🌌 Cap. 10 (As duas)
-Lud, acorda -Marcos me cutuca
-o que..?
-tá na hora de ir se arrumar, já já vamos pro desfile
-que horas são?
-exatamente...17:23 -
-hm, tá. Valeu
-ou, vem cá..Depois do almoço, você falou com o papai?
-não..por que?
-ele sumiu
-sumiu?
-sim -
-eu vim direto dormir
-hm, ok.. não demora
(...)
Eu tomo um banho e me arrumo pro desfile, coloquei algo não muito simples pra minha mãe não reclamar no meu ouvido. E algo não muito caro, porque eu não gosto
Já não gosto de ir nesses desfiles. Minha mãe gosta de levar a família toda, principalmente os que fazem parte da empresa, infelizmente eu faço.
É um desfile fechado pra compradores de peças. Essa empresa onde estamos indo, fez algumas peças com os estilistas de lá e agora vai acontecer o desfile pra outras empresas analisarem e verem se querem comprar pra revender. E uma dessas empresas que vai assistir o desfile, é a nossa.
(...)
-por favor, Ludmilla. Sorria -
Reviro os olhos. -ah tá, eu já sei disso. Você fala toda vez
-vão brigar na entrada do evento? -Marcos
Dou de ombros.
Nós entramos na empresa, sendo recebidos com toda a falsidade do mundo, não acredito em nenhum desses ricos mesquinhos, minha mãe mesma é uma falsa com os outros.
-boa tarde, família Oliveira! achei que não viessem, vocês fazem falta-o segurança sorri
-Boa tarde. É por aqui? -minha mãe pergunta
-sim, me acompanhem
-a gente faz falta porque a mãe compra tudo. -Marcos
Afirmo. -pois é.
Nós seguimos o segurança, entrando na sala onde vai acontecer o desfile. Sentamos nas cadeiras reservadas, encontrando o sócio da minha mãe, vulgo..pai da Isabelly.
Franzo o cenho, estranho que ela não esteja aqui. Isabelly não perde um desfile, nunca.
-Silvana! -Alejandro abraça a minha mãe
-Oi Lud -o irmão da Isabelly se aproxima, me cumprimentando
-E aí, Alan..
-Sempre estilosa, não dá pra falar que você não é filha da Silvana.
Sorrio. -é, eu sei..e a Isa? Cadê?
-Tá por aí com a minha mãe, elas estavam falando com o Luís
Luís é dono da empresa onde estamos, o dono do desfile.
-ah sim..claro que estariam lá
Ele dá risada
Nós sentamos, esperando os demais sentarem pro desfile começar.
(...)
Não demorou muito pra Isabelly aparecer com a Diana, mãe dela.
-Silvana! -
-Oi Diana -
Encaro a Isabelly que acabou de sentar do meu lado. -oi
-oi Isabelly..-
-uau, seca.
Suspiro.
-boa tarde -Luís diz no microfone, sendo respondido por várias pessoas
-um olá pra todos que estão aqui, principalmente pra família Oliveira, gratidão em tê-los em mais um desfile. Vieram de longe só pra poder acompanhar, espero que voltem com muitas peças
Sorrio debochada. -é..vamos levar sim. -sussurro
{Lud off}
(...)
{Bru on}
-ou, vai trabalhar não é? -Maria se aproxima
-nem sei, amiga..
-oi? Gata, a Maria Luíza precisa que você trabalhe
-eu sei...mas é que
-você tá com saudades da Lud!
-ahn?
-você fica esperando mensagem, fica esperando chamada. O que tá rolando?
-ela me entretém..
-aham, sei bem como te entretém
-Maria! Eu nunca fiz nada com ela
-não? Eu duvido
-ela foi um anjo..que apareceu pra gente
-ela é um anjo, o papo tá ótimo. Só que tenho que ir trabalhar
-vai, amiga..
-se cuida, tá? E muda esses pensamentos, Brunna...
-uhum
Maria se afasta
Encaro a minha filha que está dormindo. -Maria tá certa, não vou me apegar em amizades de fora..porque nenhuma fica -acaricio o rosto da Malu
-Brunna -
-porra, Vítor... O Paulo já disse que não te quer aqui!
-e daí?? Vim ver a minha filha.. você não tá na rua por que?
Respiro fundo. -porque eu não vou hoje
-ah.. então vamos dar uma volta?
-Vítor..eu não quero
-por favor, Brunna
-tá tarde pra Malu sair, tá frio lá fora, ela não tá bem
-só uma voltinha, vai...
O encaro. -hm
-deixa a Malu aqui
-você tem que pagar pra Vera ficar de olho nela, então.
-a velha da recepção? Ah não
-que velha, Vítor! Não fala assim, pelo o amor.
-quanto?
-50 reais
-eu não vou dar 50 reais pra ela olhar a minha filha! Leva a Malu, vai
-onde vamos? -eu me levanto
-só pega ela, Brunna
Pego a Maria no colo, encostando a cabeça dela no meu ombro enquanto jogo o cobertor por cima
-eu pego as coisas dela.. -Vítor
(...)
-aí...fecha os olhos
-Vítor..fechar os olhos pra que?
-ai, vai logo!
Eu obedeço
-espera aí, eu já volto
-vai me deixar aqui na rua??
-espera
Eu fico alí, com os olhos fechados enquanto ele some por alguns instantes.
-vem, vou te guiar
-hm
-eu ia te mostrar amanhã, mas já que você estava livre agora..-escuto uma porta fechar
-o que você tá fazendo?
-abre os olhos, vai
Eu abro, vendo que estou no meio de uma sala. -onde estamos???
-tcharam! Minha casa nova
O encaro. -que, Vitor?
-minha casa nova, ué.. por isso não estava te ajudando direito, era pra conseguir esse sobrado..e eu consegui..o que achou?
-pra ser seu, até que tá arrumado -falo
-obrigado?
-vai me mostrar a casa ou não?
-vou, vem..aqui é a sala né, como você pode ver
-aqui é a cozinha, se é que esse cubículo pode ser chamado de cozinha. -ele abre a porta
-você acabou de conquistar, para de falar assim
-ah, mas é verdade. Aí, tem o corredor aqui..tem o banheiro, o meu quarto e..-ele abre uma das portas
-ainda consegui fazer um pra Malu..
Sorrio
-entra..
Eu entro no quarto, nada aqui é grande, mas dá pra viver. -e de onde você tirou dinheiro pro berço?
-ah, não é um dos melhores, mas..eu tirei -
O encaro. -o que você quer, Vítor?...
Ele suspira, se aproximando. -eu quero vocês aqui comigo, e não naquele lugar..
Afirmo. -você não consegue nem se sustentar, e eu.. não posso sair de lá
-mas eu peguei esse sobrado justamente porque é perto, o Paulo vai saber aonde você tá.
-ei..
-Brunna, não me sinto confortável com você lá.. principalmente a Maria
-eu também não, ok? A minha filha não merece isso, eu me viro.
-hm..
-agora sim..se você quiser ficar com ela, eu deixo..
-que?
-é..eu deixo ela ficar aqui com você, é melhor pra ela
-é sério???
-sim, MAS eu vou vir aqui cuidar dela, você tá entendendo?
-tô -ele sorri
-tá..tudo bem..se eu colocar ela nesse berço e ele não desmontar, pode ficar
-ih, não vai desmontar não, eu que montei
-ah..que medo -coloco a Malu deitada
-não desmonta, Bru
-pronto, amor..-acaricio o rostinho dela
-deixa ela aí e vem cá comigo -ele segura na minha mão, me puxando pra fora do quarto
-o que foi?..
-quero conversar com você -
Nós entramos no quarto dele
-só quero pedir desculpas por ter sido um pai ruim durante esse tempo todo.. eu estava correndo contra o tempo, principalmente pra dar um quarto pra minha filha. Fomos pais novos demais, Brunna -ele senta na cama
Sento do seu lado. -eu sei..
-nós erramos, mas ela nasceu e.. é o que nos mantém unidos ainda
-pelo menos isso né, Vitor..
-tô feliz que vai deixar ela morar aqui..
-por favor, só..cuida dela direitinho, tá? Ela anda ficando muito resfriada no abrigo, lá é muito frio
-quero cuidar dela e de você.. -ele acaricia o meu rosto
Suspiro
-você sabe que não precisa desse trabalho, nós arranjamos outro e..-o interrompo
-eu preciso ganhar por dia, não posso ficar esperando um salário por mês, tenho uma bebê eu ninguém me ajuda, Vítor
-eu vou te ajudar..
-eu sei. Quando você estiver melhor, conseguindo fazer isso, eu saio e arranjo outro. Ok?
-tá..vai ser rápido -ele sorri
-vai?
-vai..-
Vítor tira os olhos dos meus, encarando os meus lábios
-não faça por mim..e sim por ela -falo
-eu faço pelas duas..te quero comigo -
Vítor me dá um selinho demorado. -as duas..entendeu?
-uhum
-então me beija..-sussurra
Vítor me beija e eu correspondo
Ele me deita na cama, ficando por cima. Para pra me encarar, assim que tira a camisa
Eu suspiro, o encarando também
-é isso mesmo que você quer?..
-vai, antes que eu mude de idéia..-falo
~Brunna off~
(...)
~Lud on~
-que merda de desfile, nunca mais eu vou!
-Ludmilla, para de falar merda. Saímos com várias peças perfeitas -minha mãe retruca
-cansativo! -
-Ludmilla -
-não é isso que eu quero pra mim, mãe. É o que você quer!
-ei??
-chega, vou pro meu quarto -me afasto
-VOLTA AQUI.
A ignoro, entrando no quarto
Tiro os meus tênis, me jogando na cama
Sinto as lágrimas caírem dos meus olhos. Tô presa nesse mundo da moda, tudo porque a minha mãe quer.
-QUE PORRA -passo as mãos em meu rosto
Pego o meu celular, entro no whatsapp e mando mensagem pra Brunna. Mas não chega
Tento ligar por alí, mas ela não atende
-porra..-sento na cama. -deve estar com alguém, claro..já é tarde -
Mesmo assim, disco o número dela e clico pra ligar
Só chama, nada dela atender.
Jogo o celular no chão, deitando enquanto volto a chorar
(...)
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