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CAPÍTULO TRINTA E TRÊS

Heart aperta a minha mão mais uma vez e me deixa sozinha na estação de metrô. Ela vai tomar a direção do aeroporto em algumas horas, e eu vou ficar aqui.

Nos últimos dias, nos planejamos entre o deslocamento de uma locação e outra, e conversamos no limiar entre o deitar na cama e o dormir profundamente. Todo o trabalho dos bastidores precisava ser feito, e era para isso que eu estava lá. Para ajudar minha irmã a dar mais um passo para uma carreira de sucesso.

Mas assim que as luzes da passarela se apagaram, eu corri para o hospital em que Gael está internado. Chloe fez questão de me atualizar de tudo, mas nenhuma mensagem pôde me preparar para a realidade.

Embarco no metrô em direção ao hospital. As imagens do acidente se repetem na minha cabeça, de ângulos que eu tenho certeza que imaginei. Eu estava num trem em direção à Paris quando tudo aconteceu, na direção oposta de tudo. O problema foi mecânico, as investigações ainda não sabem dizer o quê exatamente, mas sabem que não foi apenas causado pelo ataque ousado de Gael. E mesmo que eu não pudesse fazer nada para evitar o acidente, ainda me sinto culpada.

Desço na estação e caminho até o hospital. Chloe me manda uma mensagem — como faz todos os dias — e diz que deve me encontrar em breve. Na recepção, dou meu nome, assino a lista de visita e recebo o crachá. Mesmo tendo vindo apenas três vezes, memorizei o caminho.

Esta talvez possa ser a minha última vez aqui, repito. Tento sempre manter o otimismo, mas é entrar no quarto para ser sufocada pela realidade. Se um dia eu parar de vir aqui, não será porque Gael saiu.

— Oi, Enric — digo baixinho, como se minha voz pudesse perturbá-lo.

Nenhuma enfermeira na sala nesse momento, o que me deixa aliviada. Fecho a porta, pego a cadeira e a levo até a cabeceira da cama. Deixo a minha bolsa no chão e respiro fundo.

— Chloe me disse que os ferimentos internos estão melhores. Isso é bom, muito bom — comento, tentando encontrar forças para falar sobre algo que ele não deve ter ouvido nos últimos dias. Se é que ele nos ouve. — Você estará acordado e andando por aí logo, logo. Mas talvez eu só esteja falando isso porque não consigo conceber a ideia de te ver deitado aqui para sempre.

Carros de corrida são leves e se desmontam feito papel, mas foram projetados para proteger os pilotos nos mais diversos cenários de acidente e colisão. Ainda assim, há chances de ferimentos graves. Duas costelas quebradas, hemorragia interna, concussão grave. Quando o retiraram do carro, acharam que ele estivesse morto.

— Eu sei que falei isso da outra vez, e que sua irmã ouviu e reforçou que você sempre foi teimoso demais, mas eu me sinto culpada. Eu não estava lá, não dirigia o carro adversário, não controlava o que você iria fazer, mas eu acho que afetei o seu psicológico na noite anterior. Jamais deveria ter falado aquilo com você daquela forma, mesmo sabendo que eu teria saído daquele quarto ainda mais machucada. Você precisava de alguém que confiasse em você, e eu não fui essa pessoa no momento em que sua carreira e seus ideais estavam em cheque.

Da forma como as coisas tinham acontecido conosco, as palavras que oficializariam um relacionamento foram deixadas de lado. Foi rápido demais para processar, foi intenso demais para duvidar. E mesmo se fosse um relacionamento de anos, eu não apoiaria o que ele queria fazer naquela corrida. Talvez eu pudesse confiar se a conversa tivesse tomado outro rumo — ele era o piloto e tinha um time dizendo que havia uma possibilidade de funcionar —, só que o resultado não seria alterado.

O carro estava quebrado. Gael ignoraria os limites para conseguir mais pontos.

— Às vezes, eu desejo voltar no tempo e te avisar. Talvez isso mudaria o rumo das coisas. — Alcanço a mão dele, a que tem menos fios conectados, e entrelaço nossos dedos mindinhos. — A culpa vai passar, eu sei que vai. Assim como sei que você vai acordar e vai entrar naquele carro como se nada tivesse acontecido. Porque o Gael que eu conheci e por quem eu me apaixonei fará qualquer coisa para voltar às pistas.

Eles falaram que quanto mais tempo ele passar em coma, menores são as chances de uma recuperação total e rápida. É sempre "talvez ele possa voltar a fazer isso", e nunca "ele vai ter que abandonar tudo". Não só porque os melhores médicos estão cuidando disso, porque o atendimento foi rápido e impediu um quadro mais grave, mas porque Gael parece se recuperar, mesmo que a passos lentos.

Porém eles estão nos preparando para o caso dele nunca acordar. Isso pode acontecer. A colisão foi muito forte, mesmo que o corpo se recupere, não é possível saber como sua cabeça estará.

Os movimentos não serão os mesmos, as palavras demorarão a ser formadas, as frases serão desconexas, as memórias poderão ser afetadas.

— Só temos mais algumas corridas no calendário. Não são muitas, mas elas não são as mesmas sem você lá. Estou pensando em pedir demissão — confesso, em voz alta, uma ideia que criou raízes na minha mente. — Luca deve fazer o mesmo, temos uma nova divisão de esportes automobilísticos para gerenciar. — Respiro fundo e encaro seu rosto. — De todos os atletas que já fotografei, você sempre me entregou os melhores olhares e expressões. Não sei se consigo fazer isso sem você lá, então estou considerando dar um tempo da fotografia. Não sei, realmente não sei.

O esporte não vai ser a mesma coisa sem ele. As fotos não serão as mesmas com outros personagens.

Eu me acostumei aos olhares indecifráveis de Gael Carpentier.

— Chloe sente sua falta. A gente conversa o tempo inteiro no celular, ela realmente é uma pessoa incrível. Não sei se ela conversa com você como eu, na vez que te visitei e ela estava aqui, ela parecia presa no silêncio. Ela está um pouco perdida, na verdade. Você é o pilar dela. Não desista, ok? Ela precisa de você.

Eu me encontrei com Chloe duas noites depois que transferiram Gael para cá. Na verdade, ela pediu o endereço do apartamento em que estávamos ficando e disse que passaria para me buscar. Assim que entrei no carro, ela desabou de chorar da mesma forma que eu chorei quando encontrei Heart.

Chloe tem que lidar com a mídia a assediando, os pais declarando Gael morto, o irmão mais velho a circulando como um abutre e o advogado lhe perguntando como ela quer prosseguir com o inventário. É demais para se enfrentar sozinha.

Então eu deixei que ela chorasse, e assumi algumas responsabilidades para ajudá-la. Estou lidando com a mídia, emitindo notas e pedindo que por favor respeitem a privacidade da família. Tive que remediar algumas declarações babacas de René? Tive, mas só precisei de uma mensagem bem elaborada para colocá-lo em seu lugar. Se ele não pretendia ajudar, era melhor que ficasse quieto. O advogado eu acho que assustei quando ele apareceu no hospital para pressionar Chloe e deu de cara comigo impedindo sua entrada.

Tomei um lugar que não deveria ser meu porque quero ajudar. E quero que o sofrimento seja menor para Chloe. Mesmo quando eu não sabia que precisava dela, ela intercedeu a meu favor.

— Eu te amo. E eu vou repetir isso quantas vezes forem necessárias porque eu quero que minhas intenções sejam reais. O sentimento, mesmo quando não favorável, era verdadeiro. Mas eu sinto que te dizer isso toda vez que venho aqui concretiza tudo.

Eu deveria ter dito antes. Deveria ter dito quando ele pensou naquele plano estúpido, usado isso como uma forma de impedi-lo. Três simples palavras que eu guardei para mim com medo de não ser recíproco.

Mas depois de tanta coisa, eu fui idiota ao achar que não seria recíproco.

Enxugo as lágrimas que sempre escorrem quando eu chego nessa parte da conversa.

— Volte para nós, Gael, por favor.

A porta se abre, e eu me esforço para me livrar de qualquer vestígio da minha dor.

— Desculpa, eu... — Chloe abre a porta, mas logo dá um passo para trás.

— Tudo bem, eu já estava acabando. — Estamos acostumadas às lágrimas uma da outra. — Você quer que eu te deixe sozinha?

— Passei a noite aqui, ele deve estar enjoado de mim — responde com um pouco de humor. — Preciso conversar com o médico responsável antes de irmos.

— Está tudo bem? — Na superfície, sabemos que não. Mas todo dia tememos que a situação piore.

— Sim, tudo dentro do esperado. É só mais uma questão de logística, talvez transferi-lo para uma outra unidade, contratar alguém para ficar aqui durante o dia.

Assim como eu, Chloe tem planos, oportunidades e futuro. Ela está passando a maior parte dos dias aqui, saindo apenas por algumas horas — quando uma tia próxima assume seu lugar na vigília.

— Estou aqui por você — reafirmo algo que venho dizendo há dias.

Chloe sorri e sai do quarto, os passos apressados em direção a mais uma conversa de incertezas.

O silêncio se estende. Minha mente ignora os bipes das máquinas como se fossem apenas um acessório. Ele vai acordar. Eu sei que vai.

Seguro sua mão.

— Por favor, Gael, acorde.

++++++

Chloe é mais parecida com Gael do que eu gostaria. Talvez ela tenha um pouco mais de clareza do que o irmão. E do que eu.

Ela está me ajudando a organizar o apartamento — que preciso entregar amanhã, mas consegui adiantar para hoje — enquanto eu recolho minhas coisas. Não falta muito, mas é difícil fazê-lo enquanto penso sobre o que quero fazer em seguida.

— Tem certeza que você não quer esperar até o final da temporada? — Chloe me pergunta quando passa por mim na sala.

— Tenho. Sinceramente, eu odeio meu chefe.

— Justo. Onde você disse que ia ficar mesmo?

— Ainda não encontrei um hotel. — Na verdade, não tive cabeça para procurar. A minha maior preocupação é Gael.

— Por que você não fica comigo no apartamento de Gael?

— Não quero incomodar.

— Você não incomoda. E um pouco de companhia vai me fazer bem. Mas você tem que me prometer uma coisa.

Encaro-a. É nesse momento que tenho medo dos genes que Chloe compartilha com o irmão mais velho. Ela sorri e deixa o copo d'água sobre a mesa.

— Você vai comprar uma passagem de volta para Chicago para daqui dez dias. — Faço menção de interrompê-la e ela continua: — Se você não puder pagar, eu cuido disso. Mas você só vai ficar mais dez dias aqui, e depois vai seguir com a sua vida.

— Mas eu quero te ajudar, dividir as obrigações.

— Você já fez muito, Perrie, e eu não sei como posso te agradecer. Mas se tudo o que eu ouvi sobre seu futuro é verdade, eu não quero que você perca a oportunidade dos seus sonhos por causa do meu irmão.

— Chloe...

Pêrrí, não, você não pode ficar aqui. — Ela segura a minha mão. — Os médicos me recomendaram uma equipe que vai cuidar de Gael, a melhor que o dinheiro pode pagar. Eu não vou ir ao hospital para sempre, a minha vida não vai parar por conta dele. E você não deveria considerar isso para si. Eu entendo querer uma folga, mas você precisa seguir em frente.

— Como você consegue? — As lágrimas se derramam pela minha face.

— Gosto de acreditar que Gael falaria isso comigo, se pudesse. E que se fosse eu naquele hospital, ele faria de tudo para me manter bem, mas também seguiria com a própria vida.

— Para alguém tão jovem, você é muito sábia.

Ela dá um meio sorriso e balança a cabeça.

— Quem você acha que colocava aquele cabeça dura na linha?

Por mais que as lágrimas persistam, por mais que o medo me impeça de dormir tranquilamente, por mais que a verdade doa, há muita verdade no que Chloe disse. Abraço-a pois não sei como agradecer.

— Combinado, Pêrrí?

— Uma última coisa. Você precisa parar de me chamar assim.

— Por quê? Achei que você gostasse.

— Só aceito que uma pessoa me chame assim.

Chloe ri.

— Às vezes eu esqueço que você o odiava enquanto ele fazia de tudo para ter sua atenção.

— Como você pode esquecer a maior característica do nosso relacionamento? — pergunto, levemente ofendida.

— Guarde essa sua língua afiada para ele. — Ela dispensa meu drama com um aceno de mão. — Vamos terminar isso logo, eu preciso alimentar aquela criatura mal humorada que meu irmão chama de gata.

Gargalho. Claro que a minha estadia aqui não será fácil, mas eu posso fazer isso funcionar. Por Gael. Sempre por ele.

— Você que manda, mademoiselle.

— Quer saber? Estou banindo o francês da sua vida. A partir de agora, apenas inglês.

___
Olá, amantes das corridas!

Estamos na reta final mesmo de Dangerous Races. Eu peço desculpas pela demora, a vida não está fácil — mas está melhorando.

Amor,
Isa

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