𝘁𝗲𝗻.
V.H, 19/03/2022
Los Angeles, CA
Keene e Lewis foram os últimos a saírem dos chuveiros, e depois restou só eu. A falação diminuiu há alguns minutos, mas não estranhei – todos estavam animados para o after-party, lá em casa.
Fechei o registro, passei a mão pelo cabelo para tirar o excesso de água e saio da cabine.
Tem uma garota aqui.
─ Caralho, que susto! ─ puxo a toalha do cabide e amarro no quadril rapidamente.
─ É realmente incrível o quanto os homens ficam confortável estando nus perto de outros homens. ─ ela murmura. ─ Eu juro, eu nunca vi tanto órgão genital em dezenove anos quanto eu vi nos últimos três minutos.
─ Então você não deveria sair invadindo vestiários masculinos por aí. Principalmente depois de um jogo. ─ me aproximo alguns passos, e cruzo os braços.
Ela me olha nos olhos e vacila um pouco.
─ Você precisa de alguma coisa?
─ Eu estava procurando por você. ─ ela diz, tão baixo que mal entendo.
─ Desculpa, eu te conheço? ─ pergunto, porque o rosto dela é familiar e eu sinto que a conheço.
─ Porra, sério? ─ ela cruza os braços, brava agora. ─ A gente transou no ano novo.
─ Antes ou depois da virada?
Ela fica vermelha, e tenho certeza de que não é por vergonha. Ela quer colocar a minha cabeça em um daqueles armários e fechar a porta com força, ou algo tão violento quanto.
Mas não posso fazer nada. Eu transei com duas mulheres no ano novo, e as duas eram loiras. Já faz um tempo, e eu não era o símbolo da sobriedade, então ninguém pode me julgar por ficar confuso com algumas coisas.
─ Antes. ─ ela quase rosna.
Meu cérebro me traz um flash de memória, e reconheço ela como uma das amigas da namorada de Jordan.
─ Você precisa que eu te lembre o meu nome também?
─ Não sou tão babaca assim. Eu lembro o seu nome, Gigi. ─ ela revira os olhos. ─ Apelido pra Gina, caso você não tenha entendido. Então, o que é tão importante que você tenha enfrentado um mar de pênis para me achar?
─ Você pode por uma roupa primeiro? Não quero ter essa conversa com você seminu.
Franzo o cenho, confuso.
─ Acho que tô perdendo alguma coisa. Se você não me quer seminu, ou totalmente nu, por que me procurou?
Ela me olha em silêncio por um momento, depois ri, balançando a cabeça, e começa a sair.
─ Se veste, antes que eu mude de ideia.
Apenas porque o assunto parece sério, eu visto uma calça de moletom cinza e uma camiseta branca. Calço os tênis e depois saio, encontrando ela perto da saída.
─ Então? ─ me encosto na parede, de frente para ela. ─ O que é tão importante?
Ela tosse seco antes de começar, e por alguma razão eu começo a me preocupar.
─ Você se lembra daquela noite, certo?
─ Não totalmente, mas muitas coisas, sim. Por quê?
─ Eu te disse... ─ ela suspira. ─ Eu te disse que não precisávamos nos preocupar com camisinha...
─ Você tá me dizendo que tem aids ou alguma merda assim?
─ Não. Não é isso.
Respiro com tanto alívio que meu peito dói, mas aí ela continua.
─ O que eu tô dizendo é que o anticoncepcional falha com uma a cada cem mulheres. ─ prendo a respiração bruscamente. ─ Eu sou uma delas, aparentemente.
─ Você...
─ E eu sei que disse que não estava no período fértil, mas eu refiz as contas ontem e percebi que estava errada por dois dias. ─ os olhos dela enchem. ─ Eu sinto muito, eu sei que a culpa é minha e...
─ Você tá grávida? ─ minha voz sai seca e baixa, porque minha garganta de repente travou.
Ela não me responde com palavras, mas com um aceno de cabeça.
Eu começo a imaginar tudo o que eu planejei para o meu futuro. Meu contrato com os Lakers quando eu me graduar. Os jogos no Chicago Bulls quando eu já for mais experiente. As premiações, as homenagens, o início de cada campeonato.
Por um segundo, tudo se apaga. Dois segundos, três, quatro, cinco segundos.
─ Cacete, você tá bem?
Abro os olhos e encontro a loira na minha frente. O curioso é que eu tô no chão, e ela ajoelhada ao meu lado.
─ Que porra...?
─ Parece que você desmaiou. ─ ela diz, me ajudando a levantar. Balanço a cabeça. ─ Eu também entrei em choque.
Olho para o chão, sentindo uma dor de cabeça se instalar.
─ Tem certeza de que é meu? ─ pergunto.
─ Absoluta.
─ E por que eu acreditaria em você?
Ela parece ofendida.
─ E por que eu mentira sobre isso? ─ ela cruza os braços.
─ Ah, você sabe... Eu tenho um puta futuro brilhante no basquete, família boa e...
─ Se você me acusar de ter dado golpe do baú, eu juro que enfio essa bola de basquete pela sua garganta. ─ ela aponta para a grade onde guardam os equipamentos, incluindo as bolas.
Reviro os olhos
─ Foi mal, é que eu não costumo acreditar muito nas pessoas que eu só vi uma vez na vida, sabe? ─ sorrio pra ela. ─ Principalmente quando é uma garota dizendo que tá grávida de um filho meu.
─ Tem uma coisa chamada teste de DNA, você conhece? Faço questão de pagar. ─ ela sorri de volta, mas não é nada agradável.
─ Eu vou aceitar, obrigado. ─ devolvo o sorriso, porque não tem nenhuma chance de eu pagar de baby daddy sem ter certeza de que o bebê é realmente meu.
─ Beleza, eu vou marcar e depois mando a data e a hora para a Maddy. ─ franzo a testa de novo. ─ Ela manda para o J e ele manda para você, é simples.
Contenho uma risada, mas aceno com a cabeça.
─ Ok. Parece bom. ─ falo, olhando para ela.
─ Beleza, agora isso tá ficando mais estranho do que eu posso aguentar. ─ ela me dá as costas e sai.
Não sei se ela vai para o after-party, mas algo me diz que não.
Viemos em carros diferentes hoje, então meus amigos já foram embora. Entro no meu carro, dou partida e dirijo para a nossa casa.
─ Nossa estrela chegou! ─ Powell grita, e outras pessoas seguem com mais gritos. Algumas pessoas vêm me cumprimentar e parabenizar pelo jogo, e depois estou livre.
Encontro Huxhold na cozinha, com a namorada. Ela me olha com preocupação, e pela confusão no rosto de Jordan, sei que ela não disse nada para ele.
─ Eu preciso de uma bebida forte. ─ falo, respirando desregularmente.
Pego uma garrafa de uísque no freezer e tomo direto dela.
─ Ei. ─ a garota, Maddy, me chama. ─ Ela não quis contar como foi. Você não... deu uma de babaca, certo?
─ Porra, claro que não. ─ coloco a garrafa de volta no lugar. ─ Ela vai marcar um teste de DNA, e vai te avisar o dia e a hora. ─ dou de ombros. ─ Ela tá aqui?
─ Não. Pediu um táxi depois que saiu do ginásio e foi embora.
Jordan força uma tosse, chamando nossa atenção.
─ Desculpa, mas de que porra vocês estão falando?
Maddy não tem um caralho de pingo de hesitação quando responde: ─ A Gina tá grávida, e o bebê é dele.
Ergo a mão.
─ Vamos ter certeza depois do teste, ok?
Maddy ri, balançando a cabeça.
─ A última vez que ela dormiu com alguém foi em setembro, e depois do ano novo ela ficou ocupada com as aulas de dança, então não dormiu com ninguém. ─ ela pisca um pouco lento, para dar ênfase no que disse. ─ Esse bebê é seu, Vinnie.
Acho que eu vou desmaiar de novo.
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meu baby daddy favorito 😻
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