Suas mãos acariciava o meu cabelo, mas eu estava sentindo enjoo invés de acolhimento. Seus olhos tão profundos não brilharam quando me olhava, pareciam mortos. Não conseguia me concentrar nas suas palavras, estava dolorida.

⎯⎯ ... seu teste será semana que vem, e logo logo estaremos em New York, e você tem muito trabalho lá. O dono de uma incrível marca de luxo quer muita a sua presença em seu desfile. Então se preocupe em se recuperar logo, tem que ficar bem saudável para prosseguir com tudo.

Minha mãe para de acariciar meu cabelo e se levanta.

⎯⎯ Certo? ⎯⎯ balanço a cabeça em confirmação ⎯⎯ Ótimo.

Ela sai e eu fico a sós, com as lágrimas começando a descer e o estômago embrulhado. Eu quero sair daqui, eu preciso sair daqui.

Ouço batidas na porta e Dayeon logo entra. Meio acanhada, com seu lindo vestido amarelo florido ela vem até mim.

⎯⎯ Aqui. ⎯⎯ ela me entrega a bolsa em que estava segurando. ⎯⎯ Vá se trocar.

⎯⎯ Me trocar? Mas...

⎯⎯ Anda! Hankook está esperando lá em baixo.

Uma explosão de felicidade tomou conta do meu corpo, encarei Dayeon que desviou o olhar. Eu sorri e tentei o mais rápido possível me levantar e correr até o banheiro para me trocar.

Com a ajuda de Dayeon, consegui sair do hospital e entrar no carro de Hankook.

⎯⎯ Ah! Muito obrigada! ⎯⎯ o abraço e beijo a sua bochecha.

⎯⎯ Ain! Eca! Sai. ⎯⎯ Ele me empurra. ⎯⎯ Como está as suas costas?.

⎯⎯ Se recuperando na medida do possível, senhor!.

⎯⎯ Olha, isso que estamos fazendo é muito perigoso, e se descobrirem, vão nos matar e não é brincadeira, nossas famílias irão nos desertar.

⎯⎯ Ah! Não quero mais! ⎯⎯ Dayeon tenta sair.

⎯⎯ Não tem mais volta. ⎯⎯ ela faz cara de choro.

⎯⎯ Seja o que for, eu faço. ⎯⎯ Falo destemida e ele dá partida.

As celas se abrem e eles entram, nos pegando violentamente pelo braço e traçando as algemas. Questionei sobre para onde eles nos levariam mas obviamente não responderam.

Paramos em um tipo de galpão, era grande e mal iluminado, no meio tinha uma corda, na frente, um cara em uma mesa. Fomos empurrados até lá, organizados em fileiras.

⎯⎯ Então vocês são os K.O.T.S... foi um trabalhão encontrá-los mas parece que está tudo resolvido agora, isso é ótimo. Ok... vou fazer algumas perguntas e espero que colaborem com a verdade, ninguém quer sair machucado daqui, certo? ⎯⎯ sua voz era densa, e seu olhar psicopata com um largo sorriso exagerado no rosto.

⎯⎯ Ok... vamos lá. ⎯⎯ Ele pega um papel ⎯⎯ Onde está localizado o resto de vocês? ⎯⎯ ninguém respondeu ⎯⎯ Vocês tem sua própria sede, certo? Onde estão? Todos, quero o nome de um por um, e onde estão ficando no momento. 

Todos ficamos calados, ele sorriu novamente e veio até a gente, circulando em nossa frente.

⎯⎯ Quem é o líder de vocês? ⎯⎯ ficamos em silêncio, seus olhos pareciam comer a gente vivos. Encaro Kazuha e Junghoon que se mantinha neutros, a mão de Artgur foi de encontro a de Taehun que estava tremendo.

O homem parecia sentir o cheiro do medo, pois ele se aproximou imediatamente de Taehun e o olhou intensamente.

⎯⎯ O que foi pequenino? Está com medo? Não tenha. Vem cá, conte aqui para o tio. Onde estão o resto de vocês? ⎯⎯ o corpo de Taehun se contrai ⎯⎯ se me responder, o tio não vai fazer nada.

Taehun se mantém em silêncio, querendo chorar. Pressão era o seu pior medo. O homem chuta a sua perna e ele cambaleia. Tento intervir mas os guardas apontaram armas pra nossas cabeças.

⎯⎯ Fiquem quietinhos ai. ⎯⎯ O homem encara Taehun segurando a perna ⎯⎯ Eu quero ele.

Um dos guardas vem até Taehun o pegando pelo braço e o amarrando na corda no meio do galpão.

O homem pega um pedaço de ferro e vai até Taehun, naquele momento, alguns guardas nos seguram. Não... por favor não...

⎯⎯ Me coloquem no lugar dele! ME COLOQUEM AGORA! ⎯⎯ Eles não pareciam me dar ouvidos ⎯⎯ Não... não o machuquem.

⎯⎯ Eu vou perguntar mais uma vez. Onde estão o resto de vocês? Onde?! ⎯⎯ o homem segura forte o queixo de Taehun que já estava chorando. Taehun não responde e o homem injeta o primeiro golpe em seu estômago. Taehun encolhe e grita de dor. Eu tento sair mas eles são muito fortes e eu estava algemado ⎯⎯ É, parece que o dia vai ser longo.