
14. - Rosas para Julieta.
O Hospital de Delacroix era um prédio de estrutura pequena, adaptado e expandido, proveniente de um antigo casarão abandonado. Ele tinha dois andares e era bastante comprido e, apesar de ter condições de receber Juliette para os primeiros socorros, assim que percebeu a gravidade do atropelamento, Jack fez questão de transferir a irmã para o Hospital Central de Nova Orleans, onde uma amiga dele trabalhava.
Já o Hospital de Nova Orleans era uma estrutura moderna, ampla e com aspecto bem clean. Seis andares formavam o prédio, além de um heliporto para receber transferidos de outros hospital, estacionamento para funcionários e pacientes e uma ampla lanchonete do lado de fora, entre a entrada do Hospital e o estacionamento.
Naquela manhã, o sol brilhava com força e intensidade contra os vidros que formavam a estrutura espelhada. O movimento estava agitado dentro e fora do corredores e mais que nunca, Bucky Barnes odiou ter que entrar no local.
Não que ele não gostasse de Hospitais. Era apenas que, considerando tudo que viveu, tinha uma certa aversão a ter agulhas perfurando sua pele, depositando líquidos e químicos em suas veias, passar horas enfurnado entre aquelas paredes, escutando choros de dor e de alívio…
Assim que encerrou a ligação, o homem entrou de volta no quarto de Bruce e avisou sobre o ocorrido. Logicamente, ficou implícito que, enquanto Bucky voltaria para a cidade para verificar como estava a situação de Juliette, Sam continuaria a investigação. Agora, mais que nunca, na verdade.
Então, saindo dalí, ele teve que esperar algumas horas por um vôo até poder voltar a Nova Orleans e receber notícias mais completas.
Forçando o ar a ficar dentro dos pulmões, Bucky pagou o táxi que o levou do aeroporto direto ao hospital e saltou do veículo, guardando a carteira no bolso de trás da calça. Ajeitando os óculos escuros sobre os olhos, ele caminhou até a entrada, mas teve que esperar que uma moça dando a luz fosse posta em uma cadeira de rodas até conseguir entrar sem tremer.
Respirando fundo e soltando o ar devagar, ele caminhou pelo corredor de entrada e parou diante da maquininha que emitia um papel com o número pelo qual chamariam ele para a recepção. Bucky esperou, impaciente, por dois minutos, até correr os olhos pela fila enorme. Então, ele percebeu um jovem descontraído e que estava uns bons números na frente dele.
Se aproximando, Bucky o chamou, mas antes que tivesse a oportunidade de falar qualquer coisa, o garoto deixou o queixo cair e exclamou:
-Caramba! Você é aquele cara, amigo do Capitão América!
-É, pois é… - Bucky forçou um sorriso, tentando parecer mais simpático, enquanto coçava a nuca. - Escuta…
-Você pode me dar um autógrafo? Não é para mim, no caso… É para o meu irmão! Ele nem vai acreditar! Quer dizer, ele tem um autógrafo do Tony Stark e um do Steve Rogers e…
-Escuta, eu to com uma situação complicada! - Bucky o interrompeu, tentando ignorar o fato de que devia estar corado e sem graça. - Eu vou te dar o autógrafo de qualquer forma, mas será que você pode…?
Bucky nem mesmo teve que pedir, afinal, o garoto entendeu o que ele queria e trocou os bilhetes com as senhas na mesma hora. Isso aliviou o peito de Bucky e ele autografou o caderno pequeno que o rapaz tirou da mochila, mandando uma pequena mensagem de incentivo para o menino, que estava fazendo tratamento contra uma leucemia e recebendo ótimos resultados.
Eles se despediram quando o número que Bucky segurava foi chamado e uma rápida (mas esgotante) conversa com a atendente, que não entendia seu sobrenome e estava implicando com a data apresentada na carteira de identificação dele.
Por fim, ele finalmente foi autorizado a entrar e pegou o elevador no final do corredor. Estava cheio e para o seu desespero, uma segunda grávida entrou junto com ele. Essa suava e apertava a mão do que, provavelmente, era o pai. E Bucky não pôde deixar de reparar que eles eram novos.
Automaticamente, sua cabeça foi para Juliette. Enquanto aquele casal estava gerando uma vida, Juliette lutava pela própria dentro de um daqueles quartos e, sinceramente, mesmo que não fosse culpa dele, caso ela viesse a óbito, Bucky nunca se perdoaria.
Quando as portas abriram, a grávida saiu de dentro do elevador, porém, ele não ficou sozinho. Um Senhorzinho segurando flores vermelhas e amarelas e usando um óculos escuros entrou, sorrindo para ele. As portas do elevador se fecharam e por um segundo, apenas isso, o silêncio ficou no ar.
Então, o senhorzinho comentou:
-Vi que apertamos o mesmo botão, rapaz. Vai visitar alguém?
Bucky o encarou e afrouxando um pouco a carranca, ele assentiu, enfiando as mãos nos bolsos.
-É? Eu vou visitar minha esposa. Ela está se recuperando de uma pneumonia… E você?
-Uma amiga. - Bucky comentou, pigarreando para fazer a voz sair. - Ela foi atropelada ontem.
-Oh, sinto muito, querido. Ela deve ser bem especial para você, não é?
Bucky o encarou e pensou por alguns segundos sobre isso. Juliette era especial, sim, e não era nem porque ele queria dar um beijos nela antes disso tudo. Era porque gostava mesmo dela.
Assentindo, Bucky sentiu as bochechas mudarem de cor. Com um sorriso simpático, o senhorzinho puxou uma rosa vermelha do próprio buquê e o esticou para Bucky, que o olhou, confuso.
-Dá para perceber que você gosta muito dela. Um presentinho anima qualquer um!
A porta do elevador abriu no andar certo e Bucky sorriu para a rosa em sua mão, se lembrando de quando havia feito a coroa de flores para ela. Foi apenas quatro semanas antes, mas parecia ter sido em outra vida.
-Obrigado, senhor…?
-Senhor Lee, Filho. E você…?
-Barnes.
- Você está indo para lá? - O Senhor Lee apontou na direção certa e sorriu quando ele assentiu. - Ah, que bom! Minha esposa está lá também… Te acompanho!
Bucky esticou o braço para ajudar o homem a se locomover e ouviu ele falar, rapidamente, sobre os cinquenta e três anos de casado e sobre como amava ela em todos os dias da sua vida, até mesmo os que passavam brigados e chateados, ou os tediosos e de rotina.
Isso quase fez Bucky ter fé no amor, mas ele sabia que esse tipo de casal quase nunca acontecia. Era tão raro encontrar um amor que durasse toda a vida e valesse a pena… Ao menos, ele ficava feliz pelo Senhor Lee ter encontrado.
-Esse é o quarto da minha esposa! - O Senhor apontou, animado.
-Hmmm… Legal. O da minha amiga é aqui! - Bucky apontou para o quarto ao lado.
Isso fez o senhorzinho olhar pela janela. Com um sorriso, ele piscou para Bucky e deu um tapinha na mão dele.
-Ela é mesmo bonita, rapaz. Nesse caso, toma mais uma flor!
-Não precisa… Mas obrigado, então!
Bucky sorriu, envergonhado, ao ver mais uma rosa vermelha em suas mãos, mas o Senhor Lee parecia bastante feliz quando piscou para ele e, na porta do quarto de sua esposa, citou:
-A paixão aumenta em função dos obstáculos que se opõem. Boa sorte, garoto, com a sua Julieta.
O queixo de Bucky caiu e ele ficou parado naquele corredor, tentando entender o que diabos tinha sido aquilo. Quer dizer, primeiro ele dá rosas a Bucky e depois, cita Shakespeare e Romeu e Julieta…
Era uma coincidência muito grande. Mas devia ser só isso. Nada mais.
-Bucky?
Ao ouvir seu nome, ele se virou e encarou Jack. O rapaz estava abatido e totalmente sem ânimo, assim como Bobby. Os dois vinham pela direção oposta do corredor e, apesar de não ser sua principal linguagem de apoio, Bucky caminhou até Bobby e o abraçou, fazendo o mesmo a seguir com Jack.
Talvez, fosse isso que os dois precisavam naquele momento. Apoio para enfrentar a situação.
-Eu sinto tanto! - Bucky exclamou, sentindo o nó na garganta se intensificar. - Como a Jully está?
-Péssima, na verdade. Tivemos que fazer uma cirurgia de emergência porque ela quebrou três costelas e duas perfuraram o estômago dela, causando uma hemorragia interna. - Jack informou, tentando manter a postura profissional, apesar dele não estar trabalhando naquele momento. - Ela também quebrou o braço e o fêmur e teve uma concussão na cabeça.
O estômago de Bucky afundou e, sinceramente, ele queria se sentar no chão e chorar. Ou socar quem quer que tenha feito isso com ela. Logo com ela…
-E pegaram a pessoa que atropelou ela?
-Não… Ele fugiu e ninguém anotou a placa. - Bobby informou e trocou um longo olhar com o sobrinho. - Jack, você pode ir ver a Jully? Preciso ter uma conversa com o Barnes.
Jack assentiu e saiu arrastando os pés pelos corredor. Bobby fez um sinal para Bucky seguir ele até uma área mais ampla, parecida com uma sala de espera. Os dois se sentaram, lado a lado, e Bucky percebeu que ainda segurava as rosas em suas mãos.
-Você disse no telefone que achava que tinha sido um atropelamento intencional. - Bucky pigarreou, atraindo a atenção do homem para si. - Por que?
Bobby hesitou por alguns segundos, antes de falar:
-Você sabe quem contratou você e o Bucky para investigar a morte dos pais deles?
Bucky franziu o cenho, prestes a perguntar como ele poderia saber da investigação. Então, sua ficha caiu. Tinha sido Bobby. O tempo todo. E junto com sua ficha, ele deixou o queixo cair e exclamou, espantado:
-Foi você!
-Pois é, rapaz… Foi. Eu nunca acreditei que eles morreram em um acidente de carro, Bucky. Mas não importava muito: Não ia trazer minha irmã, meu cunhado e meu sobrinho de volta. Só que, a essa altura, você já deve saber do instituto, certo?
Bucky, que estava se sentindo levemente manipulado, assentiu, sério. Isso fez Bobby assentir também e, cruzando as mãos no colo, ele comentou:
-Alguns mutantes sofreram uma certa perseguição há uns meses e… Sinceramente, Bucky… Eu não posso morrer com essa dúvida. Não quando a Juliette, ela…
Bucky aguardou, quase sem respirar. Bobby apenas soltou o ar e, mexendo nos cabelos, ele voltou a falar:
-O Johnatan, ele… Era um mutante. Os pais dele participaram de experimentos na Rússia e ele mesmo foi sequestrado quando pequeno. Era por isso que, no início, eu não aprovava o namoro da Martha e dele.
Bucky franziu a testa, sem entender onde Bobby queria chegar naquele momento. O homem pareceu perceber que estava enrolando para falar e ergueu os olhos para fitar os olhos azuis de Bucky.
-A Juliette significa algo para você, Bucky?
Com o coração acelerado pela pergunta repentina, ele engoliu em seco e desviou o olhar, balançando a cabeça em afirmativa, apenas um pouco. Então, Bobby voltou a falar.
-Ela e o Jack, eles são o meu mundo. E eu preciso que você me prometa uma coisa, caso ela acorde e se recupere.
Bucky voltou a olhar Bobby nos olhos, confuso com a determinação do homem.
-Provavelmente, se eu estiver certo, há um motivo para terem tentado matar a Juliette ontem. E eu preciso manter ela longe daqui. Longe de mim, entende?
-Sinceramente, não.
-Bucky, eu pago até um valor a mais. Mas você tem que me prometer que vai tirar a Juliette de Delacrox, ao menos, por alguns meses. Quando as coisas estiverem menos confusas e agitadas, ela pode voltar. Mas se você se importa com ela, de verdade, e eu sei que você se importa porque eu vejo como você olha para a minha sobrinha… Então, me promete que vai tirar ela daqui e proteger ela.
Bucky hesitou, pronto para negar. Afinal, era muita responsabilidade e isso implicaria em mudar radicalmente todos os planos dele, no entanto, ao olhar para as rosas em suas mãos, Bucky imaginou o sorriso dela e sabia que queria que nada de mal acontecesse a ela. Não mais do que já tinha acontecido.
Vendo que Bobby ainda aguardava uma resposta, Bucky questionou;
-Ela sabe algo sobre os pais…?
-Não. Nem ela, nem o Jack. Tentei criar eles da forma mais normal e anônima possível, mas… Não sei se fiz o certo. Ou ao menos, não foi o suficiente, aparentemente.
-Você fez, Bobby. - Bucky o tranquilizou, apoiando a mão em seu ombro. - Você fez o suficiente. É só que não dá para proteger todo o mundo, o tempo todo. Acredite, eu tinha um amigo que tentou e não deu certo. Eu mesmo… Enfim… Eu prometo que vou tentar manter a Jully o mais segura possível. Mas eu preciso que você me conte absolutamente tudo que você sabe.
Bobby assentiu, ajeitando o corpo na cadeira, prestes a começar a falar qualquer coisa, mas o surgimento repentino de Jack no corredor chamou a atenção dos dois homens. Enquanto o coração de Bucky afundava no peito, pensando no pior, Bobby saltou da cadeira, sem ar, compartilhando do mesmo pensamento.
-O que houve?!
- Vocês dois… - Jack, que estava claramente transtornado, tentou formular uma frase, mas nada parecia vir a cabeça dele. - É a Jully… Ela…
-Ela…? - Bucky perguntou em um fio de voz.
-Sim! Não! Quer dizer… Venham logo!
Trocando um olhar confuso, os dois homens seguiram Jack pelo corredor, enquanto ele avisava que ainda não tinha chamado os médicos para examinarem ela. Porém, ao parar na porta do quarto, ele gesticulou para que os dois entrassem e Bucky deixou Bobby ir na frente.
Ao entrar, ele percebeu que Juliette dormia profunda e serenamente, como se estivesse apenas dormindo. Seus batimentos pareciam normais no monitor cardíaco e ela parecia poder abrir os olhos a qualquer minuto.
-Mas…? Meu Deus…
-O que foi?
Bucky perguntou, confuso, atraindo o olhar de Jack, que caminhou até a irmã. Ajeitando o lençol sobre o quadril de Juliette, Jack deixou as pernas pálidas expostas.
-Entendeu?
-Não…?
Jack revirou os olhos e subiu mais o lençol, quase até os seios, expondo a barriga também pálida e lisa. E só então, a ficha dele caiu e Bucky deixou o queixo cair junto com o movimento de Jack ajeitando a camisola sobre o corpo da irmã.
-Mas… Isso é…
-Impossível! - Jack declarou, encarando o tio. - É humanamente impossível que a Juliette tenha se curado sozinha de todos aqueles ferimentos em menos de doze horas! Ela não poderia ter se recuperado da cirurgia a ponto de não ter nem mesmo uma cicatriz!
Bobby abaixou o olhar, lambendo os lábios. Isso só poderia significar uma coisa…
Enquanto o som de dois homens discutindo adentrava os ouvidos de Juliette, que começava a despertar, sentindo tontura e náusea, ela também conseguia sentir uma mão na sua.
Era suave, um carinho tão leve entre a pele do seu polegar e indicador que poderia ser confundido com uma brisa suave e quente. Era tão gostoso que Juliette nem tinha acordado direito e já estava sorrindo, feliz. Ela se sentia segura, mesmo sem saber onde estava, o que tinha acontecido, quem estava segurando sua mão com tanta suavidade…
Ela se sentia fraca ainda quando sentiu alguém passando a mão por seus cabelos. Um breve beijo foi depositado em sua testa e de repente, o toque cessou, quase ao mesmo tempo que o barulho externo. Juliette sentiu o coração disparar. Queria pedir para que, quem quer que fosse, voltasse e ficasse por lá com ela. Mas ela ainda estava fraca. Cansada. E não conseguiu se manter acordada por tempo suficiente para saber que, após uma discussão que não levou a lugar algum, Jack, Bobby e Bucky saíram do quarto, deixando que os médicos procedessem com o caso misterioso dela.
Enquanto eles faziam exames e mais exames, Bucky se despediu dos homens e foi para Delacroix, deixando Bobby e Jack no hospital, mas com a promessa de que voltaria no dia seguinte, bem cedo. Antes, ele precisava deixar Nina, Sam e Sarah a par dos acontecimentos, mas especialmente, Sam.
A conversa entre tio e sobrinho não foi exatamente pacífica, de forma que quando Jack precisou ir para o plantão, ele e Bobby não estavam se falando. No entanto, apesar de estar magoado, ele não culpava o sobrinho, de jeito nenhum. Era muita coisa para assimilar de uma hora para outra e Bobby entendia que Jack estava confuso, magoado e perdido. Era compreensível.
Quando o relógio do quarto de Juliette marcou cerca de nove horas e dez da manhã, dando início ao horário de visitas, a porta se abriu, revelando Bucky.
Ele parecia não ter dormido muito naquela noite e, realmente, não tinha dormido quase nada. Apesar de saber que o estado de Juliette mudou de grave para estável, ele continuou preocupado com ela pela noite toda.
-Ah, Bucky… - Bobby ergueu o corpo da cadeira e cumprimentou o homem com um aceno de cabeça. - Eu não queria abusar da sua boa vontade, mas eu deixei o bar todo com a Nina e…
-Não se preocupe, Bobby. Pode ir. - Bucky sorriu, gentilmente. - Eu fico com a Jully. Pode deixar.
-Obrigado! Eu juro que volto de noite…
Bucky concordou e esperou Bobby sair do quarto para sentar em uma cadeira, ao lado da cama de Juliette. Ela ainda dormia, mas dessa vez, sem os gessos em seu braço e sua perna. A aparência estava bem mais saudável e se Bucky não soubesse, ele nunca diria que ela foi atropelada.
Ele perdeu a noção de quanto tempo ficou sentado naquela, apenas trocando mensagens com Sam, que ainda estava em Nova York, visitando o Instituto pela primeira vez. Talvez, somente uma ou duas vezes o silêncio dentro do quarto foi interrompido por uma enfermeira que apareceu para trocar o soro de Juliette e checar os sinais vitais dela.
Quando os olhos de Bucky começaram a se fechar de sono, ele achou melhor ir procurar uma tomada pelo quarto para carregar o telefone. Após isso, se dirigiu para a enorme janela do quarto, que dava vista para a rua de trás do hospital. O carros passavam sem parar e as pessoas praticamente corriam pela rua e ele achava isso interessante: O fato de todos estarem sempre com pressa, o tempo todo.
Enquanto ele refletia sobre isso, os olhos de Juliette se abriram, levemente assustados, enquanto ela olhava ao seu redor. Estava em um local desconhecido, tonta e confusa. Seu estômago estava embrulhado, sua cabeça doía e a visão ainda estava embaçada de forma que quando alguém a tocou, ela começou a se debater, até ouvir:
-Hey, Boneca! Calma! Shhh! Sou eu, Jully!
-Bucky?! - Juliette se acalmou, puxando ele para um abraço.
-Calma, Gatinha… Eu tô aqui! - Bucky a acalmou, beijando o topo da cabeça dela e fazendo carinho nas costas de Juliette, enquanto se sentava ao lado da mulher, para ser mais fácil de se abraçarem. - Você está bem?
Bucky se afastou alguns centímetros e fitou os olhos assustados e confusos da loira, apesar dela ter assentido. Ele sabia que ela mentia. Era impossível estar totalmente bem, acordando de supetão, dentro de um hospital, após ser atropelada. Mesmo assim, ele assentiu para ela de novo e a abraçou, tentando memorizar o cheiro de Juliette.
A garota sumia sob seus braços e Bucky não deu a mínima para se estava a sufocando. Ele precisava sentir ela, ver que Juliette estava bem. Ele precisava memorizar como era ter os braços dela em volta da sua cintura, a orelha encostada em seu peito que, ele sabia, estava agitado de alívio.
Afinal, fosse quem fosse aquele senhor que deu as rosas para ele no dia anterior, fez com que Bucky enxergasse que gostava de Juliette. De verdade. E quase ter perdido ela, sem nem ter tido a chance de ter criado um laço mais intenso e profundo…
-Eu fiquei tão preocupado, Jully! - Bucky afirmou, segurando o rosto delicado entre suas mãos. - O que aconteceu?
-E-Eu não sei… - Juliette gaguejou, tentando se lembrar. - Eu só… Eu fui atropelada?
-Foi.
-Mas… Eu tô bem! Eu tô… Me sentindo ótima, só um pouco dolorida… Como isso é possível?
Bucky franziu os lábios, sem saber o que dizer, exatamente. Por fim, ele soltou o rosto dela e segurou suas mãos, a olhando.
-Cadê meu tio? E o Jack?
-Eles passaram dois dias direto aqui com você, Boneca. - Bucky explicou, devagar. - Aí, fiquei aqui um pouco para o seu irmão ir trabalhar e o Bobby ajeitar as coisas lá no bar. Você assustou todo mundo, sabia?
Juliette assentiu, soltando um longo suspiro. Talvez, ela nunca tenha se sentido tão confusa assim antes em toda a sua vida.
-Acho que é melhor eu chamar os médicos e…
-Não, não. Por favor! - Juliette impediu Bucky de levantar da cama e o olhou nos olhos, encantada com a tonalidade de azul deles. - Fica aqui comigo?
Juliette não precisou pedir duas vezes. Bucky se sentou de volta na cadeira e, ainda de mãos dadas a Juliette, ele contou algumas coisas a ela sobre a viagem até Nova York, sem entrar muito em detalhes da natureza dela. No entanto, cerca de dez minutos depois, Bucky pôde sentir a mão de Juliette se afrouxar e mais sentiu do que viu ela pegando no sono de novo.
Isso fez Bucky se perguntar se seria remédio presente naquele soro que estava na veia dela ou se seria o próprio corpo de Juliette se recuperando. De qualquer forma, ele mandou mensagem para Bobby e Jack, avisando que ela tinha acordado, mas já estava dormindo de novo.
Enquanto velava o sono dela, Bucky teve certeza absoluta que, fosse o que fosse que sentia por ela, não era só amizade. Nunca havia sido. Nem mesmo quando não fazia ideia de que ela era Lizzie.
Fazendo um leve carinho em Juliette e tirando o cabelo do rosto dela, Bucky a beijou, depositando os lábios sobre a testa dela, antes de sussurrar:
-Vou cuidar de você, Boneca. Prometo!
E se ele não estivesse tão entretido nos próprios pensamentos e sentimentos confusos, teria visto o sorriso leve no rosto da garota ou reparado no aumento da frequência cardíaca no monitor ao seu lado.
Oiie, Meus Xuxus favoritos! 💕
E então? Ainda querem me matar pelo atropelamento da Juliette? KKKKKKK aliás, serviu para "ativar" as habilidades dela, já que estavam meio adormecidas, apesar de, sim, as teorias sobre ela ser capaz de prever o fututo estarem certas!
E gente... Precisamos falar sobre a tradicional e perfeita (modéstia à parte) participação especial do Stan Lee 🥺 Eu amo enfiar ele nas cenas mais aleatórias, fica tão fofinho!
Espero que tenham gostado desse capítulo! Ah, e para quem ainda não viu, preciso avisar que eu lancei mais uma fanfic com o Bucky 🤡 Ela tem uma pegada mais leve e descontraída tipo essa aqui, mas não tem nada a ver com ela!
Se chama "Forelsket" e se quiserem me dar biscoitinhos, eu vou amar ter vocês por lá! ❤🤭
Até terça que vem!
Beijos! 💋💋
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