09. when you loose something you can't replace.
09. quando você perde
algo que não pode substituir !
Maverick bateu os pés no solado de madeira da casa dos Kazansky, sua cabeça um turbilhão de emoções e pensamentos desconexos sobre a mensagem que seu antigo ala havia lhe mandado mais cedo no dia. Tirando seus aviadores do rosto, o homem sorriu para a figura de Sarah Kazansky que vinha da parte externa da casa.
Ele abriu o rosto para a mulher, esperando que a mesma sorrisse de volta, mas ela apenas mordeu os lábios, como se controlasse emoções que vinham de dentro do seu corpo. O sorriso de Maverick se desmanchou.
— Maverick — ela chamou, sorrindo amarelo para o homem que apenas entendeu, por meio de seus olhos, o que a recepção pouco familiar significava.
— Voltou? — ele questionou, encarando profundamente os olhos de Sarah que apenas balançou a cabeça.
— Ninguém sabe — ela respondeu, abaixando a cabeça enquanto o homem apoiava as mãos nas têmporas — Não há mais nada que eles possam fazer. Até falar dói agora.
Maverick segurou as lágrimas que teimavam na beira de seus olhos. Ele tinha que ser forte. Por Sarah. Por Ice.
— Sarah, eu sinto muito — foi a única coisa que o homem conseguiu dizer, puxando a velha amiga para um abraço apertado, e ele tinha certeza de que ela não era a única que precisava.
— Almirante — Maverick chamou, tentando manter toda a tragédia da situação para o lado de fora do escritório de Iceman, e ser forte pelo homem que foi forte por ele todos esses anos — Como vai o meu ala?
Maverick puxou uma cadeira e se sentou a frente do homem de cabelos loiros que sorriu levemente, provocando uma tossida. O almirante se virou à tela do computador e digitou.
"Eu quero falar de trabalho".
O Capitão suspirou levemente enquanto encarava o visor.
— Por favor, não se preocupe comigo — ele respondeu, fechando os olhos — O que posso fazer por você? — Mav rebateu tentando sorrir para Ice.
O homem respondeu simplesmente apontando para o visor do computador, onde as palavras "Eu quero falar de trabalho" continuavam. Maverick soube que não conseguiria escapar da teimosia de seu antigo ala. O Capitão simplesmente virou o rosto e suspirou antes de falar.
— Está bem — ele respondeu, dando-se por vencido e rindo levemente — Rooster continua com raiva de mim por conta do que eu fiz — Mav deu de ombros respirando fundo — Eu pensei que ele pudesse entender o motivo — o homem fechou os olhos e abaixou os ombros, voltando a encarar o almirante — Esperava que ele me perdoasse.
Iceman levantou uma sobrancelha e se dirigiu ao computador novamente, digitando a frase: "Ainda há tempo". Maverick leu calmamente, tentando manter a compostura em frente à Ice, mas cada vez mais sentia o peso da situação contra seus ombros.
— A missão é em menos de três semanas — ele respondeu, dando de ombros e virando a cabeça — O garoto não está pronto.
O almirante digitou calmamente e se virou para ele. "Então ensine-o". Ele aguardou a resposta de Maverick, embora já soubesse a resposta, afinal não havia ninguém mais na Marinha que assumisse o Capitão, apenas ele, e, bem, ele só havia conseguido que o mesmo virasse instrutor, mesmo que não fosse o que ele quisesse.
— Ele não quer o que eu tenho a oferecer — Maverick respondeu, se arrumando na cadeira, de repente se sentindo exposto na situação, cada vez mais emocional. Iceman debochou, batendo a mão no ar — Ice, por favor. Não me peça para enviar alguém para morrer. — ele abaixou a cabeça, caindo em suas mãos — Por favor.
Iceman sorriu levemente, se voltando ao visor. "Alguém? Não apenas o garoto?".
Maverick se voltou para o visor, sua cabeça voltando para uma certa mulher de cabelos loiros. Iceman continuou digitando, ainda sorrindo levemente para o homem. "Storm?".
— Storm? — ele repetiu. Sim, era Storm, a tempestade que havia voltado como um furacão para sua vida, ainda tão vivida e cativante como sempre. Alguém que ele havia ajudado como nada há tantos anos atrás, sendo apenas mais uma garota bonita para o jovem Maverick, mas que para ela havia significado uma carreira inteira.
E para ele, bem, hoje em dia significava muito mais.
— Você conhece a Storm? — Maverick questionou, olhando para o rosto agora um tanto alegre do ala, quase como se ele se divertisse com a situação.
"Quem não conhece?". A resposta voltou no visor, fazendo Maverick ponderar sobre a falta de precisão do amigo e sobre se ele estava fugindo do assunto.
— Envie a mim — ele respondeu simples, tentando deixar as emoções que a mulher despertava em si mesmo de lado — Não eles. Eu.
Iceman ignorou o desvio de resposta do homem e se voltou para o computador, escrevendo o que resumia absolutamente todo o drama que havia naquele "família" naval. "Está na hora de esquecer".
Maverick olhou para baixo. Goose aparecendo de repente em sua visão, o seu sorriso alegre, Rooster em seus braços enquanto os três tocavam piano e as figuras de Carole e Storm em sua frente, cantando Great Balls of Fire a todo o vapor. Ele fechou os olhos.
Será que Storm lembrava? Será que essas memórias eram importantes para ela? Ou será que essa havia sido apenas uma época passageira de sua vida? Onde ela era ainda Alice e não a grande Storm?
— Eu não sei como — sua voz saiu quebrada, como se todas as emoções se misturassem; a doença de Ice, Storm voltando, Rooster ainda o odiando, Goose... Maverick sentiu seus olhos enchendo de água. — Não sou professor, Ice. Eu sou um piloto de caça, um aviador naval. — ele respirou fundo novamente — Não tem haver com o que eu sou. Mas quem eu sou. Como você ensina isso? — ele balançou a cabeça — E mesmo se eu conseguisse, não é o que o Rooster quer, não é o que a Marinha quer — Maverick apertou as têmporas — Por isso eles me cortaram da última vez. O único motivo para eu estar aqui, é você.
Iceman encarou os olhos marejados de Mav e sorriu levemente, se inclinando levemente na cadeira enquanto o escutava pacientemente.
— Se eu o mandar nesta missão... — ele pausou, decidindo por fim, falar a verdade para o homem — Ele pode não voltar... os dois podem não voltar. Mas se eu não mandá-lo, ele nunca me perdoará — Maverick suspirou e olhou para cima — De qualquer jeito, posso perdê-lo para sempre.
Deus, ele poderia perdê-la também, tudo por conta de uma paixonite infantil, por conta de ele tê-la ajudado a entrar na Marinha. Ele decidiu por não dizê-lo a Ice, ele sabia o quanto o homem o perturbaria por isso.
Ele voltou os olhos ao almirante que apenas sorria levemente, apontando com a cabeça para o visor. "Está na hora de esquecer".
— Eu sei — ele respondeu a pergunta silenciosa, tentando rir levemente, mas seus olhos marejados o denunciaram — Eu sei.
Maverick soltou o ar e voltou seus olhos ao homem, que tentava levantar. Ele apoiou sua mão na dele e o ajudou a ficar de pé. Iceman tossiu algumas vezes antes de falar:
— A Marinha precisa de Maverick — ele disse, sua voz rouca e quebrada — O garoto precisa de Maverick, e a Storm também precisa, mesmo que nenhum de vocês dois teimosos queiram admitir.
Maverick abriu a boca para rebater contra a fala do homem, mas foi cortado.
— Por isso eu lutei por você, por isso lutei por vocês dois — ele cortou, fazendo Maverick erguer a sobrancelha. O que ele havia feito por ela afinal? — Por isso ainda estão aqui. Por isso você ainda está aqui.
Iceman sorriu e não respondeu a pergunta silenciosa que ele sabia que Maverick havia feito e apenas abraçou o amigo, aquilo caberia a Storm.
— Uma última coisa, quem é o melhor piloto, eu ou você? — o almirante questionou rindo levemente para Mav que abriu a boca para rebater.
— Eu, obviamente — uma voz feminina respondeu invés, fazendo os dois se virarem para a porta e verem o rosto alegre de Storm no batente.
Ela caminhou até a dupla e sorriu levemente para Ice antes de abraçá-lo fortemente, e depois se virou para Mav, dando um sorriso amarelo para o mesmo, lembrando de tudo que havia acintecido no dia anterior.
— Eu estarei lá embaixo — o Capitão disse, dando um toque no ombro de Ice e sorrindo levemente para Storm, um tanto desconfortável.
Storm se voltou para o almirante, sorrindo para o mesmo e se sentando na cadeira onde anteriormente Mav havia sentado, e se voltou para o amigo que se sentou em sua cadeira, ligando novamente o software do computador, dando oportunidade para a Capitã de aliviar o clima.
— O que foi, Vanilla Ice? O gato comeu sua língua? — ela riu, fazendo Iceman tossir e logo após risos foram escutados vindos do homem. O humor de Storm era algo a ser estudado, mas Ice adorava isso sobre ela.
O mesmo sorriu novamente, parando de rir e observando a mulher, a quem ele havia ajudado a tanto tempo atrás, e agora era um dos melhores pilotos da Marinha. Ice não pode negar que sentiu orgulho.
— Você não contou para ele? — o homem questionou com a voz rouca, de repente o clima mudando drasticamente na sala.
Storm virou os olhos e se acomodou melhor na cadeira.
— Eu 'tava brincando, Vanilla Ice, não precisa falar — ela riu levemente, tentando recuperar o clima anteriormente estabelecido.
Não funcionou.
— Sobre o que aconteceu depois que o Goose morreu — ele esclareceu, ignorando o comentário feito pela Capitã, mas se dirigindo novamente ao computador por conta da dor nas cordas vocais.
"Ele não sabia nem que você me conhecia". Ele digitou no visor, fazendo Storm virar o rosto e apoiar as mãos na testa.
— Eu não preciso contar, foi infantil e foi há muito tempo atrás — ela respondeu rapidamente, tentando reprimir as lágrimas que ela sabia que eventualmente sairiam de seus olhos — Por que estragar o que temos agora por algo bobo? Eu devo a minha vida para ele.
Ice revirou os olhos e debochou, voltando-se ao visor: "Você vem dizendo isso a sua vida inteira".
Storm parou.
Quem ela havia sido antes de um piloto com ego grande tê-lá dado a sua posição na Academia Naval? Quem ela havia sido antes de ter virado a grande Storm?
As lembranças eram de uma garota brasileira que não sabia o que fazer com a vida, apenas sabia que queria uma coisa: Harvard. E, Deus, ela lutou para conseguir uma vaga na instituição, mesmo que o curso que tivesse escolhido não fosse sua verdadeira paixão. A verdade é que ela não havia achado ainda a sua verdadeira paixão.
Até que descobriu uma forma de pagar Harvard: entrar para a Marinha, onde haviam almirantes machistas e com muito preconceito a respeito de suas raízes, almirantes que a deixaram fazendo manutenção de F-14s por anos, fazendo a garota nunca conseguir uma vaga na Academia Naval.
E então ela o conheceu: Maverick. Um garoto mais velho com sorriso fácil e arrogante, um garoto perigo que fazia o coração da garota acelerar. E Storm sabia que ela era apenas um jogo para ele, mas ele lhe deu tudo.
Ele só precisou conversar com alguns almirantes.
E Storm começou a ser, bem, Storm.
— Se não fosse por ele... se não fosse por vocês dois, Ice... — ela respirou fundo, lembrando de como foi salva por este homem nos momentos mais obscuros da sua vida — Eu não estaria aqui.
Ice debochou e riu alto, tossindo logo em seguida e apontando de volta ao visor.
"A Storm é a tempestade, você é tempestade. Não eu, não Maverick".
Storm riu baixo e enxugou uma lágrima teimosa que saiu de seus olhos. Ela encarou o rosto do amigo e segurou o peso que havia se instalado em seu peito. De repente, um fato lhe passou rapidamente pela cabeça: essas conversas nunca mais aconteceriam. Ice não iria durar muito mais tempo.
— Eu estou aqui não estou? — ela respondeu, tentando ignorar os pensamentos que lhe cruzavam a cabeça e a enorme vontade de desmoronar na frente do amigo — Quem é o responsável disso?
Iceman deu de ombros rindo levemente. "Você". Ele digitou no computador fazendo Storm balançar a cabeça em negação.
— Eu? Tudo bem, então quem é o responsável pelo Thunder estar aqui? — ela continuou, cruzando os braços na frente do corpo e jogando o tronco para trás.
Ele sorriu novamente e escreveu mais uma vez no computador: "Ele". Storm riu alto por alguns segundos, aproveitando o momento junto com o amigo. E então ela mudou totalmente o clima da conversa.
— Quem é o responsável de eu ter ido para a Top Gun? — ela questionou, a feição agora séria, encarando o homem que desta vez, não escreveu nada — Não agora para esta missão, mesmo que nós dois também saibamos quem foi o responsável também, mas quem me colocou na Top Gun? 15 anos atrás?
Iceman ficou em silêncio. Ele não escreveu. Ele não falou. Ele não reagiu. Storm não disse nada também. Os dois apenas ficaram em silêncio por alguns instantes, até que Storm retomou a conversa.
— Foi você, Ice — a mulher disse, mordendo os lábios para que as lágrimas não saíssem — Quando eu estava quebrada, desempregada, acabado de ter perdido minha vaga na Academia Naval, com duas crianças para cuidar, com Carole tendo morrido... eu te achei — ela continuou, as lágrimas rolando sobre sua face — Eu achei o seu nome em um caderno de telefones de Goose, e você me salvou. Eu te pedi a minha vaga na Academia de volta, e sabe o que aconteceu? — Storm riu levemente e agarrou as mãos de Ice — No dia seguinte haviam dois soldados na minha porta, me falando que eu havia conseguido uma vaga na Top Gun.
Iceman encarou os olhos vermelhos da mulher, o rosto molhado por lágrimas a tanto guardadas dentro de si e ele sorriu para a mesma.
— Você chegou onde chegou, Storm — ele disse, segurando as mãos da Capitã — Você chegou onde chegou fazendo o que você sempre fez: sendo a tempestade, causando uma impressão — Iceman sorriu amarelo — Sendo a Storm.
Storm se levantou em um sobressalto e abraçou o homem com força. Ela sabia que os americanos não tinham tanto apreço por afeto ou linguagem de amor física, mas o seu coração brasileiro gritou mais alto. Ice ia morrer. Ice ia morrer e ela o amava demais.
Iceman a abraçou de volta.
— Eu vou sentir sua falta, baixinha — ele suspirou, se afastando do abraço.
De repente Storm sentiu todo o seu mundo desabar. Nada parecia real até que alguém diz "Sinto muito" ou "Vou sentir saudade", Ice sabia o que ia acontecer, Ice nunca mais ia voltar. A mulher soluçou e abraçou o homem novamente esquecendo sobre todo o comportamento e compostura que ela havia prometido a si mesmo que manteria. Ela quis dizer que ele ainda estaria com ela por muito mais tempo, e que era bobagem, ela queria acalmar e tranquilizar o homem. Mas Storm só conseguiu chorar mais forte.
— Por favor, Ice — ela soluçou, abraçada ao pescoço do homem que a abraçou de volta na mesma intensidade — Por favor não vai.
Iceman se afastou e sorriu para ela, engolindo a própria saliva com dificuldade enquanto tentava impedir as lágrimas que teimavam em seus olhos de caírem.
— Eu sempre vou estar aqui, baixinha — ele continuou, o apelido trazendo um lembrete doce para a época que Thunder e Ice a perseguiam com o mesmo. Ele afagou o cabelo da mulher e colocou uma mecha para trás de sua orelha — Eu vou estar aqui com você quando você subir em caça e voar pelos céus.
Ele sorriu para Storm que tinha o rosto inteiro vermelho e tentava parar de chorar.
— Eu vou estar aqui quando você subir em um caça e me lembrar o porquê de eu ter lutado por você — o homem tossiu mais uma vez, a dor em sua garganta se tornando muito grande para ele aguentar — Por esta garota teimosa e insubordinada — ele riu, fazendo a mulher rir também, mas sentir seus olhos enchendo de água mais uma vez.
— Eu também vou sentir sua falta, Ice.
A mulher desceu as escadas da casa dos Kazansky. Os solados das suas botas fazendo um rangido quando entravam em contato com um novo degrau de madeira. Ela desceu sentindo seu corpo pesado, sem muito humor ou emoção, o que contribuía para maiores rangidos. A verdade é que ela decidiu encobrir os seus sentimentos, ignora-los até que o momento viesse.
Mas ela soube, no momento que viu Maverick parado em na sala em frente à escada, lhe esperando, que isso seria impossível.
Storm sorriu levemente para Maverick, tentando esconder o rosto choroso. O homem abriu um sorriso de volta para a mulher e caminhou para perto da mesma, ignorando tudo o que havia acontecido no dia anterior e abrindo a boca para falar quando foram cortados por Sarah entrando na sala.
— Vocês dois foram muito bons para ele — ela disse, sorrindo levemente, tentando não chorar — A amizade de vocês foram tudo para ele, vocês foram tudo. — Storm não aguentou e novamente se encontrava chorando, o que fez a Kazansky dar um passo a frente e abraça-lá — Oh, minha menina...
Maverick limpou duas lágrimas teimosas que rolaram por sua face com a manga de sua jaqueta, tentando não desabar que nem a Capitã.
— Ele foi tudo, Sarah — a mulher disse, se desvinculando do abraço — Eu não sei o que eu seria sem ele.
A Capitã tentou não chorar na frente de Sarah, ela tinha que ser forte, mas a cada vez que ela dizia isso, mais ela tinha vontade de desabar.
— Muito obrigada por tudo, queridos — ela respondeu, bagunçando o cabelo de Maverick que foi do ato — Por todo o suporte.
— Não foi um favor, Sarah — o homem respondeu, segurando as mãos da amiga — Ele significa muito para nós.
A Kazansky sorriu e abraçou os dois mais uma vez antes de se virar para subir as escadas, provavelmente se dirigindo ao escritório do marido. Storm sentiu uma onda de vergonha se apossando de si, mas novamente, uma onda de choro veio, e não só dela, pois ao se virar, ela viu o rosto de Maverick ficar vermelho e o mesmo começar a derramar lágrimas.
Os dois não pensaram, eles não pensaram sobre o que havia acontecido ontem, eles apenas se jogaram aos braços um do outro, chorando e soluçando loucamente, tentando encontrar algum tipo de afeto que ajudasse a situação.
— Eu não acredito que ele... — Storm se cortou, não conseguindo dizer as palavras, e se afundando mais fortemente no abraço.
— Eu sei, eu sei — ele repetiu, afagando os cabelos da mulher e se enterrando em seu ombro, sentindo o seu próprio, e o dela tremerem com o choro.
Os dois se desvincularam e viraram para a porta quando uma figura loira passou esvoaçante.
— Tormy, onde ele está? — Breeze perguntou, desta vez com um olhar sério e nervoso. Storm limpou as lágrimas na manga da blusa e sorriu levemente para a irmã.
— Ele 'tá lá em cima — a mais nova assentiu e começou a subir as escadas, quando Storm a parou — Lena, faça as suas despedidas.
Breeze mordeu os lábios, sentindo que estaria desabando como Storm em alguns momentos. Ela sabia o quanto Iceman significava para a irmã, e ver esse homem tão maravilhoso sofrer e ir embora deste mundo tão cedo a quebrou por dentro. Elena assentiu e subiu as escadas, deixando a dupla sozinha na sala novamente.
Elena não conhecia o grande iceman da mesma maneira que conhecia maverick, ou goose e muito menos thunder, mas assim como ela havia sido ajudada por algumas grandes pessoas que marcaram sua vida, Iceman era uma dessas pessoas para Storm e assim ele era da família.
─── Ah oi! ─── Ela começou sem jeito sem muito planejamento.─── Meu nome é Elena, sou a irmã da Alice e vim aqui hoje com a intenção de te confortar um pouco e mais ainda de te agradecer por ter sido um benfeitor na vida da Tormy e por consequência na minha. Não sei te dizer o que teria sido das nossas vidas sem a ajuda que você deu pra minha irmã, por tanto obrigada.─── Ela sorriu com os olhos marejados. ─── Não sei se você é um homem religioso, mas se não se importa eu gostaria de dizer que isso aqui...─── Ela apontou para os dois e em seguida para os arredores. ─── É só um grande capítulo do grande livro que é nossa vida e você vai retornar no próximo capítulo. Seja como um novo piloto, uma nova descoberta da Top gun ou simplesmente como um pássaro bem veloz e determinado. Independente de como, nos veremos de novo e mal posso esperar por isso.
Iceman sorriu com o discurso da menor e riu baixinho. Ele se virou ao visor e escreveu "Você é tudo que a sua irmã disse". Breeze sorriu com o comentário e assentiu com a cabeça positivamente. "Eu não vou mais estar aqui para tomar conta daqueles palhaços. Faça esse favor para mim". A garota riu alto e concordou com a cabeça.
— Eu prometo, Almirante — ela respondeu, abraçando o homem em um impulso. Ele sorriu e digitou novamente. "Almirante não, me chame de Tom. E muito obrigado por ter vindo me fazer sorrir um pouco".
Breeze percebeu o porquê de Storm estar chorando tanto na sala.
Maverick abraçou a mulher novamente, apoiando toda a tragédia da situação em Storm, como se ele se afogasse no abraço, tentando esquecer.
— Eu te levo 'pra casa, Storm — ele disse, segurando os ombros da mulher que limpava as lágrimas com sua jaqueta.
Ela assentiu com a cabeça, não confiando em si mesma para falar e seguiu o homem para o lado de fora, segurando sua mão como se sua vida dependesse disso. Maverick sorriu levemente e tirou sua mão da dela, trocando a sua posição e segurando a cintura de Storm, andando quase abraçado com a mesma.
Storm fechou os olhos e sentiu todos os seus problemas irem embora. Maverick estava lá. Era tudo o que ela precisava. E então ela sorriu. Pois de repente, eles não eram mais a líder da missão e o instrutor. Eles eram Storm e Maverick.
🛩️. aaaaaaaaa eu tô chorando mds 😭😭 esse capítulo sempre me destrói quando eu leio.
🛩️. e com esse trauma forte a gente encerra o primeiro ato :)
🛩️. amo vcs ❤️
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