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CAPÍTULO DEZ

É uma manhã de entrevistas e explicações técnicas muito tranquila já que Gael Carpentier não está incluído em nenhum momento dela. Fora das perguntas, fora da minha agenda: eu tenho belos momentos de paz com os engenheiros da Ferrari e Ziwak.

Guardo os meus equipamentos de áudio na mochila e agradeço aos engenheiros mais uma vez pelas referências que vão ilustrar uma reportagem futura sobre as máquinas da equipe. Eles apenas sorriem em resposta porque, por mais que se dediquem muito ao seu trabalho e aos seus estudos, não foi fácil transformar todos os detalhes técnicos em algo mais leigo.

Vitor Ziwak ainda está na sala de reuniões do hotel em que a comitiva da Ferrari está hospedada quando eu termino de desmontar a iluminação.

– Senhorita Michelle, podemos conversar por alguns minutos?

Espero não ter dito nada embaraçoso durante a recepção da equipe, inspiro bem fundo, e que ele não fale do ocorrido com Gael de alguns dias atrás.

– Sim, claro. Posso ajudá-lo com alguma coisa?

– Primeiro eu gostaria de parabenizá-la pelo seu trabalho. Nem no auge da minha carreira eu trabalhei com um jornalista tão íntegro e responsável como você.

Tento conter o sorriso. É bem difícil alguém que está do outro lado da sala elogiar o meu trabalho – ou o trabalho dos jornalistas em geral. Somos obrigados, muitas vezes, a fazer o que não queremos. Notícias ruins, coberturas da tragédias. E na Fórmula 1 temos tudo isso.

Sinto que as minhas bochechas estão vermelhas e Vitor Ziwak espera por minha resposta.

– Obrigada, de verdade.

Ziwak parece meio sem graça ao me estender um envelope preto com um laço vermelho.

– Eu gostaria de convidá-la para o baile beneficente que eu organizo para a minha fundação. Normalmente apenas doadores recebem convites e a mídia em geral não é permitida, mas você está fazendo um trabalho incrível e nada como algumas horas de descanso para relaxar a mente.

Meus dedos envolvem o convite, porém eu não sinto que deveria fazê-lo. A minha moral volta para o dia anterior e para a minha discussão com Luca de que eu não iria ao baile nem morta.

– Ziwak, eu sou muito grata por isso, mas não posso aceitar.

– Por que não? É uma festa com vestidos chiques, você e uma amiga podem se divertir muito. – Quando eu espero que ele solte algum sorriso, sua expressão continua neutra.

– Mas festas assim não são chatas? Eu nunca fui em uma, apenas ouvi falar.

– Não, nada disso, senhorita Michelle. – Ele ri e reforça para que eu fique com o convite em minhas mãos. – Se você estiver lá para fingir ser alguém que não é, com certeza seria um baile chato. Mas a maioria dos convidados está disposta a se divertir e doar mais um pouco para nossos projetos.

– E tem algo que eu poderia fazer pelos projetos? Você já deve saber, mas eu não tenho o dinheiro para comprar esse convite – balanço o pedaço de papel –, mas eu tenho uma posição interessante na mídia. Eu poderia escrever algo sobre a fundação, talvez uma entrevista com você.

– Você é fotógrafa, certo? – afirmo e ele sorri. – Posso conversar com a equipe de publicidade da fundação. Você gostaria de tirar fotos da rotina de uma das nossas bases? As crianças e adolescentes adorariam uma tarde de atenção.

– Sim, claro! Seria incrível. – Procuro por um dos meus cartões de visita na mochila e o entrego. – Peça para eles entrarem em contato comigo, por favor.

– Ótimo, senhorita Michelle. Tenha um bom dia.

Ziwak encontra com um dos engenheiros no corredor e desaparece da minha vista. Meu celular não para de vibrar com mensagens dos meus amigos, da minha família e, claro, de Luca. Porém eu só vou conferir o que me enviaram depois de uma boa e longa tarde de edição.

Guardo o convite do baile na mochila, confiro se recolhi tudo e devolvo as chaves da sala de reunião para o gerente do hotel.

+++++++

– Perrie Michelle, não temos uma banheira, mas temos a sacada da varanda minúscula. – Luca grita assim que eu fecho a porta do nosso quarto. – Eu comprei queijo e chá já que vamos quebrar as diretrizes mesmo.

Não é a boa e velha terapia da banheira, mas serve. Deixo a mochila de lado, puxo um travesseiro e sento-me no chão da varanda ao lado de Luca. Ele me entrega uma xícara de chá de morango com mel – que ele sabe que é o meu favorito – e aponta para as frutas cortadas e o queijo.

– Luca, que merda você fez? Vai, desembucha.

– Por que você sempre tem que achar que eu fiz algo errado? – Luca pisca e tenta me entregar um garfo com uma fatia de maçã. – Você precisa de um descanso.

– Luca... – estreito meus olhos e tento decifrar apenas pela postura do meu melhor amigo o quanto ele está ferrado.

– Perrie, sério, eu não fiz nada! Você pode olhar meu celular inteirinho se quiser, mas está tudo bem. Eu não mandei uma mensagem para Arthur Cisti utilizando o seu nome para conseguir o e-mail do Ziwak e...

– Você não fez isso! – impulsiono meu corpo para cima de Luca e penso duas vezes em começar a apertar o pescoço dele. – Como você conseguiu acessar o meu e-mail?

– Você esqueceu de sair da sua conta no meu notebook e eu senti que era a minha chance – ele diz entre os dentes, ainda sentindo o restinho de ar que eu vou deixá-lo respirar.

– Você não tem amor a sua vida não? Luca, pelo amor de Deus, o que você escreveu no e-mail?

– Será que você – ele segura meus pulsos – pode me deixar respirar?

– Não! Luca! Fala agora!

– Eu só pedi o e-mail dele e – Luca precisa de pausas porque eu estou muito irritada com ele – o Cisti respondeu que qualquer coisa deveria ser repassada para ele! Eu não fiz nada!

– Eu espero mesmo, Luca – solto o pescoço dele, mas ainda o prendo contra o chão com o meu corpo. – Quais são as suas últimas palavras antes de eu ligar para Eric dizendo onde encontrar o seu corpo?

– Eu não fiz nada demais, Perrie, eu juro! – Luca não sabe se ri ou se grita de desespero.

– Eu vou checar meu celular, só um segundo. – Puxo o aparelho do bolso e vejo meu melhor amigo engolir em seco. Abro a caixa de entrada do e-mail que uso para trabalho e, bom, não há nada suspeito. – Você limpou a lixeira?

– Tem como fazer isso manualmente?

– Tem – estalo a língua. – Mas, para a sua sorte, você está falando a verdade e o e-mail que você fingiu ser eu ainda existe e não foi excluído. – Sorrio e saio de cima de Luca.

– Obrigado, Deus. Eu vou viver por mais um dia e conseguirei pedir o amor da minha vida em casamento. – Luca agradece para os céus e eu rio.

Assopro o meu chá fervente, beberico apenas o necessário para pensar

– Que tal você editar a minha entrevista com o Ziwak como pedido de desculpas?

– Qualquer coisa para ter o seu perdão, Perrie. – Luca se arrasta até deitar a cabeça em meu colo. Ele fecha os olhos e respira fundo. – Foi uma entrevista tranquila?

– Eu adoro quando você se arrepende de algo, Luca – envolvo os fios mais rebeldes do cabelo dele e mordo meus lábios. – Agora você vai ficar sem saber o que aconteceu depois que eu desliguei as câmeras.

– Carpentier apareceu do nada para te perturbar? Eu desconfio que ele tenha um radar para saber se você está por perto.

– Não, acho que hoje ele estava muito ocupado apenas existindo, para a minha tristeza. – Questiono-me se seria melhor deixar Luca cozinhando nesse mistério por algumas horas. – Deixa para lá, não é nada importante.

– Típico da sua pessoa, Michelle! Típico! Por que você gosta tanto de fazer os outros sofrerem?

– Porque em outra vida eu era uma prisioneira que sofreu muito, se escondeu e lutou pelo que queria. Agora é a vez dessa minha encarnação se dar bem em algo. – Embaralho mais fatos sobre algum livro que eu li nos voos do que verdades, eu apenas gosto de brincar com a imaginação às vezes para irritar Luca.

– Cruel e cheia de histórias, essa é a Perrie que eu conheço.

– Não abrirei a minha boca antes de decidir que você merece saber o que me foi oferecido.

– Cruel como as corridas de Fórmula Um. Tudo bem, Perrie Michelle, eu me rendo – Luca ergue as mãos e sorri. – Podemos continuar os nossos planos do pedido do casamento então?

– Já solicitei um crachá extra para a USN e eles liberaram. O que mais precisamos pensar sobre?

– E se, não sei, seu pai preparasse uma cesta de piquenique especial para a ocasião? Você acha que ele toparia deixar o restaurante para isso? – Luca deita de bruços no chão e apoia o queijo nas mãos. – Ele raramente deixa o restaurante, não é?

– Só quando está chovendo fogo. – Rio. – Mas Jefferson Aroniz é um romântico assumido, acho que, se ele não puder fazê-lo, ele nos indicará algum amigo que o faria.

– Às vezes eu só queria ter nascido como seu irmão, primo, sei lá – o ressentimento e as péssimas memórias atravessam o olhar de Luca. – Meus pais não vão querer nem aparecer no casamento.

– Você já falou com a avó do Eric?

– Sim, eu a encontrei algumas semanas atrás. Ela chorou de emoção quando eu expliquei o que sentia pelo neto dela e, bom, ela mal vê a hora de ser convidada para a cerimônia. – Uma lágrima escorre pelo meu rosto. – Não me diga que você também vai chorar.

– Você sabe que eu tenho um coração mole, Luca. – Enxugo as lágrimas e tomo um longo e lento gole de chá. – Que tipo de aliança você escolheu?

– Eu ainda não escolhi, para ser sincero – ele segura a minha mão e fica indignado quando não carrego nenhum acessório comigo. – Que tal procurarmos uma amanhã?

– Eu vou seguir Carpentier durante o dia, Luca.

– Já marcaram a data para você ir para Londres? Porque a minha passagem ainda está em aberto.

– Bom, talvez eu tenha alguns compromissos em Londres, mas podemos conciliar tudo. – Coloco-me de joelhos e tento alcançar minha mochila. – Um segundo.

Engatinho até a mochila, reviro os bolsos até encontrar o envelope que Ziwak me entregou. Luca tenta espiar o que está escrito, porém eu esperei esse tempo todo para abri-lo bem em frente a ele. Desfaço o laço e puxo o cartão vermelho vinho com escritos em prata.

– A Fundação Andrea Ziwak tem o prazer em apresentar mais um Baile de Gala beneficente anual. Prepare seu melhor traje, sorriso e aproveite a noite conosco enquanto arrecadamos ainda mais doações para nossa rede de projetos. – Luca me encara assustado enquanto eu leio. – Aguardamos por sua presença.

– Isso é uma pegadinha, Perrie.

– Não, não. – Meu melhor amigo está mais pálido que a lua e balança a cabeça negativamente enquanto se inclina para ver o envelope. – Vitor Ziwak me entregou esse convite pessoalmente. E disse que eu devo levar um convidado.

– Ele falou de mim?

– Se toca, Luca! Não, ele insinuou que eu levaria uma amiga – reviro os olhos –, mas nós dois sabemos que você sempre foi a minha primeira opção.

– Droga, aquele cara nunca ligou para os artigos que eu escrevi sobre ele como piloto. – Ele bufa e seus lábios, ou a falta deles, completam a sua cara emburrada.

– Claro, você os publicou em um blog e enterrou tudo logo depois! – respondo-o em voz alta. – Por favor, Luca, você tem quase 30 anos. Ninguém merece mais as suas paixonites. E você encontrou o amor da sua vida!

– Eu soo como aquelas fãs histéricas?

– Sim. Não que isso seja completamente ruim, mas nós dois sabemos que, numa escala de pilotos de Fórmula Um mais bonitos da história, você colocaria o Ziwak na frente do Wilson sem pensar. – Minhas sobrancelhas se erguem e depois suavizam. – Se você não me matar de vergonha no Baile, eu prometo fotografar o seu casamento.

– Você faria isso?

– Não a cerimônia, mas talvez o ensaio para as redes sociais e tudo mais.

– Nem me fale em redes sociais. – Luca se fecha só de pensar que assumir o amor da sua vida poderia trazer consequências para seu trabalho. Machista e homofóbicos, duas palavras que definem perfeitamente o meio esportivo. – Eu sinto que quanto mais tempo eu levo para me assumir publicamente, menos quero fazê-lo de verdade. Por que eu devo sair do armário se lá acontecem os melhores amassos da minha vida?

– Por favor, poupe-me dos detalhes sórdidos das impurezas de vocês dois! – Tampo os meus ouvidos e cantarolo a primeira música que lembro assim que Luca abre os lábios para falar sobre... – Luca, eu vou voltar atrás com esse convite.

– Posso vê-lo, pelo menos?

– Claro.

Luca trata o pedaço de papel como um vaso chinês antigo. O seu cuidado na hora de abrir e ler tudo o que eu já falei é cômico, mas eu guardo isso para mim. Parece que o universo está nos ouvindo e garantindo algumas surpresas afinal.

– Em qual cartão de crédito farei uma dívida eterna para comprar um terno vermelho?

– Qual o dress code?

– Não está claro se é traje social ou de gala, só diz que tem que ser em vermelho. Qualquer tom de vermelho é o que vale.

– Você realmente quer usar apenas um terno vermelho? – jogo a cabeça para trás e sorrio. – Luca, meu querido, não seja ingênuo.

– E a Harriette lá consegue fazer dois looks de gala em duas semanas?

– Um terno e um vestido não, mas ela me enviou algumas fotos anteontem das novas peças da coleção exclusiva.

– Sua vaca! Você está escondendo o jogo!

E com a mesma leveza de um coice de cavalo, Luca toma o meu celular e invade o grupo que Heart e eu temos para ela me enviar fotos das coleções, ideias e esboços. Com desespero, ele começa a apontar para uma peça toda trabalhada em aplicações de paetês, com um corte em V fundo na frente e, olha só, vermelha.

– Eu preciso dessa blusa! – Luca aponta para o meu celular como uma criança que aponta para o doce. – Perrie, você vai ligar para a Harriette agora e pedir essa blusa para mim!

– Ainda bem que eu a convenci a fazer o corte do modelo unissex – ergo o canto dos meus lábios. – Ela esboçou uma calça mais soltinha, com pregas e um cinto de tecido.

– Pronto, perfeito!

– Ok. Mas e para mim?

– Liga para a Heart agora, aposto que ela vai ter alguma carta escondida na manga!

Ele me devolve o celular e, bom, tudo parece normal com a nossa amizade. Talvez eu tenha considerado arrancar um pedaço do bem mais precioso do Luca ou sequestrar meus afilhados e pedir um resgate milionário. Porém eu já fiz Luca se arrepender do que tentou realizar e ele sabe que eu poderia ir muito mais longe para culpá-lo.

Meu foco muda no mesmo segundo que a Heart atende a chamada de vídeo.

– Harriette, temos um problema. – Luca aparece no vídeo, tomando-o todo para si. Minha irmã exibe a sua melhor face assustada. – Perrie Michelle precisa do look capaz de quebrar todas as mandíbulas no Baile de Gala. Pega o chá, porque temos muito o que falar!

———
Olá, amantes da velocidade!
E aí, o que acharam desse convite inesperado? Sim, teremos um capítulo sobre esse baile de Gala!
Cuidem-se aí enquanto eu escrevo o próximo capítulo!

Amor,
Isadora — Gorro Vermelho

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