Feliz
Acordei com o braço de Danda sobre meu peito. Que dia glorioso! Olhei para o lado e vi o cabelo desgrenhado, o rosto inchado de tanto chorar e as roupas bagunçadas. Estava linda, perfeita, exatamente onde deveria estar, ou seja, comigo. Assim como meu lugar era com ela. Quando nos beijamos na noite anterior eu compreendi o verdadeiro significado de alma gêmea. Era como se nossas almas vagantes tivessem finalmente encontrado o lugar de pertencimento. Meu corpo esquentou, meu coração acelerou, toda a tormenta de nossa briga se esvaiu no ar. Os lábios dela eram quentes e acolhedores. Nosso enlace foi afável, um presente divino.
Depois daquilo segui meu mais puro instinto. Peguei-a no colo e levei para minha cama enquanto ainda a beijava. Batemos na parede e tivemos que nos separar para abrir os olhos, mas quando nos deitamos, sujos mesmo, iniciamos outro beijo. Não era estranho porque quando é para ser, apenas é.
Dormimos confortavelmente na minha cama, que era bem maior que a dela. Claro que o tamanho próprio para mais de uma pessoa não tinha sido intencional, apenas pensei que se era para fazer uma cama nova, era melhor que já fizesse maior. Um acerto na vida.
Olhei para a parede de pedra enquanto considerava que não sabia exatamente o que queria de Danda, além da proximidade, claro. Em nível sentimental, digo. No tocante a relação eu queria uma união estável, um casamento. Comecei a torcer para que ela desejasse o mesmo. Levantei-me da cama e fui tomar banho porque estava imundo de terra. Seria preciso lavar tudo depois que ela acordasse.
— Enterre aqueles ossos antes de se limpar. — A voz sonolenta flutuou atrás de mim.
— Sim senhora. — Concordei.
Virei de frente para a cama e vi que ela ainda estava de olhos fechados. Depositei um beijo em sua bochecha como demonstração de carinho. Ela sorriu suave e, ainda de olhos fechados, ergueu uma mão até o meu rosto, deslizou o polegar até meus lábios onde encostou os seus próprios.
Depois disso Danda virou para o outro lado, um sinal de que continuaria seu descanso.
Segui saltitante enquanto ia enterrar os restos dos restos mortais que estavam no poço.
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