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Meu pai enlouqueceu de vez. Está a literalmente 3 dias, 13 horas e 22 minutos atrás daquele grupo da festa. Nunca um Vândalo saiu das ruas para invadir locais particulares. Meu pai está furioso e jurou pegá-los e prendê-los até o final de suas vidas. E eu como uma boa filha, Finjo que nada aconteceu.
⎯ Se seu pai descobrir que além de dançar com eles você os ajudou a fugir. ⎯ Dayeon comenta enquanto secava seu copo de milk-shake.
⎯ Ele não vai descobrir. Ninguém viu.
⎯ Mesmo assim, você tem que tomar cuidado. Daqui para frente não faça nada envolvendo à música.
⎯ Me peça para fazer coisas possíveis.
⎯ Lia! Isso é sério, quer que aquilo aconteça de novo? ⎯ Me calo de uma vez. ⎯ À culpa não foi minha daquilo ter acontecido. Foi culpa da ignorância deles.
⎯ Que seja. ⎯ Jogo à caixa dos meus doces no lixo.
⎯ Irei para casa guardar essas roupas e a gente se encontra na escola, ok?.
⎯ Ok e... você conhece alguém que tenha uma covinha muito notória na bochecha esquerda, é extremamente alto, tipo, muito alto. Com os cabelos escuros, olhos de jabuticabas e pele fofinha?.
⎯ Aqui tem várias pessoas assim.
⎯ Não mas... especificamente.
⎯ Eu tenho um primo com essa aparência. ⎯ Reviro os meus olhos. ⎯ Quem está procurando?.
⎯ Ninguém. ⎯ Ela me analisa.
⎯ Me conte tudo na escola. ⎯ Ela sai andando de costas com o dedo apontado para mim. Essa carinha dela não assusta ninguém.
Talvez eu esteja obcecada demais em encontrá-lo. Dayeon está certa, eu estou na Coreia, tem muitos caras assim.
[ Soobin ]
⎯ Ei, psiu! Rato gigante. ⎯ Kazuha bate em meu braço que segurava minha cabeça enquanto eu pensava. Por conta da força meu braço foi jogado e eu quase bato a cabeça na mesa.
⎯ É Coelho. ⎯ Arthur a corrigi.
⎯ Que seja. ⎯ Ela se senta na cadeira ao meu lado e coloca os pés em cima da mesa.⎯ Você está muito aéreo esses dias. O que tanto pensa?.
⎯ Nada demais.
⎯ Talvez seja uma baixinha com os cabelos longos e escuros com uma personalidade duvidosa. ⎯ Junghoon passa por nós.
⎯ É, achei ela bem legal mas ela é uma deles. Não seja idiota. ⎯ Kazuha toma o pão da minha mão.
⎯ E a gente está sendo mais caçados do que nunca, é melhor não fazermos nada por um tempo.
⎯ Mas hoje é dia de cantar no metrô! Eu amo cantar no metrô. ⎯ Arthur faz bico.
⎯ Taehun está certo, vamos nos afastar um pouco. ⎯ Encaro todos que baixam à cabeça.
Eu preciso de um descanso. Mas eu conheço aquele sorriso... de onde eu a conheço? Por que sinto que saber quem ela é é tão importante?.
[ Lia ]
Agora faz literalmente 2 semanas do ocorrido e meu pai ainda está louco atrás deles. Não aguento mais ele 24 horas por dias falando o quanto os odeia e o quanto quer matar os vândalos. Sendo que é por culpa dele que tudo está assim.
⎯ Talvez eu deva colocar mais guardas ma fronteira da cidade também, caso aqueles idiotas queiram fugir. ⎯ Ele para de comer para falar. Nem na hora do jantar tenho paz. ⎯ Devo colocar pratulhas a noite pela redondeza e aumentar o armamento no metrô. Aqueles delinquentes são muito espertos.
Aperto firme minha mão tentando não jogar tudo para o ar e falar tudo o que está vindo em minha mente.
⎯ Você está certo querido, todo o cuidado é pouco para esses bastardos. Onde já se viu, desobedecê-lo dessa forma, na sua frente e ainda mais na sua festa. Eles merecem apodrecer na cadeia. Essas crianças. ⎯ minha mãe aperta o ombro de meu pai dando todo o apoio. Como eles conseguem ser assim? Tão podres.
⎯ Ainda bem que temos uma filha tão obediente e com um namorado tão recato e de total admiração.
⎯ Como se eu tivesse escolha. ⎯ Acabo falando alto demais e os dois me encaram.
⎯ Como? ⎯ meu pai se aproxima.
⎯ Não, eu só estava pensando alto demais. Estou falando sobre as aulas extras essa semana. ⎯ Eles continuam me encarando sérios.
⎯ Lia, o que estava fazendo na festa quando tudo aconteceu? ⎯ Lá vem meu pai com esses interrogatórios idiotas.
⎯ Por que vocês duvidam tanto de mim? Eu tenho me esforçado o máximo para caber nos seus padrões e ainda fazem isso!. ⎯ Acabo soltando.
⎯ Talvez se você não tivesse feito à escolha errada antes.
⎯ Eu era só uma criança! ⎯ Sinto meus olhos marejarem e minha cicatriz latejar.
⎯ Uma criança imprudente que sabia o que estava fazendo mesmo assim o fez.
⎯ Talvez se você não tivesse me privado dos meus direitos, eu não teria sido tão imprudente. ⎯ Levanto da mesa e vou até meu quarto. No momento em que fecho à porta as lágrimas caem.
Eu e essa minha incrível necessidade de não chorar na frente deles. Eu poderia ter ficado lá e discutir até o amanhecer mas eu infelizmente não consigo me segurar. Eu infelizmente sou fraca demais para isso.
Abro meu celular e vejo uma foto da Dayeon comendo chocolates com uma máscara amarela no rosto e de maria chiquinhas. Tão aleatória.
Vou até a janela e encaro as marcas na parede, onde havia à escada e as plantas que foram arrancadas a anos atrás. Era minha única passagem. Encaro a hortaliça da cozinha e me lembro do dia. E se eu... hoje não é um bom dia Jisu, só vá dormir.
Encaro as hortaliças mais uma vez e fecho meus olhos, imaginando aquela música novamente, os confetes, as risadas e a energia do local. A cara irritada do meu pai ⎯ Não consigo não dar risadas com isso ⎯ E aqueles olhos... eu os senti em mim enquanto me deixava levar pela música. Isso está me deixando louca. Eu realmente o conheço de algum lugar, mas de onde? E por que quando ele me chamou daquilo... me abalou tanto?.
Droga! Não consigo me controlar. Te odeio Jisu.
Pego um sobretudo e coloco por cima do meu pijama e o amarro firme. Troco os chinelos por um sapato e me esguio até à cozinha. Por favor, que não tenha ninguém lá.
Abro a porta devagar e vejo uma cozinha vazia. Isso! Corro até à porta das hortaliças e a abro. Pego uma caixa que havia lá e coloco perto do muro como uma ajuda para subir. Consigo chegar ao chão então festejo minha vitória.
Agora só espero encontrar algo interessante para animar à minha noite.
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