Julian
Julian.
Samuel acordou hoje com o pé esquerdo, pensa em um menino atentado. Misericórdia.
- Me dá esta porcaria Samuel! -Ele dava risada e disparou correndo pela casa.
- Vou contar até três! -Gritei e prossegui a tentar pegá-lo subindo em cima do sofá. Samuel desviou.
- Você é muito devagar Ju. -Ele me provocou balançado o celular que corria o risco de cair das mãos pequenas e se espatifar no chão. Bufei já exausto.
- Um, dois... -Não daria em nada. Tentei mesmo assim persuadi-lo.
- Deixa quieto. -Desiti me jogando no sofá sem forças para continuar correndo.
Ele me devolve o celular e ficou de cabeça pra baixo apoiado no chão. Esse menino parece o rascunho de um boneco articulado, chega a me dar agonia.
- Para de fazer isso, vai sangue pro seu cérebro. -Ele gargalhou sem se importar.
- Troca a roupa, o papai vem te buscar hoje. - Samu correu até o quarto e eu o segui para pegar sua roupa.
- Quero ir de batman. -Aponta para a fantasia. Tiro-a do cabide.
🦇
- Se fizer calor vai ter que tirar, tem certeza de quer essa mesmo? -Obviamente ele queria, porquê não tem muita noção de roupa adequada para usar no calor.
Campainha toca.
- Fica aí, eu já volto. -Disse indo para a porta abrir, meu pai. Bocejei em seguida, sonolento.
- Chegou cedo, aconteceu alguma coisa? - Ele negou e entrou, sem nem olhar na minha cara direito.
- Só quero aproveitar mais o seu irmão. -Recebi um abraço de surpresa, retribui meio receoso, não sou tão rude quanto o Lo, mas mesmo assim não dá pra esquecer o que ele fez.
- Pai! Pai! Vou de batman, olha. -Samu já colocara a camiseta da roupa, fácil - por isso ele conseguiu.
- Vamos terminar de se vestir para ir. - Digo o levando para o quarto, ignorando meu pai.
____//___
O vento frio soprava em minhas orelhas, o nariz gelado, as mãos no bolso, me encontrava lá - onde a criatura mais amável que já conheci estava. Esfreguei os olhos tentando diminuir o cansaço.
- Sinto muito sua falta mãe, gostaria de saber o quê fazer a todo tempo, você com certeza saberia me aconselhar, talvez eu tenha te deixado faltar o amor, mas era imaturo demais para entender que o tempo passava rápido. -Ajoelhei e passei a mão sobre seu nome esculpido na lápide.
- Me perdoa mãe, eu falhei contigo, nunca mais verei seu rostinho. Esse sentimento de falta é um vazio tão grande, dói demais. -As lágrimas não aliviaram, mas demonstram meus sentimentos sinceros.
- Quero que fique orgulhosa de mim, minhas notas estão boas, meu trabalho, está tudo conforme deve ser, preciso saber o resultado da prova hoje, será que onde você está, tem cachorros? Você amava eles, não é? - O vento gélido mudou para um ar quente que aqueceu meu ouvido e o pescoço, como se estivesse alguém suspirando nele.
- De onde estiver, cuide de nós, ajude o Logan a amolecer com o papai, creio que as intenções dele sejam boas. Eu perdoei, por mais que não esqueça. Logan precisa saber perdoar.
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