Banquete de Tragédia.
Makoto não chegou a dormir naquela noite, estava tão preocupado com o que Mukuro havia dito que a ansiedade dominou completamente sua mente e espírito.
As duas eram insanas, mas isso era muito além de insanidade, isolar toda a comida da cozinha para só elas? Insano nem começava a descrever.
Parando para pensar, quanta comida ainda tinha lá? Nunca parecia faltar nada ou ter menos mesmo com nós comendo todo dia... Seria os suplementos repostos pelos Kubs quando não estávamos olhando?
Independente de como funcionasse, as irmãs iriam monopolizar toda a comida do curto espaço em que eram forçados a viver.
Ding Bong Bing Dong
Pruhuhoo-hoo atenção alunos, agora são 7 da manhã, portanto o horário noturno acabará e as portas serão destrancadas, tenham todos um péssimo dia.
Como um foguete Makoto avançou até a porta com o objetivo de chegar no refeitório o mais rápido possível, Kaito tivera a mesma idade, o astronauta saia da porta do quarto quase no fim do corredor.
Se Makoto era um foguete, Kaito era uma espaçonave, e Kirumi era um vulto.
A menina facilmente passou pelos dois e adentrou o refeitório em primeiro lugar, os dois vieram logo atrás sendo seguidos por Sayaka e Chiaki.
Mukuro e Junko estavam juntas na frente da porta da cozinha, elas encaravam a porta do refeitório já esperando a chegada dos outros alunos.
- Muito bem...- Começou Kaito.-... Agora podemos falar sobre essa merda que está ocorrendo aqui?
- Ainda não Kaito-chan.- Dizia Junko em sua persona de anime, a menina levantava o dedo indicador e o balançava de forma negativa.- Coisa feia, o resto de nossos nakamas ainda não estão aqui, você realmente vai começar um debate tão importante sem o resto da turminha?
- Mas não preocupem suas cabeças com isso...- Explicava Mukuro tomando um café.-... de acordo com Junko eles vão chegar logo logo.
Dito e feito, quando Mukuro disse isso Keebo, Gundham, Hifumi, Tsumugi e Miu todos entraram juntos apavorados. Com Tsumugi sendo quem dizia a notícia:
- Pessoal, nós acabamos de conferir o computador, as irmãs passaram a noite fora dos quartos... Ah elas estão aqui.- Ao reparem uma certa tensão no cômodo o grupo se resumiu a ficar em silêncio e observar o desenrolar das coisas.
- Podemos começar agora?- A única resposta de Junko fora mudar para sua personalidade depressiva e dizer:
- Um astronauta que não sabe contar, é o fim dos tempos.
- O que isso quer dizer?
- Kaito, os Byakuya's ainda não estão aqui.- Quando Sayaka lhe explicou, o astronauta corou levemente e recuou fechando os punhos.
O grupo esperou e esperou, mas a dupla não chegava nunca. Boa parte do grupo começou a cogitar o pior e temeram.
- Eu vou busca-los.- Dizia Kirumi saindo do refeitório, Makoto seguiu a empregada querendo ajudar, ela lhe pediu para dar uma inspecionada no segundo andar enquanto ela cuidava do primeiro.
O jovem assim fez, sem tempo para perder ele correu, vasculhou os laboratórios e nada. Vasculhou o jardim e nada. Vasculhou o laboratório de física e nada.
Quando ele vasculhou a biblioteca...
Encontrou os dois sentados sobre as cadeiras lendo recém-abertos livros a luz de uma lamparina.
- Eu falei que não iria demorar para eles aparecerem.- Disse o impostor folheando seu livro, Byakuya lhe respondeu mas sem dar muita atenção.
- É claro que iriam, esses caras parecem um castelo de cartas, completamente abalados se um de nós desaparece. É vergonhoso só de olhar.
- Caras me escutem, temos coisas mais importantes para nos preocuparmos, Mukuro e Junko estão...
- Nós já sabemos Nemo.- Respondeu Byakuya sem tirar os olhos de seu livro
- Nemo?
- Você é um palhaço pequeno.
- Tsc, isso não importa como assim vocês dois já sabem?
- Diferente de vocês...- Começou a explicar o impostor.-... nós não nos trancamos em nossos quartos uma hora antes do horário noturno. Nós passamos pelo refeitório e elas nos contaram.
- Como vocês podem estar tão calmos? Não vão se juntar a nós em...
- MAKOTO NAEGI.- O impostor clamou o nome do sortudo com uma fúria não antes vista botando o garoto em seu lugar.- Acredite, se tem alguém que odeia a ideia de morrer de fome sou eu. Entretanto eu gostaria de ficar de olho nesta pessoa do meu lado para que não faça besteiras. Se quiser que eu vá, convença ele.
- O que não vai acontecer!
- Mas por quê?
- Nunca, em um milhão de anos vocês vão conseguir convencer aquelas duas, e a força? Rá, um bando de patéticos que nem vocês não conseguiriam arranhar elas nem se fossem todos juntos. Encarem os fatos, estamos mais presos do que estávamos antes, agora se tornou uma necessidade que um de nós morra.
- Não! Não! você está errado, deve haver outra forma de...- Makoto sentiu uma mão sobre seu ombro e parou sua frase no meio, atrás de si estava Kirumi.
- Makoto, se eles não desejam ir, não mudará nada tentar força-los. Deixe que o impostor vigie Byakuya, nós temos que resolver o outro problema em questão.
Um pouco contrariado o aluno cedeu, acompanhou Kirumi para o primeiro andar e chegaram ao refeitório onde todos ainda esperavam em um silêncio desconcertante.
- Então? Cadê eles?- Perguntou Kaito coçando a cabeça.
- Eles não querem vir. Vamos continuar sem eles.
- Continuar com o que?- Perguntou Tsumugi completamente confusa.- O que está havendo aqui afinal?
De forma rápida Kirumi resumiu todos os acontecimentos para que todos ficassem na mesma página.
- MAS QUE PORRA É ESSA?- Berrou Miu com seu rosto empalidecendo.- COMO ASSIM EU NÃO VOU PODER COMER?
- Vamos perder nosso acesso a comida?- Seguia Hifumi na histeria.- NÃO NÃO NÃO, se isso acontecer eu irei passar fome!
- Hifumi... Esquece...- Tsumugi nem havia começado a falar e já se cortara com uma cara de desapontamento.- Mas isso é terrível, como podem fazer algo assim?
- Uma explicação dificilmente importa agora não acham? Digo é evidentemente óbvio.- Com a resposta de Mukuro, foi a vez de Junko tomar a linha, e ela tinha ido preparada. Com sua persona de secretária ela avançou:
- Atenção classe, vocês foram ousados o bastante de jogar joguinhos sem nossa autorização agora reclamam por sofrerem punição?
-.... O quê você.......... quer dizer?.... isso tudo...... se trata disso?....
- Oh, sim Chiaki, é exatamente por isso. Vocês realmente acharam que eu iria ficar parada vendo vocês se divertindo e se unindo? Em momento algum eu permiti que vocês ficassem tão esperançoso, parabéns Sayaka você estava certa.
- O-o que? Do que você está falando?
- Oh princesa não é óbvio?- A persona de rainha era quem falava agora.- Você sabia que isso seria uma péssima ideia, e eles nem mesmo cogitaram ouvir você. Eles só fazem o que acham certo, mas não acreditam o bastante em você para te ouvir. Digo, quem culparia eles? Você é a porcaria de uma assassina.
As palavras dela tinham a potência de uma espingarda, e vitoriosas, as balas perfuraram tanto Sayaka quanto Chiaki.
- Eu não sou uma assassina...
-.................
- Junko, você não tem direito algum de confrontar essas duas!- Brigava Kaito se segurando para não avançar para cima da estilista.
Mas a loira simplesmente o ignorou, como se não tivesse ouvido nada, e prosseguiu seu discurso para o resto da sala.
- A regra é simples idiotas, quanto mais vocês tentam, mais eu tento, quanto mais vocês se unem, mais eu os separo.
- NÃO!- O grito de Keebo surpreendeu a todos, exceto Junko claro, ele não carregava medo ou desconforto em sua face. Apenas encarava Junko com coragem.- Não vamos sucumbir ao seu desespero, eu me recuso a ser levado por essa sua atitude doentia. Eu não sei o quanto você acha que conhece humanos Junko mas você não sabe nada, nós vamos nos adaptar e derrotar você.
- Você fala muito, para um robô.
- Sim, eu sou um robô, mas ainda sou mais humano que você. Vamos nos unir, de cabeça erguida e com uma esperança brilhante, eu lhe garanto.
- Puhuhuhuh...- A menina começou a rir de forma exagerada, se tornou uma gargalhada e a voz dela dançou por todo o refeitório. A maioria dos alunos não ousou parar ela, pois tinham medo de tentar, Kaito foi o único a ter coragem.
- O que é tão engraçado?
- O Keebo fala tão bonito para um robô. Me responda Keebo, como é ser o único positivo sendo o único de nós cuja falta de comida não afeta em nada?
- O que?
- É claro que você reparou correto? Você não está sobre pressão nenhuma, pode falar o quanto quiser pois não será você a morrer de fome. Puhuhuhuh.
- Em momento algum foi meu intuito...
- Besteira.- Desta vez foi Mukuro quem foi ao ataque.- Você é alguém inteligente, com certeza já pensou nisso, você deve ter achado: "ei, eu sou o único que não vou sofrer, é minha chance de brilhar e ter o respeito deles."
- Keebo, isso é verdade?
- Não Tsumugi, e-eu genuinamente só quero ajudar meus amigos.
- Boa sorte com suas desculpas agora, Keebo.- As irmãs já fizeram o que queriam fazer, mesmo com os gritos de Kaito para esperarem, as duas entraram na cozinha e fecharam a porta.
- Elas estão me ignorando...
- Não pode ser, vamos morrer de fome?- Tsumugi era a primeira a soltar a faísca de terror.
- Tsumugi, calma.- Dizia Kirumi assumindo a liderança mais uma vez.- Deve haver uma maneira de contornar os planos daquelas duas, tenho certeza que se pensarmos com calma poderemos...
A empregada nem terminou sua fala quando uma das mesas foi lançada ao chão. Surpreendentemente, a pessoa que as lançou, fora Sayaka em um ataque de raiva.
- Mentira, tudo isso não passam de mentiras. Não tem como derrubarmos elas, nem devíamos ter provocado elas para começo de conversa. Eu disse, eu havia avisado que isso iria trazer problemas... Mas vocês não me ouviram... Vocês me acham burra e inútil demais, vocês não confiam em mim, vocês me acham um monstro...
- Sayaka, isso não é ver...
- É CLARO QUE É MAKOTO, SÓ VOCÊ É BURRO O BASTANTE PARA NÃO VER ISSO.- A menina então percebeu o que falou e colocou as mãos sobre a boca, lágrimas começaram a molhar seu rosto, não aguentando mais estar ali presente ela saiu em disparada do refeitório com vergonha de si mesma.
- SAYAKA...- Mas o grito do sortudo nada surtiu efeito, a menina já havia fugido ao longe.
- Ela perdeu completamente o sentido.- Comentou o robô sobre a histeria da menina, algo que Hifumi não deixou passar.
- Para você é fácil dizer, não está passando pelo mesmo que nós.
- Hifumi, eu já lhe disse isso é...
- Não me interessa se é robofobia ou não, mesmo que você não aceite, essa é a verdade. Enquanto nós morreremos de fome, você vai continuar tranquilo e igual.
- Quem é você para dizer alguma coisa rolha de poço?- Miu entrava na briga.- Você e aquele farsante são os mais tranquilos, já acumularam nutrientes para hibernar, saiba que 90% da minha beleza está no pouco de gordura que eu tenho.
- Pessoal parem de brigar, isso é o que ela quer!- A dupla entretanto não abaixou sua voz mesmo após Kaito mandar, apenas saíram do refeitório xingando a tudo e todos.
-.......
- Keebo? Não liga para o que Hifumi disse, ele está com medo.
- Eu sei, só... Machuca ser acusado dessa maneira... Eu vou para meu quarto por um momento.
Um por um todos saíam do refeitório, Tsumugi era uma dos mais calmos mas ainda se retirou do local dizendo querer pensar por um momento.
Apenas cinco pessoas restaram no local, sendo elas Kirumi, Kaito, Makoto, Gundham e Chiaki.
- Aqueles idiotas... Parece que somos só nós cinco agora.
-.... Não..........- A voz de Chiaki foi tão baixa e suave que os outros quase não ouviram.-..... eu quero ficar sozinha por um momento....
- C-Chiaki?- Até mesmo Kirumi havia se surpreendido com a decisão da gamer.- O que aconteceu?
-..... Nada..... Só me deixa em paz por hora....- A menina ligou seu jogo e saiu com um semblante frio.
- Só quatro ficaram?- A ficha lentamente caía para Makoto.- Apenas quatro pessoas? Que merda está acontecendo aqui?
- Eles estão com medo...- Disse o astronauta.- Quem pode culpar eles? Mas façam algo ao invés de ficarem se escondendo merda.
- Gundham, você não vai sair também?- Perguntara Kirumi notando que o domador fora o único fora do conselho estudantil a ficar.
- Não seja tola serviçal. Como supremo lorde do gelo eu não fujo de uma batalha, não ficaria parado esperando morrer, então se vocês tem alguma ideia, podem falar.
- Eu queria ter uma, mas infelizmente não consigo pensar em como vencer...
- Até você Kirumi?
- Kaito, eu não estou desistindo, mas estou encarando os fatos. Mesmo se todos os doze se juntassem para enfrentar as irmãs, os únicos que teriam uma mínima chance somos eu e Keebo, o resto seria facilmente derrotado. Junko vai prever nossos movimentos e ela vai saber quando tentarmos algo, a cozinha tem apenas uma entrada, então nossas opções são extremamente limitadas.
- Kirumi, eu posso lhe fazer uma pergunta?
- Claro Makoto, o que foi?
- É que, antes você era completamente submissa e agora você está assumindo a liderança de tudo.
- Eu peço desculpas se isso lhe incomodou, é que... Eu nunca conheci ninguém como aquelas duas, se quisermos ter uma chance eu...- Kirumi continuava se interrompendo e suspirando, como se estivesse reunindo coragem para conceder a explicação.- Me perdoem pela audácia e pelo orgulho mas... eu acredito ser a melhor opção de liderança que possamos ter no momento. O que aconteceu com Kazuichi... realmente me enfureceu, e eu não quero que nada como aquilo se repita de novo.
- Eu entendo sua atitude Kirumi, mas honestamente eu estou preocupado. Você é a mais competente dentre nós, eu sinto que se Junko te destruir iremos desestabilizar.
- Provavelmente, mas eu não posso abaixar minha cabeça em um momento como esse. A situação em que estamos é assustadora, e eu tenho muito medo do que vai acontecer conosco aqui dentro. Enfim agora que sabemos quais de nós ainda estão com determinação, temos que espalhar esse sentimento para os outros. Temos que conseguir mais aliados ou algo terrível irá acontecer.
- Eu falo com Sayaka e...
- Não. Makoto, eu sinto lhe dizer mas Sayaka já está cansada de sua positividade. Se você não souber como falar ela vai quebrar. Por hora eu aconselho você a falar com Chiaki e Keebo, deixem Sayaka comigo.
- Chiaki e Keebo?
- Não sei se você percebeu, mas boa parte do discurso de Junko foi feito para atingir eles, o que foi um sucesso total. Por favor, tenta falar com eles por mim.
-.............
- Makoto, deixe Kirumi cuidar de Sayaka. Se ela disse para você conversar com eles é porque ela acredita ser a melhor opção. Uma confiança que só você pode passar para elas.
-....... Okay. Eu vou tentar.
Reunindo novamente suas forças Makoto fez o que pediram e foi atrás dos dois. O primeiro que ele encontrou fora Keebo no jardim, o robô passava a mão sobre uma das mudas.
- Keebo? Eu posso falar com você?
- Eu não sinto.
- O que?
- A textura desta muda, eu sinto a muda mas meu corpo é incapaz de reproduzir a sensação da textura. Para mim é só um formigamento... Eu não posso comer, não consigo nem sentir o gosto, eu posso detectar variações no ar mas o ato em si de cheirar me é impossível, minha visão nem sempre é em HD, as vezes me é pixelizada...
Não precisava de muita informação para entender que o robô estava deprimido, Makoto apenas permaneceu quieto deixando o amigo prosseguir.
- Meus amigos já não confiam em mim, me acham um egoísta insensato, não, vocês nunca confiaram em mim para começo de conversa... Eu não tenho poder para lhes salvar, eu não tenho direito de fala sobre a situação em que estamos, eu não tenho lágrimas para chorar e soltar minha frustração, então por que diabos eu estou aqui? Que utilidade eu tenho para qualquer um de vocês? Eu sou só uma máquina então eu deveria só morrer para salvar todos vocês... É por isso que eu estou aqui...
- Não, não Keebo. Não pensa nesse tipo de coisa, você é nosso amigo e você tem sim importância para nós. O grupo só está perdido e com medo, é por isso que devemos mostrar a eles que ainda podemos trabalhar juntos, deixe que eu mostre a eles que confio em você e eles vão começar a confiar também.
- Você? Confia em mim? Makoto ontem você basicamente admitiu não confiar em mim. Os acontecimentos de hoje só pioraram essa suspeita isso sim.
- Não, isso é mentira. Como poderia...
- PORQUE EU SOU A ÚNICA PESSOA QUE FAZ SENTIDO SER O TERCEIRO SUPREMO DESESPERO!- Esse comentário pegou Makoto por completa surpresa, o jovem ficou estagnado ao ouvir aquilo.- Pensa por um segundo comigo, eu sou o único que não corro risco de vida com o plano dessas duas além delas mesmas. Você acha que o terceiro iria simplesmente passar fome de boca fechada?
- As vezes eles vão receber comida em segredo sem...
- Os outros não vão pensar assim, isso seria muito arriscado então faz mais sentido ele não precisar comer, a suspeita de todos apenas aumentou sobre mim. Admita Makoto, Junko pensou em uma armadilha perfeita eu não vou sair vivo daqui, e se ninguém me matar então será outra pessoa, ou todos morrerão de fome.
O robô deu as costas para o sortudo como se dissesse para lhe deixar em paz. Não tinha muita coisa que Makoto pudesse fazer então ele apenas ouviu, não antes de deixar certas palavras para ele:
- Independente do que os outros pensam, você tem que ser o primeiro a confiar em si mesmo, não perca a esperança no futuro em que você é feliz. Por favor, eu só lhe peço isso.
O jovem deixara o jardim e um robô pensativos quietos em seu canto. E procurara pela outra pessoa que tinha conferir, Chiaki até agora havia sido a admiração de Makoto, mesmo sendo completamente insegura ela sempre dava seu apoio, seja na investigação, no jogo ou emocional, a garota sempre fazia o correto.
Agora era ela quem precisava de ajuda, e Makoto não podia simplesmente dar suas costas.
A gamer havia se trancado em seu quarto, Makoto batera na porta e chamara mas ela nada disse, ele então decidiu esperar na porta. Se sentou no chão de frente com a porta por horas, sua barriga havia começado a roncar por não ter comido nada de manhã e boa parte da tarde.
Durante o tempo que ficou esperando as únicas pessoas que passaram por aquele corredor foram Kaito, que lhe deu um joinha como se já tivesse entendido tudo, e Tsumugi, que simplesmente continuou andando com uma cara de confusa.
Finalmente então Makoto ouviu o barulho da porta se abrindo, lentamente o obstáculo de madeira se retirou do caminho e uma Chiaki de olhos inchados e vermelhos lhe recepcionou.
-.............. Pode entrar...........
Makoto não perdera a oportunidade, acompanhou a menina até seu quarto. Chiaki se jogou na cama e abraçou seu travesseiro.
- Chiaki, eu sei que você não está bem. Pode me dizer o que aconteceu?
-................................
Silêncio diz mil palavras
- Pode pelo menos, me dizer porque você não diz nada?
-............ Eu não quero acabar com seu otimismo..........
Ele suspirou, agora era o momento que devia provar para si mesmo que tinha forças para continuar seguindo não importando o que Junko jogasse sobre ele.
- Se o que você disser for o bastante para quebrar meu otimismo, então de toda forma estou perdido nesse lugar.
-........ Não tem como vencermos...... Junko e Mukuro são imbatíveis.... Makoto não importa o que fizermos... Junko vai prever... Como se vence alguém que sabe cada movimento seu?... Isso não é uma simulação, é vida real, e Junko tem total domínio... Se não fizermos nada para nos unirmos só vamos nos separar mais ainda.... Mas se fizermos qualquer coisa... Ela vai retalhar com tudo e usar aquilo como desculpa para nos separarmos........ Eu quero permanecer forte por todos.... Eu realmente quero....... Mas não dá.... Simplesmente não dá...... Estamos enfrentando um demônio....... Ela sabe nossos medos.... Sabe nossas fraquezas.... Se apenas um de nós quebrar com as palavras dela... Todo o grupo sofre... E não tem como 12 se manterem em pé.... Nós vamos morrer aqui...
A gamer começou a chorar e soluçar com a cara enterrada sobre o travesseiro. E o silêncio cresceu sobre o quarto, Makoto estava assustado, tudo o que Chiaki falou era verdade, não havia mentiras ou equívocos em lugar nenhum, como então o jovem poderia ajudar? O que deveria dizer? Pensando bem, talvez sua esperança não fosse resistente mesmo, aquilo era o suficiente para quebrar sua determinação...
Não, estava pensando demais. Para se manter esperançoso deveria parar de pensar em certos momentos e só acreditar.
- Ninguém é invencível Chiaki, nós podemos sim derrotar ela. Eu acredito nisso. Nós vamos sair daqui, e precisamos de você para isso.
-...... De mim?......
- Você mesma disse, isso aqui ainda é um jogo, de vida ou morte, mas ainda um jogo. E quem melhor do que a Suprema Gamer para saber como quebra-lo?
-....... Mas Makoto, não temos chance.......
- Duas coisas que eu aprendi com você: Nenhum jogo tem graça se for fácil demais, e você jogar sem dar o seu melhor é uma ofensa para os outros jogadores.
-....... Makoto.....- Finalmente a menina se virou para olhar em seu rosto, em seus olhos agora havia um brilho que não se via antes.
- Junko está vindo com o melhor que ela tem, precisamos ir com o melhor que temos também.
Chiaki não tinha certeza se eram as palavras, ou a atitude de Makoto que passava calma, tudo o que sabia era que ele havia sim ajudado com seu medo.
- Eu confio em você Chiaki, e se você perder a esperança eu irei lhe preencher de novo com ela. Então apenas acredite.
-..... Okay, eu acredito............. Nós vamos sair daqui...... Nós definitivamente vamos sair daqui....
A promessa então foi feita, se passou mais algumas horas com os dois conversando até chegou a hora da reunião do grêmio.
No refeitório se reuniram Kirumi, Kaito, Chiaki e Makoto. Sayaka não havia se juntado daquela vez, Kirumi havia dito para darem mais um tempinho para a cantora se recompor.
O grupo conversou e conversou mas apenas andaram em círculos, era um enorme impasse no qual se encontravam, e não era fácil de sair.
Chegou as 21 e aqueles que fizeram o trato foram para seus quartos. A barriga de todos roncava e eles já se sentiam um pouco fracos com um dia inteiro sem comer.
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