🌌 Cap. 12 (Voltei)
~Dois dias depois~
Termino de me arrumar, saindo do abrigo logo em seguida.
-meu Deus, como você tá gata hoje -Andy
Sorrio. -obrigada, amiga
-vai pegar altos clientes! -Maria
-quem quer participar de um ménage comigo? -Natasha
-que horror! Tô fora -Andy
Dou risada
-o cara tá pagando caro por isso
-quanto? -Maria
-800 pra cada
-vamos.
-boa sorte no ménage de vocês, vou arranjar um carinha por alí -Natasha se afasta
-se cuida viu, Brunna! -Maria diz assim que se afasta
-você também -falo
Um carro estaciona na minha frente, e logo um cara abre o vidro, me chamando pra chegar perto
Eu vou. -oi?
-você sabe qual dessas aqui faz o programa mais barato? -ele sorri
-ah.. não, eu não sei não. Mas..as meninas que ficam nessa parte aqui sempre cobram mais caro, se você quer mais barato.. é mais pra frente
-e você? Não?
Eu nego
-sério? Tudo por 100? Topa?
-não
-por que?
-porque eu tenho filha pra criar, e tudo por 100 não dá
-ah para..quem sabe te dou mais no final -ele abre a porta do carro. -vai, entra aí
-eu já disse que não. Pode ir -me afasto
Ele ainda fica me encarando, mas fecha a porta do carro. Tirando ele da minha vista
Respiro fundo..
Eu sento na calçada, observando as meninas do lado conversarem com alguns caras
-inferno de noite..
-noite difícil?...
Eu olho pra cima assim que escuto a voz de alguém que eu jamais esqueceria. -puta que pariu! -eu me levanto
Ludmilla dá risada. -voltei, Bru
No impulso, dou um abraço nela. Sendo correspondida no mesmo momento
-ai que saudade, saudade de verdade, Lud!
-eu também estava, demais..-
Eu a encaro, sem me afastar. -você.. chegou hoje?
-claro, vim direto te ver -Ludmilla sorri
Sorrio também. -sentiu a minha falta?
-claro que senti..-ela traz uma das mãos pro meu rosto, fazendo um carinho. -senti muito..
Eu suspiro. -que bom que voltou..
Nós nos afastamos. -e a Maria, em? Tô morrendo de saudade de apertar aquelas bochechas
-ela tá com o Vítor -cruzo os braços
-ah é..-
-amanhã você vem e...eu pego ela lá
-tá bom..
-como foi a sua viagem? por que voltou cedo? -
-chata. Eu não gosto de viajar pra trabalhar -Ela senta na calçada
-Lud? Levanta daí, Vai se sujar -
-relaxa..você não estava aqui?
-é, mas..a sua roupa tem cara de que é cara e eu não te aconselho a sentar na calçada
-já sentei, Bru..senta aqui pra conversar comigo
Eu me aproximo, sentando do lado dela. -você é maluca
-eu sei..e me fala mais.. você e o Vitor...
-ah, é.. nós dois estamos..sei lá, sabe. Ficando de novo
-hm..ficando de novo -Ludmilla encara o chão
-acho que faz bem pra Maria -
-e pra você? -ela me encara
-não sei..
-quer dar uma volta? -
-sabe que não posso dar "uma volta" nesse horário..
-vamos..te levo em um motel -ela se levanta, me ajudando a fazer o mesmo
-tá..
-meu carro tá pra cá -Ludmilla estende a mão
Eu sorrio, segurando na mão dela enquanto a mesma me guia até o carro. -eu tenho presente pra você e pras Marias -
-ah não, você não fez isso -falo
-fiz, comprei presente pras três..-Lud abre a porta do carro- entra..
-obrigada..
(...)
~No motel~
-então..-ela senta do meu lado
-hoje, antes de você chegar, um cara me parou querendo um programa de 100 reais.. acredita?
-ahn? Fala sério. -
-uhum
-eles acham que vocês são o que? Estão trabalhando de qualquer forma. -
-é, mas é difícil deles entenderem isso..
-posso conversar com você?..-Ludmilla se aproxima mais
Afirmo
-Bru..
-o que foi? -pergunto. -aconteceu alguma coisa?
-uhum
-o que?
-aconteceu que eu passei a semana toda pensando em você. Eu não te tiro da minha cabeça, eu não sei o que tá acontecendo -
A encaro. -Lud..
-não..me desculpa, se eu tô confundindo as coisas..mas eu.. é isso, Bru. -ela suspira- eu não consigo mais guardar..quer que..eu vá?
-só me responde uma coisa..
-hm
-você não me deu nada por interesse, né?..
-não! Claro que não, óbvio que não.
-eu também passei a semana toda pensando em você, Ludmilla..
-o que tá acontecendo, Brunna?
-eu não sei, mas..eu tô gostando disso
-o Vítor.. vocês..
-ei -me aproximo. -esquece ele..deixa eu matar a saudade do jeito que eu quero, hm?
-deixo
-você tem certeza? Sabe que..eu fico com vários caras, mas eu não tenho nada..se tivesse não estaria..-Eu me falo quando ela me beija
Eu correspondo, sentando em seu colo
Ludmilla aperta a minha cintura, deitando a cabeça pro lado, enquanto aprofunda mais o beijo
Coloco uma mão em sua nuca, chupando o seu lábio em seguida. -porra...
-caralho..eu não acredito que tô te beijando -
Sorrio.
-eu passei a viagem toda de volta pra cá...pensando em uma coisa
-o que? -pergunto
-Tá..talvez eu tenha errado nisso, mas..
Sento na cama, encarando a Ludmilla
Ela suspira. -eu escutei uma das suas conversas com o Vítor...
Franzo o cenho. -oi?
-é..meio que te liguei na hora errada, e você deve ter atendido sem querer...
-que?..quando?
-vocês estavam falando sobre..ter que pagar pra você sair daquele lugar
-Ah....
-eu sei que eu devia ter desligado, mas esse assunto me interessa
Eu nego. -não, Ludmilla...
-por favor
-não. se eu não deixei o pai da minha filha fazer isso...não.
-bru, eu não gosto de te ver lá
-Ludmilla, não..esquece essa história
-eu só quero saber quanto é
-não! Você não vai pagar, entendeu? Não vai
-mas, Bru..
-não. Para -
-tá, tudo bem -ela suspira
Eu me levanto. -será que podemos ir?..
-hm, quer ir mesmo?
-sim
-não quer comer em algum lugar?
-sabe que esse horário só posso trabalhar, se quiser que eu vá comer com você..tem que ser algo de dia ou antes das 23:00
-hm, tá -ela se levanta. -ei, não fica brava
-fico. Você sabe que não quero ninguém fazendo nada por mim
-para de ser orgulhosa, Brunna. Eu tô tentando te ajudar!
-não quero conversar sobre isso, será que podemos?
-tá.. tá bom
-obrigada
-vamos -
(...)
-Bru
-Oi -
-como vai ser isso?
-do que você tá falando?
-você sabe, nos beijamos..
-eu não sei -a encaro. -Eu tô confusa. Podemos deixar rolar
-Rum -ela volta a dirigir
Sinto o meu celular vibrar, tiro o mesmo do bolso vendo que o Vítor está ligando. Logo atendo. -Oi
~Onde você tá?~ -ele me atende com uma voz de choro
-por que? O que foi? -franzo o cenho
~Vem pra cá agora~
-O que foi, Vítor??
~É a Maria, Bru..~
-O que tem a Maria, Vítor??? Fala logo!
~SÓ VEM~
Ele desliga a chamada e eu encaro a Ludmilla
-o que aconteceu?? -pergunta
-Sabe o abrigo?
-sei
-naquela rua, um pouco mais pra frente é a casa do Vítor. Eu preciso que você vá lá
-é, claro -ela volta a dirigir. -Mas o que aconteceu?
-eu não sei, é algo com a Maria. Ele não falou, mas estava quase chorando -respiro fundo
(...)
~Bru off~
(...)
~Lud on~
Eu desço do carro junto a Brunna, ela toca a campainha mil vezes
Até que o portão abre. -Oi
-cadê a minha filha? -Brunna entra na casa, sem dizer mais nada
-Bru, calma! -
Eu me aproximo. -o que tá rolando?
Vitor me encara. -o que.. você tá fazendo aqui?
-ué, eu estava com a Brunna
-ah tá..já pode ir
Sorrio..-eu não vou sem ver a Maria Luíza. -eu entro também, subindo as escadas
-Ludmilla! Você não pode entrar na minha casa assim
-então me tira -falo
Termino de subir a escada, entrando na casa dele logo em seguida
-Brunna?
~Aqui~
Sigo pra onde ela está, encontrando a mesma com a Maria no colo. -o que foi?
-ela..tá tendo crise respiratória -
-Deixa eu te ajudar -me aproximo
-Ela sempre teve, desde que nasceu..mas parece que tá pior -
-posso?
-uhum
Bru me passa a Maria. -é melhor deixar ela sentada do que deitada -eu seguro a Maria em uma espécie de cadeirinha
-se não passar, temos que ir pro médico -
-ela tinha que fazer inalação, você não tem?
-não
-ou, é sério, Brunna? -Vítor entra no quarto
-O que foi??
-você traz ela pra minha casa??
-você vai começar a brigar aqui? No meio de um problema gigante desse? -pergunto
-ah, Ludmilla..faz favor
-ela precisa fazer inalação, vamos no hospital, anda -me afasto
-OU, É MINHA FILHA!
-Ótimo! Você deveria no mínimo ter levado ela no hospital há 10 minutos.
-eu tava travado!
-Brunna, vamos -desço a escada ainda com a Maria no colo
-vai ficar tudo bem, princesa -dou um beijo em sua cabeça
Eu ando até o meu carro, esperando a Brunna sair de lá
-eu também quero ir! A Maria é nossa
-não, Vítor! Sua parte você já fez. Me avisou, para -
-Avisei? Eu quero ir pro hospital também, Brunna -ele a segura
-você vai pro hospital, quando eu te encher de porrada. Solta ela -me aproximo
-ei! Para -Brunna que me segura agora
-eu quero acompanhar a minha filha!
-só segue o nosso carro, Vítor! E para de encher -Brunna
-Vamos logo -falo
Eu passo a Maria pra ela
(...)
Escolhi um dos melhores hospitais daqui, a Maria não pode ficar esperando
Assim que chegamos, só tivemos que fazer a ficha dela e já podemos entrar na sala de um médico.
Ele passou imediatamente uma inalação, e agora estamos aqui. Na sala de medicação
-prontinho..Quando ela terminar a inalação, contem 10 minutos e me chamem. Vou examiná-la, e se a Maria não estiver bem o suficiente pra ir pra casa, vai ficar essa noite. Tudo bem?
-sim..-Brunna
-ok, me chamem qualquer coisa -a enfermeira logo sai da sala
Eu suspiro. -ela vai ficar bem..-sento ao lado da Brunna
-uhum -
-parece que voltei no momento certo..-sorrio
-você sempre está perto no momento certo..-
-ela vai melhorar -
-obrigada, Lud..de verdade, obrigada
-não precisa falar...eu faço qualquer coisa pelas duas e você sabe
-eu sei.. -
Dou um beijo em sua cabeça. -eu amo essa pequena -
-e ela te ama ama também -
-rum..eu também amo você
-ama mesmo? -
Afirmo
-amo você também -
-e aí -Vítor entra na sala. -atrapalho?
-Sim
-não -Brunna me encara
Respiro fundo
-é..o que a médica disse? -ele se aproxima
-que se ela não melhorar depois da medicação, vai ter que ficar de observação -
-ah..e sobre a crise?
-e isso é sobre o que? -pergunto
-Eu tô falando com a Brunna!
-o doutor disse que pode ser asma, ele quer acompanhar o caso dela..
-ta maluco, ele vai pagar? Só essa consulta foi quase 300
Arqueio uma sobrancelha. -olha, Vítor. Entendo o seu lado, você não pode pagar. Mas é a saúde da sua filha, você não faria nem um esforço?
-faria, mas não iria adiantar em nada.
-ele vai acompanhar a Maria, eu pago
-Tá pirada! Vai querer o que em troca? Minha mulher?
Brunna o encara. -o que, garoto?
-sua mulher? -dou risada
-fala sério. O que tá rolando aqui nessa sala?
-ta rolando que você é um iludido! -me levanto
-não, parece que tô pensando longe demais. Brunna só dormiu comigo naquela noite, lembrei que ela tá acostumada. Eu não
Puxo o idiota com força
-Ludmilla! Não vale a pena
-repete o que você disse -
-calma, fera.
-repete, seu imundo!
Vítor sorri
Eu o empurro, jogando o idiota pra longe. -só não arregaço a sua cara porque estamos dentro do hospital -
Brunna me puxa e eu volto a sentar do seu lado.
-se estivéssemos na rua, você já estaria levando um pau. -ele se aproxima
-ah é? Como você tem tanta certeza?
-não falou pra sua namoradinha que eu fiz boxe?
-pra que ela iria falar? Acha que ficamos falando sobre você? -
Brunna suspira. -parem! Agora que a Maria conseguiu dormir, vocês vão ficar discutindo?
-eu só mandei ela ter cuidado comigo
-só porque você fez boxe? não vou ter medo de uma lutinha idiota. Você ainda não me viu puta.
-quantos aninhos você tem? Não deveria estar em casa? -ele cruza os braços
Dou risada. -fala sério..
-mamãe vai cortar sua mesada e aí acabou a vida boa.
-vai se foder. -o encaro
-Vítor! Chega. Respeita pelo menos a sua filha, caralho -Brunna
Ele afirma. -ok.
Vitor senta em uma cadeira e eu puxo a Brunna pra encostar a cabeça no meu ombro. O que ela logo faz
-se quiser que eu segure ela..-falo
-tá tudo bem..ela dormiu -
-mas..me conta, como foi em Milão? Sem falar que foi chato
-mas foi, Bru..eu odeio essas viagens, tenho que ficar pra lá e pra cá só pra ver desfile, não gosto.
-não? Duvido, deve ter várias mulheres bonitas
-não, você não estava lá não
-ah Ludmilla..-ela dá risada
Sorrio. -tem umas que eu até gosto, mas essa foi realmente chata.
-hmmm, uhum. Tá
-Voltei sozinha..e eu quero aproveitar pra levar você, a Malu e a Maria lá em casa.
-tem certeza? Acho que o nosso lugar não é por lá
-Brunna, vou fingir que não ouvi isso. Amanhã, ok?
-tá
Paramos de conversar quando um celular começa a tocar.
-é o meu.. Vítor, atende. Deve ser o Paulo -
-agora eu sirvo. Por que você não pede pra Ludmilla atender?
-porque ele te conhece, faz favor!
Ele se aproxima, pegando o celular e atendendo
-oi Paulo
~Vitor? Cadê a Brunna?~
-ela tá aqui..Maria passou mal, viemos pro hospital
~que susto! Achei que tinha acontecido algo com o meu produto~
-obrigada por isso, Paulo -Brunna responde
Respiro fundo.
~Mas o que a garota tem? Ela tá bem?~
-aham, foi só uma crise respiratória. Ela tá fazendo inalação -Vítor
~Tá, tudo bem então. Me liguem qualquer coisa, e vê se não some, Brunna~
(...)
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro