02. the night is a child in the hard deck bar.
02. a noite é uma criança
no bar hard deck !
O antigo bar que era localizado em Miramar havia juntado pilotos da Top Gun todos os dias, por anos, fazendo com que a música nunca parasse e o "happy hour" durasse para sempre. Agora que a Escola de Combate Aéreo havia se mudado de Miramar, o bar Hard Deck havia assumido este novo cargo em Fallon, Nevada, onde a nova localização da Top Gun se encontrava. Havia três anos que todos os dias, não importasse o horário, o bar de Penny Benjamin de enchesse de aviadores navais procurando um pouco de bebida e diversão.
Storm se encontrava sentada em frente ao bar, observando cautelosamente cada aviador que passava pelas portas do estabelecimento. Sua jaqueta de couro adornada com bandeiras e emblemas de jatos deitava-se perfeitamente sobre os seus ombros enquanto a Capitã batucava os dedos na bancada de madeira a sua frente no ritmo da música.
— Storm, não acredito — a brasileira se virou para encontrar a figura arrogante de Jake Seresin, Hangman, o namorado de sua irmã.
— Seresin — respondeu a mulher, observando a pequena "gangue" que se formava em volta do piloto.
Hangman havia sido o único piloto daquela leva da Top Gun a ter abatido um caça inimigo. Mesmo se o caça tivesse sido da época da Guerra da Coreia, mas mesmo assim, ele parecia adquirir admiradores onde quer que fosse.
— Storm? — ela escutou um dos homens atrás de Hangman questionarem — Storm, como em, Capitã Alice Alves, Storm?
A mulher abriu um sorriso de satisfação enquanto Seresin se virava para o homem.
— Sim, sim, sim a primeira mulher a ganhar o troféu da Top Gun — o garoto confirmou, gesticulando com os braços enquanto um sorriso malicioso brincava em seu rosto — E também o primeiro piloto brasileiro a ser um ás.
A Capitã leu na farda do garoto o nome Coyote, e do outro lado Harvard e Yale.
— E também a irmã da sua namorada.
Storm se virou ao mesmo tempo que Hangman ao escutar uma voz tão doce e familiar. A figura gentil de Elena Alves se encontrava a dois passos dos cinco, com seus cabelos louros esvoaçantes e a pele beijada pelo sol. Alice abriu um sorriso ao ver o rosto da irmã tantos meses após a última vez que haviam se reencontrado.
— Breeze — chamou a Capitã, envolvendo a irmã mais nova em um abraço apertado, enquanto a mesma retornava o carinho — O que você 'tá fazendo aqui?
Breeze deu um sorrisinho torto.
— Você me conhece, sempre chego com tudo — ela respondeu simplesmente, soltando a mulher e caminhando em direção ao seu namorado — Eu tinha a turnê do meu livro, e bem... pensei em surpreender vocês.
Storm rolou os olhos ao ver Hangman envolver seus braços em volta da cintura de sua irmã enquanto ela se apoiava em seu pescoço.
— Me considere surpreso — o homem respondeu, enquanto selava seus lábios nos de Breeze.
Storm girou a cadeira para ficar de costas ao casal, o dando certa privacidade. Ela não aprovava da relação dos dois, mas isso não queria dizer que não respeitaria. Certa parte da relação dos dois era sua culpa, já que sua irmã havia conhecido o piloto quando veio a visitar na sede original da Top Gun.
— Me fale, como vai a minha Capitã favorita? — chamou Breeze, fazendo Storm se virar para a irmã, que já havia se soltado de Seresin, que havia ido em direção a mesa de sinuca.
— Ainda capitã — a mulher respondeu rindo, fazendo sua irmã se sentar ao seu lado enquanto ria junto.
— Um dia você chega lá — a garota respondeu, reconfortando a irmã que não parecia muito animada, mesmo com a surpresa.
Storm sorriu para a irmã, tentando relaxar dos acontecimentos do dia com a presença de sua irmã a qual havia sentido tanta falta, mas não conseguiu.
— E como vai a minha escritora favorita? Ainda... hmm... escrevendo? — Storm perguntou, fazendo Breeze gargalhar alto, chamando a atenção de Penny que havia acabado de entrar dentro do bar.
— Bem, acabei de finalizar o meu livro, então vim para a turnê de publicação e, bem, o resto você já sabe — a garota sorriu para a irmã que lhe devolveu o sorriso — Oi! Com licença! Eu gostaria de um Mojito, por favor — Breeze pediu para Penny, que acabara de se virar para as irmãs Alves.
A dona do bar tombou a cabeça ao ver a mulher loira de cabelos cacheados, trazendo seu olhar de Storm para Breeze.
— Ah! — ela exclamou abrindo um sorriso para a garota — Você que é a famosa Breeze! — Benjamin estendeu sua mão para a Alves mais nova — Penny Benjamin.
Breeze olhou sua irmã com um sorriso brincalhão nos lábios.
— Minha irmã e sua boca grande — ela comentou antes de estender a mão de volta para a mulher — Elena Alves, mas você já deve saber isso — ela respondeu rindo — O que me dedurou?
Storm riu junto com as duas enquanto observava o diálogo entre a barista e sua irmã.
— Bom, existe certa semelhança entre vocês — a maior começou, explicando como deduziu quem Breeze era — E bem, só uma pessoa no mundo pediria um Mojito ao meio dia, de acordo com Storm aqui.
As três riram alto assim que Penny terminou de falar. Era verdade. Breeze era, provavelmente, a única pessoa no mundo inteiro que pediria cocktails ao meio dia, certa vez, as duas haviam ido a um bar e o barman deixou Breeze preparar suas próprias bebidas com ele.
— Você tem dois admiradores aqui, a palavra circula — comentou Penny, apontando primeiro para Storm e depois para Hangman que conversava com Phoenix, Payback e Fanboy na mesa de sinuca.
Breeze sorriu levemente enquanto Benjamin preparava a bebida para a menor, a entregando em um copo com um guarda chuva tropical que boiava no líquido.
— Mais uma? — perguntou Penny, apontando para o copo de cerveja vazio que estava bem na frente de Storm, mas a mesma balançou a cabeça em negação.
— Não, acho que já vou indo — respondeu a Capitã, tirando a carteira do bolso e deixando dez dólares no balcão — Grande dia amanhã.
Penny pegou os dez dólares e guardou em uma caixa eletrônica, e depois se voltou para as duas irmãs, apoiando as mãos na cintura.
— Eu ouvi falar sobre isso — comentou Penny, sorrindo para Storm — Líder da missão. Parece que você nunca vai ser você mesma se não estiver puxando 10G com sua calda pegando fogo, não é mesmo, Storm?
Breeze colocou o copo do Mojito vazio sobre a bancada e virou a cadeira para a sua irmã.
— Foi o que eu falei para ela — disse a garota com cabelos loiros ondulados — Storm não é Storm se não estiver levando o mundo abaixo onde quer que passe.
Storm abaixou a cabeça com as bochechas rosadas, mas não negou o quanto aquilo era verdade. Líder da missão. Ainda era uma piloto valiosa para a Marinha. Isso a fez lembrar das palavras de Cyclone sobre Maverick. "Mas garanta para ele que essa será o último serviço dele" quando tempo levaria para que ela também estivesse nesta mesma situação? Quanto mais ela seria considerada e quando deixaria de ser?
Ela respirou fundo e levantou do banco, fazendo Breeze tirar quinze dólares da carteira e colocar sobre o balcão, imitando os movimentos da irmã.
— Não, não, você pode ficar — a mulher disse para Breeze, que tentou rebater — Vá se divertir com o Seresin e os outros pilotos, não precisa ficar atada a sua 'big sis' — Storm deu um sorriso reconfortante para a garota que sorriu de volta.
Elena virou a cabeça e viu seu namorado jogando sinuca junto com os outros pilotos e suspirou.
— Talvez eu goste de ficar atada a você — ela respondeu simplesmente, sorrindo levemente para a irmã.
Storm balançou a cabeça e empurrou os ombros de Breeze para a frente, na direção da mesa de sinuca.
— E você também ama uma festa, dona Breeze — ela disse, abraçando a irmã por trás — Então vá se divertir e dançar até que seus solados gastem.
Breeze deu um abraço apertado na irmã e caminhou até seu namorado, puxando o taco de sinuca dele e acertando a bola branca na azul e verde, fazendo as duas entrarem enquanto todos festejavam. Hangman beijou a mesma e ela sorriu alegre.
Storm sorriu para a cena uma última vez antes de caminhar até a porta.
— Até amanhã, Penny — ela se despediu, fazendo a outra mandar um beijo invisível para a piloto que respondeu com um coração com as mãos.
— Acaba com eles — a dona do bar gritou assim que Storm abriu a porta, fazendo ela rir com os atos da Benjamin.
A Capitã caminhou pela areia da costa praiana por um tempo, procurando sua moto para seguir para casa. Ela observou o horizonte que já passava do laranja para um rosa escuro, significando que a noite já estava vindo, e com isso, o movimento no bar aumentaria.
A costa de Fallon era silenciosa, a única coisa que se escutava era a música abafada do bar de Penny, que era tão alta que mesmo após 30 metros de caminhada, ainda era possível escuta-la. Storm avistou o local onde tinha largado sua moto e seguiu até lá, puxando a chave do bolso, pronta para ir embora.
Até que ela percebeu que não havia uma Kawasaki 1984, mas duas. Na mesma cor e no mesmo modelo.
Ela respirou fundo, sentindo todo o esgotamento do dia se alastrar sobre o seu corpo, a missão, as perspectivas de voo, o time, Bates, Simpson, Maverick,...
Maverick.
— Alice? — uma voz familiar chamou seu nome, um nome que a muito ninguém pronunciava tendo em vista o seu apelido.
— Mav? — ela respondeu, se virando para enxergar a figura de Maverick, o homem que a salvou de todos os jeitos que alguém podia ser salvo, o homem que a fez quem ela é hoje, o homem que a muito, ela tinha tirado de seu coração.
Ele se aproximou e Storm viu em seu rosto o mesmo sorriso malicioso de vinte anos atrás, o mesmo ar de teimosia e insubordinação, os mesmos olhos que serviam para apenas uma coisa: enfurecer seus superiores.
— Meu Deus, não é possível que seja você — ele continuou, se aproximando cada vez mais, até que houvessem apenas três passos de distância entre os dois — O que você está fazendo aqui? — ele sorriu.
E então Storm se pegou sorrindo de volta.
— Parece que todos aqueles almirantes que você irritou valeram a pena — ela respondeu, tirando sua jaqueta para revelar um par de asas douradas em um broche em sua camisa branca.
O sorriso que Maverick lhe deu fez todas as suas preocupações irem embora.
— Você 'tá brincando, né? — ele respondeu suspirando enquanto sorria — Meu Deus, Alice, parabéns! Eu sabia que você conseguia.
Storm envolveu seu braços em volta do pescoço de Maverick impulsivamente, ela sentiu que poderia ficar ali para sempre, e nunca mais soltar. Um abraço que ela guardou todos esses anos, para ele, para o homem que foi a melhor coisa a lhe acontecer em toda a sua vida, o homem que nunca foi seu namorado, seu marido ou qualquer outra coisa, apenas seu amigo, apenas o ombro familiar que foi o suficiente para significar mais do que todos esses outro rótulos.
Maverick envolveu sua cintura e a abraçou com força de volta, sentindo finalmente o calor dentro de seu corpo que a muito tempo ele não sentia, um calor que apenas Alice podia causar nele.
— Obrigada — ela suspirou, e não sabia exatamente sobre o que estava agradecendo, mas quando se tratava de Maverick, ela era simplesmente grata.
— Obrigado você — ele respondeu, e também não soube dizer porquê estava agradecendo, mas apenas o fez, porque Alice significava algo a mais, e esse algo a mais era o suficiente para fazer seu coração bater mais forte.
Maverick se separou da mulher e observou seus traços, ainda com seus olhos curiosos e aventureiros, prontos para encarar qualquer coisa e é claro o seu sorriso de desafio, que ganharia qualquer coisa no mundo.
— Então, o que você faz aqui? — ele cerrou os olhos para tentar enxergar melhor na jaqueta da mulher — Capitã... Capitã? — o homem parecia legitimamente confuso.
Storm percebeu o motivo de confusão no segundo que olhou para a jaqueta dele. Maverick havia entrado na Marinha quinze anos antes dela, mas os dois compartilhavam a mesma patente.
— Parece que mesmo com quinze anos de vantagem você não conseguiu me ultrapassar, Mav — disse Storm, tombando a cabeça para o lado de tanto rir. Maverick riu alto e sorriu pela provocação.
— É sério isso? — ele respondeu, cruzando os braços na frente do corpo e fechando o rosto em um bico. Storm riu do ato infantil — Quinze anos a mais de serviço e eu continuo empatado com você? O que foi que você fez pra subir tão rápido?
Storm riu novamente e se desvinculou do homem.
— Talvez não tenha sido eu a melhor, mas você tenha simplesmente sido ruim mesmo — ela fingiu um semblante sério, mas no momento que ouviu a risada do homem, perdeu a compostura e riu junto com ele. — Mas nós dois sabemos que isso não é verdade, porque eu sou incrível.
Maverick sorriu para a garota e tombou a cabeça enquanto ria.
— Não sei se concordo com isso... — ele começou, mas foi cortado, pois a mulher colocou o indicador em sua boca em sinal de silêncio.
Ela então tombou o corpo e fez uma reverência exagerada, fazendo Maverick rir alto mais uma vez.
— Você, senhor Maverick, está na presença da Capitã Alice "Storm" Alves, mais respeito por favor — ela disse, rindo alto, mas desta vez não recebeu risadas de volta do homem, que parecia realmente surpreso.
— Você é... Storm?
🛩️. oiiii pessoas!! como vcs estão?
🛩️. pfvr comentem e votem bastante ❤️❤️
🛩️. amo vcs!!!
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