Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Oito

“Eu não gosto dos seus joguinhos. Não gosto desse seu palco inclinado. O papel que você me fez interpretar de tola, não, eu não gosto de você. Eu não gosto do seu crime perfeito, do jeito que você ri quando mente. Mas eu fiquei mais inteligente, fiquei mais forte, na hora certa. Querido, eu me levantei dos mortos, faço isto o tempo todo. Tenho uma lista de nomes e o seu está em vermelho, sublinhado. Eu o marco uma vez, e aí marco duas, oh! Serei a atriz estrelando nos seus pesadelos.”
Taylor Swift | Look What You Made Me Do

24 de julho de 2000,
segunda-feira.

    Minha vida é um oceano e meus problemas são as ondas. Impiedosas, violentas e surgem de todos os lados. Estou no mar aberto, afundando em minhas próprias lágrimas. Não há bote salva-vidas capaz de me salvar desse afogamento, pois sou eu quem deve nadar até a superfície e não estou fazendo o mínimo de esforço possível para respirar outra vez. Não estou desistindo. Apenas quero me desligar por um ou dois dias, talvez alguns meses.

As ondas arrebentam sobre mim. O dia da formatura. A morte de vovó. A relação fria com mamãe. A conversa tensa com Sarah. O olhar dele. Os medos. As inseguranças. Esses pensamentos me fazem escorregar até o fundo da piscina, pois ainda não atingi os azulejos azuis. Embora a pressão seja desconfortável, consigo sentir paz ao tocar o chão. Abro as pálpebras, mas aqui embaixo é uma penumbra e incomoda meus olhos. Meus problemas, ainda sim, martelam minha cabeça. Nada será como antes. Não estou desistindo. Apenas quero silenciar minhas emoções por um tempo.

Estou trancando a respiração por vinte ou trinta segundos, não sei. Meus pulmões queimam, mas não pela falta de oxigênio, e sim, pela necessidade de gritar sem ser ouvida. Meu coração pulsa dolorosamente no passo em que flashs dos piores momentos da minha vida são reprisados em minha cabeça. Puxo meus fios com força para cima, finalmente me permitindo gritar. Eu grito, vendo as bolhas de água subirem até a superfície. O ar me falta. Eu fecho a boca. Meu corpo se torna leve. Não estou desistindo. Apenas quero gritar mais um pouco até não sentir mais nada.

A água se movimenta de forma violenta ao meu redor. Pisco repetidas vezes e sinto algo se prender em minha cintura, me puxando para a superfície. Abro a boca para gritar, mas a água invade minha garganta e minhas narinas. Começo a tossir, tentando puxar o ar, mas ele se recusa a entrar em meus pulmões novamente. Minha visão se torna turva, mas sinto a sucção em meus lábios e, logo em seguida, cuspo a água da piscina para fora do meu corpo. Aspiro com força, tombando minha cabeça na grama outra vez. Mantenho os olhos fechados por dez segundos, acalmando as batidas frenéticas do meu coração. Ao abri-los, vejo Scott Summer com os olhos arregalados sobre mim.

— Que porra você tava fazendo, inferno? — Grita, se levantando em um ímpeto. Está sem camiseta, os fios loiros de seu cabelo grudados em sua testa. Ele coloca as duas mãos na cabeça, seu peito subindo e descendo ainda mais agitado que o meu. — Você… — se aproxima, apontando o indicador trêmulo em minha direção. — Você ia se matar?

— O quê?! — Me levanto também, mas diferente dele, minhas pernas vacilam um pouco. — Eu não ia! Eu estava mergulhando! — Grito no mesmo tom, me aproximando de seu corpo. Ele cresceu ainda mais nos últimos dois anos. — Você encostou sua boca em mim? Ficou maluco?!

— Você queria que eu te deixasse morrer afogada, porra? — Scott encurta a distância entre nós, seus olhos fervilham de raiva.

— Faria alguma diferença para você? — Indago, ainda ofegante.

— Uau — ri, como se eu tivesse contado a melhor piada do século. — Mesmo depois de dois anos, você continua egoísta.

Meu ódio borbulha e sou tomada pelo calor do momento, impulsionando minha mão contra o seu rosto. O tapa ecoa pelo quintal e a força imposta nele é tanta, que um filete de sangue escorre de seu lábio superior. Não fraquejo, embora esteja assustada com meu gesto violento.

— Você mentiu para mim — afundo minha unha em seu peito, logo acima da tatuagem aparentemente nova de uma borboleta. — Você não é ninguém para entrar na minha casa, encostar sua boca na minha e pagar uma de herói como se não fosse um maldito filho da puta!

Empurro-o para trás, passando por seu corpo petrificado. Calço os chinelos que retirei para entrar na piscina, abraçando meu corpo coberto apenas por uma regata preta e um shorts de pijama. Fico encarando suas costas musculosas e noto várias tatuagens novas. Ele parece pensativo, como se não conseguisse raciocinar os últimos cinco minutos. Para falar a verdade, nem eu mesma sei o que acabou de acontecer. Foi rápido e sem aviso prévio. Não imaginava vê-lo. Ainda mais essa hora. Na minha casa. O que diabos ele está fazendo aqui, afinal?

— Você tem razão — parece finalmente acordar de seu transe particular, virando-se para mim com os olhos azuis gélidos. — Eu sou um maldito filho da puta e foda-se os avisos que Francis White me deu agora há pouco — seus passos são pesados em minha direção. — Eu salvei a sua vida. Agora você me deve — inflo as narinas e tranco minha respiração quando a única coisa que separa nossos corpos é um mísero passo. Sinto seu hálito de menta chocar-se contra a ponta do meu nariz. — Vou fazer da sua vida aqui um inferno. Esse é o preço que vai pagar por ter me feito encostar em você outra vez.

Scott passa por mim, recolhendo sua camiseta preta do chão e a vestindo junto com a jaqueta de couro. Calça os coturnos gastos com pressa, pegando dois sacos pretos sobre a grama. Me remexo, desconfortável. Não vou ficar quieta.

— Você está mexendo com a pessoa errada, Summer — ele para, mas não se vira. — Não sou mais a garota que você conheceu na calçada daquela escola.

Scott gira sobre os calcanhares, suas íris azuis me queimam com fervor.

— Então quem é você agora, anjo? — Um sorriso zombeteiro se forma em seus lábios ao pronunciar meu apelido. Agora, é como se dissesse anjo para todas as garotas que sorriem para ele, não só para mim.

Dou um passo em sua direção.

— Se você vai fazer da minha vida um inferno, eu sou a pessoa que vai transformar a sua em um pesadelo.

Dalton Williams irrompe pela porta do meu quarto, fechando-a atrás de si e cruzando os braços em frente ao peito. Não o encaro de imediato, pois estou caminhando de um lado para o outro, infiltrando meus dedos em meus fios alaranjados completamente molhados. Meu coração golpeia sem piedade a caixa torácica que o abriga e, neste momento, a sensação que tenho é de que vou sofrer uma parada cardíaca.

— Onde você se meteu? — É sua primeira pergunta. — Que gritaria lá embaixo era essa? — A segunda. — Aquele cara era aquele cara? — Terceira. — Você está molhada? Por quê?! — Perco as contas depois dessa.

— Eu cavei a minha própria cova, Dalton! — Sento-me sobre minha cama, sem me importar em estar molhando as cobertas com minhas roupas encharcadas.

— Como assim? Quer se acalmar e me explicar isso direito? — Ele põe as mãos em meus ombros, se agachando diante de mim. Quero gritar, chorar e rir dessa situação.

— Aquele cara é o Scott — conto a Dalton, que arregala ainda mais os olhos e entreabre os lábios. — Eu estava imersa na água, mergulhando. Do nada ele apareceu e supostamente me "salvou" — faço aspas com os dedos.

— Espera aí — estreita as pálpebras para mim. — Se você estivesse apenas mergulhando, não teria motivos para ele te puxar da piscina — em um rompante, se levanta. — Você não estava… né?

— Não! — Bato com a palma das mãos em minhas coxas desnudas. — Eu só queria gritar um pouco, tentar colocar para fora a angústia que estou sentindo. Era só isso! Todo mundo precisa extravasar suas frustrações às vezes, sabia? — Caminho até minha cômoda, retirando duas toalhas secas da gaveta. — Algumas pessoas vão para campos vazios, outras sufocam com o travesseiro e outras mergulham na piscina e gritam.

— Certo — solta um suspiro. — Eu sou a pessoa que sufoca com o travesseiro.

— Eu sei — meus lábios se projetam levemente para o lado. — Queria entender o que ele veio fazer aqui. Meus pais o odeiam. Não há motivos para Scott frequentar essa casa.

— Eu estava na cozinha quando Bella atendeu a porta. Vi Scott passar pelo corredor, mas acho que não me notou ali — dá de ombros. — A única explicação lógica é ele ter ido falar com o Francis.

— Isso me deixa puta! Mamãe nunca para num cômodo por mais de dois minutos comigo. Minha conversa com Sarah ontem só me fez perceber que nada será como antes e, se até ela que era uma amiga doce e gentil está fria e distante, não sei nem o que esperar dos outros! Papai está sempre ocupado, liguei hoje para ele e perguntei se podíamos tomar um café essa semana e adivinha a resposta dele? — É uma pergunta retórica, então continuo: — Não posso. Me desculpe, mas as coisas estão agitadas essa semana. Que tal na próxima? — Tombo a cabeça para trás, fechando os olhos momentaneamente. — E Francis espera que eu mesma vá atrás das respostas que procuro. Mas como? Meus amigos me odeiam. Meus pais me evitam e o cara que eu mais amei acabou de dizer que vai transformar a minha vida em um inferno! Que merda grandiosa eles estão escondendo de mim?

Me viro para a janela, sentindo o vento suave lamber meu rosto. A noite está bonita e o céu estrelado. Poderia estar em Paris essa hora, conversando com a América Forbes e longe de toda essa maldita confusão.

— Eu acho que você precisa relaxar um pouco — a voz grave que chega aos meus ouvidos não é de Dalton, e sim, de Clay. Sorrio ao vê-lo entrar em meu quarto e ambos se cumprimentam. — Você chegou aqui tem menos de três dias, Ana. Vai com calma.

— Fala isso pois não é com você — rolo os olhos, mas me aproximo dele para lhe dar um abraço apertado. — Por que está tão arrumado? — Indago, analisando o smoking preto que traja.

— Por causa da festa? — Arqueia as sobrancelhas, erguendo uma sacola marrom na ponta dos dedos. Diante do meu desentendimento, pergunta: — Na empresa dos seus pais?

— Ah — finalmente me recordo. — Francis falou sobre algo mais cedo, mas não vou.

— Por quê?

— Prefiro ficar e ler Harry Potter. Já combinamos isso. Não é, Dalton? — Encaro meu melhor amigo, mas seus olhos estão cravados em meu meio-irmão.

— Na verdade, agora eu quero ir — meus lábios se abrem em um perfeito 'O'. Não acredito! — Parece interessante. Eu nunca fui em uma festa chique e importante assim — ele pega a sacola de Clay, vasculhando o conteúdo dela. — E me parece uma ótima oportunidade para você descobrir mais algumas coisas sobre o que aconteceu aqui enquanto você esteve fora.

— A festa é daqui uma hora — Clay alerta.

— É muito pouco tempo para mim. Estou um trapo! — Aponto para a minha situação atual e os dois se entreolham, abrindo um sorriso que praticamente diz: nós não vamos a lugar algum até te transformar na garota mais gostosa dessa festa. Deixo meus ombros caírem para baixo. — Eu já disse que odeio vocês?

Quando cruzo as portas de vidro da One Enterprise Fashion, percebo que a empresa mudou muito nos últimos dois anos. As paredes enormes do salão espaçoso são de um tom bege, com alguns detalhes marrons e dourados na decoração. Quadros caros e enigmáticos enfeitam cada cantinho do lugar, assim como vasos detalhados postos sobre mesinhas de canto. Uma das paredes é reservada para fotos de modelos desfilando em passarelas com as coleções de roupas dos meus pais. Em um cantinho, observo o mapa dos Estados Unidos e alguns alfinetes dourados marcando os seguintes estados: Califórnia, Texas, Indiana e Atlanta. Fico extremamente feliz em ver os esforços de Marina e Robert sendo reconhecidos.

Clay Malik comprou um vestido para mim e um smoking para Dalton. Contudo, meu meio-irmão não acertou o meu tamanho; o vestido totalmente preto e liso vai até os meus pés, com um rasgo na perna direita. O decote é cavado e espreme meus seios por conta do tamanho, mas não ligo muito. Os dois fizeram mágica nos sessenta minutos que tínhamos até a festa começar. Meus cabelos estão ondulados até a metade das minhas costas, com duas pequenas mechas frontais se unindo atrás da minha cabeça com uma presilha prateada brilhosa. Não sabia que Clay era bom com maquiagem até ver o esfumado preto em meus olhos. Certamente, irei recorrer aos dois quando precisar ir a alguma festa.

Cruzo o salão lotado com os meninos em meu encalço até chegarmos na mesa das bebidas. Sirvo uma taça de champanhe, sorrindo satisfeita ao sentir o álcool deslizar em minha garganta.

— Uau! — Dalton exclama, passando os olhos por todo o salão. — Esse lugar parece um castelo!

Solto uma risada, espetando um morango com o palito e o mergulhando no chocolate derretido.

— A Ana pode te mostrar melhor a empresa, não é? — Clay induz, apontando para mim. Inclino a cabeça levemente para o lado, não querendo interromper a tensão sexual que rola entre os dois.

— Na verdade, vou ficar aqui e esperar a mamãe. Acho que você pode me fazer esse favorzinho, não é?

No caminho para cá, Clay contou para nós que seu relacionamento com Derek chegou ao fim um ano e meio atrás. Eles não romperam por brigas e nem nada parecido, apenas tinham sonhos e metas diferentes para o futuro. Em uma noite, simplesmente constataram que a sintonia deles já não era mais a mesma e então, terminaram. Derek está feliz em Nova York, traçando seus planos e Clay, pelo visto, está feliz aqui em Bellis lançando olhares sugestivos para o meu melhor amigo.

Com um sorriso radiante no rosto, meu meio-irmão concorda com a cabeça e leva Dalton para conhecer melhor a empresa. Ou a boca dele. Nunca se sabe.

Me balanço de um lado para o outro, entupindo-me de fondue e champanhe enquanto não vejo minha mãe em lugar nenhum. Um cara ruivo para ao meu lado nesse tempo, exalando um cheiro marcante de perfume masculino e roupa nova. De início, ele continua concentrado em servir uma dose de champanhe em sua taça e não percebe que estou encarando-lhe como se o conhecesse de algum lugar. Após uns dez segundos, finalmente seus olhos esverdeados se direcionam até mim. O cara para com a taça a poucos centímetros dos lábios, unindo as sobrancelhas ruivas grossas. Estamos nos encarando como dois idiotas, mas não dou a mínima. Preciso lembrar quem ele é.

— Algum problema? — Indaga, interessado.

— Não me leve a mal, só acho que conheço você de algum lugar — desço minhas íris para sua camisa com estampa de pele de cobra, continuando o trajeto até sua bermuda jeans clara e, por fim, até seu tênis branco. Playboy. Definitivamente, acho que não o conheço. — Desculpe, devo ter me enganado.

— Não — balança o indicador, negando. Uma fileira de dentes brancos e alinhados surge vagarosamente em sua boca. — Vou te ajudar com isso, pois eu me lembro de você.

Mergulho outro morango no chocolate meio-amargo, esperando que prossiga.

— Último ano do ensino médio. Festa. Segundo andar. Um beijo para causar ciúmes em alguém… — tento não demonstrar minha reação surpresa, mas falho miseravelmente. — E aí, lembrou ou preciso te beijar para refrescar a sua memória?

— Se for um beijo ruim como aquele, não — lembro-me de sua total falta de experiência ao enfiar a língua na minha boca e solto uma risadinha, sendo acompanhada por ele.

— Você me ensinou direitinho, prometo que agora eu sou bom nisso — lança uma piscadela e sinto meu rosto ruborizar. — É modelo também?

— Ah, não. Sou filha dos donos — vejo-o arregalar os olhos, endireitando a postura despojada. Quase rio de seu gesto, mas não o faço. — Sou Anastásia Walker.

Estendo minha mão em sua direção, cumprimentando-o. Ele a segura delicadamente, depositando um beijo suave nela.

— Sou Nathaniel Stuart, mas os íntimos me chamam de Nathan ou Nate. Pode me chamar assim.

— Nós não somos íntimos, Nate.

Ainda não.

Por algum motivo, gosto de como soa convicto ao pronunciar essas duas palavras. Gosto de como não se sentiu envergonhado ao relembrar de como nos conhecemos e, mais ainda, por se lembrar de mim com tanta precisão mesmo depois de dois anos.

— Sabe, estou curioso — bebe seu champanhe em um único gole, depositando a taça vazia na mesa de vidro. — Você queria fazer ciúmes em quem?

— Não era ciúmes — rolo os olhos. — Só queria dispensar alguém.

— E conseguiu?

— Mais ou menos — Nathaniel arqueia uma das sobrancelhas, então explico sem demonstrar a real importância que sinto ao me lembrar da cena: — A gente acabou se beijando depois, longa história — ele projeta o lábio inferior para baixo, anuindo. — E você? Por que estava sozinho e de fones em uma festa?

— Na época eu detestava festas. Preferia ficar em casa assistindo uma maratona de filmes de ação — admite, dando de ombros. — Meus amigos me convidaram e por muita insistência da parte deles decidi ir.

— Então quer dizer que agora você gosta de festas?

— O tempo passa, algumas coisas mudam — ele pega um palito também, espetando um morango e apontando para o recipiente com queijo derretido. — Já comeu morango com queijo? — Nego com a cabeça, fazendo uma careta de nojo. — Bem, então agora você vai provar — me estende o morango coberto pelo queijo derretido e arrisco uma mordida. Diferente do que eu pensava, a mistura é realmente deliciosa. — Pela sua cara, aposto que gostou.

— É realmente muito bom — passo a língua pelos lábios, querendo mais. — Sempre achei que ficava um gosto estranho na boca.

— Meu pai é dono de um restaurante onde a especialidade é fondue — revela, me servindo outro morango com queijo. — Se você gostou desse, precisa ver a junção de filé mignon com vinho tinto.

— Parece interessante.

— Posso te levar para jantar lá um dia desses, quando a agenda dos desfiles der uma trégua — sorri de um jeito adorável.

— Eu vou adorar jantar com você — retribuo, vendo de esguelha minha mãe se aproximar com a postura ereta e o nariz empinado. Semicerro os olhos, querendo fazer todas as perguntas possíveis para ela nesse exato momento.

— Nathaniel! O desfile já vai começar, você precisa subir — o cara em minha frente concorda, retirando um pequeno cartão branco de dentro da bermuda e o entregando para mim.

— Me ligue quando puder — em um gesto cavalheiro, toma minha mão entre seus dedos e deposita um selinho em cada um deles. — Foi um prazer revê-la, Anastásia Walker.

Observo-o correr entre os convidados e subir as escadarias de mármore tão depressa quanto. Deixo um sorriso escapar, mas ele logo se desfaz. Minha mãe está se afastando, como sempre faz quando estamos sozinhas no mesmo ambiente.

— Acho que precisamos conversar, mãe — me coloco em sua frente, barrando a passagem. — Scott Summer estava lá na mansão hoje. Por quê?

— Aqui não, Anastásia — seguro seu pulso com firmeza, fazendo-a permanecer no mesmo lugar.

Aqui não? — Quero rir dessa merda toda. É simplesmente inacreditável. — Se não aqui, onde? Pois até mesmo lá na sua casa você me evita!

— Conversamos outra hora, mas agora estou ocupada — em um solavanco, se livra do meu aperto como se minha mão estivesse contaminada com algum vírus mortal.

Sem falar mais nada, vira as costas e some no aglomerado de ricaços que, assim como ela, priorizam o trabalho ao invés da própria família. As luzes se apagam e somente a escadaria de mármore branco fica iluminada. Uma música típica de desfile começa a tocar, mas não faço questão de permanecer para assistir. Antes de sair, pego uma garrafa lacrada de champanhe e atravesso as portas duplas de vidro, deixando o salão e seus segredos para trás.

Do outro lado da rua, em frente ao Snowdalle Park, observo a One Enterprise Fashion refletindo o céu estrelado e as luzes da cidade. A rua não está muito movimentada, mas consigo escutar o murmurinho dentro do parque. As árvores atrás de mim sacodem suavemente com a brisa fresca da noite. Estou sentada em um banco de madeira, virando a garrafa rosé de champanhe em meus lábios. Dois seguranças estão parados como postes monitorando a entrada dos convidados na empresa. Só por esse motivo me sinto confortável em estar sozinha às nove e quinze da noite de uma segunda-feira, rezando silenciosamente para que uma nave espacial paire sobre mim e me leve para o espaço. Solto um suspiro, abraçando a garrafa praticamente vazia.

— Ana? — Sobressalto com a voz feminina, levando minhas orbes até a dona dela; Helena Watson. — O que está fazendo aqui?

Um sorriso mínimo surge em seus lábios pintados de nude. Diferente de mim, ela veste uma saia de couro sintético marrom com cropped combinando e coturnos bege. Seus cabelos pretos batem em sua bunda, totalmente escorridos e brilhosos.

— Oi — me levanto de supetão, sem saber direito como agir. Ela não parece estar com raiva de me ver, mas também não parece totalmente feliz. — Nunca gostei dessas festas chiques — aponto para a OEF, fazendo uma careta. — Muito superficial.

— Por isso resolvi chegar atrasada — sorri, sentando-se no banco. Ofereço minha garrafa a ela, me acomodando ao seu lado. Helena bebe um gole de champanhe, torcendo o nariz. — Tá quente.

— Devo ter perdido a noção do tempo — dou de ombros, desviando minha atenção para os saltos pretos que estou calçando.

— Tá difícil segurar a barra? — Indaga. Não parece querer zombar ou dizer bem feito. Apenas está curiosa. — Soube que você foi ao Red Snakes procurar a Sarah.

— Ela me odeia — solto uma risada amarga, mesmo não querendo soltá-la. — Na verdade, tirando meu meio-irmão, meu padrasto e meu amigo Dalton, acho que todo mundo tá com uma pequena raivinha de mim — faço uma pinça com o indicador e o polegar.

— Ela não odeia você, vai por mim — se aproxima do meu ouvido, como se nenhuma outra pessoa no mundo pudesse ouvir o que tem para me dizer. — Sarah ainda guarda a pulseira que vocês dividiam na primeira gaveta da cômoda dela. Nunca diga que te contei.

— Bem… e o que tem?

— Como assim? — Arregala os olhos, parece indignada. — Geralmente, utilizamos a primeira gaveta para guardar coisas importantes. Pertences que precisamos usar ou ver diariamente. Nunca vi Sarah usá-la desde que você foi embora, mas já a vi olhando para a pulseira por longos minutos — sua confissão faz meu peito doer. — Ela sente a sua falta, mas está magoada… — faz uma pausa, soltando o ar dos pulmões calmamente. — Assim como eu.

— É, mas você está aqui, falando comigo como se eu nunca tivesse deixado vocês para trás — bebo o último gole de champanhe, voltando a abraçar a garrafa. — Como se eu nunca… nunca tivesse deixado vocês sem notícias minhas por dois anos.

— Escuta, Ana. Eu entendo o seu lado, entendo de verdade — tira a garrafa de mim, colocando-a no chão e segurando minhas mãos com firmeza. — E embora eu esteja magoada, não me sinto no direito de tratar você mal ou odiá-la. Você é humana — as últimas três palavras são ditas com a maior sinceridade do mundo e o aperto de seus dedos se intensifica. — Lembra do nosso último dia de aula? Eu disse para você que cometemos muitos erros e está tudo bem, desde que você aprenda com eles.

Meus olhos ardem. Tento não me sentir muito tocada com as suas palavras para não desmoronar em sua frente e borrar toda a minha maquiagem – o que é praticamente impossível.

— Obrigada por compreender — sorrio, agradecida. — Posso pedir só uma coisa?

— Claro!

— Pode me dar um abraço? — Helena se levanta, me puxando consigo. Ficamos nos encarando seriamente, até que ela solta uma risada gostosa e se aproxima de mim.

Nos movemos de um lado para o outro em meio à calçada, meu queixo pairando sobre o seu ombro e seus braços finos me apertando com força. Fecho os olhos para não chorar, pois só eu sei o quanto quis sentir o conforto de seu abraço e de suas palavras outra vez. Após alguns segundos, sussurra:

— Seja bem-vinda de volta — me afasto, sem conseguir tirar o sorriso genuíno dos lábios. Após isso, seu celular começa a tocar. Ela retira o aparelho de sua cintura, atendendo-o. — Alô?... Sim, já estou aqui… Tudo bem, chego em um minuto — e desliga. — Eu aposto que a resposta vai ser não, mas… Você topa jogar Eu Nunca com algumas pessoas?

— Na One Enterprise Fashion? — Aponto, incrédula. — Que pessoas?

— Eu, Sarah, Maick, Briana, Anne, Christopher, Emma, Scott… e você, caso queira — uno as sobrancelhas, mais confusa do que jamais estive. Scott e Emma na empresa dos meus pais? Na empresa que eles tentaram roubar? — Okay, pelo visto a resposta é…

— Sim — a interrompo, reunindo toda a coragem existente dentro de mim para lhe responder. — Sim, eu quero jogar.

Helena Watson parece chocada com a minha resposta, mas genuinamente feliz em recebê-la. Talvez nesse jogo eu consiga descobrir algumas coisas sobre os últimos dois anos, dentre elas, o motivo para Marina e Robert permitirem a entrada de dois criminosos na empresa.

Trabalhei por cerca de dois anos na One Enterprise Fashion e não sabia que a empresa possuía um porão. Helena me guia por um corredor extenso, muito parecido com os cenários horripilantes de filmes de terror – escuro, gélido e silencioso. Contudo, a única coisa que encontramos é uma passagem secreta no fim dele — e não uma assombração maligna prestes a nos assassinar na penumbra da noite. Helena abre a porta camuflada pelo papel de parede florido rapidamente, me empurrando pelas escadas de madeira e fechando a passagem atrás de nós. Deixo-a ir na frente, já escutando as vozes alteradas sobressaírem a música pop. Conforme desço os degraus, sinto meu coração pulsar com vivacidade dentro do peito. Não sei qual vai ser a reação deles, muito menos a minha.

— Cheguei! E trouxe companhia — Helena pisa no último degrau com força, sorrindo animadamente e apontando para mim. Paro ao seu lado, passando meus olhos pelo cômodo mediano atulhado com caixas velhas e alguns pisca-piscas coloridos adornando as paredes do porão. Por fim, pairo meu olhar na pequena rodinha formada no chão.

— Anastásia? — A voz surpresa de Christopher Almonte faz um sorriso singelo surgir em meus lábios. Ele se levanta, trajando um smoking preto como o dos convidados no andar de cima. Noto a barba por fazer, deixando-o com cara de mais velho. — Puta merda, quanto tempo! — Se aproxima subitamente e agradeço aos céus por não me massacrar na frente de todos; se bem que estávamos brigados quando decidi me mudar. Christopher me abraça e sinto-o diferente de alguma forma; parece mais leve, mas também mais magro e abatido.

Me afasto, tocando sua bochecha com a ponta dos meus dedos.

— Senti sua falta — ele sussurra e sou tomada pelas lembranças de quando ainda éramos crianças. De quando ainda éramos melhores amigos e compartilhávamos tudo um para o outro.

— Também senti a sua — deposito um beijo em sua testa, desejando do fundo do meu coração que possamos falar sobre tudo que aconteceu em nossas vidas nos últimos dois anos.

Desvio minha atenção para o restante da rodinha, reconhecendo os cabelos ondulados de Sarah. Ela não está olhando para mim, está virada de costas, sussurrando algo no ouvido de Scott; analisando suas roupas, noto a bermuda jeans clara e a camisa com estampa de zebra sob a habitual jaqueta de couro, chegando a conclusão de que é da nova coleção de verão dos meus pais. Então esse era o motivo para ele estar lá na mansão? Resolveu largar a vida de criminoso para virar modelo? Grudo a língua no céu da boca para não dizer nada, passando meus olhos por Maick. Ele segura uma garrafa de vodka em mãos, e me encara como se soubesse todos os meus pecados – e a garota de cabelos cacheados ao seu lado não está nada diferente dele. Concluo ser a tal de Briana. Observo Anne ao lado de Emma, que está trocando as estações no pequeno rádio sobre o seu colo. Parece leve, assim como Christopher. Consigo captar entre as entrelinhas que eles provavelmente terminaram o namoro.

— Bem, você conhece todo mundo, mas a Bri ainda não — Helena põe o braço sobre os meus ombros, apontando para a garota de pele negra que traja um vestido rosa curto e colado. — Briana St. Taylor, Anastásia Walker. Anastásia Walker, Brianna St. Taylor — levanto a mão, cumprimentando-a e sendo correspondida com um sorriso mínimo. — A mãe dela é a nova prefeita da cidade.

— Uau — arregalo os olhos, contente por saber que após muitos anos, uma mulher negra assumiu o cargo de prefeita de Snowdalle. — Dê os parabéns a sua mãe.

— Vou passar o recado para ela — pisca em minha direção, voltando a dar atenção para os outros na roda.

— Quem chamou ela aqui? — Scott questiona, fitando-me com os olhos azuis embebidos de desprezo.

Vou fazer da sua vida aqui um inferno. Lembro-me de suas palavras mais cedo e concentro-me em lhe lançar o meu melhor sorriso. Afinal, eu vou transformar a sua em um pesadelo e um dos motivos para eu estar aqui embaixo é justamente esse: dar início ao seu caos. Não posso recuar, muito menos baixar a cabeça para suas tentativas de me deixar mal, pois é justamente isso que ele quer.

— Eu acredito que o jogo fica mais interessante com bastante pessoas nele — retiro meus saltos pretos, me sentando no chão entre Christopher e Helena. Sustento o olhar de Scott, arqueando uma das minhas sobrancelhas. — Então, por que está reclamando?

— Beleza, todos sabem como funciona o jogo, não é? — Maick intervém, balançando a garrafa transparente de vodka entre os dedos. — Cada um fala algo que nunca fez e, se alguém presente na rodinha já tiver feito essa coisa, vai ter que beber diretamente da garrafa.

— A gente sabe como funciona, Price — Anne revira os olhos. — Anda logo com isso.

— Certo, então eu começo — sorri animadamente ao abrir a garrafa. O cheiro do álcool se espalha rapidamente pelo porão. — Eu nunca transei com uma modelo na sala dos tecidos.

— Golpe baixo, Maick — Scott se estica, tomando a garrafa das mãos do amigo. — Obrigado por falar isso na frente da filha dos donos — pisca, bebendo um longo gole de vodka. Inspiro profundamente para não mandá-lo ir à merda.

— Eu nunca… — Scott retorce os lábios, pensativo. — Tirei a roupa enquanto dançava para alguém.

— Merda, passa pra cá — Anne estende a mão para pegar a garrafa e noto quando Christopher baixa a cabeça e encara os próprios pés. Ela entorna o líquido na língua, apertando os olhos. — Eu nunca tive um amigo com benefícios.

Scott, Emma e Brianna bebem.

— Eu nunca estive em um relacionamento tóxico — estendo minha mão até Brianna, feliz por beber, mas triste por lembrar do meu namoro com Logan Lee. Passo a garrafa para Anne e ela passa para Christopher, que bebe um generoso gole.

— Eu nunca fingi prazer.

Todas as garotas estendem a mão para a garrafa.

Eu bebo.

Sarah bebe.

Helena bebe.

Anne bebe.

Brianna bebe.

Emma bebe.

— Porra, sério? — Maick parece em choque. — Por quê?

— Bem — Emma encara a garrafa, voltando os olhos para Maick em seguida. — A maioria dos homens só se preocupam com o pau deles. Com o prazer deles e com o bem-estar deles. Não estou generalizando, mas boa parte dos caras não se importam se a parceira gozou ou não — dá de ombros, balançando a vodka. — Eu nunca fiquei com alguém do mesmo sexo.

— Até que enfim! — Helena comemora, sorrindo ao despejar o conteúdo da garrafa em sua boca. Sarah faz o mesmo, limpando os resquícios com o dorso da mão.

— Eu nunca vi algum vizinho pelado ou com fantasia erótica.

— Foi traumatizante ver a senhora Mary vestida de Mamãe Noel no Natal do ano passado — Helena arranca a garrafa de Sarah, bebendo outra vez. Todos riem. — Eu nunca fiquei perdidamente apaixonada por alguém dessa roda.

Sarah bebe.

Christopher bebe.

Anne bebe.

Emma bebe.

Eu bebo.

Scott bebe.

— Eu nunca fugi para o outro lado do mapa, deixei meus amigos na mão e reapareci dois anos depois como se nada tivesse acontecido.

Sujo.

Scott Summer estava jogando muito sujo.

— O que mais? — Desafio, injetando meus olhos nele.

— Ana… — Helena põe a mão sobre a minha, tentando me tranquilizar, mas o sorriso de Scott me deixa ainda mais irritada.

— Não, tudo bem — sorrio. — Você deve ter esperado muito tempo por um momento como esse para falar tudo que está entalado na sua garganta. Então fala.

— Na verdade, eu gostaria que você ainda estivesse em Paris, nadando nas mentiras que acredita cegamente até hoje e sendo a péssima amiga que você sempre foi.

Me levanto em um ímpeto. Como ele pode falar essas coisas sem olhar para si próprio?

— Eu fui uma péssima amiga? — Aponto para o meu próprio peito, sentindo o sangue circular mais rapidamente em minhas veias. — Eu insisti em você, me aproximei e me abri de todas as formas para você! Te contei assuntos delicados, permiti que você entrasse na minha vida, na minha casa e conhecesse minha família. E o que eu ganhei em troca? Mentiras e mais mentiras! Fala sério, eu nem sei se devo te chamar de Scott ou de Tyler! — Sinto as lágrimas deslizarem em minhas bochechas e me amaldiçoo por estar sendo tão vulnerável na frente dele. Scott cerra o maxilar, se levantando também. — Você sempre foi um péssimo amigo!

— Você deixou seu pai me bater como se eu fosse um animal! Você olhou pra mim com tanto desprezo, como se nunca tivesse me conhecido!

— Talvez seja porque eu nunca te conheci de verdade — engulo em seco, umedecendo os lábios. — E eu não ligo para o quanto você sofreu ou quanto tempo passou na cadeia remoendo seus pecados. Suas escolhas te levaram até lá, não eu. Você não pode me colocar no papel de vilã dessa história, pois tudo isso aconteceu por sua causa!

— Puta merda, garota — brada, o ódio lampeja suas íris azuis e sinto o ar denso que ronda o porão devido a intensidade de nossas palavras. — Você tem de mim o que merece. Eu odeio você e dessa vez é pra valer.

— Não foi o que me pareceu mais cedo, quando você pulou na piscina para me salvarnão recue, Anastásia. — Você ainda se importa. Eu conheço você com a palma da minha mão. Já fomos melhores amigos, esqueceu? Você era exatamente assim; indiferente e frio. Fui eu quem destruiu todas as suas barreiras e fiz você se apaixonar outra vez. Por trás dessa fachada ainda é o mesmo garoto que escreve canções de amor pensando em mim — relembro-o da noite no Red Snakes, quando o ouvi cantar Honey. “E mesmo não querendo admitir, trocaria tudo isso por aquele pouco tempo com você”.

— Você está brincando com o fogo, anjo. Vai acabar se queimando — alerta, relaxando a postura.

— E eu vou fazer questão de incendiar você comigo.

Sorrio, recolhendo meus saltos do chão e dando as costas para a rodinha que se mantém calada. Subo os degraus de madeira, abrindo a porta e fechando-a com força ao passar por ela. Aspiro o ar profundamente, sentindo-o entrar puro e leve em meus pulmões outra vez.

Rumo em direção ao banheiro feminino, soltando os saltos no chão e me debruçando sobre a pia de cerâmica. Encaro-me no espelho, assistindo o lápis de olho preto manchar minhas bochechas em uma trilha sinuosa até meu queixo. Sacudo a cabeça para os lados, pegando algumas folhas de papel para limpar meu rosto enrubescido pela raiva fervilhando em meu sangue. Ouço duas batidas leves na porta e em seguida, vejo pelo reflexo do espelho Emma Rei entrar no banheiro também.

— Hey — sorri de uma maneira doce e amigável em minha direção, algo que não combina nem um pouco com ela. — Você está bem?

Jogo os papéis sujos na lixeira, girando sobre os calcanhares para lhe encarar melhor.

— Sério isso? — Solto uma risada de escárnio. — A pessoa que contribuiu para essa merda toda acontecer está me perguntando se estou bem com essa situação? Achei que me tinha como uma inimiga.

— Nunca fui sua inimiga, Anastásia. Nunca me meti na relação de vocês dois, apenas lhe dei um aviso e ele estava realmente certo no final das contas, não estava? — Não a respondo, pois ele realmente estava. — E ser a única pessoa a vir aqui atrás de você diz muita coisa sobre mim. Muita coisa que você não sabe.

— Que é hipócrita por estar na empresa que você e sua mãe junto com Scott e Kahill tentaram roubar? — Arqueio as sobrancelhas, caminhando até o pequeno banco de ferro para calçar meus saltos pretos novamente. — Me poupe.

— Acho que seus pais não te contaram algumas coisas — seus olhos de gata me fitam com intensidade, ganhando minha atenção.

— Muita gente não está me contando várias coisas — termino de prender as tiras em meu tornozelo e Emma se senta ao meu lado.

— Não vim aqui brigar com você por causa de um cara. É idiotice — solta uma risadinha, parecendo envergonhada. — E também não espero que você goste de mim ou se torne minha amiga. Só quero contar tudo que aconteceu nos últimos dois anos. Sem rodeios, sem mentiras. Apenas a verdade. Você merece saber.

— Que verdade?

— Você está livre amanhã? Hoje sua discussão com o Scott já tomou muito da sua sanidade — joga os cabelos, agora curtos, para trás dos ombros e sorri. — Mais uma com os seus pais lhe mandaria direto para o hospício!

Por algum motivo, acabo rindo.

— Sim, vou estar livre amanhã.

— Ótimo! Me dê seu celular — um pouco hesitante, retiro o aparelho do meu sutiã, entregando-o em sua mão. Emma anota seu número rapidamente, salvando na agenda dos contatos. — Pronto. Me ligue amanhã depois das dez. Antes disso eu estarei dormindo — levanta, ajeitando o vestido vermelho que subiu um pouco em suas coxas e se afasta até a porta.

— Emma? — A chamo.

— Sim?

— Obrigada por isso. De verdade.

Ela sorri, concordando com a cabeça.

— De nada.

Até o atual momento, quero muito saber...

1️⃣ Qual o seu personagem favorito?
2️⃣ Qual o personagem que mais odeia?
3️⃣ Qual o personagem que você acha que ainda vai dar muita dor de cabeça?
4️⃣ Qual o personagem (sem ser a Ana e o Scott) que tem grandes chances de roubar o seu coração?

ME SIGAM NO INSTA:

@grasielebooks
(sobre meus livros)

@itsgrasiele
(pessoal)

até a próxima! ❤️

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro