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Página 3, epifania

Alerta de gatilho: Suicídio.

Caso esteja passando por um momento difícil ligue 188 ou procure ajuda psicológica. Você é importante.

Você banha sua alma em toda dor e sofrimento para se livrar de tudo.

Flutuo sobre as águas de um estacionamento vazio, cuja única iluminação são estrelas azuis que refletem no ambiente, dando um brilho etéreo à paisagem.

A água lentamente escoa pelas bordas da realidade, reduzindo-se até bater nos meus joelhos. Começo a caminhar, movendo-me para qualquer direção, em busca de uma saída. Mas então, um enorme olho surge diante de mim. "Não está tudo bem", ele sussurra, mas sua voz ecoa na minha mente. Já me acostumei com isso. Com o passar dos dias, o absurdo se tornou normalidade.

O olho me encara, carregado de rancor e ódio. Sem hesitar, viro as costas e me afasto, mas o peso de seu olhar me persegue.

No vazio, encontro uma porta. "Ah, não... essa memória, não. A única que eu não posso esquecer." Meu peito aperta. Minha vida inteira foi marcada por essa lembrança que nunca consegui processar direito. Corro, fugindo desesperadamente sobre as águas, até ser puxado por um buraco negro próximo.

Sinto meu corpo sendo esticado, transformado em algo irreconhecível, como se estivesse sendo punido por me recusar a enfrentar essa verdade.

Então, tudo muda. Sou levado a um espaço minúsculo com uma única porta à frente. O som de quatro trompetes ecoa sobre mim, pesando sobre minha alma. A última nota é baixa, ressoando profundamente em meus ouvidos. Abro a porta e vejo Bethany, minha mãe, pendurada no teto.

Naquela noite, algo dentro de mim se quebrou para sempre. Eu nunca mais consegui ser feliz. A ausência dela, o vazio de sua atenção que nunca recebi, tornaram-se meu tormento constante.

O universo ao meu redor desaparece. Tudo se apaga. Pela primeira vez em anos, lágrimas escorrem pelo meu rosto. Grito, implorando ao cosmos por mais uma chance. Quero me redimir.

Fecho os olhos e cubro os ouvidos. "Estrelas, por favor, me ajudem! Levem-me até Bethany." As estrelas escutam minha súplica.

"Acorde. Você não está em casa."

Abro os olhos e me vejo no meu quarto, diante da janela. Lá fora, meu reflexo - um outro "eu" - observa enquanto me levanto do que restou de tudo o que já criei.

Agora me lembro: é tudo um ciclo. Um looping eterno. Cada vez que volto aqui, vejo versões passadas de mim mesmo. Sem perder tempo, corro para fora do quarto, ignorando o televisor de tubo no corredor e descendo as escadas em direção à sala de jantar.

"Oh, você voltou. Foi até rápido", Martha me recebe, com um olhar sereno.

"O que é tudo isso?" pergunto, ignorando as estrelas que tentam me silenciar.

"Ah, você teve uma epifania. Parabéns", ela responde, fitando a janela.

"Cadê Bethany?" Minha voz sai trêmula enquanto tudo ao meu redor fica cada vez mais claro.

"Não percebe? Ela sempre esteve aqui. Ela é a alma que criou esse lugar. Às vezes, ela se manifesta, ou você pode sentir a presença dela." Martha fala como se as engrenagens do cosmos finalmente estivessem alinhadas.

"Desculpa por tudo o que eu te fiz."

"Eu te perdoo. Olha, provavelmente não vou conseguir atravessar para o outro lado. Vou ficar aqui pela eternidade. Não vale a pena remoer o que aconteceu em vida."

"Então por que você me tratou mal no início?"

"Aquilo não era eu. Era uma ilusão da sua mente, criada por você para te fazer sofrer."

"Eu sou meu próprio inimigo?"

"Era. Agora cabe a você decidir se continua sendo."

"Eu posso ir embora?"

"Isso depende do seu coração."

"Tchau, Martha."

"Tchau. Não vou sentir sua falta."

Deixo a casa mais uma vez. Com os limites da minha mente agora rompidos, chamo pelo meu último recurso: Robert, meu pai.

Um suspiro. Um carro aparece ao longe - é o velho Chevette do meu pai. Entro nele e, pela primeira vez, encaro o passado sem fugir.

"Cadê aquele cara que jogamos da ponte?"

Meu pai me olha pelo retrovisor, seu rosto carregado de pesar. "Ele não está mais nesse plano. Ele deixou tudo para trás. Perdoou tudo. Não se sinta culpado. Você era só uma criança."

"Mas, se um dia eu encontrá-lo, vou pedir desculpas mesmo assim."

"A escolha é sua, se isso é importante para você."

"Cadê minha mãe?"

"A Bethany... ela se dissolveu. É apenas uma alma espalhada pelo universo. É ela quem cria grande parte das alucinações deste lugar."

"Eu quero me libertar."

"Vai demorar. Você pode apenas vagar por aí, procurando o que resta de redenção."

"Ok. Obrigado por tudo."

"Desculpa por ser um péssimo pai."

"Eu te perdoo."

Eu o observo sorrir pela última vez, antes que ele desapareça pela longa estrada desse universo estranho e vazio.

Sem mais para fazer, subo até o grande céu noturno. As estrelas me acolhem como se fossem minhas cúmplices.

Adormeço nas nuvens de Bethany Hills, que, querendo ou não, é minha mãe.

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