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🔪CAPÍTULO I: A ÚLTIMA VEZ 🔪

— 𝕾𝖊𝖗𝖎𝖆𝖑 𝕶𝖎𝖑𝖑𝖊𝖗 𝕰𝖘𝖈𝖆𝖕𝖊—

Os princípios desceram até os confins do inferno e lá ficaram presos até a última pétala das rosas vermelhas do coração se decompor em tons de cinza.

Os desejos reuniam-se em cúpulas finas de vidro que rachavam a cada segundo que ela respirava pesadamente. As racionalidades ficavam penduradas em forcas para serem admiradas à distância.

O cenário de sua mente compunha esses avisos tão perversos e cruéis que firmavam o desfiar da linha de sua sobriedade.

Sarah Kato condenava-se pela vontade irresistível de tomar o líquido em suas mãos, o enredo consistia em gotas salgadas que não cessavam, escorrendo pela face negra e nublando a visão dos olhos escuros. 

Quando a pioneira lufada de ar aterrou-se nos pulmões, os brônquios anunciaram o sufocamento das virtudes com o batimento cardíaco da prole. Em seu peito, os demônios nadavam sem se afogarem nas chamas infernais de sua alma.

Ao decorrer da vida, os escrúpulos se sufocavam vagarosamente devido ao estrume em sua mente. Desde os dez anos, a palavra misericórdia e sinônimos foram aniquilados de seu vocabulário e nunca chegou a se rotular como humano.

Na adolescência, aquietava a tormenta da mente com o alívio da automutilação. Mas, por ser composta de ferro, enferrujava. Aos vinte anos, começou a ilustrá-la com o único líquido que poderia dar vitalidade às suas emoções: o sangue das escolhidas.

Aos trinta, já não negava a cobiça de sentir o coração bater mais forte, já que vivia em constante estado de inércia. Sabia que não dormia direito há duas semanas porque recusava-se a dar vida ao monstro.

Acordou de supetão e seus primeiros pensamentos estavam voltados para as memórias embutidas em sua mente: os glóbulos brancos e a íris clara tremendo de dor de sua última vítima.

O vício e a paixão de ver o instante em que o dom da vida é arrancado à força eram devastadores. Um momento tão efêmero, que acaba antes mesmo de um suspirar profundo, era o que colocaria fim a sua tormenta.

Hoje, iria se sentir aliviado, acordaria o demônio.

Vestiu-se ao levantar-se da cama com uma máscara: a morte, aquela que esteve guardada e materializada em sua gaveta. Colocou a pulseira de miçangas em volta do pulso, as bolas brilhantes indicavam o inevitável.

Era catártico senti-la na epiderme azulada, era como se o êxtase estivesse perto a qualquer momento — o gozo premeditando a sua chegada. Com a máscara assassina no pulso, seguiu seu rumo até a pacata cafeteria de Pedra da Lua e, mesmo portando uma mente energizada pelas lembranças, sentou-se tranquilamente ao chegar.

Era por meio de um olhar geralmente desatento que o mundo girava devagar, o vento balançava sutilmente o cabelo loiro revelando o rosto fino e feminino, assim, a vítima era mostrada para o caçador.

Olhos claros, magra, cabelos loiros, estatura média e expressões chamativas eram as sentenças de morte das mulheres que ali passavam e, infelizmente, eram notadas pelo homem sentado "despretensiosamente" na cafeteria.

O combo de características comuns para tantos era o cair da tampa de madeira da forca que pendia a resistência dentro de sua mente. Era o extraordinário o puxando para a ação e ele ia envolto a um campo magnético de desejos.

Samantha Pinheiro sempre teve uma aparência muito agradável, mas estampava as características genéticas que a transformaram em um alvo certo. A jovem cruzou o caminho dele há duas semanas, e ele foi o carcereiro de suas torturas até o último dia de sua vida, quando enfim virou o carrasco.

Como um moinho de vento prestes a decolar do chão, o coração dele acelerou com as memórias. Visualizava, sentado na cafeteria, o cenário do inferno que criou.

Deixou Samantha nua, pendurou-a pelos tornozelos e pulsos, a amordaçou. Em câmera lenta, relembrou como enfiou a estaca espinhenta com força entre as pernas da mulher e como se deliciou ao empurrar o objeto pelos grandes e pequenos lábios.

Recordou, perfeitamente, do som abafado e fino que ela soltou e do contorcer frenético dos músculos do corpo. E, claro, dos olhos trêmulos e chorosos de Samantha.

Nem os mais adorados santos puderam a ouvir; nem a guarda dos anjos mais bem treinados conseguiram alcançá-la; nem mesmo Deus e sua onipresença e misericórdia a salvou.

Até porque foi torturada e morta nos confins do inferno.

O grunhido de Samantha decorou sua mente como luzes de Natal em um pinheiro cinza dando vida ao seu interior apodrecido. Ao pensar no sangue que pingou dela, um sorriso surgiu em sua boca enquanto estava sentado na cafeteria.

Relembrou, ainda, de como colocou a mão pelo órgão, adentrando em um espaço úmido e gosmento que liberava o líquido composto de ferro e demais elementos orgânicos. Sujava os dedos em excitação e, ao pintar o rosto da vítima com o sangue, já estava duro.

Cessou os pensamentos lascivos.

A bebida quente logo esfriava em suas mãos enquanto estava na cafeteria. Ele não ia para beber. Ficava atento ao crescimento lento do movimento da calçada à medida que o fim da tarde se arrastava frio.

Como um caçador treinado, mirava a chegada de pessoas na intenção de capturar até a mais rápida e astuta lebre. Para ele, as mulheres não eram nada além de um corpo, um pedaço de carne que seria rasgado por suas mãos.

Daniel Miller estava caçando e está será, contra à sua vontade, pela última vez.

A moça atrás do balcão ficou muito feliz quando o avistou sentado na mesma mesa de sempre. Para Julia Estevão, Daniel Miller era somente o nome de um moço bonito e loiro que ela anotava em copos brancos de café.

Havia notado que o rapaz de expressão calma, voz serena e andar lento sempre ia sozinho, bebericava muito pouco a bebida e jogava mais da metade fora.

Julia supunha que ele ia ali para pensar, imaginava que o belo moço era um escritor em busca de inspiração. Pensava que ele precisava encontrar algo na rua que tanto olhava sem piscar para instigar o miocárdio a trabalhar e o cérebro a cessar pensamentos.

Julia estava correta de alguma forma.

Só errou o ofício.

Após alguns minutos em completa inércia corporal, e em constante inquietude perante à ameaça de adrenalina, Daniel finalizou a sua caçada, pôs fim a ansiedade e aceitou o destino mortífero da vítima.

A necessidade de se mover era instantânea, mas, ao levantar-se, optou pela vagarosidade para não criar alarde — um teatro montado de maneira meticulosa por sua mente para segurar até o último instante a vontade avassaladora de dominar, torturar e matar.

A excitação crescente vinha logo depois de ficar em pé, era cada vez mais difícil se segurar. Contudo, andou devagar dando alguns passos em direção aquela mulher e jogou o café quase completo no lixo.

O barulho da sacola plástica tocando o copo fez Julia Estevão levantar o rosto e tirar o sorriso da face ao notar que o charmoso homem começava a se retirar. Desta vez, a garota ousou impedir de alguma forma, não sabia bem o motivo:

— Já vai, Miller? — ela falou alto com as mãos por cima do balcão.

Daniel ouviu, mas seu transe o impedia de olhar. Andou dois passos, reuniu forças até não poder mais, resgatando dentro de si a razão e o pensamento de que não responder poderia levantar alguma suspeita.

Por menor e idiota que fosse a ação, Miller avaliava, não seria pego, nem mesmo pelo melhor dos detetives — há um ano os jornais de Pedra da Lua e de estados além de São Paulo noticiavam corpos encontrados nas grutas.

Ele, enfim, deu alguns passos e depois parou, virou-se rapidamente, Julia Estevão nunca tinha perguntado isso.

— Sim. — Criou a mais falsa carranca ao sorrir para ela. Julia assentiu com um sorriso amarelo. Com esta resposta silenciosa, Daniel começou a girar o corpo.

Mas, antes mesmo de dar um passo, sentiu um empurrão brusco em seu peito e um bater forte em seu queixo. Começava, então, o encontro que colocaria fim à caçada do assassino em série.

🔪🔪🔪

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