𝗳𝗼𝗿𝘁𝘆 𝘁𝘄𝗼.
G.M, 01/03/2024
Moscou, RU
─ Você tem certeza disso? ─ Sonya, a presidente do comitê da Academia, me pergunta assim que saio do escritório da diretoria.
─ Tenho, Nya. ─ sorrio para ela. ─ Bolshoi foi o meu sonho por mais de uma década, e me formar aqui é... Simplesmente mágico.
─ Então por que ir? Por que não estender os estudos? ─ ela insiste. ─ Você vê Alina? Ela está aqui há dez anos. Você pode se arrepender se sair.
Sorrio para ela, absorvendo seu rosto branco, cabelos pretos e olhos castanhos. Ela é uma das minhas melhores amigas aqui.
─ Não vou me arrepender, Nya. ─ balanço a cabeça. ─ O meu plano inicial eram três anos, você sabe disso. Mas não posso... Não posso perder mais nada. Não posso.
Sonya sorri de volta, compreensão estampada em seu rosto.
─ Não some. ─ ela pede. ─ É sério, em quatro anos aqui, você foi a pessoa mais legal que eu já conheci.
─ Essa foi a sua melhor declaração de amor até agora. ─ ela revira os olhos, mas ainda sorri. ─ Não vou sumir, prometo. E você precisa ir conhecer minhas meninas.
─ Eu vou. Prometo. ─ a abraço forte, e beijo a bochecha dela.
─ Pisa nesses filhos da puta, Nya. ─ seguro as mãos dela. ─ Você vai virar uma Prima, a melhor de todas, e quando isso acontecer, eu compro uma passagem de volta só pra assistir a cara desses babacas.
Maggie não estava errada sobre os russos. Muitos deles são antipáticos. Praticamente todos.
Sonya é a única pessoa gentil nesse lugar. As aulas são magníficas, os professores e professoras são incríveis, mas os alunos? Me dão vontade de vomitar. Tive a grande sorte de dividir o quarto com a única pessoa decente desse lugar.
Levo minhas duas malas, uma grande e uma pequena, até o táxi que está me esperando na porta da Academia. Sonya me acompanha até o fim.
─ Tchau, Nya. ─ a abraço pela última vez, ouvindo o tchau baixinho que ela responde, e então entro no táxi.
O aeroporto não é longe, menos de vinte minutos de distância.
Pago o táxi e entro no aeroporto, indo imediatamente fazer o check-in. Despacho as malas e, então, só me resta esperar - mesmo que a ansiedade esteja me remoendo por dentro.
E saber que não estarei em solo americano ainda pelas próximas doze horas só piora a minha situação.
Meu celular toca no bolso do moletom preto, e eu o pego, vendo a foto de Maggie na tela.
─ Já entrou no avião?
─ Ainda não, tô esperando anunciar o vôo. ─ respondo. ─ Tudo certo por aí?
─ Ele nem imagina que você tá vindo embora, fica tranquila. ─ sorrio. ─ Me lembra de avisar quando chegar, assim eu tiro ele daquela cobertura um pouco.
─ Ok. Até depois.
O vôo é anunciado cinco minutos depois, e eu quase corro até a plataforma do avião. Me coloco no assento indicado na passagem e espero ansiosamente até decolar.
Não preguei os olhos em momento algum. Acho que a antecipação tirou o meu sono. E a ansiedade. E a pressa.
Quase grito quando preciso enfrentar a fila no check-out, mas espero a minha vez em silêncio. Pego as malas e tiro o celular do bolso, mandando um emoji com o polegar levantado para Maggie; ela me responde imediatamente, dizendo que já está na cobertura e que vai por o código no elevador para eu entrar sem problemas.
Não peço um táxi logo de cara. Espero a confirmação de que eles saíram, e então entro em um carro e dou o endereço do Palace, a meia hora dali.
O porteiro se oferece para me ajudar com as malas, mas eu nego com um sorriso. Coloco as duas no elevador e aperto o último botão.
Felizmente, as portas se abrem sem nenhum problema. Entro na cobertura e corro direto para o quarto.
Tiro as roupas das malas, arrumando tudo no closet em tempo recorde. Provavelmente vou reorganizar isso mais tarde, mas dane-se.
O conjunto de moletom que estou usando é confortável, e ainda faz um pouco de frio em Los Angeles, então não o troco.
Meu celular vibra; é uma mensagem de Maggie, dizendo que estão voltando.
Digito o código para bloquear o elevador, e vou para a cozinha. Pego um pacote de Oreo e um M&M, feliz em saber que Vinnie manteve minhas coisas mesmo sem eu aqui. Quando abro a geladeira, no entanto, só vejo Coca-Cola, não Pepsi.
Vai servir.
Levo tudo para a sala, na mesa de centro, e ligo a televisão. Depois de uma busca rápida, aperto o play em A Hora do Pesadelo, tiro os tênis e me deito no sofá.
Em cinco minutos de filme, o elevador faz barulho, e as portas se abrem.
─ Lar, doce lar. ─ ouço a voz de Vinnie, e sorrio. ─ A madrinha de vocês é maluca, certo? Um frio danado lá fora e... Eu deixei a televisão ligada?
Ouço passos, e me preparo.
─ Eu tenho certeza de que desliguei. Nunca perco a chance de tirar aquela porca insuportável. ─ ele resmunga, e entra na sala.
O corpo dele congela, um espelho do meu. Imaginei que eu levantaria e correria até ele, mas esses primeiros segundos foram estáticos.
─ Vocês vêem o que eu vejo? ─ ele pergunta baixinho, para as duas garotinhas em pé ao lado dele. ─ Eu tô ficando maluco?
Adora levanta os braços e corre até mim, gritando a todo pulmões.
─ Mama!
Saio do transe nesse momento. Pensei que teria que trabalhar nisso, ensiná-las a me chamar de mãe, mamãe ou, que seja, mama. Mas assim, de cara? Uma baita surpresa.
─ Oi, Gigi. ─ Vinnie murmura, enquanto ergo Adora nos braços. ─ Você tá mesmo aqui? Ou isso é um sonho muito vívido?
─ Eu tô mesmo aqui. ─ me levanto do sofá, percebendo a mudança significativa no peso e tamanho de Adora.
Crianças de um ano e meio são pesadas assim normalmente?
─ Porta que pariu. ─ ele murmura, então praticamente corre pela sala e me abraça. Adora resmunga, então a coloco de volta no chão. ─ Você tá aqui.
─ Você acabou de dizer porta que pariu? ─ zombo.
─ Descobri que preciso camuflar os palavrões, porque uma certa mocinha ama repetir tudo o que o incrível papai dela diz. ─ ele olha para trás, e Jamie sorri.
─ Papai diz!
Ele volta a me olhar.
─ Viu só? ─ sorrio, e ele coloca um pouco do meu cabelo atrás da orelha. ─ Por que você não avisou, Gigi?
─ Queria fazer surpresa. ─ ele revira os olhos. ─ Então... surpresa.
─ Surpresa! ─ Jamie grita, e eu gargalho.
Vinnie segura a parte de trás do meu pescoço e cola nossas testas. Fecho os olhos e inalo o perfume delicioso dele.
─ Você tem Coca-Cola, mas não tem Pepsi? Isso é traição em um nível elevado, sabia? Não sei se posso te perdoar por isso. ─ falo, segurando a bochecha dele.
─ Pepsi tem gosto de remédio vencido, amor. Só bebia porque você gosta. ─ bufei.
─ Remédio vencido.. porta nenhuma. ─ ele solta uma gargalhada, e nos afastamos.
Ando até as gêmeas. Adora usando um conjuntinho de frio roxo, e Jamie um rosa.
─ A mamãe voltou. ─ beijo a testa de cada uma.
─ Mamãe voltou! ─ Jamie grita. ─ Mamãe voltou. Mamãe voltou. Mamãe voltou.
Sorrio largo, vendo as duas correndo pela sala. Vinnie para do meu lado.
─ É culpa da Maggie. Ela deu chocolate pra elas. Com uma quantidade absurda de açúcar. ─ ele passa o braço pela minha cintura.
─ Quando elas tiverem idade suficiente, vou apresentar a magnífica Pepsi para as duas.
─ Filmes de terror clássico também?
─ Pode apostar que sim. Vão ser tão viciadas quanto eu. Ou mais.
─ Não duvido disso.
Aproveitando a distração das meninas, ele segura meu rosto e me beija.
Deus, como eu senti falta disso.
Ele morde meu lábio levemente quando se afasta, e diz, ofegante:
─ Preciso ligar pra minha mãe.
─ Por quê? ─ questiono.
─ Vou levar as meninas para uma noite com a vovó. ─ ergo as sobrancelhas. ─ Não quero traumatizar elas com a altura que eu vou te fazer gemer hoje a noite.
Dou risada, e ele apenas sorri.
─ O objetivo em voltar para casa é não ficar mais longe de vocês, sabe? ─ sorrio pra ele.
─ Não hoje. Hoje você é minha.
─ Minha!
Olhamos para Jamie ao mesmo tempo, vendo a garotinha de rosa correndo até nós.
Não vou mesmo me arrepender de ter voltado. E nunca mais vou embora.
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esse reencontro de milhões e as gemeas assi
ai gente n quero me despedir😭😭
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