Estranha
Seja lá quem era a mulher, estava passando fome. Eu tinha certeza, afinal seus olhos se mostraram mais fundos do que o normal naquela situação. Sim, ela quase morreu, mas ainda devia conservar alguns aspectos de saúde. O sol do meio do dia se aproximava e minhas pernas já estavam cansadas de fazer o mesmo trajeto. Peguei o pesado malote e joguei nos ombros. Havia partes em ouro que faziam dele mais pesado ainda, além do conteúdo substancial. Andei o caminho todo com medo de que algum animal tivesse atacado ela, a mulher cujo nome eu ainda não sabia. Tinha de tudo na mata fechada e eles chegavam perto de casa muitas vezes.
Andei em passos largos por todo o caminho até minha casa e suspirei aliviado quando a vi no mesmo lugar. Meu estômago roncou de fome e eu estava com sede, como ela certamente estava também.
— Espere um momento. — Coloquei a mala no chão perto dela e entrei na casa. Peguei um jarro de barro que mantinha a água fresca e um copo, também de barro, ambos feitos por mim.
Bebi uns bons goles de água e depois levei água para ela.
— Tome, é água. — Falei enquanto encostava o copo em seus lábios ressecados pela água do mar. Ela estava com muita sede, pois pediu mais.
— É tão fresca. — A mulher fechou os grandes olhos castanhos aproveitando a sensação.
Sorri ao ver outro ser humano aproveitar um pequeno prazer diário.
— Fico feliz que tenha gostado. — Coloquei os utensílios de lado e me sentei ao lado dela. O que tinha para falar era delicado. Merecia concentração. — Qual seu nome?
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