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Improvável


A situação entre nós estava péssima, quase insustentável. Depois que o homem voltou para casa, quando eu já tinha parado de chorar, ficamos ambos em silêncio. Constrangedor. Bakji sequer olhava em minha direção, apesar de ter feito o jantar para nós e de jogar algumas palavras educadas no ar.

Comecei a considerar contar tudo para ele, entretanto meus medos eram como um grilhão. Por enquanto estava presa, se mergulhasse eu afundaria? Medos reais. Medo de que ele reagisse com um ódio irracional e me espancasse até a morte quando eu nem estava em condição de me defender; medo de que meu corpo fosse violentado; medo de tortura sádica; medo de ele brincar comigo assim como Martin tinha feito; medo... Eu tinha muitos medos. Por outro lado, viver daquela forma era como construir uma casa sobre alicerce de areia, em algum momento tudo iria desmoronar e seria irremediável.

Eu estava exausta. Comecei a chorar outra vez, porém abafei os sons no travesseiro. O maior medo que eu tinha, no fundo, era de ser deslegitimada enquanto a pessoa que eu de fato era. De ter minha identidade negada mais uma vez. Aquilo seria uma morte em vida, doía mais do que qualquer pancada. Fisicamente eu podia lutar, talvez até ganhar, mas não conseguia convencer uma pessoa sobre minha identidade se ela teimasse comigo. Se fosse alguma pessoa irrelevante eu não me importaria, contudo era alguém que eu realmente queria ter comigo.

Doía porque eu não tinha pedido para nascer naquela forma, mas aconteceu. Não era minha culpa, ninguém tinha culpa. Era natural porque a natureza me fizera daquela forma. Em Avalon conseguiram arrumar quase tudo em mim para a forma que eu sentia que deveria ser, menos um detalhe, com o qual eu me acostumara a viver, então, mais do que nunca, eu odiava aquilo em mim.

Odiava!

Queria arrancar, queria que sumisse, queria ficar cega para não ver... Era natural, mas eu não podia convencer o mundo de que era. Eu não conseguiria convencer o mundo comum a me respeitar como ser humano por aquele detalhe de pele e nervos.

Fechei os olhos e mergulhei em pesadelos onde Martin, mais uma vez, me estuprava e me assassinava enquanto se deleitava com seu olhar sádico. Depois disso, bebia meu sangue, satisfeito.

Acordei no meio da madrugada, suada, cansada, magoada, quase morta de tanto desgosto... Senti um impulso inevitável de sair de entre aquelas paredes pela primeira vez, pois não conseguia mais respirar ali. Eu precisava de ar. Muito ar.

Saí da casa, ignorando completamente que não conhecia os arredores, e comecei a andar. Era noite de lua cheia, pude ver que havia uma planície seca pela frente, eu podia jurar que em outros tempos tivemos árvores e outras plantas por ali. Senti meu tórax doer devido às costelas e meu tornozelo mal readaptado começou a latejar. Apesar dos sinais eu apenas ignorei enquanto agachava na terra e tocava o solo completamente seco. Seco como se não chovesse havia anos, o que era absurdo porque tinha chovido na noite anterior. Era inconcebível que estivesse daquela maneira. Fiquei intrigada para ver até onde ia aquela destruição e segui adiante, descobrindo que eram quilômetros de área seca. Passei por canteiros onde plantas morriam sem qualquer sinal de recuperação. Subi uma pequena colina avistando o oceano ao longe, as matas e um ponto mais alto da ilha.

Senti que tinha algo muito estranho no ambiente. Algo perturbador, como um abandono que não deveria estar ali.

Um vento soprou para o oeste, na direção do cume da ilha. Depois soprou outra vez, quase como se estivesse conversando comigo. Olhei para aquele lugar e jurei ver um brilho. Fixei o olhar para tentar enxergar novamente, mas não teve efeito. Dei um pulo de susto quando ouvi o mugir dos bovinos criados por Bakji.

Ainda incomodada com a luz e o vento, tomei a estúpida decisão de andar na direção do cume, onde ainda havia natureza. Seguia sem pensar e sem olhar para o chão, e foi assim que caí em um buraco cujas paredes estavam cobertas de pedras, quase como um poço. Dei um berro quando olhei para o lado e vi um amontoado de ossos. Fiquei tonta ao notar um crânio humano entre eles.

Ouvi som de passos e meu coração acelerou de medo. Em termos, deveríamos estar apenas eu e Bakji na ilha, mas eu tinha uma estranha sensação. Os passos se aproximaram e eu literalmente não tinha para onde correr, então fiquei parada controlando a respiração e sentindo meu coração acelerar enquanto eu entrava em pânico.

Contrariando todo meu treinamento de guerra, soltei um grito quando algo caiu sobre minha cabeça.

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