– Vamos ter que subir essa montanha? – perguntou Daisy consertando sua mochila nos seus ombros.

O fim de semana tinha chegado e com ele, o acampamento que iriam fazer. Eles haviam chegado na área onde pessoas acampavam e repararam uma grande ladeira que teria que percorrer para chegar no local onde iriam arrumar as barracas.

– Sim. Iremos acampar no topo da montanha. – disse Ren observando junto com seus amigos o tamanho do caminho.

– Está bem… Victor, escolha um de nós para carregar sua mochila. – ondenou Daisy. Todos franziram o cenho e logo Victor se pronunciou arrumando seus óculos em seu rosto:

– Mas, porquê?

– Porque não vou deixar você subir essa montanha carregando essa mochila que é praticamente do seu tamanho. – disse ela. Todos riram baixo.

– Daisy, eu consigo carregar. Não está tão pesado quando imagina. – explicou Victor ao sorrir quando Brad acariciou seus cabelos.

Daisy apertou os lábios colocando uma mecha cacheada atrás da orelha.

– Está bem. Mas se eu ouvir uma respiração sua minimamente alterada, eu mesma vou carregar. – ao terminar de falar, ela disparou na frente ouvindo seus sapatos em contato com a terra.

Instantaneamente, todos se aproximaram da Moon que estava com um sorriso curto no rosto. Brad começou dizendo:

– Vocês tão tendo um rolo, não é? – Moon assentiu brevemente. Todos sorriram. Brad continuou:

– Então se acostume com o jeito mandão dela. É difícil dizer "não" a ela.

Moon sorriu anasalado levando seu olhar para Daisy que andava lentamente ainda sem perceber que seus amigos não estavam acompanhando.

– É… Eu sei disso. Eu acho fofo. – admitiu, tirando risadas dos amigos. Foi aí que Daisy percebeu, se virou e falou alto o suficiente para ouvirem:

– Ei! Que moleza é essa? Precisamos nos adiantar se quisermos chegar ainda hoje. Vamos! – prontamente todos começaram a caminhar alcançando ela logo em seguida.

No caminho eles foram conversando e rindo sem parar. MJ com seus cabelos presos em um coque, deixando seus olhos negras mais amostra, era apaixonante e Ren sabia muito bem disso. Ele ia contando sobre suas aventuras enquanto estava na Tailândia, onde os amigos canadenses nunca se cansaram da história de como conheceram a Gorya.

Thyme, Kavin, Ren, MJ e Gorya tinham entre 16 e 18 anos quando todas aquelas coisas aconteceram com eles. Onde hoje, Ren e MJ com 24 anos, lembravam daquela época como um devaneio, porque ainda muito jovens tiveram que lidar com a maldade e consequências que suas próprias decisões e de outras pessoas.

Mas ao contar todas suas aventuras, MJ e Ren sempre enfatizaram que agora tudo estava bem, os F4 e Gorya sempre sabem lidar em qualquer situação no final.

Então, essa caminhada fez a Moon conhecer mais o grupo e eles conhecerem mais ela. Souberam que ela gosta de tocar violão, ouvir R&B e não recusava assistir filmes de super-heróis.

Daisy se sentiu muito feliz, ao ver Moon se esforçando para deixar qualquer coisa ruim de lado e sorrir para seus novos amigos. De falar o que quiser e ser ouvida, de rir o quão alto quiser e ter outras gargalhadas acontecendo tão altas quanto a sua.

Seja você mesma, Moon. – pensou Daisy sorrindo só em ver Moon rindo de alguma piada que MJ tinha feito.

O sol já tinha ido embora quando chegaram no topo. Luzes espalhadas já estavam acesas iluminando tudo, por ser uma área reservada para acampamentos, ficava fácil de se locomover e com a garantia que aquele lugar era seguro.

Não hesitaram em montar as barracas, haviam três, uma para Victor e Brad, uma para MJ e Ren e outra para Moon e Daisy. Então, cada dupla começou a montar seu abrigo naquela noite.

Claro que MJ e Ren foram os primeiros a terminar. Então, logo Ren foi ajudar as meninas e MJ os meninos. Em coletivo, conseguiram deixar tudo pronto em alguns minutos.

Acenderam uma fogueira, montaram as mesinhas em frente a eles com comidas diversas, cada um pegou sua cadeira e se sentaram lado a lado, todos agasalhados e com cobertores.

Daisy se sentia extremamente confortável, a imensidão de estrelas no céu e a lua chamando toda atenção para ela, a fogueira com as madeiras estalando ao serem queimadas e a companhia que ela tanto amava.

Ao olhar para Moon que estava entre ela e Victor, Daisy sorriu admirada, ao ver o quanto Moon estava se dando bem com as pessoas que ela mais amava. Mas logo, ela veio de volta ao mundo quando Moon olhou em sua direção, franziu o cenho e perguntou:

– O que foi? Porque está me olhando desse jeito? – Daisy soltou o ar com um sorriso balançando a cabeça. Ela levou a mão até uma mecha ondulada de Moon, o colocou atrás da orelha dela e respondeu:

– Eu estou feliz. – Moon sentiu seu coração aos tropeços, mas mesmo assim, trazendo uma sensação infinitamente boa. Ela sorriu para Daisy, assentindo.

Moon e Brad com seus violões que trouxeram a postos, eles começaram a tocar melodias conhecidas, os amigos cantarolavam diante daquele ambiente sereno. Moon precisava dessa tranquilidade, do ar fresco acariciando seu rosto, as estrelas e lua trazendo algo bonito, na companhia dos seus novos amigos e principalmente da Daisy.

Moon, naquela noite, enquanto Daisy sorria cantando uma das músicas, ela teve a mais completa certeza que Daisy, era seu ponto de paz e conforto.

As horas se passaram e quando o Victor já estava cochilando no ombro de Brad, todos resolveram adentrar nas barracas para descansar daquela noite que se tornou tão bonita e significativa.

Daisy e Moon sentiam a quentura da barraca alcançar elas ao entrarem naquele ambiente limitado. Elas logo se arrumaram no colchão fino que provavelmente todos acordariam com dores nas costas.

A lanterna no topo da lona era o que encaravam ao estarem deitadas lado a lado. Daisy soltou o ar e, sem demora, se virou de lado para olhar para Moon, que logo se virou para olhar Daisy também. As duas sorriram quando olharam uma para outra.

E ficaram bons segundos dessa maneira, se sentindo confortável e confiante em decorar cada detalhe do rosto da outra. Daisy se perdeu nas sardas espalhadas pelo rosto de Moon, onde ela ficava contando um por um. E Moon sorriu anasalado ao reparar isso.

– Moon. – disse Daisy baixinho e preguiçosamente sentindo o sono em seu corpo vagarosamente. Moon assentiu dando espaço para que ela continuasse – Vamos ver o amanhecer? – perguntou, levando uma de suas mãos até seus olhos tentando ficar mais desperta pelo sono querendo vencê-la.

Moon sorriu e, sem hesitar, acariciou os cachos de Daisy que estavam sobre o travesseiro improvisado, enrolando seu indicador nas molinhas graciosas.

– Está bem, vamos ver o amanhecer. Agora deixe o sono te vencer. – disse se aproximando e juntou sua testa com a de Daisy, vivenciando ela suspirar e se aconchegar em seus braços.

Moon alargou os lábios e apertou os olhos sem saber definir quantos sentimentos estavam rolando dentro dela mesma. Ela só sabia que amava aquelas sensações que Daisy lhe proporciona.

Naquela noite, Moon não teve pesadelo ou medo de ter um. Daisy estava ali, não precisava temer nada.

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