36 ─ Tell me something that I'll forget
𝐌𝐀𝐄𝐕𝐄 𝐉𝐎𝐍𝐄𝐒
📍Charlotte, NC - 2 de outubro
Mais uma noite em claro. Não conseguir dormir é definitivamente uma droga, principalmente se o que te impede de descansar é simplesmente medo.
─── Bom dia. ─── ouço a voz de sono de Payton dizer acompanhada por um sorriso sem mostrar os dentes.
─── Bom dia. ─── me viro para o mesmo.
─── Dormiu bem?
─── Sim. ─── minto com um sorriso fraco.
Pela sua expressão ficou evidente que Payton sabia que eu não havia dormido bem.
─── Eu queria tanto poder resolver isso tudo agora mesmo. Eu só... ─── as palavras parecem fugir de sua mente. ─── Eu só queria fazer com que você se sentisse segura. ─── seu olhar desvia até o teto e o garoto suspira pesado.
Repouso minha cabeça sobre seu peito e logo sinto seus braços me envolverem.
─── Payton, você tem estado comigo quando mais ninguém esteve. Tem ouvido todas as minhas palavras e secado todas as minhas lágrimas. Deveria parar de se cobrar tanto. ─── disse sincera e ele permaneceu em silêncio. ─── Você é a única coisa que ainda me motiva a acordar. ─── disse por fim passando o dedo aleatoriamente por seu abdômen. Sua mão passeou suavemente pelos meus cabelos.
─── Quando foi que tudo desmoronou? ─── senti um nó se formar em minha garganta.
Respirei fundo juntando forças para contar.
─── Eu tinha 13 anos. Fazia pouco mais de um ano que minha mãe havia falecido. ─── as lembranças se repetem em minha mente. ─── Eu não sabia exatamente o que estava acontecendo. ─── seguro as lágrimas e como consequência sinto minha garganta doer.
───Eu sei que você tem medo e que já disse que não, mas vale a pena pensar sobre irmos a polícia. ─── disse Payton. ─── Eu não quero te pressionar a nada e vou te apoiar em qualquer que for sua escolha.
Talvez eu realmente devesse ir até a polícia, mas só de pensar na possibilidade da investigação não chegar a lugar nenhum me assusta.
Depois de longos minutos em silêncio, Payton disse:
─── Vamos comer. Estou com fome. ─── ri me levantando junto dele.
[...]
Payton e eu acordamos bem tarde, por isso decidimos pular o café da manhã e almoçar.
─── Vai demorar mais quanto tempo para picar essa cebola? ─── Payton perguntou e eu o olhei indignada.
─── Vem aqui picar então, senhor Flash! ─── ironizei e logo em seguida senti suas mãos em minha cintura.
─── Você fica tão linda quando está bravinha. ─── ele sussurrou.
─── Com licença, você está me atrasando a cortar essa cebola! ─── ele riu deixando um beijo em meu ombro.
─── Você vai ver. Meu macarrão é o melhor de todos! ─── ouvi Payton se gabar pela 4ª vez sobre seu tal macarrão.
─── Se você parasse de se distrair e realmente fizesse o macarrão né! ─── coloquei a cebola, já picada, na panela.
─── Olá crianças! ─── a voz de Joanne ecoou pela cozinha.
─── Crianças, mãe? ─── Payton perguntou com tédio.
─── Deixa sua mãe, menino! ─── o repreendi e Joanne mandou um beijo no ar debochando de Payton que a olhou indignado.
─── Então agora vocês vão se unir contra mim? ─── ele cruzou os braços.
─── Dramático. ─── revirei os olhos, o abraçando.
─── Eu só vim pegar minha pasta que eu esqueci e ah! Maeve, você pode ficar o tempo que precisar! ─── Joanne sorriu simpática.
─── Muito obrigada, Joanne. ─── agradeci envergonhada.
─── Para você é sogra. ─── ela piscou me fazendo rir.
─── Chega mãe. ─── Payton a conduzia para fora da cozinha.
─── O que foi? ─── Joanne murmurou antes de Moormeier a tirá-la da cozinha.
─── Você contou para ela? ─── sussurrei.
─── O que? Não. Eu só disse que você estava com problemas e ia ficar aqui. ─── me abraçou. ─── Relaxa, eu não vou contar para ninguém que você não queira.
─── Obrigada.
─── Espera. Está sentindo? ─── ele me encarou com o cenho franzido e cheirou o ar.
─── O macarrão!
[...]
─── Eu estou morrendo de sono. ─── eu disse bocejando quando a série que Payton e eu estávamos assistindo terminou.
Já era tarde da noite. Dissemos a nós mesmos que só assistiríamos mais um episódio, quer dizer, dissemos isso várias vezes e acabou ficando tarde.
─── Vamos dormir. ─── Payton se levantou do sofá e se espreguiçou.
─── Me carrega. ─── pedi manhosa.
Ele bufou, mas logo me pegou no colo me fazendo sorrir.
Me deitou na cama ficando sobre mim. Eu brincava com o pingente da sua correntinha enquanto seus olhos me fitavam calmamente.
─── Payton. ─── o chamei ainda com a atenção em sua correntinha. Ele apenas murmurou "hum". ─── Diga-me algo que eu vou esquecer, e você talvez tenha que me contar de novo.
─── Porque? ─── ele pergunta com o cenho franzido.
─── Para que toda vez que você me disser, soe como se fosse a primeira. ─── expliquei.
Ele pensou por alguns segundos antes de falar.
─── Ah, mas eu não sei se posso te falar essa coisa... ─── finalmente levantei meu olhar para que pudesse olhar em seus olhos.
─── E porque não? ─── perguntei confusa.
─── Porque é um segredo. ─── ele sussurrou.
─── Para, me conta logo. ─── ele negou com a cabeça. ─── Por favor. ─── ele riu.
─── Está bem, mas foi você que pediu viu?! ─── eu assenti. Um sorriso bobo se formou em seus lábios e ele finalmente disse: ─── Eu te amo.
Involuntariamente sorri também ainda sondando seus olhos castanhos claros.
─── Eu te amo. ─── seu sorriso se tornou mais largo e suavemente eu o puxei pela correntinha juntando nossos lábios.
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+ NOTAS !
• depois de tanta desgraç* eu fiz um cap fofinho pra vcs☺️
• Tell me something that I'll forget
And you might have to tell me again
• não se esqueçam de votar!!!
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