CAPÍTULO QUATRO
– Tudo bem, Cameron, eu entendo. Só preciso de alguns dias em Chicago e volto para o próximo local do Grand Prix. Organizarei sim o especial da temporada desse ano, não se preocupe. Sim, você receberá o melhor trabalho do ano em tempo recorde. Tenha uma boa tarde.
Desligo o celular e empurro a porta do restaurante com meus ombros já desistindo de carregar a minha mochila. A rodinha da minha mala agarra no ressalto e a hostess se oferece para me ajudar. O horário de funcionamento está a uma hora de distância, mas eu já sou figurinha carimbada aqui. Mesmo que ela seja uma funcionária nova – para mim, pelo menos –, todo mundo conhece o meu rosto: meu pai fala de mim para todo mundo.
– Seu pai está em reunião com a equipe, mas você pode deixar suas coisas no escritório dele. – Ela sorri e aponta para o corredor discreto à direita. – Posso ajudá-la com alguma coisa, Perrie?
– Ainda tem daquelas cápsulas de café extra forte brasileiro?
– Sim, claro, vou prepará-la para a senhorita.
– Obrigada, de verdade.
– Por nada.
Não cresci neste estabelecimento, mas vi meu pai deixar todo o suor dele aqui para pagar minha faculdade e dar boas condições de vida para mim e Harriette. Vários anos depois, ele faz o que ama pelo simples fato de precisar se ocupar agora que já somos adultas. Ele é nosso maior fã, nós somos suas maiores fãs.
A morte da minha mãe foi um choque para todo mundo, principalmente meu pai. Eles tinham o sonho de abrir um negócio juntos – mesmo com a minha avó dizendo que negócios e relacionamentos não se misturam – e pensar que ele construiu tudo isso em homenagem a mulher que ama é de arrancar lágrimas dos críticos.
É um restaurante de alta gastronomia, mas há um toque familiar e acolhedor em todas as receitas. Meu pai prefere um serviço de qualidade a fama. Os moradores ao redor de toda Chicago dirigem para comer o que se serve todos os dias aqui. Se os críticos estão tão curiosos pelo trabalho feito aqui, eu não sei nem mais o que dizer.
O escritório bagunçado nem me faz mais revirar os olhos. Deixo minha bagagem ao lado do sofá, confiro se não há nenhum resto de comida que ocasionalmente foge da cozinha para a mesa de centro e me permito descansar na cadeira acolchoada.
Catherine, a hostess, deixa o café onde meu braço alcança e diz que avisará ao meu pai que já cheguei assim que ele terminar com os funcionários. Harriette se desculpa com uma mensagem por não ter conseguido ir me buscar no aeroporto e diz que deve chegar para almoçar comigo assim que seu encontro com fornecedores acabar.
Não culpo nem ela e nem meu pai por estarem ocupados: normalmente sou eu que estou longe e não posso dar atenção.
Confiro minha caixa de entrada, vejo uma atualização de Luca sobre o seu parceiro de emissora sendo um péssimo jornalista num e-mail mais longo que a minha lista de afazeres. Tento acalmá-lo, duas semanas com certeza passarão correndo. Não é como se eu estivesse de folga ou tirando férias, é meio que um acordo mútuo entre meus superiores e a minha pessoa para que eu tenha um tempo "livre" para processar algumas coisas, resolver outras.
Cameron claramente não sabe o que isso significa e jogou o especial da temporada em minhas mãos.
– Quem é vivo realmente sempre aparece! – o timbre caloroso de meu pai me faz levantar da cadeira em um pulo, direto para seus braços.
– Jeffs, que saudade!
Sou tirada do chão pela pessoa que mais me manteve firme durante os dias mais complicados do trabalho. O aperto de seus braços recarrega todas as minhas energias e me faz esquecer que estou presa a um loiro mesquinho e idiota. Recebo beijos no meu rosto inchado de sono e cócegas na altura das minhas costelas.
– E a sua irmã? Ela disse que estaria aqui antes de você chegar.
– Reunião com fornecedores, ela chega já, já.
– Ela te contou a novidade?
– Que novidade? – afasto-me o suficiente do meu pai para podermos conversarmos sem nos esmagarmos novamente.
– Ela tem grandes chances de realizar um pequeno desfile na semana de moda em Paris.
– Você só pode estar de brincadeira com a minha cara! – dou pequenos saltos e bato palmas. – Meu Deus, eu não creio!
– Ainda não está nada certo, deve ser por isso que ela não te contou – ele pondera sobre o segredo que revelara. – Não será um desfile só dela, mas ainda assim é muita publicidade.
– Nossa garota vai conquistar o mundo!
– Eu não acredito que você contou para ela, pai! – Harriette revira os olhos na porta do escritório, porém logo sorri. – Mas, sim, você está diante da próxima sensação do mundo da moda. Que tal escrever um artigo sobre mim, irmãzinha?
– Só por cima do meu lindo cadáver. Por favor, um vestido branco de cetim para o meu enterro.
Abraço o bebê que eu segurei nos braços por anos sem pensar em largá-la. Beijo seu rosto e rio quando ela também faz cócegas no meu ponto sensível. Harriette parece ainda mais uma mulher incrível a cada dia que passa. Uma garotinha que pintava suas blusas – e, consequentemente, os cabelos – com tinta acrílica agora comanda o início de seu império fashion ecológico.
– Posso pedir algo que não seja salada hoje ou serei obrigada a comer em outro lugar, Jeffs?
– Eu andei trabalhando em uma nova receita, acho que você vai gostar. – Ele pisca e sorri. – E para você, Perrie?
– O macarrão primavera, por favor.
– Eu ficarei com meu bife bem mal passado, como sempre.
Nosso pai enlaça nossos corpos e nos guia para o salão vazio. Quando ele comprou este lugar, nós tivemos o direito de escolhermos uma mesa para ser considerada da nossa família. Se qualquer um de nós aparecer aqui, não importa a hora, essa mesa estará pronta para nós. Próxima as janelas do jardim de inverno, as seis cadeiras forradas se estendem para nós como se tivessem sentido saudades dos jantares em família.
Peço um bom gin tônica e rio quando Harriette comenta que eu precisarei frequentar os Alcóolatras Anônimos se continuar assim.
– Você realmente acha que é a única com problemas no trabalho? Tente aguentar o ego daqueles pilotos e eu posso considerar conversar sobre isso.
– Não discutam sobre isso, por favor. Vocês passam meses longe e resolvem brigar durante nosso almoço em família? Ajam como as mulheres adultas que eu criei vocês para serem. – Seus braços pedem por um cessar fogo. Ele nos deixa para gritar nossos pedidos na cozinha, mas se desculpar logo depois por isso. Ele só quer nos impressionar. – Estou estressado, os críticos da Michelin podem aparecer aqui a qualquer momento.
– O auge e o pesadelo da sua vida, né?
– Sim, uma estrela me fará completamente feliz.
– Então nós não importamos? – Harriette não consegue manter a boca fechada. – Vamos, Perrie, podemos almoçar num restaurante vegano que...
– Depois eu que sou a dramática – rio e reviro os olhos. – Mas, sério, eu sairei de qualquer corrida para vir aqui e comemorar sua primeira estrela, pai. Hum, Harriette?
– Sim?
– Quando é o desfile em Paris?
– Setembro, mas ainda não definiram nada. Ainda estou em processo de conquistar a maior passarela do mundo.
– Consiga-me convites, eu cobrirei o seu desfile.
– Você largaria os carros por mim? Own, você é um amor.
– Uma matéria apenas. Eu tenho um contato que poderia fazer a notícia explodir. – Dou de ombros. – Tudo por você, maninha.
– Viu? A Perrie não se importa com o Pulitzer.
– Na verdade, eu me importo sim e...
– Fiquem quietas, por favor. – Nosso pai quer apartar qualquer briga que possa surgir.
Harriette e eu éramos sempre assim: poderíamos nos implicar até morrer e ele acharia isso péssimo porque somos mais que adultas para entendermos que o tempo para essas brincadeirinhas acabou.
– Por favor, parem de colocar seus objetivos como inferiores aos dos outros. Harriette, você sabe como o caminho da sua irmã foi difícil, mas se realizou. Ela está cobrindo corridas ao redor do mundo e você está se preparando para levar a sua primeira coleção à Paris. Vocês sabem o quanto essa estrela importa para mim e para o sonho que eu tinha com a sua mãe. Estamos entendidos?
– Sim, pai – respondemos envergonhadas até o último fio de cabelo.
Um garçom novo se aproxima e meu pai o cumprimenta com um sorriso
– Garotas, suas bebidas. – Suco de laranja com morangos colhidos no quintal de nossa casa para Harriette, gin tônica para mim, água com limão para o meu pai. – Perrie, então, aquele piloto ainda está sendo um babaca com você?
Harriette quase cospe o suco por toda a mesa.
– Maninha, você esqueceu da sua regra de não ficar com ninguém da sua área de trabalho incluindo os pilotos?
– Não deu tempo de te atualizar, mil perdões. Papai só sabe disso porque ele me ligou no momento em que eu ia pular no pescoço do idiota e acabar com a carreira dele. – Esfrego o rosto e não sinto o gin fazer nenhum efeito no meu corpo além de me deixar mais cansada. – Você ouviu falar do Gael Carpentier?
– Acho que sim, por quê?
– Talvez eu tenha derramado minha bebida na roupa dele depois que o idiota falou que eu era bonita demais para ser uma simples acompanhante de alguém ali. – Bufo e sinto o ódio correr por minhas veias só de relembrar. – E ele tem a minha carreira na palma das minhas mãos, a mídia me odiaria por ter me defendido de um idiota, você sabe como é.
– Espera, ele fez o quê?
– Me ofendeu e depois usou do caso para garantir que eu faça todas as entrevistas dele para a USN. E o agente dele e o meu chefe concordaram com um acordo de exclusivas.
– E você aceitou?
– Eu não tinha como recusar, Heart. – Uso o apelido dela porque estou desesperada. – O cara tem a equipe dele toda para testemunhar, eu vou ser taxada de maluca e vou perder o meu cargo!
– E o Luca? – ela se aproxima para segurar a minha mão, meu pai só estende seu melhor olhar solidário enquanto eu sou o foco da atenção da minha irmã.
– Ele não estava por perto. É uma droga ser uma mulher nesse mundo machista. – Sorvo um longo gole da bebida. – Em resumo, é isso. Estou atolada de trabalho da emissora por causa desse babaca.
– Eu falei que poderia ensiná-la a se defender com uma faca de peixe, mas ela não é tão radical assim – nosso pai gargalha na tentativa de aliviar a tensão. – Você vai ficar bem, Perrie. Uma temporada cheia de exclusivas e aparecendo mais na televisão.
– E tendo o dobro de trabalho, não se esqueça disso.
– E daí? Você sobreviveu quando aquele colega babaca não quis trabalhar com você alguns anos atrás. Ter que entregar um trabalho exclusivo e bem feito vai ser água com açúcar.
– Se você está dizendo. – Recuo meus ombros e vejo a tela do meu celular brilhar. É o número do assessor de Carpentier, mas eu não vou atendê-lo. Eu lhe enviei um e-mail bem claro dizendo que eu não poderia fazer nada enquanto estivesse longe e Luca me cobriria.
Não recebi nenhuma resposta até embarcar para casa. E não será agora que vou recebê-la.
– Você não vai atender?
– Não é importante – dou de ombros e deixo a ligação cair na minha caixa postal.
– Se você está dizendo – Heart dá de ombros e mexe em sua bebida. – Eu deveria esperar um pé de alface em meu prato como almoço?
– Acho que ele mandou salpicar vários daqueles brotinhos que são usados como enfeites no seu prato e vai servir como vegano – adiciono com um pouco de sarcasmo.
Nosso pai fecha a cara e cruza os braços.
– Isso é um complô contra mim? Quem vocês acham que são? Me mostrem suas estrelas!
– Mas nós somos suas estrelas, Jeffs! – levo minha mão ao meu peito e tento parecer ofendida.
– Aí está a Perrie Rainha do Drama Michelle que não liga mais para a família. – Heart gargalha e eu me sinto em casa, todos os problemas com o piloto mimado da Ferrari desaparecem.
Meu celular insiste. Mas que inferno!
– Preciso atender. Volto logo.
Minha família concorda com a cabeça. Tudo o que eu não queria nesse momento era ser interrompida pela minha chantagem. Passo pela hostess e deixo o tumulto de Chicago preencher a minha mente antes de aceitar a ligação.
– Perrie Michelle, jornalista da USN. Quem deseja? – meu tom descontraído vai embora no momento em que eu sei quem pode estar do outro lado da linha.
– Arthur Cisti, assessor de marketing da Ferrari. Liguei em uma má hora?
– Não, imagina. Está ligando para falar sobre o meu e-mail?
– Sim e não. Acho que sua emissora não a informou, mas todas as entrevistas de Carpentier precisam ser conduzidas pela senhorita, não importa a mídia escolhida. Receio que preciso lembrá-la de que, após a corrida de classificação, temos um horário agendado.
– Hum, claro, mas estou a um dia de distância e trabalhando em um projeto exclusivo para a minha emissora. Meu colega, Luca Anderson, já tem a pauta necessária para a entrevista.
– Creio que a senhorita não me entendeu: você é responsável por todos os aspectos da entrevista. Podemos agendar uma chamada de vídeo ou uma ligação, o que for melhor.
– Enviarei um e-mail com mais detalhes antes do acontecimento. – Seguro a minha respiração para que ele não compreenda o quanto eu estou frustrada.
– Estou à disposição, senhorita Michelle. Tenha uma boa semana.
– Muito obrigada. Bom trabalho.
Volto para dentro do restaurante e desabo na frente do meu prato de macarrão fumegante. Heart não poupa elogios para a nova receita de nosso pai: ele desenvolveu a sua própria receita para um "filé" vegano acompanhado com molhos de especiarias e frutas tropicais salteadas. O aroma é incrível e eu gostaria de ter pedido o mesmo que minha irmã. Claro que no prato do grande chef há um filé sangrando ao lado do purê de batatas e molho de carne espesso com cogumelos.
Somos servidos de paz e ótimos sabores enquanto os talheres esbarram nas louças. O estabelecimento enche aos poucos e meu pai deixa o início do serviço para a equipe. Alguns clientes nos cumprimentam e gastam elogios para o meu pai.
Somos bem sucedidos no que amamos e é isso que importa quando meu pai deixa a mesa. Pagamos a conta sem que ele saiba e levo a minha mala até o carro de Harriette.
– Por favor, fique no meu apartamento. – Ela liga o carro e me deixa escolher a playlist. Ela está realmente desesperada pela minha companhia.
– Eu prometi a Luca que cuidaria dos cãezinhos dele por alguns dias. Mas eu posso ficar com você pela tarde, seu estúdio é mais calmo que o apartamento dele com dois corgis hiperativos. – Eu realmente prometi que cuidaria de Joanne e Bowie por alguns dias, eles são meus afilhados de quatro patas e eu não os vejo desde o natal.
– Você está perdoada. – Nem Harriette resiste ao charme canino. – Eric ainda mora com ele?
– Aham. É o primeiro idiota que não corre no início da temporada. Porém ainda temos meses de corrida pela frente.
– Complicado. Você se importaria de me ajudar na organização do meu catálogo?
– Vai abusar dos meus conhecimentos, maninha?
– Só opinião mesmo. O Jorge fez um trabalho incrível com as fotos!
– Separou algumas peças para mim?
– Sempre! Se você quiser algo a mais, posso providenciar no mesmo instante! Guardei as suas medidas da últimas vez que trabalhamos juntas para a coleção plus size.
– Meu guarda roupa sem graça agradece. – A tensão estala no ar e eu sinto os olhos da minha irmã caçula fuzilando a minha pele.
– Sem graça? Ah, calada, Perrie!
– Mas é verdade. Aquelas camisetas da USN são ridículas e eu preciso usá-las em todos os malditos momentos da temporada.
– Eu fiz algumas peças para você com as cores deles. Posso mandar bordar o logo se isso não for me trazer problemas. Espera, eles não podem me processar por fazer isso, certo?
– Não mesmo. Eles vão implorar para você produzir mais quando virem. As outras jornalistas reclamam do uniforma há anos.
– Você tem o meu portfólio.
– Eu fiz o seu portfólio, lembre-se disso. USN vai ter que engolir as irmãs Aroniz-Michelle, queiram eles ou não.
– O futuro é uma revolução feminina que começa com Aroniz e termina com Michelle! – ela buzina mesmo que não seja necessário. Sua comemoração faz meu estômago doer de tantas risadas.
Deixamos o centro de Chicago, as construções modernas e as pessoas em seus ternos e automóveis caros, para dirigirmos nas ruas onde os pequenos edifícios envelhecem a cada vez que o rio encontra o mar. Acho que eu entendo porque Luca nunca quis sair de Chicago quando recebeu a mesma oferta que eu.
Eu aceitei a passagem para Atlanta sem pensar duas vezes. Luca olhou ao redor e viu que se ele fosse destinado a construir sua própria história e sucesso, ele deveria fazer isso no quintal de casa para que os pais que nunca se orgulharam dele pudessem assistir a tudo da janela da cozinha.
Não recebemos o suficiente para bancarmos mansões luxuosas, então Luca não está no quintal dos pais dele. Mas ele está perto o suficiente para que possa esbarrar neles ocasionalmente. E só o universo sabe o quão insuportável Luca fica ao sorrir para eles depois do pesadelo que foi a faculdade.
– Chegamos, madame.
– Obrigada, Heart, de verdade.
– Eu jamais deixaria você pegar um táxi até aqui quando eu mesma posso dizer milhares de coisas no caminho somente para ser ignorada. – Tento me desculpar pela minha falta de atenção, mas ela levanta o dedo e ri. – Me ligue mais tarde, temos que colocar o papo em dia.
– Amanhã às nove, pode ser?
– Perfeito. A melhor pizza vegana de Chicago para nós, então.
– Até logo, maninha.
Aceno até que ela não esteja mais no meu campo de visão. Viro-me e puxo a minha mala pelos degraus da entrada do pequeno edifício. Toco a campainha da senhora que é vizinha do Luca, ela abre para mim, busco as chaves com ela no segundo andar e me preparo para o ataque de fofura no primeiro.
Eric sai cedo para trabalhar na firma de advocacia e os deixa sozinhos até que o estudante que mora aqui perto venha buscá-los para um passeio. Patinhas arranham a porta e eu não consigo nem colocar o meu corpo para dentro: sou atacada por pulos e arranhões carinhosos.
– Ei, Joanne e Bowie. Madrinha também sentiu saudades. Posso entrar? Eu levo vocês para passear mais tarde, prometo.
Coloco a minha mala para dentro, tranco a porta e caio no chão para ser recebida como deveria. As lambidas e fungadas na minha roupa dão lugar para dois corpos encolhidos nas minhas pernas. Acaricio-os atrás das orelhas, sorrio e termino de deitar no chão. Todo o resto pode esperar por hoje.
Quando tomo coragem, sigo para o quarto de visitas que Eric deixou pronto para mim. Tudo nesse apartamento grita Luca Anderson sem muito esforço: a cozinha é espaçosa o suficiente para nossos pequenos jantares – Luca cuida da comida, Eric da bebida, eu do entretenimento –; há plantas penduradas e em vasos por todos os cantos em que os corgis não conseguem alcançar; os livros do Eric estão espalhados pelas superfícies planas da casa, incluindo o chão. O quarto de visitas é quase como uma extensão da sala com os livros e as plantas e as xícaras vazias por todos os lados.
Não posso reclamar, já encontrei coisas piores aqui. E por piores eu quero dizer preservativos usados que eles não se deram o trabalho de jogar no lixo depois de testarem todos os lugares da casa para transar.
Como eu dizia, estou no lucro por ter que tirar alguns livros da cama e colocar as xícaras na pia para lavar mais tarde.
Esquento uma lasanha que eu sei que Luca deixou congelada para Eric e rio. A vingança é um prato que se come acompanhada de uma taça de vinho e lasanha, sentada no sofá do meu melhor amigo com os cachorrinhos dele no meu colo porque eu sou a melhor madrinha do mundo.
E não vai ter piloto de corrida mimado que vai estragar esse sentimento.
———
Olá, apaixonados pela velocidade!
Como vocês estão? Gostaram do capítulo? Apostas sobre o futuro da Perrie?
Gostaria de ressaltar uma coisinha: na pressa de pesquisar sobre a Fórmula 1 e esboçar a ideia antes de perdê-la, eu deixei um detalhe importante de lado: a descrição da Perrie. Prestarei mais atenção neste detalhe importante da personalidade da queria Perrie, até porque eu me vejo no corpo dela e com os dilemas que explorarei mais no futuro.
Até logo!
Isadora — Gorro Vermelho
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