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⚔️CAPÍTULO XIII: GUERRA⚔️

—D A N I E L Is Not Sick—

Foi a única vez que passou por algo assim? — Sarah perguntou.

Ele refletiu no que daria aquelas sessões, o que a terapia poderia significar; ele queria se divertir, brincar, e o tédio reinava dentro das paredes de concreto. Queria ser uma criança com seus brinquedinhos sórdidos e macabros como antes.

— A vida é engraçada. Um dia você está sendo estuprado e no outro te questionam se você já passou por isso como se somente tivesse recebido um sermão na escola — Daniel disse. Sarah abriu a boca para falar, mas... — Afinal, qual seu papel aqui? Me lembrar de um trauma ou tentar me curar do que sou?

E, lentamente, o loiro se curvou para frente, apoiou os cotovelos nos joelhos, juntou as mãos, os pulsos machucados por conta das algemas brilhavam em tirar vermelhas, os ombros largos e braços musculosos:

— Me curar? Acredita que sou doente, doutora?

Seu título foi profanado como se ele estivesse falando: cachorra. Não era ódio, era desprezo.

Sarah respirou pesadamente para controlar as emoções, precisava se agarrar a indiferença como já tinha feito em várias outras sessões.

Mas aquela não era qualquer sessão, aquela era a primeira sessão de terapia de Daniel Miller, o sádico e mais perigoso assassino do estado de São Paulo e talvez até mesmo do Brasil.

Eu sou capaz, ela pensou, eu vou conseguir.

— A pergunta surgiu por conta dos protestos que aconteceram? No momento de sua chegada aqui?

Odiava ser respondido com outra pergunta e a imagem daqueles cartazes, pessoas gritando, xingando, pedindo sua morte no portão da prisão, voltou de supetão para sua mente.

Eram diversos formatos de letras em grandes cartolinas, mas todas diziam quase a mesma coisa: Daniel não está doente.

— Você não acredita que eu preciso de ajuda e, mesmo assim, essa não deveria ser a sua função? — ele perguntou. O coração de Sarah acelerou e ela, infelizmente, deixou os olhos abrirem um tanto mais, surpresa, óbvio, o que tinha feito para ele pensar isso?

— Negou minha pergunta, não me respondeu uma vez sequer — disse como se lesse a mente dela e se recostou na cadeira de madeira, cruzou os braços e depois as pernas deixando um tornozelo em cima do joelho.

— Não me chamou pelo nome, mal teve a decência de insistir em um assunto traumatizante como o que sofri. Você é uma psicóloga e, mesmo assim, gostou de uma resposta curta, é suspeito, não acha?

— Miller, eu... 

Ele se levantou rapidamente da cadeira, avançou um passo com o rosto e ombros para frente, fazendo a doutora soltar um gritinho agudo e levar a prancheta até o rosto se protegendo.

O monstro levou uma das mãos até o pescoço gordo e redondo da psicóloga, fazendo a prancheta cair no chão e Sarah sentiu seu coração ir na garganta à medida que ele apertava com força e cerrava os dentes para ela.

Um olho azul e outro branco a encaravam profundamente, a cicatriz vermelha pulsava na bochecha branca. Tentou respirar, mas falhou, piscou algumas vezes, sentindo os olhos arderem, lacrimejarem, ele iria machucá-la? Estrangulá-la? Talvez... tentar matá-la?

— Por mais tentador que pareça, não me agrada a ideia de matá-la — respondeu novamente como se adivinhasse os pensamentos da doutora, inclinou a cabeça para o lado encarando os olhos pretos como se analisasse uma obra de arte — me pergunto: por quê?

Kato engoliu um seco e resgatou a coragem do fundo de seu corpo que tremia com a pressão em sua goela.

— Porque matar alguém como eu nunca lhe daria o prazer que quer... — ela respondeu. Daniel sorriu com a resposta, encarou os lábios carnudos e voltou lentamente os olhos para as orbes pretas.

— Não se preocupe, doutora, poderia me dar prazer de outras... formas — disse e molhou os lábios como se fosse um leão com água na boca ao estreitar uma gazela fraca e indefesa.

Sarah arregalou os olhos e quando abriu a boca disse algo que Miller não esperava:

— Guardas! — gritou com a voz falha.

O monstro a largou de imediato. Seu pescoço ardeu e conseguiu respirar e tossir. Miller andou alguns passos para trás ao ouvir a porta se abrir e os policiais entrarem, eles o pegaram pelos braços, os colocando atrás das costas, o prendendo de novo nas algemas.

— Você tem medo de mim, doutora, já se sentiu assim com outro paciente? — E riu enquanto era retirado à força da sala — sou muitas coisas, menos burro, Sarah Kato... — E foi levado para fora da sala.

Sarah Kato pegou sua prancheta do chão.

Ficou menos de dez minutos com ele na sessão e não teve controle algum de suas emoções, muito menos conseguiu conduzir algum tipo de conversa.

Talvez, provar que Daniel não está doente não seja tão fácil assim, talvez, seja bem difícil. E Sarah abriu um sorriso satisfeito na face ao ver a porta de madeira amarela se fechar. Adorava um desafio.

Talvez, precisasse melhorar sua atuação, precisasse fingir se importar para conseguir fazê-lo falar, precisaria ser mais convincente e até mesmo mentir para si mesma.

Dizer para si que sente compaixão e necessidade de ajudá-lo, mesmo que isso seja uma mentira.

Só que uma mentira contada várias vezes para si acaba virando uma verdade e a linha tênue que Sarah iria se equilibrar parecia frágil demais até mesmo para ela... uma psicanalista com doutorado em criminologia.

Tinha ajudado vários policiais a capturarem os mais estranhos e inéditos assassinos em todo o país, entretanto, nunca, em hipótese alguma, achou que estaria do outro lado da balança: tratando de um.

Sabia muito bem que nunca iria curar aquele monstro, por outro lado, gostava de imaginar as milhares de formas de torturá-lo enquanto estivesse sob seu maior poder: as malditas palavras.

Que a guerra comece, ela pensou ao sorrir. 

Sarah Kato passou a tarde de sexta-feira e sábado dividida entre ficar em casa lendo e ir à biblioteca da cidade procurar por mais livros para identificar, de alguma forma, que Daniel Miller não estava doente.

Leu casos em que assassinos em série não tinham transtornos mentais; identificou suas características principais, suas motivações e ambições e decidiu, em seguida, que iria tirar tudo isso de seu paciente, por mais rígido e violento que ele fosse durante as sessões.

As estantes enfileiradas no vasto local dava um ar de grandiosidade para a biblioteca, todas em madeira escura, envernizadas, brilhando com os raios de sol que adentravam por meio de janelas estreitas nas paredes, bem no alto, quase tocando o teto.

O cheiro de livros acalmava a mente de qualquer um. Naquele silêncio absoluto, a única música que tocava era o virar de páginas, o teclado em computadores para entrar no sistema e procurar um título.

Sarah ouviu de fundo o barulho de rodas, como se fosse uma bicicleta, desviou o olhar do décimo caso de assassino em série, virou a cabeça para trás, ainda com os ombros e costas inclinados para frente da mesa, e viu uma mulher loira, magra, em uma cadeira de rodas.

Era empurrada por um homem muito parecido com ela, seu irmão, provavelmente e, após alguns minutos encarando aquela moça, Sarah arregalou os olhos ao notar quem era: Emmanuelle Magalhães; quem prendeu Miller por trás das grades e fugiu do destino que ele sentenciava a todas que escolhia.

Perguntou-se se deveria ir até ela. Seria interessante ouvir o relato direto dela, mas pensou também que a mulher já deveria estar exausta de falar sobre isso.

Foi ao tribunal, nos jornais, diversas entrevistas em veículos brasileiros e até internacionais; meses haviam se passado e Sarah Kato pensava como aquela mulher poderia estar vivendo sua vida após cruzar o caminho do pior demônio em formato de gente.

Voltou-se para o livro, ouviu, depois de uma hora, as rodas de novo se movendo mas não ousou olhar, tentou se concentrar na leitura e nas referências que anotava no caderno para ler depois.

De canto de olho, viu Emma sendo levada para o quadro de avisos e divulgações da biblioteca; o irmão a ajudou a pendurar um folheto ali e, assim, os dois saíram sem levar livro algum.

Depois que eles passaram pela porta, a doutora fechou seu livro, levantou-se rapidamente, andou até o quadro de avisos e, ali, perdeu a respiração após ver o que eles haviam prendido.

Uma folha A2, enorme, estava ali em cores vermelhas, fotos de mais de vinte mulheres, a última, no canto, era Samantha Pinheiro e, em letras garrafais, estava escrito:

ASSINE A PETIÇÃO PARA A SENTENÇA DE MORTE DE DANIEL MILLER PELO QR CODE ABAIXO.

A psicóloga prendeu a respiração, mas não tirou o celular do bolso para abrir a petição, não sabia até que ponto desejaria a morte do paciente.

Mas entendia que, se Emmanuelle Magalhães queria mudar a legislação brasileira, iria ter que lutar por muito tempo para conseguir tal feito, só que havia uma coisa a favor da loira: devido às prisões, teria a vida inteira de Daniel para conseguir seu objetivo final. 

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