𝑵𝒆𝒏𝒉𝒖𝒎. +18
𝑬𝒎𝒎𝒂.
Parei para comer alguma coisa em uma lanchonete, acabara de mandar umas mensagens para Raven, pedindo para que ela tomasse cuidado, pois isso virou um círculo fechado prestes a pegar fogo.
Ricardo pode estar sabendo que eu sei de tudo aquela altura? Talvez, mas sobre a arma era certeza que o efeito já passou e ele descobriu. Não temia por mim, enfrentaria com coragem e lutaria se fosse necessário. Eu temia pelos que amava... Ray, Natasha, Logan e Lilian. A vida deles estava acima de tudo. A segurança principalmente. Não sabia o que viria, nem o quê Ricardo seria capaz de fazer (apesar de não o subestimar muito).
Mensagem para Logan:
Desculpe falar com você daquele jeito, só quero que entenda minha prioridade neste momento.
Off.
Vi um carro de polícia passar em alta velocidade pela rua, sai da lanchonete e continuei minha caminhada pela rua quase vazia, só havia uma idosa passeando com seu cachorro tranquilamente.
Ao cruzar uma esquina, percebi alguém atrás de mim, virei meu corpo devagar e me deparei com quem eu jamais queria ver novamente.
– Sua manipuladora fingida! –Recuei pata trás... meu coração acelerando tanto que arriscava explodir a qualquer momento e ele veio avançando, com um olhar de revolta intenso. Descobriu tudo.
Não tinha o direito de ficar indignado ou exigir algo... Assassino Maldito.
– Eu tinha que fazer isto, para descobrir o que queria... ou você iria me contar por livre e espontânea vontade? – O questionei sentindo minha pele esquentar e meus olhos marejarem. A pressão tomou conta do céu acima de mim e ele despejou sob meus ombros. Ele teve coragem de ser tão canalha, me olhar nos olhos e mentir. Cínico descarado!
– Você me drogou! Te ofereci minha amizade, meu afeto, meu tempo e carinho, e só o que fez foi ser ingrata e ruim comigo! –Ele era tão descarado, não pude acreditar no que ouvi. Estava ferido? Filho da puta ordinário.
Eu nunca fui sua amiga seu filho da puta.
– Você pagou uma passagem para Pietro ir à França, por quê pagou uma passagem para seu "primo", ir à França? Logo no mês em que meu avô foi morto! –Vociferei com ele, sentindo minhas mãos tremerem. O mundo derrubou um tijolo sob minha mente.
Ele abriu um sorriso, como se aquilo fosse engraçado. O olhar doentio e possessivo estampado.
– Quer mesmo saber? Então vou te dizer! – Eu comecei a correr, prevendo seus próximos passos. Na tentativa de fugir e salvar minha pele.
Ele correu atrás de mim na mesma intensidade, não parei e nem olhei para trás, só continuei correndo sem rumo exato.
As pernas falhavam e os sentimentos se emboloravam pesadamente. Implorei para que alguém aparecesse ali. Não precisava ser salva... Mas naquelas circunstâncias...
Minutos depois.
Cheguei em uma rua onde avistei a praia, sendo cercada por muros. Nunca corri tanto, o corpo implorava para que eu parasse. Não havia onde me esconder. Se eu parasse podia ser mortal.
Ricardo estava quase perto de mim, então segui para a areia, correndo com dificuldade porquê meus tênis afundavam.
– Socorro! – Gritei tentando entrar na água, mas foi em vão. Meu corpo caiu no chão, cansado de tanto correr. Derrotada.
Ele veio até mim, com mais facilidade, porquê tirou os sapatos sociais para me perseguir.
– Eu só queria que você me amasse como eu te amo! Você nunca me deu sequer a chance de mostrar quem eu poderia ser! – Eu me arrastei para trás na areia pesada. Recuando à medida que Ricardo avançava.
– Não te dei? Eu te dei diversas chances! Para você mostrar que não era o machista que invade o espaço dos outros e é desagradável! Você mentiu sobre meu avô, sobre tudo que te perguntei! –Meu rosto ficou molhado de lágrimas, ele conseguiu me agarrar pelo tornozelo antes que pudesse perceber, ficando por cima de meu corpo segurando meus pulsos fortemente. Senti um nojo profundo. Ânsia e repulsa.
Quis cuspir nele. Me debater.
– Eu poderia te dar tanto, tanto Emma! Só que você preferiu o Logan... ao invés disso. Ele que nem sequer demonstra gostar de você! – Sentia tanto nojo por saber que aquele psicopata acreditava que eu era propriedade dele.
– Ele demonstrou em menos de seis meses tudo o que você diz sentir e muito mais! Ele me pergunta todos os dias como eu estou, como eu me sinto, sobre meu avô! Joseph Bennedict... Este nome te RECORDA ALGO? –Tentei me soltar de suas mãos que continuavam me machucando. Tudo ao redor ficou cinzento e sem vida.
– Que amor é este que você diz sentir! Amor que mata uma das pessoas que eu mais amei na vida? Você é um doente! Covarde, canalha!Tira as mãos de cima de mim! –Relutei com toda minha força e ódio. Eu nunca fui dele, não seria jamais.
Ricardo apertou ainda mais forte meus pulsos, me fazendo chorar de dor e desconforto. Desgraçado.
– Eu matei seu avô sim! Mas não sabia que você viria para cá um dia! Soube alguns dias depois que pisou aqui... Sobre o parentesco também.
Ele se aproxima de meu rosto lentamente e eu afastei mais longe o possível, com repulsa. Queria vomitar. Nojento.
– Você é tão linda, inteligente e educada, tem postura, poderíamos ser um belo casal, eu te faria a pessoa mais feliz deste país. Faria de tudo por você. –Ele disse com os olhos fixados em algum lugar acima de minha cabeça, como se tivesse perdido em sua própria conversa mental. Completamente louco e obsessivo.
– Você não me ama! Coloca na sua cabeça doentia de uma vez por todas que eu não te amo e não vou te amar nunca! Não importa o que você faça SEU ASSASSINO.
As lembranças doa dias que meu avô estão vindo em minha mente, do dia que me disseram que ele havia se "suicidado".
– SOCORRO. –Tentei de novo em agonia e de nada adiantou, era a parte mais vazia da praia. Ninguém viria.
– Para de gritar! Não vai adiantar! – Ele berrou em resposta, transtornado. Fora se si — completamente insano.
Seus olhos foram tomados por uma escuridão maléfica. Temi pela vida ali.
– Me responde Emma...
– Me solta! –Berrei em meio ao choro que estava descontrolado. Meus pulsos ardendo demais e doloridos. Por quê, por quê justo eu. Nunca seria dele, eu o odiava com todas as forças da minha alma.
Ricardo me soltou, saiu de cima de mim e eu não consigo me mexer mesmo assim. Deveria agradecer a piedade?
Simplesmente parecia que meu corpo não queria obedecer a minhas ordens mentais.
– Você e Logan, estiveram juntos? Vocês estão juntos? –Ele perguntou com os olhos perdidos e marejados. O infeliz ainda tinha coragem de chorar diante de tudo que me fez e fazia sem limites...
Aproveitando que Ricardo ficara com seu olhar longe de mim, agarrei meu celular que graças a Deus não caiu no chão enquanto eu corria — e mandei minha localização para Logan, com dificuldade por causa das mãos trêmulas. O tênis não afundava mais e eu pude me safar por instantes agarrado o fio de esperança que surgiu.
Ricardo voltou seu olhar para mim e ficou pasmado ao notar meu celular em mãos.
Atirei ele o mais longe o possível, antes que o pegasse de mim. Torci para que tivesse caído no mar. Fui derrubada pelo peso do corpo de Ricardo sob o meu.
– O que você quer? Me destruir? Já conseguiu! Você destruiu meu coração Emma Myers! –Ele chorava como um injustiçado. O traído.
Consegui fazer meu corpo reagir a meus comandos e me levantei com dificuldade.
– Seu assassino! Eu te odeio! Te odeio, te odeio! –Gritei indo em sua direção e lhe dando vários socos cheios de ódio. Queria destruí-lo.
Tirei forças de onde não tinha e lhe acertei um soco na cara, fazendo seu corpo cair na areia. Minha mão doeu muito por conta disto.
Ele não esboçou reação além do choro. Notei que tem uma arma caída ao seu lado, na areia, a peguei rapidamente e aponto para sua cabeça, ele tentou me impedir, mas lhe dei um chute no rosto. Cogitei atirar e abrir um buraco no seu crânio como fizera Pietro com meu avô indefeso.
– Quem mais você matou? Vai! Me diz! Este é seu esporte favorito né! –Vociferei segurando, a mão apontada para sua cabeça tentando não tremer fazendo esforço máximo. Amaldicoei aquele maldito de todas as formas possíveis; Onde ele estava quando eu mais precisei de ajuda? Quando se importou comigo pelo menos um pouco?
– O que você iria fazer com esta arma? Me matar? Que bela demonstração de amor hein? – Ironizei, o vendo parar de chorar e dar risada contendo escárnio. Belo ator.
– Gisele, eu matei a Gisele e o único que poderia ter te dito a verdade sobre Joseph, se é isto que quer saber! – Ele se levantou e eu não deixei de mirar a arma nele. Atiraria sem pestanejar. Vingaria todos à quem ele fez mal e principalmente a mim mesma.
– Eu vou te colocar aonde já deveriam ter te colocado faz tempo! A sete palmas abaixo da terra! –Antes que eu puxasse o
gatilho, ele partiu para cima de mim, intencionado a tirar a arma de minhas mãos.
Lutamos corporalmente e eu resisti com todas as forças para que ele saísse vitorioso.
Deus me ajude!
Implorei naquele cenário sangrento.
Continua...
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