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𝘀𝗶𝘅𝘁𝗲𝗲𝗻.

G.M, 12/04/2022
Los Angeles, CA

─ Vincent Hacker, se você se atrasar mais cinco minutos eu juro...

Se acalma, mamãe. Tô chegando. ─ reviro os olhos, segurando o celular na orelha. ─ É sério, tô entrando no estacionamento. Aguenta aí.

Aguenta aí o cacete, Hacker. Já me chamaram duas vezes, e eu aqui igual uma idiota. ─ resmungo.

Já saí do carro. ─ ele diz.

─ Se você se atrasar todas as vezes, eu vou começar a trazer a Maggie no seu lugar. ─ falo.

Você não ousaria. Eu sou o pai.

─ E ela nunca me chamou de interesseira.

Você nunca vai esquecer isso?

─ Não. Agora vem logo, antes que eu entre sozinha. ─ eu não vou, mas ele não sabe disso.

Alguém toca meu ombro, e eu me assusto um pouco.

─ Cheguei. ─ vejo ele sorrir. ─ Vamos entrar?

─ Eu ainda tô puta por você se atrasar de novo. ─ falo, enquanto andamos lado a lado no corredor até o consultório.

─ Não é minha culpa que os caras do time fazem merda no treino e o treinador põe todo mundo pra fazer flexão por cinco minutos. ─ faço uma careta.

─ Eles fazem muita merda, então.

Vinnie ri, mas não responde.

Entramos na sala, e vejo a mesma médica da primeira vez, quando vim com Maggie – que, a propósito, ficou chateada por ter um compromisso e não poder me acompanhar hoje.

─ Gina, que bom ver você de novo! ─ a médica diz. ─ Com o pai, desta vez?

─ Vincent Hacker. ─ ele se apresenta, apertando a mão dela.

A médica começa a arrumar as coisas, mexer no monitor e essas coisas.

─ Você seguiu minhas recomendações, Gina? ─ ela me pergunta.

─ Eu diminui as aulas para duas vezes na semana, acabei com os banhos de gelo e tomo as vitaminas todos os dias. ─ falo, com um suspiro no final. ─ Espero que esteja tudo bem agora.

─ Vamor ver isso agora mesmo.

Olho para Vinnie, que tem um olhar no rosto que eu interpretei como "de que porra vocês estão falando?", e me lembro de que ele não sabe de tudo ainda.

─ Quando eu descobri, o bebê estava... afetado, por falta de calorias e vitaminas. Mas não esquenta, a Maggie tá me enchendo de comida o dia todo.

Ele cerra os olhos, e percebo o jeito que ele decidiu interpretar a última frase.

─ Você é um idiota. ─ ele dá risada.

A médica retorna a atenção para nós, e diz:

─ Antes de tudo, Gina, precisamos te pesar. ─ concordo com a cabeça e subo na balança no canto da sala. ─ Dois quilos a mais do que da primeira vez, é um bom sinal.

Eu estava encarando aquele monitor, sentindo um frio na barriga. Talvez ela pudesse ver o sexo do bebê hoje, mas talvez não.

─ Pode se deitar. ─ ela aponta para a maca inclinada, e é o que eu faço. Vinnie prontamente se põe ao meu lado, assistindo enquanto a médica ergue minha camiseta e passa o gel na minha barriga, agora com uma leve inclinação.

Encontro os olhos dele, e naquele momento tenho certeza de que ele está tão nervoso quanto eu.

─ Já vamos descobrir o sexo hoje? ─ ele pergunta.

─ Ainda não tenho total certeza. Vai depender muito do progresso que tiveram, a mãe e o bebê. Em um bom tamanho e bom ângulo, então sim.

O monitor acende, e ela guia o aparelho para a minha barriga.

─ Vamos ver o que temos aqui... ─ ela murmura, olhando a tela. Não consigo olhar para apenas alguma coisa, então acabo pulando do monitor para a médica, da médica para Vinnie e de volta para o monitor.

Em algum momento, Vinnie acabou segurando minha mão. Ele a aperta, mas não tira os olhos do monitor.

─ Interessante. ─ ouço a médica sussurrar, mexendo o aparelho de um lado para o outro.

─ O que é interessante? ─ pergunto, preocupada.

─ Vou deixá-los descobrir. ─ ela sorri um pouco e aperta um botão no monitor. De repente, um som agudo invade a sala.

Aperto a mão de Vinnie, sentindo meu coração acelerar.

O primeiro tum-tum fez meus olhos se encherem por uma razão que eu não conhecia. Eu não conseguia olhar para mais nada agora, apenas para o monitor.

Então... dois tum-tum, um diferente do outro, mas quase ao mesmo tempo.

Fechei os olhos com força, depois olhei para Vinnie. Ele me olhou na mesma hora, parecendo um pouco confuso.

─ Eu vou matar você. ─ murmuro. ─ E o seu pai.

Nem dois segundos depois, ele entendeu.

─ São... dois? ─ ele olha para a médica. Ela concorda. ─ Puta merda.

Esfrego o rosto, duas vezes mais preocupada agora. Mas, ainda assim, algo encheu meu coração com uma emoção que nunca senti antes.

─ São dois. ─ a médica diz, voltando a mexer o aparelho. ─ Mas ainda não estão no tamanho ideal para descobrimos o sexo de cada um. Talvez no próximo mês.

Eu estou ouvindo, mas ao mesmo tempo não.

Dois bebês.

Puta que pariu.

─ Mas estão bem? ─ Vinnie pergunta. ─ As vitaminas funcionaram?

─ Definitivamente. Consigo ver um processo nítido no crescimento. ─ ela responde. ─ Eu recomendo que você mantenha as vitaminas pré natais, mas as outras não são mais necessárias. Continue com uma dieta balanceada saudável, sem eliminar mais calorias que o necessário, e no próximo mês seus bebês estarão perfeitamente prontos para nos revelar o que são.

Dois bebês, meu Deus.

Fico calada pelo resto do tempo. A médica limpa minha barriga, fala mais algumas coisas sobre as vitaminas e depois se despede.

─ Você não vai falar nada? ─ Vinnie pergunta, quando já estamos no térreo. ─ Não vale dizer que me odeia.

─ Eu estou te odiando bastante nesse momento. ─ murmuro.

─ Não é como se a culpa fosse minha, Gigi. Na minha família tem gêmeo pra caralho. ─ ele dá de ombros. ─ E, aliás, você não parecia exatamente desesperada por uma camisinha naquele dia.

Bufei, com raiva.

─ Sua memória seletiva tá começando a me irritar. ─ falo, e é verdade. ─ Quando eu te procurei, você nem se lembrava do meu rosto. Mas depois se lembrou dos meus saltos e agora fica jogando isso na minha cara? Não foi sua melhor jogada até agora.

Ele parece perceber que vacilou e se aproxima.

─ Foi mal, eu sou um babaca involuntariamente às vezes. Juro que não foi de propósito. ─ ele diz, e apenas porque sinto seu arrependimento, eu assinto.

─ Isso... muda as coisas, não é? ─ questiono, sentindo minha garganta arder.

─ Um pouco, sim. ─ suspiro e mordo o lábio, para conter o choro. ─ Não chora, Gigi.

Vinnie me pega em um abraço apertado, o qual eu retribuo por estar totalmente desesperada.

─ Você disse que a gente vai dar um jeito, lembra? ─ ele encosta a bochecha na minha cabeça. ─ Posso te fazer uma pergunta?

─ Uhum.

─ Você já contou para os seus pais?

Meu corpo paralisou.

─ Vou levar isso como um não.

Ai, merda.

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pois é gigi, dois bebês
agora aguardem na paz de deus ateee a próxima consulta pra saber se sao um casal, dois meninos ou duas meninas
só quem sabe é a mwgconhada pq eu conto literalmente todos os meus plots pra ela

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