𝗯𝗼𝗻𝘂𝘀 𝗽𝗮𝗿𝘁 𝟰.
jamie mikhailova-hacker, pov
─ Foco, playboy!
Eu solto uma gargalhada, sentada em uma cadeira de praia que eu arrastei para a quadra particular que nós temos em casa.
─ Pai, você sabe que chamar qualquer um de playboy é hipocrisia da sua parte, né? ─ eu grito, de longe.
─ Quieta, minha cria. ─ papai grita de volta. ─ O nome disso é pressão. Se ele realmente acha que pode me vencer, é melhor suar por isso.
Eu reviro os olhos, mas estou sorrindo.
─ Você não joga há 3 anos e tá ficando velho. Eu vou te vencer. ─ o meu queixo cai, e meu pai cerra os olhos.
─ Isso foi um desafio, playboy? ─ dramaticamente, papai arranca a regata do corpo.
Callum o imita, e de repente fico sem ar.
─ O que há com homens e tatuagens de aranha? ─ Adora se senta na cadeira ao lado da minha.
Papai tem uma aranha bem no meio do peito, e Callum tem uma nas costelas. Eu não acho que qualquer um dos dois estivessem cientes disso - nem eu estava, no caso de Callum.
─ Um ponto a mais pela tatuagem. Um ponto a menos por ter uma tatuagem antes dos 18 anos.
─ Você teve a sua primeira tatuagem com 16 anos, papai. Mais hipocrisia?
─ Jamie, se você defender esse garoto mais uma vez, eu acabo essa palhaçada e esse encontro tá cancelado.
─ Vin! ─ minha mãe grita, rindo.
Eis o motivo dessa reunião totalmente aleatória. Callum e eu já somos amigos há seis meses; mal consigo acreditar que tanto tempo já se passou. Ao longo desses meses, além do meu aniversário naquele parque em Santa Monica, fomos a uma festa de halloween juntos, ele me comprou um colar de presente de natal e passou o ano novo com a gente aqui em casa, depois da virada.
E, hoje, há mais ou menos vinte minutos, ele apareceu aqui em casa com uma proposta. Se ele vencesse o meu pai em uma partida de sete cestas, ele me levaria em um encontro sem toque de recolher.
É claro que eu já tenho 18 anos e posso decidir se quero ir ou não, e eu quero, mas deixei isso rolar porque queria ver como essa coisa da partida aconteceria. Afinal de contas, meu pai jogou profissionalmente por 15 anos e mais uma década antes disso, e Cal é um pirralho de 18 anos com uma motivação.
Meu pai estava ganhando por quatro à três, mas Callum não parecia abatido.
─ Por que tem uma criança seminua na sua quadra, Hacker? ─ o sorriso no meu rosto se expande quando minha madrinha, Maggie, aparece com Mason e meu padrinho, Aaron.
─ Fim de carreira mesmo, hein, Vinnie? Disputando com adolescente... ─ meu padrinho provoca, e meu pai mostra o dedo do meio pra ele.
─ Muito engraçado, idiota. ─ meu pai diz. ─ Essa criatura abusada aqui disse que vai levar a Jamie para um encontro, sem toque de recolher, se me vencer em uma partida de sete cestas.
─ Não sei se você sabe, tio, mas a Jamie já tem 18 anos faz uns cinco meses. ─ Mason diz, se sentando no chão na frente das minhas pernas. ─ Isso significa que ela é adulta, e adultos não precisam de toque de recolher.
Meu pai olha para Mason por uns cinco segundos antes de balançar a cabeça.
─ Você é igualzinho a sua mãe. ─ ele diz.
─ Você acha mesmo? ─ Mason questiona, parecendo orgulhoso. E deveria, mesmo. Minha madrinha é o máximo.
Callum pigarreia, e todo mundo olha pra ele.
─ Se eu não te conhecesse, poderia dizer que você tá fugindo da situação. ─ meu pai revira os olhos e vai buscar a bola, que caiu um pouco mais longe.
Ouço um chiado, e quando olho para Maggie, ele tem as sobrancelhas erguidas. Ela aponta para Callum, sorri e dá uma piscadinha. Eu bufo de brincadeira e olho pra longe.
Meu pai volta com a bola e eu puxo o apito no cordão ao redor do meu pescoço. Espero eles se posicionarem e inicio.
O último ponto foi do meu pai, então ele permanece com a bola. Depois que eu apito, ele dribla Callum com uma volta completa do corpo e arremessa, mas Callum está perto da cesta e intercepta a bola, arremessando logo depois. Quatro a quatro.
─ Cuidado, tio. Você tem alguma competição. ─ Mason grita, e eu bato na cabeça dele.
O próximo ponto é do meu pai. Depois Callum. Meu pai, depois Callum.
Escondendo um sorriso nervoso, eu apito pela última vez. Callum teve o último ponto, então começou com a bola; ele pula dois passos para trás, corre pela direita e arremessa a bola.
Eu não sou idiota, nem Callum é. Nós dois sabemos que meu pai poderia ter corrido e interceptado aquele arremesso em dois segundos se ele quisesse. A coisa é: ele não fez, e Cal marcou o último ponto.
Acho que ele estava certo quando disse que, lá no fundo, meu pai gosta dele, sim.
─ Eu sei que você me deixou ganhar essa, coroa. ─ Callum diz, e sorri. ─ E tudo bem. Vitória é vitória.
Meu pai revira os olhos, coisa que ele faz muito quando Callum está por perto. Mas então ele sorri de leve e levanta o braço com o punho fechado; Callum o imita e bate o punho no dele.
Uma trégua.
Mamãe entra em casa com a minha madrinha, meu pai e meu padrinho correm para o outro lado da quadra para jogar, e Adora e Mason saem, sei lá pra onde.
Callum está colocando a camisa quando eu me levanto da cadeira, deixando o apito lá em cima. Eu me aproximo dele, de braços cruzados.
─ Na próxima vez, seria legal me chamar para um encontro antes de propor um duelo medieval com o meu pai, sabe? ─ eu provoco.
─ Vou me lembrar disso. ─ ele retruca, passando a mão no cabelo para tirá-lo do rosto. ─ Usa uma roupa bonita, mas confortável, tá bom?
─ É surpresa ou você vai me dizer onde nós vamos? ─ eu pergunto e ele bufa de brincadeira.
─ Não tem graça se você souber. ─ ele aperta a pontinha do meu nariz. ─ Eu volto aqui pra te pegar em 2 horas.
─ Ok. Até mais tarde. ─ ele beija a minha bochecha e, depois de gritar uma despedida para o meu pai, ele sai.
Vou correndo para o meu quarto, com um sorriso de orelha a orelha. Pego o meu roupão e uma toalha no armário e entro no meu banheiro, começando a encher minha banheira.
Não sei quanto tempo passo lá, mas hidrato o meu cabelo e raspo as pernas, apesar de visitar uma clínica de depilação a laser pelo menos uma vez por mês.
Dessa vez, procuro um tutorial detalhado de como lidar com um cabelo como o meu. Meu pulso cansa de tanto rodar a mão para enrolar cada fio de cabelo na minha cabeça, mas o resultado me agrada bastante. Uso o difusor com cuidado depois disso, até os cachos definidos estarem secos e estáticos.
Pareço um furacão dentro do closet, remexendo em cada canto para achar algo bonito e confortável. É fevereiro, ainda é frio, então vestido está fora de cogitação.
Depois de um tempo procurando, encontro uma calça de malha preta, bem larga nas pernas e apertada nos quadris; combino ela com uma camisa de manga longa branca sem estampa. Nos pés, calço uma bota plastificada de plataforma, sabendo que a calça vai cobrir a maior parte dela. Prendo um conjunto de correntes no pescoço e coloco alguns dos meus anéis.
Eu me sento em frente a penteadeira, meio frustrada.
─ Adora?! ─ eu grito, esperando que ela esteja no quarto dela, que eu ao lado do meu.
Ela aparece um minuto depois, sorrindo pra mim.
─ Sim?
─ Você pode me ajudar com a maquiagem? ─ eu peço, meio receosa.
─ Claro! ─ animada, ela entra e fecha a porta. ─ Ai, não, Jay! Você quer fazer a maquiagem depois de já se vestir? Ficou doida? Vai cair e manchar a sua roupa.
─ Eu não quero nada... exagerado, tá?
Dora morde o interior da bochecha e olha em volta. Ela corre e pega o roupão que eu usei, e joga em cima de mim, tampando a minha roupa. Depois disso, ela começa a sua mágica.
Eu fecho os olhos e espero ela acabar. Surpreendentemente, não demora tanto assim. E quando me olho no espelho, fico feliz por não precisar retirar algumas camadas escondida. Dora atendeu ao meu pedido e apenas colocou um pouco de brilho nas minhas pálpebras, além de um delineado, deixou minha boca com um tom natural de rosa e deu um pouco de cor às minhas bochechas.
Quando eu me levantei e tirei o roupão que protegia minha roupa, a porta abriu mais uma vez. Minha mãe e minha madrinha entraram, as duas sorrindo.
Minha mãe parecia estar me vendo em, sei lá, um vestido de noiva. Mas eu entendo a comoção; é o meu primeiro encontro, e sem toque de recolher, ainda por cima. Ela pode derramar algumas lágrimas.
─ Mãe... ─ eu murmuro, meio envergonhada. ─ Eu não vou demorar tanto assim.
─ Ah, vai sim. Você só vai aparecer aqui amanhã, querida. ─ ela se aproxima e pega a minha mão. ─ Você tá linda, Jamie. ─ ela passa a mão de leve pelo meu rosto, parecendo se segurar para não chorar mais ainda. ─ Se cuida, ok? Você lembra do nosso código vermelho?
─ Ligue ou mande mensagem dizendo torta de limão. Como eu poderia esquecer? ─ eu ironizo. Resumidamente, minha mãe ficou obcecada por torta de limão quando engravidou de Michael, ninguém aguentava mais torta de limão em casa, e meu pai brincou dizendo que era um gatilho, e aí ficou como palavra de segurança. Eu só usava quando alguém fazia cócegas em mim.
Minha madrinha se aproximou também, parando ao lado da minha mãe.
─ A gente pode pular a conversa sobre proteção e consentimento? ─ eu faço uma careta.
─ Por favor.
─ Ótimo, porque seu namoradinho já tá lá embaixo. Provavelmente ouvindo algumas ameaças.
Como se esperasse a deixa, tia Maddy entrou correndo no quarto, meio ofegante.
─ Quantos degraus aquela escada tem? Jesus Cristo. ─ ela respira fundo. ─ Jamie, você tá linda, meu amor. Mas é melhor você descer, antes que o coitadinho fuja.
─ Fugir? Nah. Ele deve estar tirando uma com a cara de todo mundo. ─ Dora diz. ─ Vai, Jay. Boa sorte.
Eu desço, meio nervosa, e encontro algo que poderia estar em um livro de biologia. Meu pai, meu padrinho e meus tios, em círculo, em volta de Callum.
─ Ei! ─ eu chamo, e todos me olham. ─ Chega, né?
─ É puramente pra sua proteção, fadinha. ─ tio Jordan, da tia Liya, diz.
─ Pelo amor de Deus, esquece esse apelido. ─ eu passo por eles e pego Callum pela mão. ─ Tchauzinho!
Continuo andando até chegarmos perto da rua, onde o carro dele está no meio fio. Respiro fundo, e ouço ele rir ao meu lado.
─ Sua família é bem... selvagem, né? ─ ele vai na frente e abre a porta para eu entrar.
─ Pois é, desculpa por isso.
─ Não precisa. Eu gosto, é legal ver o quanto eles se preocupam. ─ ele fecha a porta depois que eu entro e contorna o carro, entrando no lugar do motorista. Depois que ele se senta, suspira e me olha, com um sorriso divertido. ─ Oi.
Eu solto uma risada, e ele liga o carro.
Callum adora fazer surpresa, então eu sei que não adianta pedir qualquer dica sobre onde vamos. Por isso, apenas relaxo no banco e canto as músicas que tocam enquanto não chegamos.
Quando ele estaciona, em um estacionamento gigante, o meu queixo meio que cai assim que percebo onde estamos.
─ Senhorita. ─ ele finge ser super formal, estendendo uma jaqueta para colocar em mim. Depois, ele encaixa o boné na minha cabeça, e coloca um nele mesmo.
─ Eu não sei se isso é super romântico ou super antiquado. ─ eu falo, deixando ele enrolar meu braço no dele enquanto entramos na arena.
─ Ver os Lakers na primeira fila, no LA Court? É romântico pra caralho, princesa.
Quando eu comecei a ter idade para entender e gostar de basquete, meu pai jogava no Celtics, mas eu sempre gostei dos Lakers. Não sei se foi porque é o time local, mas quando meu pai voltou para os Lakers, eu dei uma maldita festa.
E aqui, agora, com Callum e o meu time do coração... Foram os melhores 60 minutos que eu já tive em muito tempo. Os Lakers ganharam, e a minha garganta doía de tanto gritar durante a partida, mas foi incrível.
Quando nós saímos, Callum apenas virou o boné ao contrário, mas eu tirei o meu e manti a jaqueta.
─ Foi incrível. ─ eu falo, entrando no carro. Callum liga o carro e saímos do estacionamento.
─ Eu sabia que você ia gostar. ─ eu apenas sorrio, olhando pela janela.
Ele não nos leva para casa. É claro que não, ele não teria jogado contra o meu pai por me levar pra sair sem hora pra voltar apenas para me levar embora às oito da noite.
Ao invés disso, nós paramos em um restaurante a beira-mar. Não era como nenhum restaurante que eu já fui antes; esse parecia velho, de madeira, com buracos na parede e o letreiro pendurado. Quando nós entramos lá, eu percebi que a aparência abandonada era proposital. O interior é aconchegante, quente e bonito.
Todos os funcionários estavam vestidos como piratas. Eu, automaticamente, me senti dentro de Piratas do Caribe.
─ Você continua se superando. ─ ele sorri, convencido.
Encontramos uma mesa perto de uma janela, que não era bem uma janela. Era mais um buraco enorme na parede. Era estranho, parecia horrível do lado de fora, e eu amei completamente.
─ Como você conhece esse lugar?
Não estamos exatamente em Los Angeles. O restaurante fica em uma parte da estrada que leva para Malibu, sem casas ou outros estabelecimentos perto. É tipo um pit-stop, onde você para, compra comida ou vai no banheiro, e continua o caminho.
─ Minha mãe, ela adorava lugares assim. Ela trouxe eu, minha irmã e meu pai aqui há uns anos. Eles odiaram, mas eu não. É especial pra mim, sabe? Eu nunca trouxe ninguém aqui, mas quando eu pensei em te levar para algum lugar, eu sabia exatamente onde ir. Aqui. ─ eu sorrio, muito feliz.
Eu sabia que a mãe dele tinha falecido há dois anos, em uma queda de avião. Ele chorou quando me contou, e eu deixei ele deitar no meu colo até parar. Saber que ele quis compartilhar esse lugar comigo... me fazia muito, muito feliz.
Um garçom, obviamente vestido de pirata mau-encarado, veio pegar o nosso pedido. Todos os pratos do cardápio tinham nomes de barcos e navios, alguns provavelmente inventados e outros conhecidos.
Porque parecia bom e porque eu não poderia escolher qualquer outro, eu pedi um Titanic. Era peixe empanado com arroz chinês e feijão preto.
E como não temos idade para bebida alcoólica, eu escolhi uma Pepsi, que, no cardápio, se chama líquido amniótico de lula radioativa. Eu adorei.
Callum escolheu um prato chamado Wicked Wench, que é uma porção de frutos do mar com arroz, e uma Pepsi também.
─ Então... ─ ele pigarreia, logo que nossos pedidos chegam. ─ O baile de formatura é em um mês, né?
─ Uhum. ─ eu respondo, tomando um gole de refrigerante para engolir a comida mais fácil. ─ Você já aplicou para as universidades?
─ Já, faz um tempo. Meu pai acha que eu consigo entrar em Princeton com uma bolsa de atletismo, por causa do basquete e tal. ─ ele diz. ─ E você?
─ Tenho 100 por cento de certeza que meus pais querem e esperam que eu fique em Los Angeles, mas... Não sei se é o que eu quero. ─ eu falo, disfarçando o nervosismo entre uma garfada e outra. ─ Eu apliquei para a UCLA, mas para outras também.
─ Eles vão apoiar qualquer coisa que você escolha, você sabe. ─ eu sorrio e assinto com a cabeça. ─ Princeton tem um campus artístico...
Eu dou risada, balançando a cabeça negativamente.
─ Não vou entrar em Princeton, Cal. Meus desenhos não são bons o suficiente e, aliás, eu não acho que eu quero seguir nisso. É mais um hobby do que qualquer coisa.
─ E o que você quer?
Eu engulo em seco e pego o garfo com mais força.
─ Agora, eu quero aproveitar esse jantar delicioso. Pode ser? ─ ele ri e concorda.
Depois que comemos, Callum insiste em pagar a conta e nós saímos do restaurante. Com certeza, quero voltar aqui mais vezes.
Voltamos para o carro, mas ele não volta para a cidade. Ao invés disso, ele vai em direção a Malibu. Eu sorrio, animada.
Quinze minutos depois, ele estaciona o carro ao lado de uma caixa de correio escrito "casa de verão dos Mitchell". Quando o olho, ele balança a chave, sorrindo.
Eu o sigo para dentro da casa, mas ele continua andando reto, até abrir outra porta e... caralho. Areia e mar, só isso.
─ Eu te odeio, Callum. ─ eu falo, com um sorriso tão largo que meu rosto dói.
─ Sério? A gente já não passou dessa fase há uns seis meses? ─ ele provoca. Eu reviro os olhos e passo por ele, empurrando-o pelo ombro, e paro na pequena varanda.
Tiro a jaqueta e as botas, até ele aparecer na minha frente.
─ Ficou maluca? Tá uns quinze graus, a água deve estar congelando!
─ Ok, então não entra.
Continuo tirando a roupa. Tiro as correntes, os anéis. Quando estou só de sutiã e calcinha, sem me importar porque eu já nadei com Callum de biquíni antes, eu começo a correr.
─ Caralho, Jamie! Espera!
Mas eu não espero, continuo correndo até o mar e me jogo nele. Meio que me arrependo na hora, mas não vou dar esse gostinho a ele.
─ Você é muito teimosa as vezes, sabia? ─ me viro, vendo Callum entrando na água. ─ Se eu pegar um resfriado, minha vó vai me encher de sopa. ─ ele reclama, chegando perto.
─ Nossa, quando foi que você virou esse bebê reclamão? ─ com os olhos cerrados, Cal corre até mim e me derruba na água.
Filho da puta. Eu não queria molhar o cabelo!
─ Meu pé, Callum! ─ eu choramingo, fingindo ter problemas para levantar.
─ Cacete, me desculpa, eu não queria... ─ eu puxo ele pelo pescoço até ele afundar junto comigo. Quando voltamos para a superfície, com ele segurando meus braços em volta do pescoço dele, eu dou risada. ─ Você é cruel, sabia?
─ Esse foi o seu melhor elogio até agora. ─ eu respondo. Ele aperta de leve o meu braço e solta, e eu percebo que ainda estou me segurando nele.
─ Eu ainda tenho mais alguns em mente, se você quiser ouvir. ─ ele responde, com a voz mais baixa.
Minha respiração acelera, assim como o meu coração.
Callum não me olha assim desde o meu aniversário. Pelo menos, não que eu tenha notado.
─ Não sendo gêmea chata ou 02... ─ eu brinco, e ele sorri fraco. Me assusto quando ele segura a minha cintura por baixo d'água.
Estamos tão perto que ele toca a ponta do nariz no meu.
─ Eu tentei, Jamie. Eu tentei ser só seu amigo, mas... Desde o começo, mesmo quando você não gostava de mim... Era você. Sempre foi você.
─ Cal...
Eu não consigo terminar a frase. Na verdade, nem sei o que eu iria falar. Callum usa a outra mão para segurar o meu rosto.
─ Não fala nada, Jamie... ─ ele sussurra. ─ Não fala nada.
Eu afasto o rosto do dele e olho em seus olhos. Ele parece nervoso e até... com medo.
─ Cal. ─ eu tiro as mãos do pescoço dele e seguro seu rosto. ─ Eu acho que esse é o melhor dia da minha vida. ─ eu falo, e finalmente, finalmente, afundo para frente e o beijo.
Parece que tem borboletas assistindo fogos de artifício no meu estômago, o que é uma coisa idiota de se imaginar. Mas é assim que eu me sinto.
Nós encostamos nossas testas, ofegantes. Eu me afasto apenas para espirrar, e ele ri.
─ Vamos entrar. ─ nós saímos do mar e corremos pela areia até estarmos dentro da casa. Ele praticamente me carrega até o banheiro e liga a água quente em nós.
─ Cal?
Ele me olha, parecendo tão adorável com o cabelo todo escorrido pelo rosto.
─ Obrigada por hoje. ─ sorrindo, ele me pega no colo, segurando minhas coxas ao redor dele.
─ Obrigado por sempre, Jamie Mikhailova. ─ ele me beija, e eu abraço o pescoço dele.
Mamãe estava certa. Só chego em casa na manhã seguinte.
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O CASAL ACONTECENDO Q LINDO
nao teve detalhes pq pra mim ela ainda eh um bebezinho 🤝🏽
+3k de palavras. me amem muito hein
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