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1: »Empatia«

EMPATIA

[13/11/2022- Quinta-Feira]

Kitus Trancy, um homem de 45 anos, acusado de tortura e mutilação humana, era vigiado a 120 metros de distância já há um quarto de hora pelo mesmo homem de há dois dias atrás: Valac Daemonium.

Era o local perfeito aquele mato para nunca ser apanhado, embora este homem seja mais sorrateiro que uma pantera. Sentado na erva alta, ao lado da sua companheira de crime, Camoren, Valac apenas queria raptar aquele monstro e vingar a morte de uma criancinha de apenas 8 anos.

Ainda se lembra das lágrimas das mães da criança ao pedir por justiça, no quarto escuro da sua enorme mansão.

"Valac, está aí?" A voz grossa de Noah, o seu segurança, soou no auricular pequeno e discreto da orelha direita.

"Diz."

"Está tudo bem?"

"10 horas da noite, o alvo começa a jantar, às 10 horas e 15 minutos ele vai tomar banho."

"Dá para o anestesiar aí?" Camoren também tinha arrogância pelo Trancy. Arrogância, não, nojo. Tudo que envolva crianças ou até mesmo adolescentes, ela queria- até mais que o Valac- a tortura, sofrimento, morte lenta de quem lhes deixou o mínimo trauma. "Quanto mais rápido melhor."

"Calma, Cam."

"Calma, Cam." Ela odiava profundamente aquela frase, mais especificamente, a palavra calma. Isso não existia para ela.

Assim que aquele caso passou pelas suas mãos, ela queria que aquele homem sofresse na mesma noite. Porém, Valac queria tirar um tempo e esperar quase duas semanas! Ela quase teve vontade de caçar o homem sozinha, torturá-lo sozinha e receber o dinheiro sozinha. Odiava esperar por algo que devia ser feito naquele momento.

Mas toda as respostas que cruzaram a mente dela desapareceram no momento em que ela ouviu o grunhido fino e rouco na sua direita. Os seus olhos amarelados surgiram sem a sua autorização, o seu instinto de lobo domou-a por uns segundos.

Era uma criança.

Um menino.

A pedir ajuda.

"Valac, para."

"Paro com o quê?" Cam levantou-se do seu esconderijo e olhou em redor, à procura de onde vinha o som em concreto. Estava a algumas centenas de metros de distância, um demoniozinho como o Valac era incapaz de ouvir, pensou. "O que é que estás a fazer?"

"Cala-te."

"Não me fales assim."

"Cala-te!" Sussurrou e, de novo, os seus olhos amarelados surgiram contra os olhos do seu superior.

Os grunhidos estavam cada vez mais fracos, o choro, entretanto, estava mais entrecortado. Minha Lua, ele estava em pânico, ela sentia isso, a sua presença estava a ficar mais fraca, mais mole, cada vez mais morta.

"Segue-me." Agarrou o Valac pelo braço e puxou o seu braço com força.

Correram os dois pela direita, sempre em frente. O Valac, mesmo sendo um pouco mais rápido que a Camoren, ele continuava atrás, completamente perdido, sem noção do porquê de ela estar a correr sem um destino definido.

Apenas soube a razão daquela preocupação quando ouviu uns gritos fracos vindos de um buraco escuro. Ele conhecia aquele tipo de grito agoniante, pedinte de socorro, de salvação.

"Noah?"

"Chefe."

"Chama uma ambulância, com urgência."

"Certo."

Valac pediu sem palavras para que a Camoren ficasse ali em cima. Não queria que nada acontecesse com ela, embora soubesse que ela fosse muito autónoma e conseguisse se virar sem ninguém.

Era a sua menina.

Ele entrou rapidamente na gruta. A escuridão era enorme, mesmo para aquele deus da noite e da obscuridade. Pegou na sua lanterna a pilhas já antiga, mas assim que a ligou os gritos e o choro pararam de golpe. Apenas ouvia a respiração fraca e tremida da criança- se aquilo for uma criança-. Valac não queria falar sem antes saber com quem estava a lidar. Então, somente acreditou nos seus instintos macabros e caminhou em frente.

Nada iria acontecer com ele.

Ele era o Valac Daemonium, um dos homens mais poderosos do mundo, nada o conseguira derrubar sem ser ele mesmo.

Não demorou muito para que ele achasse a criatura. Estava atrás de uma pedras, escondido, com medo, em pânico. Parecia inofensivo, apenas uma criança normal, encolhido entre as pernas, consumido pelo pavor.

Pela primeira vez, Valac sentiu pena.

Era um menino, de certeza. Estava nu, gelado, magro- até demais-. A pele escura da criança estava cortada e arranhada, as feridas por sarar, a carne viva exposta nos cotovelos e nos joelhos.

"Minha Lua." Agachou-se.

Ele aproximou-se devagar, tentando não a assustar, contudo não foi preciso muito esforço. Assim que os seus olhos se cruzaram, a criancinha agarrou-se fortemente ao pescoço do mais velho e chorou baixinho no ouvido. Valac não sabia o que fazer, era a primeira vez em muito tempo que deixava alguém o abraçar. Tentando ser o mais carinhoso possível, pousou as mãos nas costas nuas da criança e levantou-a pelas pernas.

"Como te chamas, querido?"

A criancinha soluçou e agarrou-se com mais força, desesperado por um pouco de calor. Valac andou lentamente para fora da gruta, balançando-o nos seus braços com calma. A luz cegou o Valac por alguns segundos. Camoren logo se aproximou deles, com vontade de pegar naquela criança e acarinhá-la. Eles sabiam que ela era muito melhor com pequenos do que aquele homem bruto, mas, no segundo em que o Valac tenta o largar, ele não se deixa mexer, apertando-se cada vez mais contra o pescoço forte do seu protetor.

"Chefe, eles estão aqui." Noah informa com rapidez.

☀️ ☀️ ☀️

"H-Hey, está tudo bem!" A criancinha não largava aquele homem por nada. Os enfermeiros não sabiam explicar como ele conseguia ter tanta força, se aparentemente estava desnutrido, sedento, fraco, a colapsar. "Calma." Valac pegou na mão esquerda dele e juntou com a sua. Isto pareceu acalmá-lo um pouco. "Eu não saio daqui."

E mais uma vez, em etapas lentas e preocupadas, conseguiu despegar a criatura pequena do seu corpo e sentou-a na cama do quarto de observação, na sua frente. Naquela vez em que os seus olhos cruzaram, Valac consegui ver com clareza a cor dos olhos.

Eram bicolores.

O esquerdo tinha uma cor torrada, um amarelo para o alaranjado, eram estranhamente iguais à cor do mais velho; a íris negra e brilhante. Por sua vez, o esquerdo era o oposto: era composto por tons negros e cinzentos escuros, mas a íris era laranjada, um pouco mais escura e morta, mas ainda assim notava-se a pigmentação laranja.

Valac tinha os olhos amarelados desde nascença. Todos que olhavam para ele achavam o contraste entre a cor negra da sua pele e o brilhante dos seus olhos uma obra do Sol.

As mãos ainda estavam conectadas. A tez de cada um era parecida. Eram os dois negros, no entanto a pequena criança era uns tons acima mais claro.

Que criança mais linda...

Não era possível explicar a calma momentânea que a criancinha tinha ao olhar para o rosto calmo do Valac. Parecia que aquele rosto- dito por muitos assustador- era angelical para o psicológico do pequeno.

Os paramédicos conseguiram, somente naquele momento, conectar os tubos pequenos de plástico esterilizado nos braços do menino, pôr aquela pequena mola no dedo pequeno. O coração dele era veloz. Tudo parecia estar bem com os sinais vitais e com a respiração. Eram somente a carne viva exposta e os arranhões profundos que faziam confusão aos enfermeiros. Era até possível arrancar os pedaços de pele bamba nos joelhos e dos cotovelos.

"Qual é o teu nome?" Valac tentou controlar a sua voz para sair o mais carinhosa possível. Ele queria respostas agora, naquele momento preciso, imediatamente. Era o seu lado controlador que o estava a tentar domar, porém sabia que tinha de ser calmo e um tanto meigo para não assustar a criança. "O meu é Valac Daemonium."

A criancinha encolheu os ombros, ainda hipnotizado pela cor vivida e extrema dos olhos do Valac. Ela abriu a boca e soltou grunhidos fracos e roucos. O seu rosto criou feições sofridas causadas pela dor de garganta momentânea.

Mas mesmo assim, ele conseguiu falar.

"K...Kuma."

A voz continuava doce e melodiosa, mesmo com todas as falhas e arranhões vocais. Valac tinha se apaixonado pela criancinha. Achava-a fofa e única. Era o olhar único, a sua tez mulata, os seus cabelos encaracolados, o sorriso, os dentes pequenos, os caninos mais aguçados que o normal, tudo. Valac era apaixonado pelo peculiar, ímpar e tinha a certeza que nunca iria se esquecer daquela criança.

"Senhor Daemonium?" Alguém chama.

"O próprio."

"Precisamos desinfetar as feridas."

Kuma não falou nada, apenas se expressou pelas formas de reprovação que se formaram no seu rosto. Embora doessem, ele não queria que aquelas pessoas de vestido branco lhe tocassem na pele.

Valac afastou a criança do seu corpo, contudo assim que o Kuma processou aquela ação, voltou a rosnar e a lacrimejar.

Kuma cravou as suas unhas na palma gigante do Valac. Ele estava aflito, não queria ser deixado. A pessoa que o salvou ia se afastar dele? Não! Valac sentiu uma pontada de dor. Achou estranho, a sua pele tinha uma camada grossa e forte, mas mesmo assim o pequeno menino conseguiu-a furar até aos vasos sanguíneos.

"Fica!"

☀️ ☀️ ☀️

Apenas duas horas de ver desenhos animados na televisão velha do quarto hospitalar e de receber mimos do homem dito mais insensível da História, Kuma adormeceu por entre os lençóis brancos, agarrado com força à mão do mais velho.

O seu telemóvel de ultima geração tocou. Valac dizia-se uma pessoa que odiava coisas materiais, mas adorava ter tudo o que era topo de gama e caro.

Era o Noah.

"O que é?"

"Queria saber se estava tudo bem."

"Sim. Estás dispensado, Noah, já está tarde."

"E a criança?"

"Está tudo bem também, não te preocupes."

E assim o telefonema foi desligado. Noah era o segurança pessoal e privado do Valac. Porém, mesmo que a relação seja mais que profissional, Noah era bastante preocupado com o Valac, e não perdia um segundo sequer para saber se o seu patrão estava bem ou se estava em perigo. Afinal, ele era pago- até demais- para o proteger. Tinha de fazer um excelente trabalho.

"Senhor Daemonium?" Valac limitou-se a olhar para o ser que o chamou. Era um médico um tanto peculiar, mas velho mais forte, mais alto, profissionalmente mais sério e assustador do que todos os outros trabalhadores daquele sítio de morte.

Valac odiava de coração hospitais.

"Queria falar consigo acerca do futuro do Kuma." Aquela frase pareceu assustar Valac.

"Ele está em perigo?"

"Não, longe disso, ele está perfeitamente bem para além dos ferimentos na pele. Queria falar para onde ele vai." Fez uma pausa. "Pode seguir-me até ao meu gabinete?"

O gabinete não ficava muito longe do quarto onde o Kuma estava, era um andar acima. O médico ofereceu o lugar atrás da sua secretária feita de vidro.

"Mesmo com os exames de sangue, não há registo nenhum sobre o Kuma. Não temos informação de quem são os pais, de onde ele é." Suspirou. "Acharia melhor metê-lo, depois de ele estar estável, claro, na Solair Orphanage"

"Fora de questão." Valac odiava aquele lugar com todos os átomos do seu ADN. Sabia muito bem a hipocrisia, a falsidade e a corrupção que aquele lugar carregava, mesmo depois de décadas. "Eu fico com ele. Tenho a certeza que o tratarei melhor do que aqueles amontoados de...merda incompetente."

"Mas, senhor Dae-"

"Eu fico com a criança."

Em toda a sua vida, o médico nunca tinha estremecido com um timbre vocal. Jamais tinha ouvido um timbre tão baixo, tão grave e tão profundo. Forte. Aquele homem de certeza que conseguia assustar qualquer um, se expusesse aquela voz daquela maneira, pensou. O Valac era assim por natureza, assustador, demoníaco e macabro.

O médico via-se perdido. Saltou em segundos meses- talvez anos- de papelada e desperdício de latim para que um homem desconhecido possa ter a custódia de uma criança perdida.

"Sim, senhor Daemonium. Assine aqui..."

☀️ ☀️ ☀️

[15/11/2022- Sábado]

Kuma só teve alta dois dias depois de ser hospitalizado. A sua desidratação e falta de nutrientes preocupavam os enfermeiros, e isso irritava o Valac. Quanto menos tempo num hospital, melhor!

Mas ele não deixou a criança por nada.

Teve do seu lado, todos as horas que pode. Apenas saia do Hospital para comer e dar uma olhada como estava a sua casa. Ele jamais confiaria em alguém para cuidar da sua casa. Tinha uma certa confiança com o senhor Alois, o mordomo mais velho da sua enorme mansão, mas nada que o não deixasse preocupado.

Valac somente pensava como todos iriam reagir quando entrasse com o Kuma- uma criança que nada tem de normal- em casa.

Em contrapartida, o Kuma estava mais que ansioso para sair daquele lugar e ver o mundo de novo. Ele não parava quieto na cadeira do seu quarto, as pernas- agora vestidas com as suas novas calças negras- estavam sempre a baloiçar, suspendidas no ar. Valac sorria ao vê-lo assim, feliz como uma criancinha de 5 anos normal.

Até ele estava feliz.

Realmente sentia empatia.

~~Cappuccino~~

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