A primeira aventura
Bell acompanhava Loki até um local que havia reservado. Entrando por uma porta ele vê uma pequena sala com uma mesa redonda em seu centro. Nela havia duas figuras que estavam sentadas, um deles era um homem loiro de vestes simples usando um chapéu com uma pena em sua cabeça e o outro era um homem também loiro com cabelos que iam até a metade de seu pescoço trajando roupas elegantes parecidas com a de um nobre, ambos possuíam acompanhantes em suas retaguardas. Loki se senta na cadeira vazia e Bell se pôs atrás dela analisando todos os novos rostos a sua frente com seu olhar serio e severo.
- Você demorou um pouco, Loki. Estava quase para dormir aqui. – diz o homem de chapéu em um tom debochado.
- Muito engraçado, Hermes. Vamos logo ao assunto. – diz ela apoiando seu rosto em sua mão.
- Parece que a Evilius está instalada no 24° andar. – disse o loiro de trajes elegantes.
Bell estreitou seus olhos ao ouvir o nome <Evilius>, como se já conhecesse o perigo que o segue, isso não passa despercebido por um certo deus mensageiro. O garoto começou a prestar a atenção silenciosamente na conversa dos deuses.
- Evilius né? Então eles estão aqui de novo... – Loki parecia seria.
- Faz tempo que eles não aparecem em pleno dia. – disse Hermes cruzando seus braços. – Se finalmente saíram então tempos difíceis estão por vir. Vocês devem se lembrar do que aconteceu há sete anos... – ele estreita seus olhos.
Os deuses ali presentes mostram uma face seria, como se tivesse tocado em um assunto delicado. Hermes põe seus cotovelos sobre a mesa entrelaçando seus dedos enquanto olha para os dois sentados, por um momento seus olhos curiosamente cruzaram com os de Bell, mas não parecia acaso.
- Aquele evento foi uma tragédia sem igual. Por isso não podemos deixar que isto se repita novamente. – disse o loiro de vestes elegantes em resposta ao deus mensageiro.
- Bom, eu acho que não estamos aqui para discutir sobre o passado. Que tal irmos para o tópico? – diz ele retirando algo de seu chapéu e colocando sobre a mesa permitindo que todos possam ver.
O que o deus havia colocado a frente dos demais era nada mais que um cristal mágico de um monstro, mas não parecia normal, seu tamanho e brilho emanado eram diferentes. Os olhos de Loki se estreitaram ao levar-los em direção a pedra, o mesmo ocorre com o outro deus.
- O que me dizem? Loki? Dionysus? – disse Hermes um pouco mais serio.
- São quase idênticas as daquelas Flores... Onde conseguiu isso? – indaga Loki.
- Ah! Asfi foi quem a deu para mim. Sabe, um dos meus filhos acabou se envolvendo em uma quest perigosa e ela começou há investigar um pouco. E foram esses os resultados dela por enquanto... Parece que estão tentando fazer algo diferente com os monstros que já possuem.
- Isso quer dizer... – disse Loki pensativa.
- Estão tentando aumentar seu poderio "bélico" através das <Violas>. – disse Bell completando Loki o que fez chamar a atenção da mesma.
A atenção dos deuses foi direcionada ao garoto.
- Certamente, Bell-kun. – diz Hermes surpreendendo o garoto, pois em nenhum momento o mesmo havia dito seu nome. – Se permitirmos que isso aconteça o desastre pode ser colossal.
- Seus filhos estão com a <Princesa da Espada> no 24° andar, não estão? – pergunta Dionysus a Hermes.
- Sim! Sim! Eu mandei Asfi e os outros para darem suporte a Lulune, a essa altura eles já devem estar próximos ao seu destino.
- Bom... Então o que podemos fazer é esperar. – diz Dionysus fechando seus olhos momentaneamente. – Ajudarei vocês em tudo que puder.
Bell identificou que os deuses a sua frente eram um tanto quanto enigmático, mas o garoto em grande parte da reunião se concentrou em Dionysus. Ele sentia uma presença estranha vinda do mesmo que o fazia desconfiar.
- Bem! Se não temos mais assunto e nem bebida acho que acabamos por aqui. – diz Hermes mudando bruscamente sua expressão seria para uma descontraída. Ele se levanta e vai embora com seu acompanhante. – Nos vemos outra hora Bell-kun. – diz ele em um sussurro que só pode ser ouvido pelo garoto.
Hermes deixa a sala ao mesmo tempo em que Dionysus se levanta.
- Bem. Foi bom encontrá-la novamente Loki. Desejo que nossos filhos consigam a vitoria. – ele sai pela porta e Bell o acompanha com os olhos.
Loki dá um suspiro.
- Essa reunião não foi uma das melhores... – disse Loki.
- Kami-sama.
- Hum?
- Por que me trouxe consigo?
- Bom... Finn confia bastante em seu potencial e da forma que está crescendo não vai demorar muito para que você participe dos negócios da família. O trouxe aqui contextualizar-lo...
- Sobre a <Evilius>? O incidente no 18° andar teve algo haver, não é? O "evento" no <Monsterphilia> presumo que também tenha.
Loki se espanta.
- Hum... Como você sabe do incidente?
- Um passarinho me contou brevemente. Eu também sei sobre sua ida aos esgotos com Bete. Não a disse nada, pois achei irrelevante no momento. Mas creio que já que tocamos no assunto eu deveria a dizer.
A deusa parecia surpresa, ela não esperava que o garoto estivesse informado sobre a situação, ou pelo menos uma grande parte.
- Agora eu entendo o porquê de Finn confiar em você... – ela se levanta e ao mesmo tempo se lembra de algo que queria conversar com Bell. – Ah, Bell-tan! Sua espada... Maanna, não é?
Ele assente com a cabeça.
- Bem, eu fiquei sabendo sobre as propriedades de sua arma e fiquei um tanto quanto curiosa. – ela faz uma pausa em sua fala. – Irei direto a ponto. Eu gostaria de sua permissão para analisar essas propriedades de Maanna.
Bell fica surpreso com pedido de sua deusa e ao mesmo tempo reluta, ele não parecia disposto a ceder Maanna para Loki, mas no fundo estava curioso para saber se ela podia identificar algo que ele possa desconhecer. Mesmo que Maanna o acompanhasse por grande parte de sua vida, ele não o conhecia por completo, somente o pouco que o mesmo lhe contava. Cedendo pela curiosidade e vendo que Maanna não se manifestava sobre o assunto ele acaba por decidir.
- Tudo bem. – diz Bell em um suspiro.
- Obrigada Bell-tan. Sei que sua espada significa bastante para você, então cuidarei bem dela.
Essas palavras tranquilizaram um pouco o garoto.
- Bom, vamos indo. Tenho que te dar algo para compensar... – disse Loki finalmente se levantando de sua cadeira enquanto encarava Bell.
O garoto inclina um pouco sua cabeça pelas ultimas palavras de Loki.
**************************************
Do alto da Torre de Babel.
Observando a cidade de sua vista privilegiada, Freya deliciava uma taça de vinho.
- Vejo que está ficando mais forte... Mas receio que não seja o suficiente. Providenciarei algo que possa o estimular, querido.
**************************************
No dia seguinte, um tempo após uma comoção na <Mansão do Crepúsculo>, Bell seguia seu caminho de costume até Babel um pouco perdido em seus pensamentos.
- Oh! Se não é o Bell-kun! Há quanto tempo. – diz uma alguém de trás do garoto.
Bell se vira na direção da voz e identifica que era Hermes o chamando.
- Hermes...
- Fico lisonjeado por se lembrar de mim. – ele tira o chapéu o fazendo uma reverencia.
Bell fica um pouco sem jeito com a formalidade do deus, mesmo sabendo que aquilo era meramente uma brincadeira.
- Fiquei surpreso de você ter se juntado a <Loki Família>. – ele começa a se aproximar de Bell. – Seu avô certamente ficaria orgulhoso. – diz o deus dando dois tapinhas no ombro do garoto.
Os olhos de Bell se arregalam ao ouvir sobre seu avô diretamente de Hermes.
- Como você... – ele é interrompido.
- Oh, droga! Me esqueci de algo muuuito importante que eu deveria estar fazendo nesse exato momento!! - diz ele de forma melodramática. – Perdoe-me, mas receio que nossa conversa deva ficar para mais tarde. – Hermes aperta a mão do garoto. – Foi um prazer rever-lo Bell-kun, até mais!
O deus sai correndo pelas ruas.
- Mas o que... – diz Bell confuso com toda a situação.
O garoto abre sua mão e vê uma pequena gema escarlate com uma runa talhada em suas duas fases. Bell olha na direção em que Hermes havia corrido pensando no porque do presente e mais precisamente o que aquilo poderia significar ou fazer. Sendo incapaz de gerar uma resposta concreta ele retoma seu caminho a <Babel> para se encontrar com Lili.
**************************************
Nas profundezas da Dungeon...
Algo enorme começa a emergir das paredes lisas do andar. Abrindo um grande buraco um colosso nasce. Com um corpo negro incrivelmente robusto igual a aço, um par de grandes chifres avermelhados, protuberâncias em seus cotovelos que se assemelhavam a enormes pedaços de armadura, uma juba que ia do topo de sua cabeça até o final de suas costas e uma face de touro intimidadora. Aquilo era um Minotauro, mas ele era ligeiramente diferente se seus "irmãos", seu porte, altura, cor e até fisionomia se destoava dos demais.
O recém-nascido cruza seu olhar pela grande área aberta em que havia emergido, a não muito longe estava um grupo de aventureiros que pareciam estar voltando de sua viajem. Por incrível que pareça sua primeira reação não foi hostil, ele somente os observou calmamente enquanto os mesmo andavam pelo vasto lugar. A reação do grupo foi oposta a do monstro, quanto cruzam o olhar com a enorme criatura eles automaticamente se puseram em postura de combate e agiram hostilmente avançando contra o Minotauro.
Sons de ossos se partindo e gritos de agonia ecoaram pelo lugar.
Os aventureiros se encontravam mortos sobre os pés da criatura, seus corpos estavam desfigurados e repletos de grandes hematomas, em compensação o Minotauro parecia estar praticamente ileso. Ele caminha em direção a saída do andar em passos lentos e pesados.
O monstro continuou a subir. Por vezes alguns aventureiros cruzaram seu caminho, mas todos tiveram o mesmo resultado... Eles foram completamente esmagados.
Ele perambulou por mais algum tempo até cruzar novamente com um aventureiro, mas aquele não se parecia com os outros, ele era muito mais forte do que qualquer outro. Um boaz alto e robusto portando um par de espadas sobre as costas se pusera a frente do Minotauro, aquele era o capitão da <Freya família> Ottar. A criatura abaixa sua cabeça olhando diretamente nos olhos do robusto aventureiro. O monstro enrijeceu seu corpo se preparando para o combate inevitável, mas o mesmo não atacou em primeira instancia o que faz Ottar ficar levemente surpreso com sua atitude. O boaz concluiu que o Mintouro a sua frente era diferente dos outros, não pela aparecia, mas sim pela sua postura calma e atitude cautelosa. O monstro parecia se preocupar mais em "analisar" seu oponente do que atacar em frenesi.
- Interessante... – disse o <Rei> desembainhando uma de suas grandes espadas.
Vendo a mudança na postura do aventureiro o Minotauro se pôr em combate. As veias do grande monstro saltaram e sua expressão mudou drasticamente. Ele atacou o homem velozmente com seu enorme punho, mas o mesmo se desviou facilmente. O ataque do touro teve força o suficiente para fazer o ar se agitar e a pressão de seu punho por si só foi o suficiente para rachar uma das paredes à frente. O Minotauro continuou seu avanço contra o boaz, mas todos os ataques pareciam inúteis contra o mesmo. Os golpes do monstro pareciam se ajeitar à medida que a luta prosseguia o que intrigou o aventureiro. Ottar, pela primeira vez, contra-ataca o minotauro o causando um grande corte em seu peito, o monstro recua antes de receber o segundo ataque.
- Você é forte. – diz Ottar recostando sua arma sobre seu ombro. – Vai servir. – ele retira sua segunda lâmina de suas costas a jogando para o Minotauro.
O mesmo dá um passo até ela e a empunha. O treino havia começado.
**************************************
No 11° andar.
Bell enfrentava um grande numero de monstros simultaneamente enquanto que Lili ficava mais afastada do combate a pedido do garoto. O coelho parecia não perder tempo com seus inimigos, cada corte de sua lâmina era um abate, seus movimentos estavam sincronizados e focados na batalha como se fosse uma dança. A pallum observava atentamente a batalha impressionada com seus movimentos graciosos e principalmente a evolução do garoto, em suas ultimas idas ao andar Bell geralmente tinha dificuldades em enfrentar os monstros simultaneamente, saindo quase sempre com alguns machucados.
Em um estoque rápido de sua lâmina longa o garoto de olhos carmesins derrota o ultimo monstro que ali restava. Cortando o ar, Bell retira sua espada graciosamente do corpo do <Silverback> que havia por perfurar, se transformando em cinzas logo em seguida.
Lili vendo que a batalha já havia por terminar se aproxima do garoto de cabelos brancos, mas algo a assusta o fazendo parar subitamente. Um grande monstro havia acabado de emergir atrás de si. Era um pequeno dragão de quatro metros de atura e desprovido de asas, aquilo era um <Infant Dragon>, um monstro considerado como raro.
O dragão cruza seus olhos com os assustados de Lili, ele imediatamente se prepara para uma baforada de fogo.
- Scintila!
Prontamente Bell ativa seu milagre e vai ao resgate de sua companheira. Em apenas um passo a distancia entre ele e Lili já não existia mais, o garoto a pega rapidamente e como um raio ele travessa o campo de visão do <Infant Dragon>, aterrissando atrás do mesmo. O monstro ficou atordoado não só pela velocidade do garoto, mas também pelo profundo corte que aparecera em seu longo pescoço logo após Bell sumir de sua vista. Sangue começa a jorrar de sua ferida tingindo o pasto esbranquiçado de vermelho, o dragão agonizava de dor enquanto se debatia.
- Se movimentando assim eu não vou conseguir chegar muito mais perto... – diz o Bell observando a situação enquanto deixava Lili no chão, ela parecia um pouco corada pela forma que o garoto a segurava.
- Senhor Bell! – diz Lili chamando a atenção do garoto. – Lili pode atrair a atenção dele para o senhor.
Bell reluta em aceitar a ajuda da prum, aquilo poderia pôr a vida da garota em risco e ele não podia aceitar isso, mas também no fundo ele sabia que não queria ajuda por conta de seu próprio orgulho. Ele gradativamente mergulhava mais e mais em sua mente pensando sobre as possibilidades.
- Senhor Bell, por favor, eu quero ser útil para o senhor!
As palavras de Lili tiram Bell de seu próprio transe.
- Você tem certeza? – diz Bell olhando seriamente para sua companheira.
Ela somente assente com a cabeça com um olhar determinado.
Mesmo o garoto não gostando da ideia resolve por aceitar a ajuda. Ele brande sua espada com suas duas mãos e começa a flanquear o dragão, enquanto isso Lili puxa sua besta de pulso e começa a alvejar o grande monstro tentando atrair sua atenção para ela.
- Aqui! – diz ela atirando seus dardos.
As pequenas flechas nada faziam contra o <Infant Dragon>, mas foram suficientes para chamar a sua atenção como queria. Com sua garganta ferida ele era incapaz de cuspir suas chamas contra a prum sendo obrigado a atacá-la diretamente, mas para o azar do monstro era exatamente isso que Bell queria. Posicionado, o garoto pegou impulso e saltou diretamente na direção da cabeça da criatura. O impacto fez o dragão desmoronar sobre o chão, sua carcaça vira cinzas após poucos segundos deixando somente sua pedra. Lili suspira de alivio e vai na direção de Bell.
- Acho que com ele já foram todos. – diz a pallum olhando em volta. Olhando de relance para Bell ela acaba por perceber que ele parecia estar cansado. – Senhor Bell, acho que devia descansar. Eu cuido as pedras para o senhor. – disse Lili já se prontificando para o trabalho antes mesmo que Bell pudesse dizer alguma coisa.
Bell descansa um pouco enquanto que Lili recolhia a grande quantidade de espólios pelo chão. Após o trabalho a pallum se junta ao garoto.
- Hoje o dia foi bom. – diz Lili tirando sua pesada mochila das costas, se espreguiçando logo após.
- Sim. – Diz Bell concordando com a prum enquanto analisava sua espada.
- Sua armadura parece um tanto danificada.
Ele para partes de sua armadura e vê arranhões e leves amassados. Mesmo sendo o garoto sendo cuidadoso com ela ainda havia marcas em sua estrutura que eram irreparáveis.
- Você tem razão. Ela passou por maus bocados em pouco tempo.
O silencio se prevaleceu. Bell voltou sua atenção novamente à lâmina de sua espada. Estando fora do combate, Lili vê uma boa oportunidade para o pergunta:
- Senhor Bell. Você está com uma espada diferente. Eu não cheguei a te perguntar... Por que o senhor não está com Maanna? – perguntou para Bell que estava com a espada em mãos.
- Sim. – diz Bell. – Eu emprestei para a Kami-sama. Ela disse que queria analisar as propriedades dele.
- Entendi! - diz ela retirando uma pequena sacola de sua mochila contendo dois sanduíches. Ela pega um e oferece o outro para Bell. – Você é da <Loki família>, não é senhor Bell?
Ele assente com a cabeça enquanto aceitava a comida.
- Eu ouvi que estão organizando uma expedição. O senhor vai também?
- Não... – disse ele em um tom baixo. – Senhor Finn não me permitiu ir.
- Mas por quê? Por que você é nível 1? – diz a pallum mordendo seu sanduíche enquanto olhava fixo para Bell.
Pela primeira vez Lili viu claramente os sentimentos Bell por meio de seu olhar, ele parecia triste e ao mesmo tempo desconfortável. A pallum acaba decidindo por não insistir no assunto vendo que seu amigo não parecia estar disposto, somente a sobrando presumir o que havia ocorrido.
- Não se preocupe Senhor Bell. O Senhor é muito forte! Vamos treinar duro para que todos vejam seu potencial também! – diz Lili tentando de alguma forma animar o garoto de cabelos brancos.
- Obrigado... – diz Bell em tom baixo com um sorriso tímido nos lábios.
Após algum tempo ali, os dois decidem voltar para superfície. Já na cidade os dois se despedem e Bell cominha em direção a <Mansão do Crepúsculo>. Enquanto pelas ruas o garoto recorda de uma conversa que teve mais cedo.
++++++++++++++++++++++
Bell estava no escritório de Loki de frente a mesa principal onde Finn estava sentado, não havia ninguém alem dos dois. O pallum coloca seus cotovelos sobre a mesa entrelaçando deus dedos, em um suspiro ele abre seus olhos, seu olhar sereno se serra.
- Você não irá na expedição. – diz Finn com certa imponência no tom.
- Senhor... – Bell tentou dizer algo, mas foi rapidamente cortado.
- Você entende o porquê da minha decisão? – diz o pallum olhando nos olhos do garoto. – Cranel, você é forte. E eu entendo seu desejo de se fortalecer. Isso é natural para qualquer aventureiro. Mas não posso arriscar sua vida em batalha que desconhecemos. – ele dá uma pausa em sua fala. – Além disso... Ainda a muito que evoluir.
- Então eu tenho que conquistar um rank up? É isso que devo fazer?
- Não é isso que eu quis disser.
- Então o que?
- Você deve encontrar a solução por si mesmo. Se não for capaz evoluir... Jamais se tornará forte.
++++++++++++++++++++++
"Evoluir... Em que eu devo evoluir?" – pensa Bell enquanto se aproximava da Mansão.
**************************************
Quatro dias se passam. Bell continua com sua rotina árdua de treinamento com Ais e na Dungeon treinava seu domínio com a magia, algumas poucas vezes o garoto cruzou espadas com Bete o que sempre resultava em derrota.
No escritório de Loki.
Loki e os três executivos veteranos debatiam em torno da mesa principal, o tema da discussão era justamente Bell.
- Cranel como guerreiro é formidável, consegue manter a calma e a concentração na batalha, mas o falta principalmente paciência. – diz Finn. Ele dá um suspiro. – Ele é forte, mas ele é afobado, inconseqüente, imprudente e parece que não sabe fazer as coisas de outra maneira a não ser a dele próprio.
- Não seja tão duro com seu pupilo Finn. Ele ainda está em seu processo de amadurecimento. – retruca Gareth. - O garoto esbanja potencial, ele parece altamente adaptativo as situações.
- O potencial dele é realmente espantoso. Alicia me contou sobre o treinamento que teve com ele. Além de um esgrimista versátil sua habilidade com a magia é forte o suficiente para se equiparar as linhas de frente mágicas da família. – diz Riveria.
- Bom, é questão de tempo até que Bell-tan comece a ter participação ativa nos assuntos da família. – diz Loki com um sorriso no rosto.
Os três executivos olham com duvida para a deusa de cabelos escarlates. Loki alargando ainda mais seu sorriso os mostrando uma folha.
Bell Cranel
LV 1
•Força: SSS 1386
•Resistência: SS 1101
•Destreza: SSS 1299
•Agilidade: SS 1093
•Magia: SSS 1401
/////////////////
- Ele está prestes a fazer rank up! – diz Loki falando com orgulho de seu mais jovem filho.
Os três não deixam de se impressionar com a noticia, não fazia mais de um mês que Bell começou a atuar como aventureiro e já estava para ser nível 2. Finn apóia seu rosto sobre seu punho.
- O poder não é nada sem a devida experiência. Cranel deve amadurecer se deseja se tornar mais forte. – diz Finn olhando de relance para a janela vendo o aventureiro em questão em treinamento.
No pátio da Mansão, sobre o céu estrelado, Bell cruzava espadas com Ais. O ar sibilava com os movimentos harmônicos dos dois aventureiros. Nitidamente o garoto parecia se esforçar para acompanhar os movimentos da princesa, mas ele apreciava mesmo possuindo dificuldade. Vendo a uma pequena falha dentre os ataques Ais o golpeia com a ponta de sua bainha, mas surpreendentemente no ultimo instante Bell redireciona sua lâmina se defendendo da estocada. Mesmo defendendo do golpe a força do mesmo o fez ser jogado alguns passos para trás, o garoto manteve seus pés no chão e sua postura continuava firme mesmo com o impacto recebido. Ais abaixa sua bainha indicando que o treinamento havia acabado.
- Você tem se esforçado bastante... – disse a princesa olhando para Bell com um sorriso meigo. – Você está mais forte.
- Obrigado... – diz Bell com um leve rubor.
Mesmo estando agradecido pelo elogio Bell não via seu progresso, como se estivesse inconscientemente fechando os olhos para o mesmo dizendo que não era o suficiente.
- Este é o nosso último dia. – diz Ais. – Obrigada.
O garoto a olha com surpresa.
- Foi divertido. – diz ela com seu leve sorriso. – Bom, continue se esforçando.
Seu conflito interno se dissipou com as palavras em conjunto com o sorriso de Ais. Bell assente com a cabeça concordando com a garota.
- Eu que a agradeço. - ele faz uma pausa em sua fala. – Você também, Milady Ais... Faça seu melhor. – diz ele com um leve sorriso e um olhar aconchegante.
Após a conversa e uma breve despedida Bell e Ais se separam indo para caminhos diferentes. O garoto havia decidido ir para cozinha pegar algo para comer, por conta disso não fez companhia a garota de cabelos dourados como de costume.
Vagando silenciosamente pelos corredores escuros da mansão ele acaba avistando uma silueta familiar.
"Viridis?" – pensou Bell enquanto a via correr até a biblioteca.
Movido pela curiosidade Bell a segue furtivamente dentre as sombras.
**************************************
Na biblioteca, escondida em um canto da sala segurando um pequeno prato com uma vela, Leffiya lia um livro antigo.
- Aria...
- O que você esta fazendo? – de forma quase fantasmagórica Bell aparece de trás da elfa.
- AAAH!! – a jovem elfa leva um susto com a aparição repentina do garoto de olhos escarlates quase perdendo o equilíbrio por conta do mesmo.
- Ah, me desculpe a assustar desse jeito.
Leffiya direciona seu olhar para Bell.
- Bell-san? – diz ela surpresa.
- Me desculpe por segui-la. Acabei ficando curioso.
A jovem elfa se acalma um pouco.
- Eu estou lendo...
- Dungeon Oratoria?
- Como você soube? – pergunta ela com espanto
- Eu li a capa dele enquanto você o pegava.
- Ah...
- E também você disse "Aria". O que exatamente procura no livro?
Vendo não tinha mais jeito Leffiya decide o contar o porquê de estar lendo o livro.
- Eu estou procurando informações sobre o espírito Aria.
- Hm... O espírito do vento, Aria. E um dos grandes espíritos. – diz reconhecendo de imediato o nome.
- Então conhece a historia?
Bell assente com a cabeça. O garoto reconhecia o nome pela historia, mas também já ouviu sobre em outros lugares.
- Meu avô sempre lia <Dungeon Oratoria> para mim. Era minha historia preferida. – Bell se aproxima de Leffiya e sussurra com o olhar serio. – Isso é sobre o evento em <Rivera>? – ele se afasta um pouco.
A elfa não pode deixar de se surpreender, ela havia sido lida como um livro aberto. Já não tendo mais o que ocultar Leffiyarevela seus motivos reais:
- Eu estou procurando informações sobre Aria. Na vez que a senhorita Ais enfrentou a "Tamer" no 18° andar, ela a chamava de Aria... Eu acho que isso não é uma coincidência então vim pesquisar para achar alguma relação lógica entre as duas. Mas acho que não encontrei nada de revelador.
"Aria... É possível?" – pensa Bell analisando as informações. Ele retoma direciona seu olhar para Leffiya. – Melhor deixar isso para depois. Amanhã é a expedição, você deve descansar.
- Você tem razão.
Após isso Leffiya retorna para seu quarto enquanto que Bell retoma seu caminho para cozinha e só após isso ele vai para seu dormitório.
**************************************
No dia seguinte.
Bell se despediu de seus colegas de família os desejando sorte na batalha. Não podendo fazer muito por seus companheiros o garoto se prontifica para pelo menos limpar o caminho para eles, até onde ele podia.
..............................
.................
........
...
.
9° andar.
Bell e Lili caminhavam pelos corredores cavernosos seguindo a rotina de limpeza geral como sempre. O garoto elimina todos os monstros que apareciam em sua frente com rapidez e precisão enquanto que a prum somente se preocupava em manter uma distancia do combate e ajudar com os espólios já que os monstros não pareciam numerosos e não eram fortes o suficiente para causar algum dano a Bell. Caminhando mais um pouco pelo andar o garoto de olhos carmesins sente um tipo de "agitação" que o acaba fazendo parar.
- Senhor Bell? – diz Lili um pouco confusa com a parada repentina de Bell.
- Tem pessoas se aproximando. Um pouco rápido demais...
Lili volta sua atenção para o corredor escuro a sua frente. Das sombras dois aventureiros cobertos de feridas corriam desesperados contra eles.
- RÁPIDO! CORRAM! CORRAM ANTES QUE AQUILO CHEGUE! – disse um dos aventureiros em desespero.
Os dois passam por Lili e Bell deixando um aviso que eles não conseguiam compreender.
- O que... – Bell para de falar subitamente.
Vinda da escuridão uma presença ameaçadora pode ser sentida pelo garoto, o ar parecia ficar mais pesado à medida que ela se aproximava. A pressão estava tão forte que o ar do lugar parecia rarefeito. Diferente de Bell que não parecia se abalar Lili não era acostumada com tal situação, suas pernas pareciam bambas e sua respiração estava ofegante. Saindo da escuridão um colosso aparece diante dos dois aventureiros. Com um corpo negro incrivelmente robusto com varias feridas espalhadas, um par de grandes chifres vermelhos, uma face de touro e olhos escarlates empunhando em uma das mãos uma grande espada lascada e suja.
Aquilo era um minotauro.
O monstro se pôs a frente dos dois, Lili estava aterrorizada a ponto de não conseguir mover um músculo se quer enquanto que Bell encarava o minotauro com seu olhar serio, mas não deixava de suar frio com a presença do mesmo.
"Esse minotauro é nem um pouco parecido com o que eu enfrentei. Ele sem duvidas é muito mais forte... Mais forte..." – por instinto Bell direcionou sua mão até o cabo de sua espada o que provocou uma reação no minotauro.
O garoto estava se deixando levar gradativamente pelo momento.
- Senhor Bell... – com todas as forças Lili chamou por Bell em uma voz baixa, ela parecia nitidamente amedrontada.
Bell sai de seu próprio transe lembrando-se da presença da pallum ali, o que faz ele se preocupar.
- Lili, corra. – diz Bell direcionando seu olhar para a prum ao seu lado.
- Eu...
O garoto dá um passo. Esse único e simples movimento foi o suficiente para o Minotauro entender que seu oponente estava preparado o combate. Suas veias saltam, seus músculos se enrijecem e seus cascos afundam sobre o concreto.
RRRHHHHHHHOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!
O rugido estridente faz o ar sibilar de forma violenta, Lili é derrubada pela pressão exercida. Dando um passo à frente o Minotauro desaparece da vista de Bell deixando somente uma cortina de fumaça para trás.
"Que rá..." – Bell não teve tempo de concluir seu raciocínio, pois seu inimigo já estava a sua frente.
Tudo parecia em câmera lenta. O Minotauro balança sua grande espada horizontalmente, mesmo no curto período tempo Bell consegue reagir desembainhando sua lâmina a posicionando contra a do monstro. O tempo volta a correr, as duas espadas se chocam com violência, o choque faz o ar vibrar e se agitar. A garota no chão é simplesmente varrida pela forte ventania, sendo arremessada metros para trás.
- Grr! – os dois competiam forças a partir de suas lâminas, mas era evidente que Bell era muito mais fraco fisicamente que o seu oponente.
Seus músculos estavam em seu limite, Bell sabia que era questão de tempo até que seus braços cedessem ao cansaço. O garoto olha de relance para Lili que se levantava do chão com algumas feridas de seu impacto.
- Lili! Corra! – diz Bell levantando sua voz.
Vendo que não poderia o ajudar de nenhuma forma a garota se levanta cambaleando na direção oposta à batalha.
- Eu vou chamar ajuda! – essas foram as ultimas pallum antes de se retirar do lugar.
Agora tendo foco total na batalha Bell usa sua força restante para rebater a espada do monstro. Após o êxito em seu movimento o garoto se posicionou para um novo ataque.
- Scintila!! – uma grande quantidade de energia luminosa envolve completamente o corpo de Bell. – HAAAAAAAAAA!
Em uma grande rajada dourada Bell golpeia o Minotauro fazendo com que o mesmo seja jogado metros para trás. O garoto controlando sua respiração retoma sua postura de combate.
RHHOOOOOO!
O Minotauro rugiu novamente para Bell. O garoto aproxima a espada de seu corpo deixando sua guarda alta, em seguida ele avança com o impulso de sua de sua magia. As duas armas se chocam novamente, os dois começam uma forte troca de golpes. O metal se chocando fazia o ar vibrar por todo o local. Em um corte diagonal o monstro consegue quebrar a postura de Bell facilmente, na sequencio o Minotauro emenda um golpe de baixo para cima. Mesmo conseguindo se defender do ataque a força do mesmo era superior o fazendo ser levado aos ares. Enquanto se ajeitava em pleno ar Bell acaba por ser interceptado por seu inimigo que havia saltado em sua direção, no reflexo o garoto de olhos carmesins põem a lamina de sua espada em frente ao golpe como um escudo. A grande espada do monstro golpeia a lâmina de Bell, a força o faz ser arremessado ao chão.
O Minotauro aterrissa no chão formando duas crateras sobre seus cascos, enquanto isso o coelho se erguia do chão apoiado em sua espada longa, sua respiração estava começando a ficar desregular. Ele põem de pé novamente em postura, mas dessa vez sua postura era agressiva.
"Ele é forte... Mas não é invencível. Se eu investir em ataques rápidos eu posso ter alguma vantagem. O problema..." – ele passa os olhos em volta do campo de batalha. – "Preciso de um espaço maior."
Tendo isso em mente Bell empunha sua espada, em um passo o garoto se lança como um raio na direção do colosso, o mesmo vendo sua aproximação prepara um ataque. A espada do Minotauro colide com o chão enquanto que o garoto reaparece atrás do mesmo, um corte aparece na lateral do abdômen do monstro. Em um giro o Minotauro tenta atacar Bell, mas o mesmo salta para trás desviando do golpe. O garoto começa a se distanciar do monstro na expectativa que o mesmo o seguisse o que acaba por acontecendo. O garoto atrai o minotauro andares abaixo em busca de campo mais favorável para si.
**************************************
Nos andares mais acima o primeiro grupo da <Loki família> começava a descer os andares que se encontravam vazios.
- Parece que o Cabelo Branco-kun realmente limpou o lugar – disse Tiona olhando em volta.
- Oh. Eu ouvi de alguns aventureiros que ele tem essa tendência. – disse Raul que estava caminhando atrás das duas amazonas.
- Oooh! – diz Tiona impressionada. – Parece que ainda tem bastante coisa que não sabemos sobre ele...
- Ele entrou para a família somente algumas semanas atrás, então é inevitável que não saibamos muito. – disse Tione para sua irmã.
- Você tem razão... Pra mim parecia que ele tava com a gente a mo tempão. – ele põem a parte lisa de sua espada sobre seu ombro. – Eu não acredito que conseguimos que os ferreiros da <Hephaistos família> viessem conosco!
- Bem, foi um grande favor que pedimos a eles. Espero que vocês mantenham um bom comportamento. – diz Finn um pouco mais a frente das irmãs.
- Você entendeu!? – diz Tione olhando para Tiona. – Se você envergonhar o capitão, eu nunca irei perdoá-la! – diz ela com uma aura aterrorizante , mas aquilo não parecia assustar sua irmã.
- Eu sei, eu sei...
De frente ao grupo dois aventureiros feridos corriam desesperados.
- Hã? Tá tudo bem por ai? – diz Tiona para os dois aventureiros que se aproximavam.
- Tem um minotauro ali!
O grupo se surpreende com a noticia. Vendo que os dois estavam machucados Finn decide ajudar-los com suas feridas enquanto os perguntava a situação.
- Você tem certeza do que viu? – diz Finn após receber um depoimento sobre a criatura. Pelo que ele ouviu do aventureiro o monstro havia derrotado um grupo de nível 2 e um nível 3 com facilidade.
- Não tenho duvidas! Há um minotauro negro gigante empunhando uma espada no 9° andar!
-Em qualquer caso, fico contente que vocês estejam bem. Você viu algum outro aventureiro?
- Apenas um, sendo atacado lá atrás... Agora, aquele garoto de cabelo branco deve ter sido...
Antes que o homem acabasse de falar a garota de cabelos dourados sai em disparada corredores adentro, logo em seguida Bete faz o mesmo.
- Cranel está em perigo... Tione, Tiona! Sigam Ais e Bete! Logo alcançaremos vocês.
As duas correm na mesma direção que Ais e Bete.
"Fique vivo." – pensa Finn demonstrando um pouco preocupação.
**************************************
Ais corria dentre os corredores cavernosos do andar.
"Onde?" – diz a garota olhando para todos os cantos tentando encontra uma pista sobre o paradeiro de Bell.
- Senhora aventureira! – diz uma voz feminina fraca vinda da entrada do corredor ao lado.
A garota de cabelos dourados se vira para direção da voz, ela vê uma pallum de cabelos castanhos encapuzada com alguns ferimentos, aquela era Lili. A prum se aproxima desesperadamente de Ais.
- Por favor! Por favor! Salve o senhor Bell... – a garota desmaia em cima de Ais.
- Aguente firme! – diz Ais segurando a pallum nos braços.
- <Princesa da Espada>...
A garota de cabelos dourados se espanta ao ouvir a voz que a chamava, ela olha na direção da voz e vê um aventureiro empunhado uma grande espada.
- <Rei>... Ottar!
- Eu lhe desafio a um duelo.
Os olhos da princesa se arregalam com as palavras de Ottar, logo em seguida suas sobrancelhas arqueiam.
- Por quê? Por que está aqui? – diz a garota suando frio.
- Eu encontrei um membro de uma família rival na Dungeon... Isso não é o suficiente para haver uma batalha até a morte?
Os olhos de Ais se serram. Ela deixa Lili recostada sobre a parede e logo em seguida desembainha Desperate se pondo em postura de combate.
"Estou diante do único aventureiro nível 7 de Orario... Não tenho tempo para pensar nisso!" – pensa Ais. – Tempest!
A garota conjura seu vento mágico partindo com sua espada para cima de Ottar.
- Saia do caminho!
Ais defere uma serie de ataques consecutivos no boaz, mas parecia que nenhum fazia efeito. Em meio aos ataques frenéticos Ottar quebra sua sequência com um único balançar de espada que obriga a garota a recuar.
- Você é lenta... Mas vejo que se tornou mais forte.
"O que é essa pressão? Não é apenas a diferença de nível. É ele. A força do <Rei> como um guerreiro. Nesse ritmo Bell vai... Não! Eu tenho que passar por ele de uma forma ou de outra!"
Ottar toma postura de combate. Ais avança novamente para cima do <Rei>, mas algo intercepta o boaz antes dela, eram Tiona e Tione.
- Vai Ais! – disseram as duas amazonas em um grito uníssono.
A garota de cabelos dourados passa direto por Ottar, o mesmo tenta impedi-la a golpeando com sua espada mas antes que pudesse completar sua ação seu movimento é interrompido por Bete que o segurava com suas adagas.
- Pra onde pensa que esta apontando sua espada, seu javali imbecil! – disse o lobo irritado.
-Tse... – diz Ottar vendo sua falha.
- Ei, espera ai! – diz Bete.
- Me esperem! – diz Tiona correndo na direção deles acompanhada de sua irmã
As amazonas e o lobo seguem Ais pelo corredor. Ottar só pode observar as três figuras desaparecerem em meio às sombras.
- Olá, Ottar. – diz uma voz serena vinda de trás do boaz.
O homem se vira.
- Finn?
- Eu nunca iria esperar que você fosse nos segurar aqui. Poderia o perguntar o motivo?
- Não preciso de um motivo para lutar. E também não escolhi este local e horário por quaquer motivo em especifico.
- Bem. Você impediu o resgate de um de nossos membros. Devo presumir então, que esta é a vontade da sua família? Sendo assim, Freya por acaso deseja entrar em guerra conosco?
Ottar somente ficou em silencio.
- Irei perguntar mais uma vez. – diz Finn cerrando seus olhos. – Está foi a vontade da Deusa Freya?
O boaz se manteve em silencio por poucos segundos até ceder e responder a pergunta do pallum.
- Estou agindo por conta própria.
Ottar passa por Finn e vai embora.
- Riveria, qual a condição dela? – diz Finn direcionando seu olhar para a alta-elfa que cuidavam da prum desmaiada.
- Ela está instável. Eu já curei suas feridas. Ela provavelmente desmaiou por ansiedade.
- Entendo. – diz Finn. – Nos não podemos perder tempo, leve-a conosco.
**************************************
10° andar.
Uma grande nuvem de fumaça e destroços é formada na entrada do andar, saindo da mesma estava Bell pegando distancia com seus grandes e ágeis saltos, ele replica esse movimento até por seus pés sobre a grama cinzenta. A cortina de poeira é extinguida pela pressão do corte da espada do grande Minotauro, no instante que localiza o garoto de cabelos brancos o mesmo põem força em suas pernas e salta diretamente até o solo. O monstro cai com tudo sobre o chão levantando muita terra e causando um breve tremor. Bell se põem novamente em postura olhando para a cachoeira de terra que caia sobre o solo, onde o minotauro estava. Sem perder tempo o garoto começa a flanquear a grande besta, reagindo a sua aproximação o Minotauro balança sua espada na vertical em um movimento de baixo para cima. O golpe erra o garoto, pegando uma das arvores brancas secas que se encontravam ali. Bell corria envolta de seu inimigo próximo as arvores cinzentas, o garoto vê que o minotauro parecia ter dificuldade em localizar-lo, aproveitando o momento de distração do monstro ele avança em extrema velocidade para cima do mesmo. Percebendo no ultimo instante o colosso tenta reagir com um corte vertical mas falha miseravelmente, sua espada colide com o chão e um novo corte aparece em seu corpo, o sangue grosso do monstro cai sobre o solo tingindo a grama alta. Bell continua com sua estratégia, mas à medida que o garoto replicava o feito os golpes do Minotauro ficavam cada vez mais precisos chegando a quase pegar-lo.
"Ele está se adaptando?" – pensa o garoto enquanto desviava por pouco de um ataque se escondendo novamente sobre a mata alta. – "Sem duvidas. Ele está tomando mais cautela. Vou ter que abandonar meu plano... Terei que partir pro ataque direto. Mas antes tenho que achar uma forma de enfraquecê-lo... Ou pelo menos uma abertura."
O garoto aparece atrás do minotauro, mas o mesmo parecia preparado e se defende do garoto pondo sua grossa lamina na frente. Os dois começam uma forte troca de golpes. O monstro prepara um ataque de cima para baixo, em um salto o garoto desvia da espada do minotauro. Descendo ao chão o garoto bota todo seu peso em cima da espada de deu inimigo, impossibilitando seus movimentos com a arma Bell desfere um corte na direção da jugular do monstro. Com a lâmina a centímetros de seu pescoço o minotauro abandona sua espada e leva todo seu corpo para trás desviando no ultimo segundo do ataque fatal.
- O que!? – diz ele surpreso com o movimento espontâneo.
Os grossos cascos do Minotauro se ficham no chão, erguendo seu punho o monstro soca brutalmente o estomago de Bell, despedaçando totalmente sua armadura no processo.
- GRRAAAAA!!!
O garoto de cabelos brancos é arremessado para longe parando somente quando suas costas colidem com uma das arvores secas do lugar, quebrando-a no processo. Bell vomita sangue sobre o chão, sua respiração estava pesada e visão turva, mas mesmo assim ele se ergueu novamente com dificuldade, ele não se poderia dar o luxo de descansar diante do inimigo. Sua espada já se encontrava em péssimas condições, seu fio estava quase extinto e seu metal lascado, a lâmina parecia prestes a ceder. Ao se levantar Bell sente um choque em sua pernas o fazendo desmoronar sobre o chão, não caindo por completo sobre o solo por conta da espada que ainda o sustentava.
"Por que não consigo me levantar!?" – pensou Bell enquanto estava paralisado de joelhos no chão com as mãos apoiadas no cabo de sua espada. – "Levanta... Levanta. Levanta!"
O Minotauro caminhava em passos lentos na direção do garoto com sua espada novamente em mãos. Bell continuava a tentar se levantar mesmo sabendo que aquilo poderia no fim ser inútil. A realidade era que o garoto estava para perder aquela luta, mas sua vontade e orgulho faziam com que ele não quisesse acreditar.
Os passos do monstro param de repente, levantando seu olhar exausto o garoto vê mexas douradas cruzarem sua visão, o que faz seus olhos se arregalarem.
- Você está bem? – diz Ais de costas para o garoto frente a frente com o Minotauro. – Você deu o seu melhor. Eu cuidarei do resto. – ela põem sua mão sobre a empunhadura de sua espada.
O garoto aperta com força o cabo de sua espada ao ponto de sentir dor em suas mãos.
.
..
"...Ela derrotou o chefe de andar <Monster Rex Udaeus> sozinha..."
"...Acho que nunca vou conseguir chegar nela..."
"...Duvido que alguém consiga..."
"...A senhorita Wallenstein é uma prodígio. Deveria esquecer..."
"Se não for capaz evoluir, jamais se tornará forte."
...
.....
.......
"...Você deve fazer algo grande..."
"...Precisará encarar uma aventura..."
"Você deve encarar-la com a cabeça erguida e não fugir."
..............
Varias palavras vem à mente do garoto, mas a que mais se destacou dentre o mar de frustração foram as palavras de Ryuu que haviam se fixado no fundo de sua mente. Mesmo exausto e sentindo muita dor o garoto se ergueu novamente.
- Ais! Cabelo Branco-kun! – a amazona se aproxima dos dois junto de Bete e sua irmã.
Com toda sua força de vontade Bell dá um passo a frente e segura o braço direito de Ais a impedido de sacar sua espada.
- Eu recuso... – diz Bell com um olhar serio.
A garota o olhou com espanto enquanto via o mesmo se posicionar a sua frente.
- Eu não quero ser salvo... Eu escolhi erguer minha espada... Então... Não posso me permitir ser ajudado. Essa é a minha aventura.
Ela tenta parar-lo, mas por um momento a garota viu uma imagem se refletir no garoto. Uma imagem de alguém que conhecia.
- Então espere aqui... – diz Bell de costas para Ais.
Antigas memórias passam diante a mente da princesa. Ela abaixa seu braço e aceita as palavras de Bell com certa relutância. O garoto de cabelos brancos deu três passos a frente.
- Ais, você não devia deixar. É muito perigoso olha a situação dele. – diz Tione. Ela dá um passo a frente. – Eu cuido... – ela é interrompida de prosseguir pelo braço de Bete.
- Deixe ele ir. – diz o lobo olhando para Bell. – Um homem tem que travar suas próprias batalhas.
Após as palavras do lobo os quatro aventureiros ficam parados somente como espectadores. Em questão de segundos o restante do grupo da <Loki família> se reúne com os outros, ninguém disse nada somente se juntaram a platéia.
Bell estava de frente a seu inimigo novamente. O Minotauro, para a surpresa de todos, se pôs em postura de combate diante do garoto.
"Se eu não vencer-lo aqui não poderei me chamar de aventureiro, muito menos de herói..." – Bell deixa suas costas eretas. – "Não estou em condições travar uma luta prolongada... Tenho que acabar com isso agora. Só terei uma chance."
Bell ergue sua espada apontando para o Minotauro a sua frente.
- A partir deste momento desconsidero o fato de você ser um monstro, através tua postura o considero como guerreiro. Mesmo que nossa interação se limite à troca de golpes com a intenção matar, eu o honro. O nomeio como Asterius e através deste nome gravo sua existência em minha mente. – o garoto corta o ar, em seguida se põem em postura com sua lâmina próxima ao corpo. – Em mérito, o desfiro um golpe com todo meu poder! – O ar começa a se agitar, uma torrente de luz começa a envolver o corpo de Bell. – Avate! Tua morte se dará aqui, Asterius!
Em um poderoso impulso Bell se dispara na direção do Minotauro.
RRRHHHHHHHOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!
Como um grito de guerra o monstro rugi erguendo sua grande espada com suas duas mãos sobre o cabo, descendo sua arma o ataque acerta o solo fazendo uma enorme onda de destruição em sua volta. O garoto avança contra a avalanche de destroços e como um raio se aproxima do Minotauro. Furando a cortina de poeira a frente do monstro o garoto prepara seu ataque final, com as duas mão sobre a empunhadura ele avança com sua espada apontada para o centro do peito de seu inimigo.
Uma grande onda de choque seguida de uma nuvem espessa de fumaça cobre todo o local ocultando o acontecido.
- O que aconteceu!? – diz Tiona tentando ver através da fumaça.
- Não acabo. – diz Bete olhando fixamente para a nuvem que se dissipava.
A fumaça se extingue revelando a situação.
O ataque final de Bell havia fracassado.
O minotauro segurava a ponta da espada de Bell com a própria mão nua a centímetros do alvo do garoto. Com seu braço direito ele ergue sua arma acima de sua cabeça se preparando para um ataque final.
- Isso é mal! – diz Tiona.
- Ele vai morrer! – diz Tione.
Ais estava inquieta desde que Bell se pôs em sua frente, mas esse momento foi sem duvidas o ápice. A garota se pôs rapidamente em postura sacando Desperate, mas uma mão segurou em seu ombro.
- Eu disse... Ainda não acabo.
A garota de cabelos dourados olhou com duvida para Bete.
Diante da morte Bell segura firme o cabo de sua espada.
-HAAAAA!!
Os olhos carmesins de Bell mudam para o dourado intenso, sua aura começa a brilhar como nunca. A tempestade brilhante que o envolvia se acumula cobre a lâmina da espada do garoto. O som de correntes se quebrando reverbera pelo ar. Aquele era o seu verdadeiro trunfo, o golpe final.
- CALIBUUUUURN!!!! – sua voz ecoa como um trovão por todos os lugares.
Toda a energia latente se acumula sobre a ponta da lâmina de Bell e dela um grande feixe de luz atravessa o grande tronco do minotauro, abrindo um gigantesco buraco em sua carcaça.
O cadáver, ou o que sobrou dele, desmorona sobre o chão virando fumaça logo em seguida. Sua pedra e um dos seus grandes chifres carmesins caem sobre o chão ao pés do garoto.
- Incrível... – disse Raul um pouco mais afastado do grupo.
- Ele derrotou aquele monstro sozinho. – diz Tione impressionada.
- É como no conto... Argonauta... Eu sempre gostei desse conto. – diz Tiona com sua mão sobre o peito se lembrando da historia que lia quando era criança.
- A historia do garoto que sonhava em se tornar um herói... Realmente. – diz Finn.
"Herói..." – pensa Ais olhando para as costas de Bell.
O garoto de olhos carmesins havia conquistado a vitoria. Sua armadura era insistente, suas roupas estava em trapos e sua espada estava completamente destruída. Bell se vira para sua família e ergue seu punho aos céus.
-Eu... Venci... – disse Bell com um grande sorriso no rosto antes de apagar.
Ais corre em sua direção e o pega antes que pudesse cair no chão.
- Você se realmente se tornou mais forte... Bell. – diz ela com um sorriso.
**************************************
Alto da Torre de Babel.
Uma esbelta deusa de cabelos longos cinzentos e olhos púrpura se contorcia de prazer sobre sua poltrona olhando para uma esfera de cristal que refletia a imagem de um garoto de cabelos brancos e olhos carmesins.
- Magnífico! Simplesmente sublime! – diz Freya ofegante. – Seu brilho é esplendoroso! Não vejo a hora de possuí-lo... – ela passa com a língua sobre seus lábios e continua a observar o garoto pela esfera.
//\\Continua...//\\
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro