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🩸CAPÍTULO X: A FUGA 🩸

— 𝕾𝖊𝖗𝖎𝖆𝖑 𝕶𝖎𝖑𝖑𝖊𝖗 𝕰𝖘𝖈𝖆𝖕𝖊—

Sarah Kato engravidou de forma inesperada e indesejada após um estupro. Não teria tempo para uma criança e pior ainda: sabia quem era o pai e não era o homem belo com quem começava a sair, Benjamin.

Tinha quase trinta anos, contudo, não queria criar uma criança, nesta fase da vida, quando começava a se estabelecer, enfim, como psicóloga na região; quando era chamada para as primeiras consultorias com a polícia para ajudá-la a capturar os criminosos mais estranhos do país, quando tinha concluído com sucesso seu doutorado.

E também não deseja o fruto de uma violência tão perversa como a que sofreu. Sabia que não conseguiria ter uma gestação em paz e, quando nascesse, não sabia dizer se conseguiria amar o bebê.

Não podia.

Não conseguiria.

Não aguentaria.

Por isso, tomou uma decisão.

Abortou por meios legais.

Após falar onde estava a chave mestra e a outra arma que ele escondia na sala, Daniel não imaginava o que estava por vir, não sabia como se soltar das cordas, mas sabia que mataria Emma Magalhães.

A noiva cadáver conduziu o assassino até o banheiro no pequeno corredor. Parecia que ele havia apontado aquela direção em uma outra vida, mas havia passado apenas algumas horas desde que ela estivera pela primeira vez naquele andar.

Emma abriu a porta do banheiro e o empurrou para dentro, continuava apontando a arma e usando a bengala.

— Fique aí. — Emma o trancou, deixando Miller parado e à espera dela.

Depois de alguns minutos, Emma reapareceu, com a bengala apoiada no canto da parede e o pano branco surrado do porão em seu ombro.

Ela segurava um frasco de álcool etílico em uma mão e na outra apontava a arma para ele. Ao lado da bengala, uma caixa de sapato com uma faca por cima repousava fora da visão do assassino.

— Vai me matar? — Daniel suspirou.

— Calma. — Emma tirou o pano do ombro enquanto a ansiedade de Miller crescia.

Emma Magalhães jogou o pano na frente do assassino, abriu o frasco de álcool e o despejou no tecido e no chão, o líquido caia transparente e respingava nela.

Emma planejou tudo em poucos minutos, assim que o trancou ali, começou a pensar no que faria, conseguir os materiais foi a parte mais demorada, pois precisou procurar sozinha pela casa e mancando.

Depois de derramar todo o líquido, jogou para longe a embalagem, pegou a faca que estava em cima da caixa de sapatos e jogou a lâmina para dentro do banheiro.

Os olhos de Miller correram para o objeto, mas, antes de se agachar para pegá-lo, um tiro foi dado.

Ele não foi pego por muito pouco e, devido ao barulho e susto, caiu para trás e bateu com a cabeça na tampa do vaso sanitário.

O som do disparo deixou um zumbido crescente nos ouvidos dos dois, ao abrir os olhos, ele berrou:

— Está maluca? Quer chamar os vizinhos?

— Cale a boca e não se mova!

Emma pegou a caixa de sapato com ódio, a dor na perna e no rosto só pioravam, mas logo ela estaria livre. Agarrou a caixa e a jogou para dentro do banheiro, o objeto caiu com força perto da faca, suspirou aliviada.

— Agora vamos para a parte interessante. — Emma seguia apontando a arma na direção do assassino e, um tanto ofegante, pegou um isqueiro no decote do vestido.

Miller continuava sentado no chão com a cabeça perto do vaso. Seu pé quase tocava a faca e a caixa. Emma sorriu, acendeu o isqueiro e disse satisfeita:

— Vou acender o pano e trancar a porta do banheiro e, bom, como as chamas vão começar aqui, duvido que vá conseguir sair. — disse e respirou fundo — mas, como sou bondosa, deixei outra alternativa dentro da caixa. Caso não queira morrer sufocado pela fumaça ou queimado pelas chamas, use a faca para se desamarrar, abra a caixa e pronto, encontrará outra saída.

O assassino juntou as sobrancelhas e encarou o objeto.

— Sem mais delongas, boa morte, Daniel Miller — a noiva cadáver profanou.

Ele a olhou com o coração acelerado e, quando ia dizer algo, tudo aconteceu em poucos segundos: Emma Magalhães jogou o isqueiro aceso e trancou a porta.

Quando Daniel começou a se levantar, ainda amarrado, as chamas preencheram a porta do banheiro.

Miller ficou sentado, puxou a faca com a ponta do pé e, quando a lâmina ficou mais perto, virou o corpo de costas e começou a cortar as cordas.

A fumaça começou a se alastrar. Ao fundo do crepitar das chamas, Miller ouvia a bengala se afastando.

Não pensou muito, apenas cortou as cordas em desespero. Não poderia morrer agora, iria fugir do destino que Emma planejou para ele.

Como? Ainda não sabia.

Duas cordas caíram, depois disso, Daniel tossiu com a fumaça e começou a se mexer para que as amarras se afrouxassem. À medida que ia se sentindo livre, começou a se levantar, com ódio e força, puxou o restante das cordas para baixo e, enfim, se livrou delas.

Ao encarar a porta, não acreditou.

O pano branco não existia mais, o tecido tinha sido engolido pelo fogo e agora as labaredas já estavam com mais de um metro de altura. Pular não seria viável e, se fosse, a porta ainda estaria trancada. Não teriam formas de arrombá-la sem sentir o poder das chamas por todo o corpo. Respirou fundo, mas voltou a tossir com força.

Meio curvado devido às tosses, Daniel viu a caixa de sapatos e se ajoelhou para abri-la. Emma havia deixado uma arma na caixa. Ele poderia atirar na fechadura da porta, mas as chamas ainda estariam ali, crescendo.

Conseguiria visualizar uma saída além das opções de morte que Emma lhe deu? Era certo: ou morreria pelas chamas, pelo sufocamento com a fumaça ou se mataria com um tiro.

O banheiro era minúsculo, não deveria ter nem três metros de comprimento.

Os móveis, que começavam a ser lambidos pelas chamas, ocupavam o espaço junto de uma pia e do box de vidro. Daniel pensou em abrir o chuveiro, mas do que isso adiantaria? Não conseguiria apagar o fogo.

Não posso morrer antes de matar Emma Magalhães, pensou.

Mesmo sabendo que a água não chegaria na porta, abriu o box, visualizando os ladrilhos azulados perto do ralo. Miller olhou para o alto, viu o chuveiro, respirou fundo, mas, quando colocou a mão na torneira redonda, se lembrou de algo. Virou o rosto para cima de novo e ali estava a única coisa que poderia ajudá-lo.

O único detalhe naquele banheiro que poderia salvá-lo, a única parte naquele cúbico de ladrilho que poderia ser sua rota de fuga: a pequena, estreita e retangular janela.

Óbvio que Magalhães não notara a janela e, mesmo se a tivesse visto, não se importaria porque era tão estreita que não seria possível alguém passar ali. Daniel olhou de uma extremidade a outra da janela e depois encarou seus ombros — a parte mais larga de seu corpo.

Miller achava possível escapar por ali. Então, pegou o cesto de roupa suja e o usou para subir. Abriu a janela e tentou passar. A cabeça foi, respirou fundo o ar sem fumaça e se sentiu grato. Quando tentou passar os ombros... emperrou, não passavam de jeito nenhum, tentou muitas vezes, batendo-se contra o vidro e nada.

Supôs que era por conta do revestimento de vidro que tinha ali e não fazia parte da janela móvel. Por isso, voltou para a névoa de fumaça, pegou a arma, subiu de novo e passou o cano por toda a borda da janela retirando o vidro do buraco.

Alguns cacos ficaram pontiagudos no lugar, Daniel não se importou e tentou passar mesmo assim, as mãos foram cortadas um pouco, mesmo assim, ele continuou. Novamente, os ombros emperraram. Descendo do cesto, Daniel Miller gritou.

— Merda! — Virou-se e deu um soco no ladrilho o fazendo quebrar, os dedos ficaram mais cortados. — Inferno!

Depois de praguejar, voltou a tossir, se sentindo meio zonzo. Sabia que a fumaça o deixaria inconsciente se não ficasse com a cabeça para fora da janela e, pior ainda, o fogo se aproximava cada vez mais.

Miller olhou ao redor e procurou por algo que pudesse ajudá-lo, mas não achou nada. Então, colocou uma das mãos no apoiador de aço dentro do box para pensar e levou a outra para a testa.

O problema era claro: a largura de seus ombros.

Daniel começou a supor que, caso tivesse um ombro a menos, um braço a menos, ele passaria. Para isso, sabia o que precisaria fazer: quebrar uma de suas clavículas. Assim, um dos ombros cairia para frente e ele poderia puxá-lo para perto do peito e passar. Fugir.

Daniel sentiu o calor tomando seu corpo, além das tosses, ele suava muito, as gotas de suor pingavam, caiam de seus cabelos loiros e repousavam em seu peito.

Miller apertou com força o apoiador de aço dentro do box e, então, levantou a cabeça ofegante. Teve uma ideia de como quebrar a clavícula.

Subiu de novo no cesto, respirou fundo três vezes, deixando que o ar limpo do lado de fora entrasse e, então, desceu para colocar em prática seu plano de fuga.

Ajoelhou e encarou o apoiador, um cano de aço feito para quando seu pai tanto precisou de ajuda para tomar banho. Era velho, mas duro, resistente.

Daniel mexeu nele vendo se sairia do lugar, não saia. Para Miller, isso seria perfeito.

Ele tirou a blusa, fez um nó no pano e o colocou entre os dentes, sabia que a dor seria intensa e não poderia travar a mandíbula ou quebrar os dentes na hora. Já sentia que um dos braços estava quebrado ou no mínimo luxado. Iria precisar se concentrar no impacto.

Ficou de pé e curvou o corpo para deixar a clavícula na direção do apoiador, segurou-o com as duas mãos, fechou os olhos e os apertou muito, sabia que a dor seria devastadora e entendia que somente com uma pancada não poderia quebrar seu osso. Precisaria de uma insanidade que nunca experimentou.

Daniel Miller se aproximou mais da barra de ferro, precisava de uma mira boa, arqueou os ombros para trás deixando o osso da clavícula mais exposto, levou o rosto para trás o máximo que podia, posicionou o corpo a poucos centímetros do apoiador e, então, respirou a fumaça e fez um movimento brusco para frente.

Como se um martelo de cem quilos o acertasse precisamente numa região tão frágil, Daniel Miller grunhiu de dor entre os dentes e a blusa.

O suor escorria de sua face enquanto ele tremia com a sensação horrível e avassaladora que tomou o seu corpo. Já tinha quebrado um osso antes, mas nunca havia feito isso propositalmente.

O ambiente ficava cada vez mais quente e Miller sentiu que a fumaça preenchia todo o lugar e, em poucos minutos, seria tomado pelas chamas.

Fez o mesmo movimento e bateu o osso de novo na barra. Desta vez, Miller ficou zonzo e quase caiu, tudo girava quando ele abriu os olhos, a mão esquerda, que era a da clavícula machucada, tremia mais que o corpo inteiro, contudo, seu ombro ainda não tinha caído.

Daniel Miller fez o movimento de novo e antes que a dor o tomasse por completo, o repetiu.

A cabeça doía, o cortisol e a adrenalina navegavam em todo o sangue. O coração martelava freneticamente, parecia estar na boca, esta sensação fazia o estômago de Miller revirar. Contudo, o ombro continuava ali.

Ainda zonzo, Daniel refez o movimento com toda a força que lhe restava, já sentia o local arder e latejar de dor, como se o seu corpo já estivesse queimando, mas precisava sair dali.

Quando bateu pela última vez contra o apoiador, o som do grito de Miller se confundiu com o crepitar das chamas, a quentura o fazia jorrar de suor e a tremedeira o fez cair sentado no chão.

Ao abrir os olhos, a visão estava turva, queria vomitar de tanta dor e o grito ainda continuava a ecoar, porém mais baixo. Gemeu.

Daniel Miller viu que o ombro esquerdo estava caído e uma fratura exposta denunciava uma parte da clavícula para fora. Observando a ponta do osso e o sangue escorrendo por seu braço, ele sorriu.

Ao ouvir as chamas cada vez mais próximas, ele empurrou a porta do box com o pé esquerdo e a fechou.

Não iria respirar fundo, isso seria a morte.

Prendeu a respiração, segurou no apoiador com a mão direita e se levantou sentindo o braço vibrar de dor a todo instante. Tinha tentando parar de gritar, mas a boca ainda profanava grunhidos e gritos que paravam e cessavam do nada, era involuntário.

Ao ficar de pé, pegou a arma, o cano estava fervendo, mesmo assim, ele o segurou e o jogou para fora da janela, o objeto chegou ao chão com um som mudo.

Daniel subiu no cesto de roupa, começou a tentar sair pelo buraco da janel.

Quando chegou a parte dos ombros, com a mão direita puxou o esquerdo, fechou os olhos, a fratura virou-se para dentro e encontrou no peito dele.

A dor percorreu todo seu corpo, tremendo, ele ficou parado, os olhos vibravam com a sensação terrível, ele jurou que iria cair a qualquer momento.

Respirou fundo o ar do lado de fora, podia sentir a energia da vida preencher seu corpo.

Daniel puxou mais um pouco de ar antes de cuspir o pano que mordia. O barulho do crepitar das chamas aumentou de maneira ensurdecedora, a porta do box era invadida pelo fogo, o vidro estouraria a qualquer minuto.

O assassino respirou várias vezes, soltando o ar com força com a boca para o oxigênio tomar-lhe o corpo, mesmo assim, devido à dor, estava quase desmaiando, a visão era falha.

Resgatando forças inimagináveis e fantasiando com a morte de Emma Magalhães, ele voltou a se arrastar pela janela, os ombros, enfim, passaram pelo buraco estreito.

Com a mão direita, ele se lançou para fora. Estava ficando cada vez mais zonzo pela dor e pela fumaça que inalou, mas não parou por nenhum momento.

O que o motivava não era o instinto de sobrevivência, mas a imagem de Emma morrendo. O cérebro treinava e deixava a visão desta fantasia cada vez mais vivida e, assim, ele se esgueirou pelo vão.

Quando estava prestes a cair da janela, sentiu as chamas tocarem seu pé, colocou a palma da mão direita na parede do lado de fora da casa e, com mais um impulso forte, se jogou.

Daniel Miller caiu com o rosto, a fratura exposta e o braço direito na grama sob a luz do luar.

Tudo doía, o braço esquerdo quase quebrado pela cadeira no porão, a clavícula exposta, o ombro direito com o impacto da queda e a cabeça devido à fumaça.

Ao sentir o pé queimar, o assassino se sentou e tirou o sapato em chamas com um único movimento, jogando-o para longe. Olhou para cima, estava de noite, de madrugada, supôs, pela posição da lua.

Com muita dificuldade, e quase caindo duas vezes, o loiro apoiou a mão no chão e ficou de pé.

Sentiu-se zonzo ao levantar rápido e cambaleou para trás, a fumaça saia com força pela janela do banheiro, o som de sirenes invadiu seus ouvidos.

Ao abrir os olhos, viu a penumbra da noite, andou alguns passos, sentindo o corpo fraco e a visão turva, ouvia vários sons, mas não identificava nenhum, parecia uma junção de zumbidos distantes.

Daniel olhou para o chão, pegou a arma, queimando sua epiderme com a temperatura do objeto; a clavícula ardia como se estivesse pegando fogo, seus passos arrastados molhavam a grama com o sangue que pingava de seu corpo, foi cambaleando até a parede da casa, apoiando-se nela, a visão se ajustou e viu várias luzes vermelhas e azuis, homens de preto na calçada.

Respirou fundo, se esgueirou pelas sombras, sentindo as dores tomando todo seu corpo, mas o ar gélido da noite revigorava suas forças aos poucos, não ingerir a fumaça fazia muita diferença.

Não pensou duas vezes quando distinguiu um cabelo loiro e uma muleta, só quando faltavam poucos passos para ficar visível a todos notou que na calçada estava uma viatura de polícia e uma de bombeiro estacionava em seguida.

Saiu, enfim, das sombras e andou mais, alguns segundos se passaram e a voz de Alex denunciou a presença do assassino:

— Daniel?!

A voz do vizinho, há poucos metros dali, soou, mas Miller não lhe deu ouvidos, porque via Emma chorando, bem ali na sua calçada.

Ela estava de costas e falava com um policial que anotava a denúncia em um caderno. Este, ao ouvir Alex gritar, levantou os olhos.

No momento em que o oficial arregalou os olhos, soltou o caderno no chão e levou as mãos até a arma na cintura, Daniel Miller atirou duas vezes nas costas de Emma Magalhães.

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