Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

10: ¨Guardiões Lunares¨

Prepara o lenço

[3200 palavras~]

☀☀☀

[30/11/2022- Quarta-Feira]

Afinal, o Noah não precisava de vir tão bem vestido para aquele "encontro" espontâneo. Tinha ido de terno branco e com uma gravata com caveiras negras para um simples jantar de amigos seguidamente de uma sessão de cinema normal. Não precisava de vir como se fosse para o trabalho, porém, na cabeça daquele segurança ele tinha de ir preparado para o pior e o mais complexo possível.

Não queria errar.

No momento em que o Valac abre-lhe a porta, não conseguiu conter as risadas altas ao vê-lo assim. Daemonium amava o nível de preocupação excessiva que acompanhava o consciente do albino- era divertido e imprevisível.

Noah voltou a estar vermelho de vergonha, tinha sido o único a vir tão profissional, pois todos os restantes acompanhantes estavam com roupas de casa ou já de pijama, como era o caso da Camoren.

"Tens a certeza que não queres vodka, Noah? Estás sempre tenso." Perguntou ao se sentar no sofá, com as pipocas na mão. Estava de calções de inverno e de sutiã desportivo, mostrando os seus abdominais definidos e os antebraços torneados. Não era algo que o Soren fosse incapaz de olhar, pois ele sempre teve uma paixonetazita pela Camoren. Os seus desejos eram algo irrealizável, porém. A mulher, desde que chegou naquela casa sempre se mostrou a mulher mais lésbica que existe na face da terra.

Nem era preciso ter escrito na testa a sua sexualidade, porque até um gaydar sem bateria e que não é usado aos anos conseguia detetar aquela fonte de homossexualidade a quilómetros de distância.

"Não, obrigado." Noah sentou-se no meio do sofá, de costas direitas, pernas cruzadas e as mãos encolhidas entre si. Mesmo depois de quase três horas de convivência, ainda não tinha tirado o terno e mudado para uma roupa mais confortável que o Valac já lhe tentou emprestar.

Estavam todos aconchegados no sofá em L: Camoren com as pernas esticadas no parte mais comprida daquele móvel; O Soren estava numa poltrona sozinho, odiava que alguém entrasse dentro da sua bolha pessoal; O Kuma aconchegado ao pé do segurança particular, com a cabeça encostada na coxa grossa, dormindo com a respiração pesada.

"Tu bebes?" Valac perguntou, entrando em cena. Tinha duas garrafas de vinho tinto na mão, aparentemente caras. "Tu alguma vez meteste álcool na tua boca, Noah?"

"Não...não, senhor." Corou mais ainda. Tinha aquele homem na sua frente, tapando o logotipo da Netflix na televisão. Ao responder, viu o sorriso branco invadir aqueles lábios grossos e bonitos.

"Impossível!"

"O quê?! Em cinco anos que trabalhas para esse demónio ele ainda não te embebedou?" Soren ficou pasmo. Ele era sempre o alvo de todas as artimanhas bêbadas do Valac. Como se ele se importasse. Ele amava beber, mas, claro, tinha sempre a conduta ética nas mãos.

Valac andou apressadamente até aos armários dos copos e tirou um cálice negro. Despejou até metade do copo com o líquido roxo e cheiroso e bebeu um pouco. Já bebi vinhos melhores. Pena que já acabei com a reserva. Abanou o líquido dentro do copo até chegar novamente para perto do seu segurança- ainda mais puro do que imaginava-.

"Prova." Sentou-se ao lado dele e entregou o copo nas mãos. "Vais gostar."

"Se não gostares, eu bebo." Camoren acrescentou rapidamente. Talvez, entre aqueles três bêbados, ela fosse a mais alcoólatra.

Noah confiou no demónio e mergulhou os lábios no vinho. Era doce e aveludado, macio e harmónico. Não era amargo como pensara que fosse. Na verdade, Noah não entendia nada de bebidas alcoólicas nem dos diversos tipos de vinhos. As suas pupilas gustativas formigaram pelo sabor diferente da bebida, mas não desprezaram. Era realmente bom.

Bebeu até ao fim e entregou o cálice ao seu chefe. Tinha um olhar satisfeito para com o seu empregado, estava a largar as suas purezas- finalmente!- que eram mais profundas do que estava à espera.

Nem beber, em 24 anos de vida, fez.

Será que ainda é virgem? Não...um grego destes, é impossível...mas... é o mais provável.

"Senhor?" Noah chamou-o, vendo que ele estava muito apreensivo enquanto olhava para os seus olhos azuis.

Valac logo se recompôs, nervosamente curioso. "Gostaste?"

"É...bom."

"Bom? Noah, tu sabes o quanto aquela merda custou?!" Camoren ficou indignada. "Eu sei porque fui eu que paguei! Esse vinho é um dos melhores que existe no mundo inteiro, seu desgraçado."

Noah gargalhou baixinho. Foi uma gargalhada gostosa, mesmo que tivesse o timbre fosse baixo. Valac viu-se outra vez preso a olhar para ele: para o rosto quadrado, o nariz reto, os lábios medianos e carnudos e as sobrancelhas grossas e brancas. A covinha vertical e esticada que se formara quando ele ria ou sorria- como estava a fazer agora- deixava o coração gelado do demónio estremecer de...quê? Nem ele sabia bem o que era.

Quanta fofura e gostosura numa só pessoa.

☀☀☀

[1/12/2022- Quinta-Feira]

[2:03 da manhã]

Noah não pegava no sono, a sua tatuagem brilhava um branco estranho, porém ele sabia o que significava.

Alguém celestial estava a vir.

Era uma circunferência negra com uma pequena parte em forma de D branca- A lua minguante simbolizada mesmo no centro da marca de nascença. À sua volta, estavam todas fases da Lua e quatro flexas verticais e horizontais que partiam a grande lua em quatro partes iguais.

Fechou os olhos e suspirou fundo. Sabia que não era a Lua, pois ela era demasiado burguesa para descer à Terra. Não que ela seja uma boa Deusa, mas eram poucas as visitas dela, até mesmo para a sua própria família.

Provavelmente era um dos três irmãos, que amavam judiar com o segundo mais velho: New, filha da Nova; Plenus, filha da Lua Cheia; e Petit, filho do Crescente.

Noah era o filho do Minguante, um dos Guardiões da Terra, assim como os seus irmãos. Mas o que o diferenciava era o facto de ele ser carnal, e não apenas um espírito. Os modernistas chamam a esses seres, os Anjos da Guarda. Tecnicamente eles eram, mas esse não era o termo correto. Eles são Guardiões Lunares, espíritos de linhagem pura da Lua. Cada um protege uma parte do mundo, assim como fizeram os seus progenitores, antigamente, antes mesmo de se retirarem e protegerem somente o Paradisum, Paraíso, ou o Céu como os modernistas agora chamam.

Embora, durante milhares de séculos, os humanos pensem que o Paraíso é apenas o descanso, a salvação, a morte calma e serena como era descrita e idealizada pelos maiores pecadores, Noah era o primeiro a rir quando alguém profetizava aquilo.

A Lua escolhia a dedo quem era amado por ela, se merecia aquele amor celestial ou não, independentemente dos seus pecados ou das suas clemências. Era injusta para uns, mas ninguém tinha coragem de pedir satisfações.

Ela era a Deusa Lunar. Ela era o único ser que era capaz de acabar com a vida de uma pessoa num ápice. Só precisava pensar. Ela era a única que verdadeiramente era capaz de matar alguém, tirar a alma do corpo, meter um ponto final naquele espírito. Mas ninguém tinha esse poder.

Mas uma coisa era certa, ninguém vivia ou morria sem ter uma razão. Nada acontece por acaso, nem mesmo a nascença de um ser cruel ou a morte do mais bondoso animal.

"Boa noite, Noah." Abriu os olhos num átomo de segundo, no momento em que ouviu a voz firme, grossa e ao mesmo tempo acarinhada do seu pai.

Minguante era um ser alto, carnalmente masculino devido aos seus caracteres sexuais secundários astutos e rígidos. Descendia de aquele ser a boa genética física do Noah: altura, robustez, os olhos azuis e claros e os cinzentos escuros, com uma pequena madeixa branca caída sobre a testa. Os cabelos eram longos. O seu rosto era ornamentado por pequenos símbolos brancos e negros, uma tatuagem também tribal: uma circunferência negra com a metade direita branca, a Lua Minguante simbolizada. Ele tinha grandes chifres negros na laterais da cabeça, que se curvavam em direção da testa brilhante.

Graças à Lua, é o meu pai.

"Boa noite." Sentou-se com cortesia, as costas direitas, as pernas juntas e as mãos por cima das coxas. Ele tinha imenso respeito pelo seu pai, porque fora ele o único que manterá contacto afetivo com ele, e nunca o desrespeitou em nenhuma fase da sua turbulenta vida. "Porquê esta humilde visita?"

"Sinto impureza ao redor de ti."

Noah petrificou. Era impossível.

"E-eu só bebi um pouco de vinho, pai." Tentou se explicar, pensando erradamente que aquela impureza indevida vinha daquele pequeno pecado.

"Eu não estava a aludir aos pecados carnais, Noah Alba." Ele ficou mais confuso. Ele não tinha feito nada que desrespeitasse a morar de alguém, nem nunca magoou alguém fortemente para ser considerado um pecado.

E o Valac diria alguma coisa se ele fizesse algo de errado. E o Noah era sempre elogiado- e algumas vezes criticado- pela sua bondade e bom senso. Ele nunca tinha cometido um pecado.

"O que é que eu fiz?"

"Algo em ti mudou, não és mais um ser puro." O quê?! "Alguém conseguiu quebrar essa armadura de pureza que eu próprio criei e meter o seu pequeno veneno dentro de ti."

"Pai, isso é completamente inexecutável. Ninguém...meteu nada em mim."

"Eu consigo sentir a tua impureza lá de cima, Noah!"

"Mas eu não fiz nada!"

"Mas deixaste que alguém te fizesse alguma coisa." Minguante suspirou. "Noah, meu filho, tu és um ser de linhagem lunar pura, um dos Guardiões Lunares. Não deixes que nada ou ninguém estrague isso."

"Eu não vou deixar, pai. Só que eu não entendi nada desta conversa. Eu...eu continuo puro, não cometi nada que é considerado um pecado, moralmente ou fisicamente." Foi forte com as palavras, queria convencer o seu pai que continuava puro e o mesmo Guardião Lunar de sempre. Nada tinha mudado.

"Eu não erro, Noah." Ele ia falar alguma coisa, mas o bater da porta fraco, mas sonoro soou. Alba olhou para o seu pai uma última vez, que assentiu de olhos fechados.

O albino andou apressadamente até à porta e abriu-a. Valac Daemonium.

"Quem é que estava aqui?" Pelo tempo verbal da pergunta, Noah presumiu que Minguante já tinha ido embora magicamente sem deixar rastros da sua existência.

"Ninguém, senhor Daemonium."

"Eu ouvi vozes vindas do teu quarto." Ele estava chateado, notava-se pela voz. E era comigo. "Quem é que estava aqui?"

Não devo mentir, mas estou bem ciente que não devo revelar nada sobre nada.

"Ninguém esteve aqui."

"Então como é que eu ouvi vozes? Não me mintas, tu sabes que eu odeio mentiras."

Noah cedeu, por metade. "A voz que o senhor ouviu é do meu pai. Eu estava a falar com ele pelo telemóvel." Tirou o telemóvel do bolso rapidamente e mostrou as chamadas que tinha. Por um momento, agradeceu à Lua por não ter a necessidade de gravar todos os números que tinha no telemóvel. "Senhor, por favor, tenha confiança em mim. Eu sou o seu segurança particular, não vou deixar que nada aconteça a ninguém que esteja dentro desta casa. Acha mesmo que eu traria algo maligno para aqui?"

Valac corou. Ele tinha sido um pouco desconfiado com o seu segurança, mas a ansiedade que algo estava mal e o desejo pela verdade soaram mais alto.

"Não, Noah, não acho."

"Ele só me ligou porque estava preocupado comigo. Há dias que não lhe telefonava." Noah olhou para a Lua que estava no céu, era minguante e parecia que o seu brilho tinha ficado mais intenso naquele momento. Pediu desculpas sem qualquer tipo de som pelas mentiras. Esperava que Ela entendesse o porquê daquilo.

Alguma coisa está errada aqui, o subconsciente do demónio avisou-o o óbvio. O Noah estava distraído. Alguma coisa na Lua chamava mais a sua atenção do que o seu chefe, pareciam que tinham uma conexão estranha. Ele sempre fora faxinado pela Lua, sempre falava 'Minha Lua', era extremamente ligado a Ela. Desde que entrou dentro da ICEFIELD e se tornou ligado ao Valac, indicava ser mais forte do que os sete bilhões de seres imundos da humanidade.

"O que tu és, Noah?" Valac queria saber a resposta naquele momento. Não estava para mais desculpas, queria saber o que ele era, porque um mero humano ele não demonstrava ser, isso o Valac sabia- pior, sentia-.

Com aquele timbre vocal forte e gélido, o albino petrificou mais ainda. Foi difícil obrigar o pescoço a se virar de tão rígidos que os músculos estavam, mas logo se arrependeu quando fitou os olhos alaranjados brilhantes e maciços do seu Demónio.

Engoliu em seco.

Os seus olhos não voltaram a se descruzar, sempre ligadas, comunicavam entre si, mesmo sem entender o que cada um dizia. As feições não eram nítidas para nenhum dos dois.

"O que és, Noah Alba?"

"Eu sou o seu segurança, senhor Daemonium." Respirou fundo. "Apenas e somente o seu segurança."

Ambos sabiam que aquilo era uma mentira em diversas maneiras.

Valac caminhou até ele, que, desajeitadamente se levantou. Porra, diz-me. Estavam perto de novo, demasiado perto, tão perto que eram capazes de sentir a respiração pesada de cada um. Valac fitou-o com o olhar demoníaco. Não se descolaram de novo, nenhum queria quebrar o contacto quente que os dois corpos gélidos transmitiam. Daemonium tocou-o no peito esquerdo do Noah com a palma da mão. Alba prendeu a respiração ao olhar para o toque, a mão gélida estava em cima da marca lunar, a evidência que mostrava tudo que ele tentava omitir.

"Olha para mim, Noah." Sussurrou. Obedeceu. "O que esta marca significa?" Tirou a mão do peito dele e viu que a marca dele brilhava por debaixo da roupa opaca. Já não dava para esconder mais nada.

Como? Como é que ele sabia da existência da marca?

Era só contar. Só dizer. Não era difícil, pois não? Dizer é fácil, o pior vem depois: a reação dele, a reação dos seres celestiais. O futuro assustava-o tanto. Mas sabia se negasse uma vez mais aquele assunto, Valac ficaria desiludido com ele, e isso era o que mais doía no Noah. A desilusão, o falhar, o não ser bom o suficiente para ninguém.

Respirou fundo, insonoro.

"Eu sou neto da Lua." Mordeu o lábio, estava a colapsar, e era notável pela sua voz quebrada. Mas não desistiu, era só continuar. Firmou o olhar azul e gélido na íris densa e amarelada do demónio. "Filho do Minguante. E Guardião Lunar de linhagem pura."

O coração do Noah batia depressa e forte; ele sentia-o nas orelhas, sentia-o pulsar brutalmente contra todas as artérias que tinha no corpo. Era imensa a ansiedade e pânico que tinha por aquele momento. Nunca tinha contado a alguém que era Guardião Lunar, nem mesmo que era um ser celestial. Não podia contar, era demasiado intrínseco a ele.

"Porque é que não me contaste mais cedo?" Aproximou-se um pouco mais, uns míseros milímetros. Não estava chocado, na verdade estava até contente. Ele teve a especular durante anos sobre o que ele era. Noah já se tinha revelado 'não humano', nas poucas vezes que ficava sozinho num quarto.

"Eu não podia, Senhor Daemonium, desculpe."

"Tudo bem, Noah." Riu-se da vergonha ou timidez nítida que a coloração vermelha da sua pele transmitia, afastando-se dele. Ele é muito fofo. "Eu pensei que eras um dos soldados da Lua para me vigiar, sei lá. Não que fosses um Anjo da Guarda."

"Esse não é o nome técnico."

"Eu sei, Guardião Lunar. Só tenho uma pequena pergunta."

"Diga."

"Tu tens asas?"

A pergunta que mais temeu. Aquela pequena questão libertou todos os sentimentos negativos que o Noah tinha guardado para si. "Eu perdi-as." Sentiu o nó na garganta se formar. "Eu perdi-as quando desci à Terra. A Lua arrancou-mas como fosse o preço a pagar da minha escolha."

"Lamento." Eu não devia ter feito esta pergunta. "Lamento imenso, Noah."

"Tudo bem." Mordeu o lábio em reprovação. Era um assunto que lhe doía imenso tocar, ainda tinha as feridas abertas na alma, embora as duas cicatrizes nas costas já estejam bem consolidadas. Ainda se lembra da dor que sentiu quando a Lua as cortou antes mesmo de ele nascer no mundo carnal, dos gritos que lançou ao sentir as suas asas, a única coisa angelical que ele amava em si, serem retiradas pela Deusa.

Noah tinha nascido já com a cicatriz nas costas e a marca no peito. Ele era filho carnal de uma das mensageiras da Lua, que tinha prometido criar e educar o descendente do Minguante. Chamava-se Iza, e amava o Noah como se realmente fosse seu filho.

"Posso ver?" Foi cauteloso com as palavras, calmo. Já não estava mais irritado, e sim preocupado e um tanto feliz por ele finalmente se abrir com ele. "As cicatrizes."

Noah não respondeu, e nem achou um pouco estranho ele saber da existência das cicatrizes, porque na verdade, Valac era bem perspicaz para saber que uma amputação daquele tamanho deixaria cicatrizes. Tirou a T-shirt calmamente, as mãos tremiam contra a sua vontade. Não dava para negar, ele estava nervoso. Calma.

Valac seguiu em direção dele, à medida que ele se virava. Tinha as mãos atrás das costas, cruzadas. Apertava os dedos para tentar expelir um pouco daquela tensão que sentia, poucos segundos antes de sentir os dedos gelados dele. As suas costas eram largas, a cintura um pouco curvada para realçar o bom quadril que ele tinha escondido pelas calças cinza do fato de treino. A pele dele brilhava à luz da Lua- não como um vampiro-, um brilho único que nem a beleza do mais belo diamante conseguia abater.

O Noah era lindo por inteiro.

E não era duas cicatrizes que baixariam o seu nível alto de beleza.

Foi como imaginava: duas marcas feias que partiam desde o começo da omoplata até ao fim da última costela. Tinha uma coloração um pouco mais escura e rosada do que o resto da pele altamente branca do albino. Era rasgos grandes, na vertical com as laterais desregulares, como se aquele tivesse sido sangrento e doloroso demais. Ao toque, a pele estava também gelada. Era macia e limpa, nem seca ou oleosa, era uma perfeição aos olhares da cosmética, no entanto, dentro da cicatriz, a pele era um pouco mais seca, como se a perfeição tivesse sido retirada dali.

Valac não resistiu ao sentimento pedinte de ternura que o corpo branco voltado exaltava.

Abraçou-o por trás, envolvendo o abdómen nu com as suas mãos. Beijou o ombro dele e passou o nariz pelo seu pescoço também forte. Cheiro fresco, assim como gostava. Apertou-o um pouco mais, sentindo as suas mãos albinas juntarem-se como as suas. O abdómen estava relaxado, baixando e subindo devagar. Valac sentia o seu coração nas mãos: tumtum, tumtum, lento e forte. Noah ficou mais calmo com aquele abraço, já não encontrava mais nenhuma razão para estar ansioso ou nervoso. Só se concentrou nos dois corpos gélidos que se aqueciam de alguma forma, enquanto eram embraçados pela luz da Lua.

Noah virou-se para o ver de frente. Os lábios formigaram pelo o seu toque outra vez, os olhos de ambos cheios de carinho e gratidão. Subiu a mão pelo rosto quadrado e forte do seu chefe e lentamente encostou os seus lábios aos deles. Era um beijo diferente do primeiro, mais calmo, meigo, menos feroz e um pouco necessitado, no entanto, ainda era beijo de gratidão pelo cuidado que tinham um por o outro. Não sabiam se eles eram inábeis de se expressar com palavras, ou se ambos escolhiam ser mais práticos e táteis. Manifestavam a mesma emoção difícil de nomear com os movimentos da boca e os apertos fracos que ambos faziam no corpo que não era seu.

[Continua]

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro