37 ─ Los Angeles is still an option
𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀
📍Charlotte, NC - 18 de outubro
Impressionante como o tempo voa, menos na aula de matemática. Maeve está a mais de duas semanas sem voltar para sua casa (que na verdade pareceram bem menos), mas uma simples aula de matemática parece levar uma eternidade para acabar.
─── Professor? ─── Payton interrompeu o mesmo que falava sobre raízes. ─── Posso ir ao banheiro? ─── o mais velho assentiu.
Rapidamente o garoto se levantou e saiu da sala sentindo um alívio ao não escutar mais o falatório do professor.
Payton foi até o banheiro e caminhava de volta para sua sala sem pressa alguma, afinal ele não estava mais com paciência para ouvir sobre números e operações que não vão ajudá-lo em nada na sua vida adulta.
E foi aí, em passos lentos, na frente da secretaria que ele se distraiu. Um homem alto se escorava no balcão enquanto falava com uma das secretárias, inclusive a que sempre vivia passando as informações de Maeve para Payton.
─── Do que precisa? ─── a mulher perguntou gentilmente.
─── Eu vim entregar a minha filha o caderno que ela esqueceu em casa. ─── o homem disse com um caderno em mãos.
─── Quem é sua filha?
─── Maeve. Maeve Jones. ─── o homem respondeu e os olhos de Payton quase saltaram para fora de tão arregalados que ficaram.
Eu vou te matar seu filho de uma ─── Payton cerrou os punhos sentindo seu sangue ferver, mas interrompeu seus próprios pensamentos antes que perdesse o controle. ─── Se acalma, Payton. Se acalma. ─── disse a si mesmo, respirando fundo.
─── Ah! A Maeve! ─── a secretária sorriu. ─── Sua filha é tão educada e inteligen ─── a mulher foi interrompida.
─── Tá, tá. Eu posso entregar o caderno ou não? ─── respondeu com estupidez.
─── Pode deixar que eu a entrego. ─── a mulher estendeu a mão na intenção de pegar o caderno, mas não obteve muito sucesso.
─── Eu mesmo quero entregar! ─── a secretária franziu o cenho.
─── Mas ela está na aula agora.
─── Não importa! Eu preciso falar com ela agora! ─── ele insistia com grosseria.
Porque ele quer tanto entregar um mísero caderno diretamente para Maeve? ─── era a pergunta que tanto Payton quanto a secretária se faziam mentalmente.
─── Tudo bem então... ─── a secretária disse ainda com um ponto de interrogação sobre a cabeça. ─── Eu te acompanho até a sala dela. ─── saiu de trás do balcão.
Payton saiu correndo antes que fosse visto. Ele corria até sua sala para conseguir tirar Maeve de lá antes que seu pai a encontrasse.
Payton se aproximou da janela da sala e tentou chamar a atenção de Maeve que parecia muito concentrada na aula. Ele bateu levemente na janela chamando a atenção de vários alunos que estavam ali dentro, até do professor que felizmente não percebeu que era Payton pelo fato do garoto ter se abaixado a tempo, mas por sorte Maeve continuou olhando para a janela. Sua curiosidade falava mais alto.
Payton se levantou e encontrou Maeve encarando a janela, que franziu o cenho ao ver Payton do lado de fora com uma cara nada boa.
─── Sai daí! ─── Payton sussurrava achando que Maeve fosse ouvir. A expressão de confusão da garota se tornou mais evidente ainda e Payton continuou gesticulando na intenção de fazer Jones entender algo, mas ela continuava sem entender. Payton respirou fundo e tentou novamente. ─── O. Seu. Pai. Está. Aqui! ─── Payton disse, dessa vez devagar, e os olhos de Maeve se arregalaram assim como os de Payton na secretaria. ─── Sai. Daí. Logo! ─── ele disse por fim e Maeve com qualquer desculpa conseguiu sair da sala.
─── Mas que droga! ─── ela disse desesperada. ─── Que merda ele está fazendo aqui? ─── Maeve perguntou retóricamente enquanto os dois caminhavam em passos apressados pelos corredores.
─── Seu pai é muito alto. ─── Payton parecia um pouco chocado.
─── E daí?
─── Meio assustador... ─── Maeve apenas permaneceu em silêncio porque mais que qualquer um ela sabia disso.
─── A sala dela fica no próximo corredor. ─── Maeve e Payton pararam no mesmo instante em que ouviram a voz da secretária tão próxima deles.
─── Por aqui. ─── Moormeier puxou Jones para o caminho contrário e a empurrou para dentro da primeira sala vazia que encontrou entrando logo em seguida.
─── Você quer que eu caia e espatife minha cara no ─── Maeve reclamava de ter sido empurrada para dentro daquela sala vazia e escura até ter sua boca tampada por Payton que segurava a cintura da garota com força.
Só foi possível ouvir a secretária falando sem parar e Senhor Jones sendo ignorante como de costume. Assim que as vozes sumiram pela distância, Payton tirou sua mão da boca de Maeve.
Um silêncio pairou no ar, mas nem Payton e nem Maeve pareciam incomodados com isso.
─── Lembra de quando você ficou todo doído porque eu não te conhecia e aí você me puxou para uma sala vazia tipo essa? ─── perguntou Maeve se lembrando do susto que passou.
FLASHBACK ON
─── Ei, calma. ─── uma voz disse e a luz foi acesa revelando o garoto da pele pálida. ─── Eu não quero te machucar. ─── ele tirou a mão da boca de Maeve que percebeu sua respiração descompensada.
─── O que você quer, caralho?! ─── perguntou impaciente.
─── Nossa, eu te deixei tão nervosa assim? ─── ele disse com um sorriso sínico e Maeve tentou passar, mas foi segurada.
─── Me solta ou eu chuto seu pinto! ─── disse firme e Payton a soltou.
─── Você estava falando sério quando disse que não me conhecia? ─── ele perguntou e Maeve revirou os olhos.
─── Você precisa tanto de atenção que o fato de eu não saber seu nome te assusta?
─── Como você não conhece o capitão do time de futebol? ─── ele perguntou como se fosse um crime.
─── Não gosto de futebol.
─── Tá, mas é o capitão do time de futebol!
─── Pensei que fosse o Tayler Holder. ─── Jones deu de ombros.
─── Olha só, o Tayler não é mais o capitão porque sofreu uma lesão no joelho. Então eu sou o capitão!
─── Bom pra você. ─── ele bloqueou a passagem de Maeve novamente. ─── Que porra garoto! O que você quer que eu faça? Quer que eu pergunte seu nome para mais uma pessoa saber da sua insignificante existência e aumentar seu ego? Então vamos lá! Qual o seu nome? Satisfeito? Já posso ir?
FLASHBACK OFF
─── Eu voltei para casa muito chateado naquele dia. Você destruiu o meu ego!
─── Você era insuportável!
─── Obrigado pela parte que me toca. ─── fingiu decepção.
─── Quem diria que hoje eu estaria aqui com você escondida do meu pai. ─── Payton riu abraçando Maeve.
─── Acho melhor nós irmos logo. ─── o garoto disse espreitando o corredor pela porta.
Os dois saíram correndo daquela sala em direção ao estacionamento e entrando rapidamente no carro de Payton, seguindo até sua casa.
Enquanto isso, Evil Jones inventava qualquer desculpa para justificar o fato de sua própria filha ter simplesmente sumido da escola minutos antes dele aparecer em sua sala jurando que precisava urgentemente falar com ela.
A secretária e o professor com certeza estavam o mais confusos possível, mas Evil tinha certeza que aquilo não era uma coincidência. Maeve havia sumido de propósito e com motivos.
[...]
─── Maeve? ─── Payton a chamou do banheiro. ─── Onde é o trabalho do seu pai mesmo?
─── Na mesma rua daquele supermercado que inaugurou a pouco tempo. Porque? ─── respondeu com curiosidade.
─── Por nada. ─── Moormeier mentiu voltando para seu quarto. ─── Eu preciso entregar uma coisa para minha mãe lá no trabalho dela, mas acho melhor você ficar aqui.
─── Porque?
─── Porque eu vou passar perto do trabalho do seu pai e agora que sabemos que ele está inquieto com o seu sumiço é melhor não arriscarmos. ─── Maeve pensou por alguns instantes e acabou concordando. ─── Eu não vou demorar, ok? ─── beijou a testa da garota.
─── Tudo bem. ─── Jones pegou o controle ligando a TV na intenção de encontrar algo para assistir.
Payton entrou em seu carro e deu partida em direção ao trabalho do pai de Maeve...
Ele estava provavelmente ficando louco.
Moormeier estacionou seu carro em frente a enorme loja de carros e adentrou a mesma. Olhando cada canto da loja e prestando atenção em seus mínimos detalhes.
─── Está procurando alguma coisa? ─── Payton sorriu ao ouvir aquela voz e se virou lentamente para o dono dela.
─── Nada específico. ─── o garoto respondeu o pai de sua (quase) namorada olhando em volta.
Esse menino não me parece estranho. ─── pensou o mais velho.
─── Qual o seu nome? ─── Evil cruzou os braços.
─── Não é da sua conta. ─── Payton disse simples e o homem a sua frente ficou indignado.
─── Escuta aqui pirralho, aqui não é o fraldário não!
─── Jura? Pensei que fosse! Quer dizer, olha todas essas fraldas a nossa volta. ─── respondeu irônico.
─── Vaza daqui moleque! ─── Evil disse impaciente.
─── Já estou de saída. ─── Payton se virou. ─── Os carros da sua loja são horríveis mesmo. ─── deu de ombros indo para o lado de fora e Evil quis bater nele ali mesmo.
Payton passou no supermercado para comprar um pote de sorvete e voltou para casa.
─── Voltei e trouxe sorvete! ─── gritou da cozinha e em um segundo Maeve apareceu.
─── Sua mãe está bem?
─── Sim. Naquela correria de sempre. ─── inventou qualquer coisa e abriu o sorvete, o servindo.
[...]
Payton terminava seu sorvete e Maeve que já havia terminado o seu, parecia inquieta e perdida em seus pensamentos. A ficha de que seu pai a prejudicaria mesmo longe de casa, caiu. Ela havia percebido que não importa onde esteja, ela sempre correrá perigo com seu pai solto por aí.
─── 'Tá tudo bem? ─── Payton largou a vasilha assim que percebeu a feição preocupada de Maeve.
─── Eu não aguento mais me esconder, esconder meu corpo. ─── ela segurava as lágrimas. ─── Eu não aguento mais tudo isso.
─── Los Angeles ainda é uma opção. ─── Payton segurou as mãos de Jones.
─── Eu estou doente e estou cansanda também. Eu posso admitir, não sou à prova de fogo. ─── disse Maeve em um fio de voz. Payton a puxou para um abraço.
─── Vá em frente e chore, garotinha. Ninguém faz isso como você. ─── o garoto sussurrou e Maeve não conseguiu mais conter as lágrimas. ─── Eu sei o quanto isso importa para você. ─── ele acariciava o longo cabelo de Maeve com delicadeza. ─── E se você fosse minha garotinha, eu faria tudo o que pudesse. Eu fugiria e me esconderia com você. ─── Payton colocava toda a sua sinceridade naquelas palavras.
Maeve não conseguia expressar o quão confortável e segura se sentia nos braços de Payton. Mesmo com tudo desabando ele conseguia a acalmar. Era como se ele fosse o escudo dela.
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+ NOTAS !
• pra felicidade de uns e tristeza de outros DADDY ISSUES tá acabando 😬
• qual a comida favorita de vcs? a minha é sorvete😝
I'm sick and I'm tired too
I can admit, I am not fireproof
Go ahead and cry, little girl
Nobody does it like you do
I know how much it matters to you
[...]
And if you were my little girl
I'd do whatever I could do
I'd run away and hide with you
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