? – diz Ais confusa juntamente com seu olhar de surpresa.

- Sim. Obrigado por, digamos, ter confiado em mim. – disse o garoto se referindo a sua batalha com o minotauro, em sua concepção ela não interferiu porque confiou em sua capacidade. – Obrigado. – diz em um sorriso.

Ais não teve reação, não como se parecesse insensível, mas sim que tinha ficado sem palavras por causa do garoto a restando somente aceitar os agradecimentos sinceros dele. Um silencio constrangedor prevalece, Ais já não sabia mais o que dizer e Bell se encontrava na mesma situação. Os dois ficam um tempo envoltos em seus próprios pensamentos.

- Ah...

- Ah...

Os dois dizem ao mesmo tempo os fazendo ficarem surpresos.

- Ah, desculpe! Pode falar...

- Ah, desculpe! Pode falar...

A situação se repete. Os dois desviavam o olhar um do outro com certa vergonha, para um qualquer essa cena seria um tanto quanto adorável. O silencio constrangedor persiste no ar, até que Bell toma à dianteira e quebra o gelo.

- Me desculpe... Acho que não sei o seu nome. – diz Bell aproveitando a oportunidade para conhecer-la.

- Ah... Desculpa. Eu me chamo Ais Wallenstein... E você se chama Bell Cranel, não é?

O garoto assente com a cabeça.

- É um prazer conhecer-la Milady Wallenstein.

- Ais.

- Hm?

- Me chame de Ais. Todos me chamam assim. O incomoda?

- De forma alguma. – ele balança brevemente a cabeça negativamente. – Então já vou indo. Foi bom a conhecer... Milady Ais.

- Eu... Digo o mesmo.

Bell a deixa, enquanto ela se mantinha pensativa.

- Mi... lady? – diz inclinando levemente sua cabeça.

Já fora da Mansão. Bell leva suas mãos as bochechas, elas estavam extremamente quentes, seu olhar estoico havia dado lugar a um olhar tímido e seu coração batia mais rápido que o normal. O garoto balança sua cabeça tentando afastar estes sentimentos que julgava "estranhos". Logo em seguida ele vai em direção a Dungeon.

**************************************

Na noite do mesmo dia Tiona, Tione, Leffiya e Ais se encontravam na <Anfitriã da Benevolência>. Elas conversavam sobre assuntos triviais até que a amazona mais nova, Tiona, toca em um assunto.

- Então Ais... De manhã no café você saiu do nada da mesa. O que foi fazer?

- Hm... Eu fui ver o novo integrante da família.

As palavras de Ais surpreenderam as garotas, a não ser Tiona que já tinha deduzido naquela hora.

- Viu? Eu sabia que ela tinha ido ver o cabelo branco!

- Eu só falei que não era algo típico. – disse Tione.

- Senhorita Ais, você parecia um pouco apressada quando saiu da mesa. O que você foi falar com ele? Se você quiser falar é claro...

- É Ais! – disse Tiona se debruçando na mesa. – O que você foi falar com ele? Você se interessou nele também?

Ao ouvir as ultimas palavras de sua amiga amazona, Ais desvia seu olhar um pouco sem jeito.

- Tiona, você tem que parar de ser tão intrometida! – diz Tione com sua mão na testa.

- Eu só to perguntando! – ela se direciona novamente pra a garota dos cabelos dourados. – E então Ais? O que achou dele?

A garota fica pensativa.

- Hum... Coelho.

Todas olham para Ais confusas.

- Ele... parece com um. – diz ela com suas bochechas levemente coradas.

- Agora que você falou... – Tiona fica pensativa. – Ele parece mesmo! Não é Tione?

- Olhando por esse lado... Ele me lembra um pouco.

As duas irmãs começam a discutir sobre a aparência de Bell, enquanto que Leffiya parecia totalmente deslocada na conversa. Após um certo tempo discutindo sobre o coelho, Tiona pergunta para Ais.

- Ais, por que não bebe um pouco? – diz a amazona estendendo sua caneca de licor, o efeito do álcool parecia ter-la atingido.

- Não, eu estou bem. Obrigada. – diz com um leve sorriso.

A atenção de Ais é puxada para Tione e Leffiya que a incluíam na conversa. Vendo a oportunidade, e principalmente estando um pouco bêbada, Tiona esvazia o copo de sua amiga e o preenche com um pouco do licor de sua grande caneca.

- Que bobagem... Você tem que se divertir um pouquinho.

Enquanto isso saindo da Dungeon...

Bell retornava de mais um dia na masmorra, ele passa na Guilda para trocar suas pedras e visitar Eina. Após se despedir de sua conselheira o garoto segue rumo para sua nova casa. No meio do caminho algo inesperado por ele acontece.

(*Ronca*)

Sua barriga ronca alto, o garoto tinha ficado da manhã até a noite na Dungeon sem comer nada, ele estava faminto.

- Tenho que passar em algum lugar para comer. Acho que vou para o bar da Mia. – diz Bell mudando seu curso.

**************************************

Bell adentra na <Anfitriã da Benevolência > e já na entrada é reconhecido por uma amazona.

- Oh! Cabelo branco!! – disse Tiona chamando a atenção de Bell e ao mesmo tempo chamando a atenção de suas companheiras para o garoto.

O garoto de cabelos branco não conhecia Tiona, mas a reconhecia como um membro de sua família por ter visto-a junto com a <Loki família> na ocasião anterior. Ele se aproxima calmamente da mesa redonda em que estavam.

- Sim?

- Por que não se senta com a gente? Já que todos nós somos da mesma família! – disse Tiona com seu tom alegre de sempre.

- Não é uma má ideia. Tudo bem para você... Bell? – disse Tione de maneira simpática, ela demorou um pouco para se lembrar do nome do garoto.

- Hum. – ele balança brevemente a cabeça. – Tudo bem.

O garoto arruma uma cadeira e Tiona sinaliza para botar-la ao seu lado, ele o faz com um pouco de nervosismo. Ele se senta.

- Hm? – demorou um tempo até que Bell percebesse que Ais estava ali na mesa junto com elas. Suas bochechas ficam levemente coradas, mas rosto continuava inexpressivo como sempre. – Ola Milady Ais.

- Oi Bell.

Um olhava para o outro, suas expressões eram idênticas, um clima estranho se estabelece entre eles que pouco podiam explicar, mas de alguma forma não se sentiam desconfortáveis e seus olhos não desgrudavam um do outro. O silêncio se estabeleceu na mesa, as três meninas olhavam para cena de Ais e Bell um pouco confusas com a situação. Dessa vez Tione quebra o silencio tirando os dois de sua hipnose.

- Então Bell... Como veio para em nossa família?

- Kami-sama e o senhor Finn me convidaram e eu aceitei.

- A gente também foi assim! Não é Tione!?

- Mais ou menos... – Tione começa a se perder em seus pensamentos fazendo uma cara estranha.

- Tione? – diz Tiona passando a mão na frente da vista de sua irmã.

- Acho que nos não nos apresentamos ainda... Eu sou Leffiya Viridis. É um prazer te conhecer Cranel-san.

- Igualmente senhorita Viridis. Você pode me chamar de Bell se quiser.

- Oh... C-Claro... Bell-san.

- Agora é a minha vez! – diz Tiona ficando bem próxima do garoto. – Eu sou Tiona e essa é a minha irmã Tione! Prazer! – diz ela com um sorriso, ela apontava para sua irmã que ainda babava por conta de seus pensamentos.

- Hum... O prazer é meu. – diz ele um pouco sem jeito por conta da proximidade da amazona.

Com o tempo os cinco começam a conversar, Bell havia se simpatizando com as meninas. Ele pede e come sua "montanha" de comida, nesse meio tempo ele se reencontrou com Ryuu e Anya e conversou brevemente com as mesmas, botando a conversa em dia. Bell tomou a liberdade de perguntar sobre Syr e Mia, elas falam que Mama estava ocupada enquanto que Syr estava de garçonete há uns minutos atrás mas havia sumido de repente, o garoto acaba por ter que se contentar. Os comes e bebes continuam em sua mesa, até que de repente Ais acaba apresentando um atitude inusitada.

- Ei Tiona! – disse em um tom mais alto que o normal.

- Ahn... O que foi Ais? – diz Tiona um pouco surpresa com o tom de Ais.

- Por que o coelho está com você!? Não é justo!! Eu vi ele primeiro!! – diz Ais como uma menina mimada monopolizando seu brinquedo.

- S-Senhorita A-Ais... Ta tudo bem com você...? – disse Leffiya apreensiva.

- Mas é claro que eu estou! - disse Ais um pouco agitada.

A garota se levanta e arrasta o garoto com sua cadeira para seu lado, um pouco próximo de mais o que fez Bell corar.

- Ais, calma... – diz Tione tentando acalmar sua amiga que estava um tanto quanto agitada.

- Parece que a bebida solto ela em? – disse Tiona de maneira divertida.

- Tiona! Você deu álcool para ela!?

- Dei. – respondeu Tiona com a maior naturalidade.

- Por que você fez isso? Você sabe que a Ais é fraca a bebida! – diz Tione reaprendendo sua irmã.

- Eu queria que ela se divertisse oras! Olha pra ela! Ela não parece feliz? – disse Tiona apontando para Ais.

A garota de cabelos dourados apertava Bell em seus braços.

- S-Senhorita Ais... Você está sufocando Bell-san... – Leffiya tenta se aproxima um pouco de sua amiga, mas ela se afasta com Bell ainda nos braços.

- Não! Ele é meu! Só meu! – disse Ais apertando ainda mais o pobre garoto.

Enquanto que as meninas tentavam de tudo para convencer Ais a soltar-lo, Bell estava sem reação, ele não sabia como se comportar naquela situação fatídica, a única coisa que pode sentir era seu rosto queimar por completo, sua mente estava ainda mais caótica do que a tempos atrás como se uma guerra estivesse sendo travada nela.

"É isso ai Bell! Assim que se faz garoto!" – Bell escuta a voz de seu avô ecoar sua mente o deixando ainda mais envergonhado.

"Vovô!?"

- Tudo bem... A gente entendeu, mas o solte. – disse Tione tentando uma nova abordagem.

A garota relaxa um pouco seu abraço, tornando mais fácil para Bell respirar. As três se aproximam gradativamente como se estivesse tentando ganhar a confiança de animal raivoso. Abruptamente Ais o pega e sai pela porta.

- AIS!! / SENHORITA AIS!! – disseram as três em uníssono enquanto viam sua amiga correr para fora com um coelho nos braços.

- socorr... – foram as únicas palavras que Bell conseguiu dizer antes de ser "sequestrado".

- Leffiya, fique aqui! A gente vai atrás da Ais! – disse Tione correndo para fora junto de sua irmã.

- A-Ah... Espera!! – ela se levanta da mesa, mas suas amigas já tinham ido embora. – Eles deixaram a conta pra mim!!!

Nas ruas escurecidas de Orario.

Ais corria em direção a Mansão do Crepúsculo ainda com Bell em seus braços, o garoto tentava convencer a garota a soltar-lo mas em vão, ela não o escutava e suas tentativas de escapar a força eram totalmente inúteis visto que Ais é uma nível 5 e Bell é meramente um nível 1. Chegando na entrada de casa a garota é abordada por uma alta-elfa que aparece dentre as sombras.

- Isso são horas para voltar? – diz Riveria repreendendo Ais. Ela começa olhar mais atentamente para a jovem notando que suas bochechas estavam bem rosadas e seu olhar estava caído, ela não deixa de notar Bell que estava sendo sufocado por ela. – Cranel? – ela fica totalmente surpresa. – O que significa...

- Riveria!!! – diz Tiona correndo atrás de Tione em direção as duas, e o Bell.

Ais fica em posição defensiva escondendo Bell da vista das amazonas com suas bochechas infladas.

- Tiona, Tione. Poderiam me explicar o que está acontecendo? – diz Riveria.

- Ah... Bem...

- A Tiona deu álcool para Ais e desde então ela não solta Bell. Ela não quer nos escutar.

A elfa desse as escadas e vai em direção a garota.

- Ais, por favor, solte-o. – disse Riveria com serenidade.

-Não... Ele é meu coelhinho... Procure o seu... – diz Ais em birra em um tom de cansaço.

O efeito do álcool o havia abatido, Ais dormia no chão com seu braços em volta da cintura do garoto de cabelos brancos. Riveria se aproxima dela para a levar-la para seu quarto mas a garota reagiu o abraçando com mais força, Bell vendo que isso não daria em nenhum lugar tenta uma alternativa.

- Acho que ela não deixar ser levada... Eu posso a levar-la senhora Riveria.

A atitude do garoto surpreende todas. Riveria se recompõem e assente com a cabeça.

- Tudo bem. Irei te guiar até o quarto dela.

Bell se vira para as amazonas.

- Boa noite. Me desculpe pelo o imprevisto. – diz ele curvando levemente sua cabeça

Os dois entram na mansão. Riveria o guiou até o quarto de Ais, que por coincidência era logo ao lado do seu, ela abre a porta e Bell deixa a garota delicadamente em cima de sua cama tendo a gentileza de cobrir-la. Quando o garoto se preparava para partir ele sente um par de braços envolver seu pescoço o puxando para a cama, isso chamou muito a atenção de Riveria pois aquilo era um ato totalmente incomum até mesmo para Ais bêbada.

- Não vá... – disse Ais em sussurro que foi consequentemente próximo ao ouvido de Bell.

O garoto cora violentamente, algo que excedia seu normal, ele conseguia sentir a respiração quente vinda da boca de Ais, o que não o ajudava em sua situação.

- Ais. Vamos, o deixe ir.

Riveria tenta varias vezes separar Ais do garoto mas em vão, ela não o largava por nada.

- Não tem jeito... – a maga desiste. – Você vai ter que ficar com ela essa noite. Se comportem. – diz Riveria saindo do quarto com um pequeno sorriso no rosto.

- Senhora Riveria... Espere!

A elfa sai do quarto e fecha a porta deixando os dois sozinhos no quarto escuro.

- O que ela quis dizer com "se comportem"? – Bell diz confuso, mesmo já tendo 16 anos ele ainda era um bocado inocente neste quesito.

Bell vendo que seus esforços seriam inúteis contra o abraço avassalador da <Princesa da Espada>, ele se rende e se deita junto a Ais. A garota, mesmo que sonolenta, percebe a desistência do coelho e o abraça de forma mais carinhosa, por conta disso o garoto acaba pegando no sono e os dois dividem o espaço na pequena cama dormindo abraçados.

//\\Continua...//\\