
Without Words
Olá população! <3
É minha primeira história no Wattpad, mas é possível ler minhas outras fanfics na minha conta do Spirit Fanfic. Me digam se gostem.
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- VOCÊ SÓ PODE ESTAR DE BRINCADEIRA COMIGO! – Damian gritou indignado
- Não estou. É aqui mesmo que você vai trabalhar. – Bruce respondeu calmamente, desligando o carro
- Qual é! É o Asilo Arkham, pai! De todos os lugares, por que tinha que ser aqui?!
- Porque eu sei que aqui o sobrenome Wayne não ganha privilégios. Você será tratado como qualquer outro funcionário.
- Esse é o pior castigo de todos! Eu tenho mais o que fazer, não posso ficar o dia inteiro sendo babá das pessoas daqui.
- Você tem que ser castigado por todas as ações impensáveis e perigosas que você fez esse ano, Damian!
- Nem foram tantas assim!
- Fala isso para a loja de penhores perto da praça.
- Foi um acidente! A pista estava escorregadia e o carro perdeu o controle!
- Você tinha ultrapassado o limite de velocidade e estava dirigindo com o celular na mão!
- Vendo a mensagem que você mandou, dizendo para chegar em casa em 2 minutos para a reunião com a sua noiva interesseira!
- Não tente colocar a culpa em mim, Damian! Você tem total responsabilidade pelos seus atos!
- O Jason andou de moto dentro de casa e invadiu o meu quarto e a única coisa que você fez foi mandar ele limpar a casa durante uma semana!
- A casa é enorme, tenho certeza que ele teve o que merecia!
- Admite logo, você só está fazendo isso para ter um motivo para me manter longe!
- O quê?
- Tenho certeza que você não queria me acolher quando minha mãe veio pedir ajuda!
- Isso não é verdade!
- Conta outra!
Bruce suspirou pesadamente e saiu do carro, fazendo Damian sair também, contra à vontade. Eles entraram e Bruce se dirigiu até o balcão.
- Olá, Sr. Wayne. Como posso ajudá-lo? – a recepcionista perguntou desinteressada, mascando um chiclete
- O meu filho está interessado em fazer estágio aqui por um tempo.
- O garoto emburrado ali atrás?
Damian estava sentado em uma das cadeiras, com o olhar fixo na porta de saída, amassando o copo de plástico de água na mão, fazendo o líquido cair no chão.
- É, ele mesmo. – Bruce suspirou
- Quantos anos o moleque tem?
- 18. Por quê?
- Temos que escolher os pacientes que estarão sob os cuidados deles, e nós não podemos arriscar colocar um garoto tão novo com um psicopata de nível extremo.
- Entendo.
- Já preencheu a papelada online ou precisa dos papéis agora?
- Já fiz tudo, só vim trazê-lo.
- Tudo bem. Obrigada, Sr. Wayne.
Bruce acena com a cabeça e vai em direção ao filho.
- Já está tudo resolvido.
- Até quando eu vou ter que trabalhar aqui? – Damian rosna
- Até o momento em que eu achar conveniente.
- Ou seja, nunca! Sabe, eu tenho que começar a procurar faculdade, e eu não vou conseguir fazer isso trabalhando aqui!
- ... Seu turno acaba às 20h. – e saiu do prédio sem esperar resposta do menor
- Como é que é?! Eu não posso ficar o dia inteiro nesse lugar! – Damian se levantou irritado
- Damian Wayne. – a recepcionista o chamou – Venha até aqui, por favor.
Ainda irritado, ele foi até lá e se apoiou no balcão com a cara fechada.
- O que foi?
- Você já conhece o nosso hospital ou precisará de um tour? – a mulher perguntou ainda desinteressada
- Isso aqui não é um hospital, é um hospício!
- Eu só digo o que sou obrigada a dizer, mas responde a pergunta logo, moleque.
- Por que eu deveria conhecer esse lugar?
A mulher estourou uma bola de chiclete olhando para ele. Pegou o telefone e chamou alguém que Damian não se importou em descobrir quem era. Minutos depois, um garoto loiro de olhos verdes com o uniforme de funcionário apareceu.
- Mandou me chamar? – ele perguntou para a mulher, sem notar Damian ainda
- Preciso que mostre o lugar para o novato e explique as regras para ele.
- Ah, ok... certo. – se virou para Damian – Damian?
- Eu te conheço, por acaso?
- Bom, mais ou menos. A gente estudou junto, lembra? Garfield Logan. Eu tinha o cabelo verde naquela "época". – fez aspas com os dedos
- O irresponsável que ficou de recuperação mais vezes do que posso contar? Claro, como esquecer.
O sorriso de Garfield murchou um pouco e ele olhou para o chão, sem graça.
- Que lindo. Um reencontro. – a mulher comentou sarcasticamente e empurrou algumas coisas para Damian – Esse é o uniforme, o cartão e a chave que mantém as celas trancadas, a grade de horários e os quartos e medicamentos dos seus pacientes.
Sem muita escolha, Damian pegou tudo e seguiu Garfield até o vestiário. Lá Damian se vestiu e fez careta para o cheiro horrível que habitava o jaleco e a camisa azul estranha.
Quando saiu, Garfield estava revisando os papéis que foram dados a Damian.
- Então, Logan. – chamou a atenção do outro – De todos os lugares para trabalhar, por que veio aqui?
- Estou fazendo um tipo de estágio também. Meu pai disse que só me ajudaria com o dinheiro da faculdade se eu me mostrasse responsável. E segundo, eu consigo cuidar da minha amiga enquanto trabalho aqui.
- Sua amiga?
- É.
- Ela é louca igual todo mundo aqui?
- Não. O pai dela colocou ela aqui sem nenhum motivo aparente, e já que só os responsáveis podem tirar o paciente daqui antes de acabar todo o progresso de tratamento como eles chamam aqui, não acho que ela consiga sair tão rápido.
- Por quê?
- O pai dela nunca foi uma boa pessoa, e pelo que ela me contava, com a chegada da nova madrasta ficou pior. Eu já tinha dito para ela fugir de lá e que meus pais aceitariam ela ficando lá com a gente por um tempo, mas ela sempre dizia que não queria incomodar. Vem, tem bastante lugar para te mostrar.
Depois de mostrar a parte dos funcionários e o lugar onde os remédios eram guardados, Garfield o levou até o refeitório - um de funcionários e um de pacientes, e por fim chegou a hora de levá-lo a ala onde os quartos ficavam.
- Tudo bem, Damian. Posso ver sua lista? – Garfield estendeu a mão, e o garoto de olhos verdes entregou o papel. O loiro examinou e franziu o cenho com o último nome – Você vai cuidar da Rachel?
- Quem é Rachel?
- A minha amiga.
- Hm. – deu de ombros e continuou seguindo Garfield
Enquanto passavam pelos corredores, Damian observava as portas dos quartos, alguns tinham até grades. As fichas dos pacientes estavam penduradas em um compartimento ao lado da porta.
- Hmm, rosto novo por aqui. – um homem pálido disse com a voz rouca, ele estava com uma camisa de força, sendo levado em uma cadeira de rodas – Me diz, rapaz, você não acha que deveria sorrir mais? – o homem sorriu mais ainda, dando a Damian a visão de dois cortes em suas bochechas, simulando um sorriso mesmo com a boca fechada
- Eu já disse, você deveria ficar quieto até chegar na sala da senhorita Quinzel. – a enfermeira terminou de arrumar o sapato e começou a empurrar o homem de novo
- Quem era aquele? – Damian perguntou
- Me falaram que ele gosta de ser chamado de Coringa. O motivo? Eu não sei. Eu só me aprofundei nas pesquisas das pessoas que eu cuido.
Eles andaram mais um pouco, em um dos corredores, Damian encontrou a sala da Psiquiatra Quinzel, e ouviu as vozes da mulher com o tal "Coringa".
Depois que Garfield o mostrou seus poucos pacientes, o loiro parou em uma porta, e Damian conseguiu ler o nome "Rachel Roth".
- Sua amiga?
- Sim. Ela não gosta de sair para almoçar com os outros. – dois minutos depois, uma mulher chegou com uma bandeja de comida, entregou para Garfield e depois foi embora – Você quer entrar? Só vou tentar conversar um pouco com ela.
- Por que tentar?
- Como eu posso explicar... Ela tinha sumido da escola por uns meses, e todo mundo ficou preocupados com ela. E quando me deu a louca de procurar trabalho temporário aqui, eu achei ela aqui no quarto. Eu fiquei tentando conversar com ela por bastante tempo, mas um enfermeiro disse que ela não abriu a boca para falar com alguém desde o dia que ela chegou.
- Por quê?
- Eu queria saber também. – pegou o cartão para passar na porta
- Quantos anos ela tem?
- A Rae fez 19 mês passado.
- Desde quando ela está aqui?
- Pouco depois que ela fez 16.
Damian franziu o cenho. Ela foi internada aqui nova demais, e pelo que o loiro falou, não tinha nenhum motivo aparente. Garfield passou o cartão e a porta se abriu. Era um quarto normal e bem simples.
Na pequena cama de solteiro, uma pequena figura estava sentada quase encolhida contra a cabeceira e a parede, lendo um livro. Ela estava com a calça e camiseta branca que todos os pacientes usavam.
Ela tinha o cabelo preto que batia em seus ombros, parecia bem desarrumado ao seu ver, e a sua pele era extremamente pálida, dando a impressão de ser cinza, mas as marcas em seus braços chamaram a atenção de Damian. Pareciam recentes, arranhões de unhas e alguns pareciam um pouco fundos, já que ele podia ver pequenas manchas de sangue seca ao redor desses arranhões, quase imperceptíveis, mas Damian conseguiu ver. Ele ainda não tinha visto o rosto da menina, já que ele estava sendo coberto pelo livro.
- Oi, Rae. – Garfield disse sorridente, colocando a bandeja na pequena mesa um pouco afastada na cena
Quando ela ouviu a voz do seu amigo, ela levantou a cabeça, e Damian quase não conseguiu segurar sua expressão surpresa ao ver os olhos dela. Parecia que duas brilhantes pedras de ametistas estavam olhando para eles. Rachel baixou o livro, e continuou encarando Garfield, mas seu olhar se voltou para ele e, Damian podia jurar que ela se afastou um pouco.
- Rae, esse aqui é o Damian. Ele veio fazer estágio por um tempo e... bom, é isso. Aqui, trouxe o... O que é isso, Rae? – finalmente viu os arranhões nos braços dela – Pesadelos de novo? – ela assentiu lentamente
- Pesadelos? – Damian perguntou
- Ela sempre teve bastante pesadelos na época da nossa escola, e dizia que às vezes ela acabava se machucando sem querer, e muitas vezes também não conseguia acordar sozinha.
Damian assentiu e se encostou na parede. Rachel continuou olhando para ele com desconfiança, obviamente os dois notaram isso.
- Você quer que ele saia, Rae? – Garfield perguntou
Ela olhou para Damian por mais um tempo, por fim deu de ombros e se sentou melhor na cama, como se dissesse que não se importasse. Garfield se sentou ao lado dela na cama e começou a falar sobre o dia dele antes de ir ao trabalho.
Às vezes, Rachel dava alguns sorrisos pequenos e forçados para Garfield como garantia de que estava ouvindo tudo que ele falava, mas não respondia nada do que ele perguntava.
Depois de um tempo, um alarme apitou no prédio, sinalizando o fim do intervalo.
- Bom, Rae Rae, o almoço acabou e eu tenho que ir ver os outros, mas daqui a pouco eu venho aqui para limpar os machucados, tudo bem? – ela assentiu tristemente – Sabe quem eu chamei para vir aqui amanhã? – Garfield sorriu de forma sapeca – O Victor. – Rachel sorriu timidamente, sem mostrar os dentes – Adoro seus sorrisos de verdade, gatinha. – o sorriso de Rachel se transformou em uma carranca – Eu sei que você gosta, gatinha. - Rachel arqueou uma sobrancelha e deu um chute fraco na perna do loiro – Ai, não precisa agredir, Rae. – ela sorriu sem mostrar os dentes de novo para ele, parecendo esquecer de um Damian curioso observando a relação dos dois. Até agora, a relação dos dois, eram de dois irmãos que passavam o dia inteiro se implicando, que mesmo sem falar, Rachel ganhava – Ah, antes que eu me esqueça. – ele colocou a mão no bolso da camisa, mas parou e olhou para Damian – Tem alguém aí fora?
- Não, por quê?
Garfield tirou uma barra de chocolate do bolso e deu para Rachel, que sorriu um pouco mais olhando para ele.
- Sabia que ia gostar, Rae Rae. Eu pego o papel quando eu vier limpar seus machucados, ok? – ela assentiu, ainda sorrindo
- Por que queria saber se tinha alguém lá fora? – Damian perguntou
- As pessoas daqui não deixam ela comer chocolate. – se levantou da cama e arrumou os talheres e o prato na bandeja
- Por quê?
- Não é muito recomendável, mas a Rae ama chocolate. E ela não é doente, então não tem problema nenhum. – se virou para a amiga, que já estava lendo o livro de novo, comendo o chocolate – Tchau, Rae.
Ela não tirou os olhos do livro, mas acenou com a mão que segurava o doce e depois voltou a sua concentração. Garfield e Damian saíram do quarto e o loiro fechou a porta.
- Quem é o Victor que você mencionou lá dentro?
- Ah, é o meu melhor amigo desde a terceira série e é como um irmão mais velho para a Rae.
- Vocês dois pareciam irmãos que se odeiam lá dentro.
- Não nos odiamos, nós só costumávamos nos implicar sempre que podíamos. Ela sempre ganhava.
- Já é bem óbvio.
- Ela costumava ter a língua afiada. – lembrou, baixando a cabeça
- ... Ela fala com a psiquiatra ou psicóloga daqui?
- Ela não fala com ninguém desde que veio pra cá, muito menos com os profissionais.
- Tem alguma ideia do porquê ela não fala?
- Eu já disse que não, e eu não sei porquê você está tão interessado nisso agora. Bom, já te expliquei tudo e te mostrei o lugar, agora é só ficar de olho nos horários. Eu preciso ir. Toma cuidado com o cartão e as chaves. – saiu andando com a bandeja
Um tempo depois, Damian pegou um kit de primeiros socorros simples com algodão e álcool e uma caixa de gaze por precaução, e se dirigiu para o quarto da paciente que mais chamou sua atenção.
Ela era muito nova para estar aqui. Pelo que ele viu, todos os outros tinham no mínimo uns 28 anos, mas ela tinha 19, ainda era uma jovem que tinha muito o que viver, e teve uma boa parte da adolescência tirada quando foi internada aqui. Pelo que ele pôde observar, ela não tinha problema nenhum. Era apenas uma jovem que não falava e que costuma ter pesadelos. Nada de tão preocupante para ser colocada no Asilo Arkham.
Ele andou até a porta e a abriu com seu cartão, entrando no quarto devagar. Rachel estava no mesmo lugar em que estava quando ele entrou lá pela primeira vez, exceto pelo seu livro que parecia que estava no começo de novo.
- Você começou a ler o livro de novo? – ele perguntou do nada, assustando ela, que deu um pulo na cama e olhou para ele com os olhos arregalados – Desculpa, não queria te assustar. Você está lendo o livro de novo?
Ela franziu o cenho para ele e assentiu, voltando a atenção ao livro novamente.
- Por que começou a ler de novo? – ela apenas deu de ombros, sem se incomodar em olhar para ele – É o único que tem, né? – ela assentiu de novo – Que livro é? – colocou o kit na mesa, vendo ela estender o livro para ele pegar – "Alice no País das Maravilhas". É do Logan, não é? – recebeu outra confirmação – Você não acha meio infantil ou repetitivo ficar lendo isso várias vezes? – ela apenas deu de ombros como se dissesse "melhor que nada" e pegou o livro de novo – Eu vim limpar os machucados dos seus braços. – Rachel franziu o cenho desconfiada e olhou para a porta – O Logan está ocupado agora e eu achei melhor limpar isso rápido, não é?
Depois de um tempo de reflexão consigo mesma, Rachel deixou o livro na cama e estendeu um dos braços para ele. Damian colocou álcool no algodão e começou a passar cuidadosamente sobre os arranhões na pele dela, vezes ou outras, seu braço ficava tenso quando o álcool entrava em contato com os mais fundos. Feito isso de forma rápida, Damian guardou tudo no kit e se sentou na cama ao lado dela, que já tinha voltado a ler.
- Você gosta de ler? – ele perguntou, chamando a atenção dela, que levantou os olhos do livro e assentiu lentamente – Na minha casa tem um monte de livros que o meu irmão já leu e agora não tem muita utilidade, só serve para ocupar espaço. – Rachel continuou a encará-lo curiosamente – Você ia gostar de ter mais opções do que ler aqui?
Rachel ficou surpresa com a pergunta, mas concordou ansiosamente, deixando uma sombra de um sorriso que quase apareceu no seu rosto.
- Hm, imaginei. Eu trago alguma coisa para você amanhã. Quer que eu jogue o papel para você? – Rachel pegou a embalagem do doce e entregou para ele – Por curiosidade, o que mais você gosta de comer que não permitem por aqui?
Ela pareceu pensar em uma maneira de responder sem falar. Por fim, ela pegou o livro e foi em alguma página específica, e mostrou a imagem a Damian, que só agora percebeu que o livro tinha ilustrações.
- O Logan te deu um livro com desenhos? – sorriu de lado, fazendo ela soltar uma risada nasalada e dar de ombros de novo, apontando para a figura da mesa do Chapeleiro Maluco e da Lebre, que estava cheia de comida e bebidas para a tão famosa festa do chá – Você está dizendo que gosta de doces? – ele deu um palpite, e ela concordou – Mais alguma coisa? – Rachel apontou para a xícara de chá que a Lebre segurava – Isso é... Chá? – ela sorriu concordando – Deixa eu ver se entendi, você gosta de doces, que são cheios de açúcar e te deixam agitado, mas ainda assim gosta de chá, que serve para acalmar? – perguntou incrédulo, fazendo ela rir pelo nariz de novo – Não seria melhor café, não? – zombou, e ela fez careta – Não gosta de café, né? – recebeu um aceno negativo com a cabeça como resposta – Ok... Rachel. – se levantou da cama – Meu turno aqui já acabou e eu tenho que ir para a casa, mas amanhã eu estou de volta. – ela deu de ombros de novo e se sentou melhor na cama, pegando o livro.
Damian se dirigiu até a porta, mas parou e olhou para ela mais uma vez. As grandes e brilhantes pedras de ametistas se voltaram para ele uma última vez antes de voltar para o livro. Damian entendeu o recado e saiu do quarto.
Quando trocou de roupa e recuperou suas coisas no vestiário, saiu do prédio, chamou um carro por aplicativo e foi para a casa.
Quando chegou lá, pensou em ir direto para o quarto, mas Alfred interceptou seu caminho, o levando para a mesa de jantar com seu pai e seus irmãos.
- Ei, Dami. – Dick o cumprimentou
- Pirralho. – Tim disse
- Bola de ódio. – Jason zombou
Bruce deu um aceno rápido de cabeça. As conversas durante o jantar foram totalmente paralelas, mas Damian se manteve calado o tempo inteiro, totalmente irritado e entediado.
Quando todos acabaram de comer, eles saíram da mesa e foram fazer seus respectivos hobbys. Damian pediu algo para Alfred, que concordou prontamente, e depois foi para a biblioteca.
Uma vez lá, ele se perguntou o que Rachel gostaria de ler. Ela não parecia ser o tipo de pessoa que gostava de histórias voltadas para romance, então ele poderia descartar essas opções por enquanto. A amiga de Dick, Bárbara Gordon, comentou uma vez em um jantar, que era totalmente apaixonada pelo livro "A Seleção", mas Damian duvidava que Rachel fosse gostar daquele livro.
Depois de muito pensar, ele pegou os três primeiros livros da saga de Harry Potter e um livro diferente por precaução, chamado "A Ilha dos Perdidos", que parecia ser baseado em um filme de um canal famosos.
Levou os livros para o quarto e os colocou em uma mochila, e a deixou no sofá em frente a cama, para se lembrar de levar para o Asilo amanhã.
No próximo dia, enquanto todos estavam almoçando na grande mesa da sala de jantar, Alfred adentrou no cômodo com uma pequena bolsa, parecendo uma lancheira e se aproximou de Damian.
- Aqui está o que me pediu, mestre Damian. – entregou ao menino
- Obrigado, Pennyworth. – colocou a bolsa dentro da mochila que estava embaixo da mesa
- O que é isso? – Bruce perguntou
- A comida que servem lá é horrível. – ele respondeu com indiferença e depois voltou a comer
Quando estava quase na hora de ir para o trabalho, Damian foi até a cozinha, esquentou um pouco de água e colocou um saquinho de chá de ervas na água, depois colocou tudo em uma grande garrafa térmica e foi para o trabalho.
Lá, ele colocou o uniforme e, aproveitando que chegou cedo e não tinha muitos funcionários, ele pegou sua mochila e foi com ela até o quarto de Rachel, passando o cartão e abrindo a porta.
Damian estava prestes a cumprimentá-la, mas viu que ela estava se mexendo freneticamente na cama com olhos fechados com força, tendo um pesadelo, Damian deduziu. Isso se confirmou quando ele viu suas mãos passarem desesperadamente pelos lençóis até se agarrarem em alguma coisa para ela segurar com força – seus braços. Rachel acabou segurando seus próprios braços e inconscientemente os perfurando e arranhando com suas unhas.
- Ei, Rachel. – ele se aproximou dela, quando a mesma soltou um quase inaudível grunhido de dor – Rachel, é só um pesadelo. Acorda! – ela abriu os olhos rapidamente e olhou em volta desesperada – Ei, ei, ei, calma. Respira. – ele disse, finalmente chamando a atenção dela, que olhou para ele com estranheza – Estranhou o fato de eu estar aqui tão cedo? – ainda com uma sobrancelha arqueada, assentiu – Eu tinha que vir mais cedo para te dar as coisas.
Rachel focou na mochila nas costas do menino. Damian tirou a mochila e a apoiou na cama, fazendo Rachel se sentar para dar a ele espaço para se sentar. Ele tirou o livro de capa verde e o deixou na cama.
- Eu não fazia ideia do tipo de livro que você gostava, então eu peguei o que as amigas dos meus irmãos falavam que eram bons. Pelo que eu soube, esse aqui parece ser baseado em um filme, mas eu não sei qual. – Rachel pegou o livro e o folheou até chegar na última página e apontou para a última palavra da folha – "Descendentes"? – ele leu – O que é isso? – ela apontou para a palavra de novo e arqueou uma sobrancelha – É... o nome do filme? – ela assentiu – Ah. Então você já leu ou conhece a história? – ela sinalizou como um "mais ou menos" – Eu trouxe outros se você quiser ver. – tirou os três livros de Harry Potter e deixou na cama também – Obviamente você já ouviu falar dele, né? – ela concordou – Gosta de ler isso? – recebeu outro aceno positivo – Tudo bem, então. Quando você acabar de ler esses, eu posso trazer outros. – recebeu um olhar cético da menina – Sim, eu trago mais. Imagino que deva ser um tédio total ficar aqui sem fazer nada o dia inteiro. – ela concordou tristemente
Damian observou Rachel pegar os livros cuidadosamente, como se estivesse com medo de estragá-los e analisar cada uma das capas.
- Eu trouxe mais coisa também. – chamou a atenção dela. Ele tirou a garrafa térmica e entregou para ela – Você disse que gostava de chá, mas eu não sabia qual, então eu peguei chá de ervas mesmo. Ele serve? – ela sorriu timidamente concordando – Estava mais quente antes, mas a minha casa é longe daqui e esfriou na viagem de carro. – enfiou a mão na mochila para pegar mais alguma coisa enquanto Rachel bebia um pouco do chá, ainda o observando – Eu também não tinha ideia de que doce você gostava, mas eu trouxe um pouco de cookies e brownies. Isso serve? – ela sorriu timidamente de novo – Descobri que eu sou bom em adivinhar. – zombou – Mais alguém vem aqui além de mim ou do Logan?
Ela pareceu pensar em como responder, até que sinalizou como um "mais ou menos" com uma careta, e Damian lutou para entender o que ela quis dizer.
- Às vezes? – sugeriu, fazendo ela concordar – Ok, se alguém sem ser eu ou o Logan vier aqui tenta esconder isso tudo, tá? E quando o Logan vir o que eu trouxe, diz que... Tenta sinalizar que fui eu que trouxe tudo e que é para ele me entregar depois, ok? – Rachel soltou uma risada nasalada e assentiu – Acho que meu turno vai começar agora, então quando der o meu horário para vir aqui, eu volto. – se levantou e pegou a mochila e se dirigiu até a porta - Ah, antes que eu esqueça. – chamou a atenção dela de novo, que já tinha aberto o primeiro livro de Harry Potter para ler – Eu ainda vou fazer você falar. – foi meio que uma promessa. Ele deu um sorriso de lado e finalmente saiu
3 meses desde que Damian começou a trabalhar lá, o comportamento de Rachel mudou. Ela parecia mais feliz e não estava mais tendo pesadelos. Garfield e Damian notaram isso, e o loiro estava muito feliz por ver a amiga melhorando cada dia mais, quem sabe assim ela consiga sair de lá mais rápido e, principalmente, sem a autorização do pai. Na verdade, Garfield preferia que Trigon nem soubesse sobre o avanço da filha no hospital.
Damian se acostumou a visitar o quarto dela com bastante frequência, mesmo que não fosse o horário certo. Ele ainda não tinha conseguido fazer ela falar, mas ele pelo menos conseguiu tirar mais sorrisos verdadeiros dela, e até algumas risadas baixas e curtas sem nem mesmo perceber o que falava. Ele continuou levando doces, chá e livros para ela e muitas vezes, ficava no quarto apenas a observando a mulher ler em silêncio.
É claro que não foi só o comportamento de Rachel que mudou.
Depois de algum dia trabalhando no Asilo, Bruce percebeu que Damian não estava mais irritado e relutante em ir trabalhar e não reclamava mais sobre tudo. Ele podia estar sempre com a cara fechada, mas quem o conhecia podia facilmente perceber que ele parecia mais calmo e não se irritava mais com tanta facilidade como antes.
Bruce poderia até dizer que Damian estava gostando de trabalha lá.
Mais algumas semanas se passaram e estava indo tudo bem. Damian acabou completando 19 anos e, por incrível que pareça, não se aborreceu pelas pegadinhas que seus irmãos fizeram com ele no dia. Ele também aproveitou para pegar um pedaço de bolo quando ninguém estava vendo e o guardou, fazendo uma nota mental de se lembrar de pegar e levar para Rachel no dia seguinte.
Depois de mais duas semanas, uma hora antes do turno de Damian começar, Bruce chamou o caçula para conversar em seu escritório.
- O que foi? – Damian perguntou entediado
- Percebi que você estado diferente desde que te mandei para trabalhar no Asilo Arkham.
- E isso é crime agora?
- Estou elogiando, Damian.
- Oh. – ficou surpreso com a fala do pai, mas se recompôs – Bem, obrigado. Mas eu tenho certeza de que não é só isso.
- Tem razão. Bom, você está livre do castigo.
- O quê?
- A partir de amanhã você não vai mais precisar ir trabalhar mais.
Damian ficou confuso no começo, mas se lembrou do único motivo de ter ido trabalhar no Asilo para começo de conversa. O castigo, é claro. Ele tinha se esquecido completamente que tinha ido somente por obrigação.
- ... Tá legal. – respondeu olhando pensativamente para baixo
- Algum problema?
- Nenhum. – voltou o olhar firme para o pai – Mais alguma coisa?
- Por enquanto, nada.
- Com licença. – se despediu e saiu da sala
Andou até o seu quarto para pegar sua mochila, mas no caminho, ele não pôde deixar de se perguntar: Ele queria mesmo parar de trabalhar lá?
Quando chegou no Asilo, se trocou rapidamente, jogou a mochila pelo ombro de novo e se dirigiu até o quarto de Rachel. Quando não a encontrou lá, ele deduziu que ela devia estar no pátio – outro avanço que Rachel mostrou desde que Damian começou a trabalhar lá. Ele deixou os doces e a garrafa de chá na mesa do quarto, foi guardar sua mochila, e se dirigiu para o pátio com um outro livro na mão.
Chegou lá e achou quem estava procurando. Ela estava deitada de barriga para cima em um banco olhando para o céu, com a cabeça apoiada no colo de Garfield, que estava tentando fazê-la rir com suas piadas sem graça. Ele revirou os olhos e foi até lá.
- Já sei, essa é engraçada. – Garfield resolveu tentar mais uma vez – O que o pagodeiro foi fazer na Igreja? – Rachel só o encarou entediada – Cantar Pá God. - e começou a rir de novo. Rachel só revirou os olhos
- Ele já está te torturando com essas piadas logo cedo? – Damian se sentou no banco ao lado deles, chamando a atenção dos dois
- Ah, oi, Damian. – Garfield o cumprimentou, e Rachel sorriu para ele, acenando com a cabeça e se levantou para se sentar
- Eu meio que não sabia se isso ia te interessar, mas achei interessante. – Damian entregou o livro para ela, que pegou e leu o título silenciosamente
- "Moxie: Quando as Garotas Vão À Luta". – Garfield leu por cima do ombro dela – Esse livro ensina como me matar mais rápido? – brincou
Rachel olho para ele entediada e bateu de leve no braço dele com o livro, voltando a ler a sinopse do livro, interessada.
- Você parece uma criança agindo assim. – Damian disse para ela, que apenas deu de ombros, abrindo o livro na primeira página – Logan, posso falar com você?
- Por quê? – o loiro estranhou
- Anda logo! – rosnou irritado e se levantou, se afastando um pouco, sendo seguido por Garfield
- Boa tarde, meninos. – a psiquiatra, Harleen Quinzel passou sorridente por eles, que a cumprimentaram rapidamente
- Por que quis conversar comigo?
- Eu já disse que comecei a trabalhar aqui por causa de um castigo, não é?
- É, eu me lembro de você ter soltado sem querer em uma conversa com a Rae, aí eu comecei a rir, então você me chutou. Não é muito fácil esquecer.
- Que seja, mas enfim, hoje meu pai disse que eu estou liberado. – Garfield franziu o cenho com o que Damian estava insinuando – Hoje é meu último dia trabalhando aqui.
- ... – Garfield acenou com a cabeça e olhou para trás, vendo Rachel lendo o livro no mesmo banco que estavam antes e depois se voltou para Damian – Jura?
- Sim, amanhã eu já não venho mais. Só achei bom te manter informado.
- Obrigado. – franziu o cenho em preocupação – Como você vai falar para a Rae?
- Eu estou te avisando para você falar com ela, duh!
- Wow, pera aí, cara! Você está dizendo que não vai conversar com ela e nem se despedir?
- Exatamente, por quê?
- Mano, você percebeu o quanto ela progrediu com a gente desde que você chegou? Você conseguiu deixar minha amiga feliz de novo em 3 meses, coisa que eu quase não consegui desde que vim aqui ano retrasado.
- Qual é, Logan. Ela não é criança, ela pode entender muito bem.
- A Rachel tem um psicológico muito abalado por conta de abandono, se você sair sem ao menos se despedir...
- Logan, diferente de você, eu tinha notas boas na escola e agora eu posso finalmente procurar emprego de verdade para finalmente sair da casa do meu pai.
- Tá legal, Sr. Perfeito. A vida é sua e você faz o que quiser. – Garfield pareceu pensar antes de falar – Você vem visitar ela de vez em quando, pelo menos?
Damian hesitou em responder. Ele ainda não sabia se tinha feito o certo em parar de trabalhar lá. Ele realmente gostava de falar com Rachel, mesmo sem falar, ela conseguia lhe passar uma calma inexplicável, e ainda mais incrível, ele sentia que ela o entendia mais do que qualquer outra pessoa. O olhar dela falava muito, e ele adorava olhar para as duas grandes pedras de ametistas da garota.
- Não faço promessas, Logan. – por fim respondeu, cruzando os braços
- Hm, ok. – Garfield suspirou
Um som abafado de um livro se fechando com força atrás deles, chamou a atenção dos dois. Rachel estava olhando para Damian com uma lágrima solitária descendo pela bochecha. Ela se levantou devagar, deixando o livro no banco. Baixou a cabeça, sufocou um soluço e saiu correndo do pátio, de volta para o seu quarto.
- Rae! – Garfield correu atrás dela
Damian ficou parado no meio de pátio, com o olhar fixo no caminho que a mulher tinha corrido. Suspirou, pegou o livro no banco e relutante, voltou ao trabalho.
Quando seu turno chegou ao fim, ele entrou em seu carro e começou a dirigir até a mansão de novo.
- Boa noite, mestre Damian. – Alfred o cumprimentou quando Damian entrou pelas portas – Como foi o seu dia?
- É. – deu de ombros emburrado, começando a subir as escadas
- Não gostaria de acompanhar mestre Bruce e seus irmão no jantar, mestre Damian?
- Não estou com cabeça para isso, Pennyworth. – gritou do topo da escada
Damian ficou no seu quarto durante o resto da noite, sem saber o motivo de estar bravo. Ele nem sabia quem era a pessoa a quem sua raiva estava sendo dirigida. Foi só então que percebeu que não pegou o celular. Oh, droga! Ele devia ter deixado cair no vestiário.
Gemendo de frustração, pegou sua jaqueta, a chave de seu carro e sem dizer nada para ninguém, saiu da mansão e começou a dirigir em direção ao Asilo. De novo.
Depois que chegou lá, passou direto pela balconista, que nem notou sua presença, já que estava em um telefonema "muito interessante" com uma tal de Cindy. Se dirigiu para o vestiário e, para o seu alívio, seu celular estava caído no chão, ao lado do seu antigo armário. Com uma pequena rachadura na tela, mas ele poderia pagar o concerto facilmente.
Quando ele estava saindo, hesitou. Alguma coisa estava evitando que ele saísse, e por mais que ele negasse, ele sabia o motivo.
Sem saber se estava fazendo o certo ou não, ele se dirigiu ao corredor onde o quarto de Rachel ficava e encarou a porta dela antes de passar o cartão – que pegou no balcão sem o conhecimento da balconista, e passou no sensor, abrindo a porta e entrando no quarto.
Na pequena cama de solteiro, Rachel estava se debatendo freneticamente na cama, com algumas lágrimas saindo de seus olhos fechados e suas mãos estavam agarradas no lençol com força, deixando os nós de seus dedos brancos, ela estava soluçando quase silenciosamente.
- Ei, Rachel! – ele chamou, franzindo o cenho, ela não estava mais tendo pesadelos, e agora sua forma adormecida estava chorando, deixando-o preocupado – Rachel, é só um pesadelo. – ela soluçou de novo, e ele a segurou cuidadosamente pelos ombros, a sacudindo de forma suave para acordá-la – Rachel, acorda!
Os olhos dela se abriram de forma rápida e ela se sentou, limpando as lágrimas das bochechas e olhando para o lençol desarrumado em suas pernas, mas depois que percebeu as mãos em seus ombros, seu olhar se voltou para Damian, pouco antes de seus olhos se arregalarem um pouco.
- Tudo bem? – tirou as mãos dos ombros dela
Rachel demorou um pouco para responder, mas assentiu de novo, parando de olhar para ele, preferindo olhar para o chão.
- Ainda está brava ou triste comigo? – ela não respondeu e nem reagiu, só ficou imóvel com o olhar perdido nos ladrilhos do piso – Eu já tinha dito que meu trabalho aqui era temporário. – ela continuou imóvel – ... – Damian suspirou antes de falar – Me desculpa por não ter escolhido te falar que eu ia parar de trabalhar aqui, e desculpa por não me despedir também. Era isso que você queria ouvir? – perguntou impaciente, fazendo ela olhar para ele por um tempo, antes de dar um pequeno sorriso, que se desmanchou rápido, e desviou o olhar – Bom, eu só vim pegar meu celular, que eu deixei cair enquanto arrumava minhas coisas. – Rachel olhou para ele tristemente antes de acenar com a cabeça. Ela realmente esperava que ele tivesse vido para ao menos se despedir – Mas já que eu estou aqui... Bom, boa sorte aqui. O seu progresso está bom e eu acredito que você consiga sair daqui logo. – recebeu um sorriso totalmente forçado como resposta – Eu... Vou tentar vir aqui fazer algumas visitas. Tudo bem por você? – ela só deu de ombros, e ele pigarreou – Certo. Ainda é 1 da manhã, você quer tentar dormir de novo? – ela pareceu pensar, até assentir – Tudo bem. – ele se levantou da cama, fazendo ela levantar seu olhar para ele – Eu vou deixar você descansar, até porque eu tenho que voltar para a minha casa antes que... – ele começou a se afastar da cama, mas Rachel rapidamente pegou seu pulso de forma desesperada – O que...
- Fica, por favor... – as palavras saíram da boca da menina, fazendo Damian arregalar os olhos, era a primeira vez que ele ouviu ela falar
A sua voz não passava de um sussurro e estava rouca pela falta de uso por anos, mas ela era suave e doce.
- Você falou? – foi uma pergunta estúpida, já que a resposta era óbvia e ele tinha ouvido a voz dela com seus próprios ouvidos, mas ele ficou surpreso
- Por favor, não me deixa também. – ela pediu de novo, ainda segurando o pulso dele – Eu não quero ficar sozinha de novo...
- ... Tá. – ele disse lentamente, sem saber o que dizer para ela
Depois de encarar o rosto assustado de Rachel por um tempo, ele se sentou na cama de novo, ao lado dela. Ela relaxou visivelmente, e depois o abraçou rapidamente, o assustando.
- Obrigada. – ela sussurrou, o abraçando mais forte como se estivesse com medo de que ele fosse embora
Damian não retribuiu no início, mas de forma lenta e hesitante, ele passou os braços pela cintura dela. Ele não era fã de contato humano desnecessário, e era horrível em confortar pessoas, mas quando ele percebeu que ela relaxou, ele supôs que estava fazendo certo.
- Você não ia dormir?
- Não. Se eu dormir, você vai embora. – ela murmurou
Ele engoliu em seco, já que era exatamente o que ele estava pensando em fazer. O quarto caiu em silêncio enquanto o garoto pensava, até que ele resolveu falar de novo.
- Eu... prometo que não vou.
- Mesmo?
- Sim.
Apreensiva, ela lentamente tirou os braços do pescoço dele e focou nos olhos esmeraldas, que também a encaravam. Percebendo que ele não estava mentindo, ela se afastou e deitou de novo. Damian se levantou da cama e se sentou na mesa, para ficar de frente para ela.
Rachel instintivamente agarrou a mão dele e a segurou com força, para garantir que ele não fosse embora. Damian sorriu um pouco com esse gesto e retribuiu o aperto. Rachel conseguiu dar um pequeno sorriso antes de fechar os olhos, tentando dormir de novo.
Depois de um tempo, Damian percebeu que ela estava dormindo. Pegou seu telefone e viu várias mensagens de seu pai e seus irmãos perguntando onde ele estava.
Damian respondeu todos com uma única e curta resposta.
"Estou no Asilo."
3 minutos depois, Bruce mandou outra mensagem, pedindo uma explicação.
Damian releu a mensagem mais uma vez, desviando seu olhar para a mulher dormindo na cama, depois para as suas mãos e só agora percebeu que ele estava esfregando suavemente as costas da mão dela com o polegar. Voltou sua atenção para Rachel mais uma vez antes de finalmente responder ao seu pai.
"Percebi que trabalhar aqui não é tão ruim."
A mensagem de seu pai veio segundos depois, perguntando o que significava. Damian sorriu antes de responder, e depois desligou o celular.
"Resolvi trabalhar aqui por mais um tempo"
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Espero que vocês tenham gostado. Tchau, população! <3
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