𝐌𝐀𝐄𝐕𝐄 𝐉𝐎𝐍𝐄𝐒

📍Charlotte, NC - 1° de outubro
Um mês para o Halloween...

Outubro. O mês mais "assustador" do ano, o mês do Halloween.

Desde que minha mãe se foi outubro tem sido, para mim, um mês como qualquer outro. É como se não houvesse uma data especial. Mas eu ainda tenho lembranças de todos os Halloweens que passei com minha mãe. Ela sempre comprava vários doces e fazia minhas fantasias. Ela faz tanta falta...

─── Grrr! Eu vou te devorar, Maeve! ─── com uma máscara de monstro, Payton tentava me assustar no meio do corredor da escola.

─── Era para eu estar com medo? ─── indaguei com o cenho franzido.

─── Sim!

─── Ai meu Deus, um monstro. Que medo! ─── ironizei e o garoto tirou sua máscara.

─── Cadê seu espírito de Halloween?

─── Halloween é coisa de criança. ─── eu disse indiferente.

Payton arregalou os olhos.
─── O que??? Retire o que disse agora! ─── eu revirei os olhos. ─── Fala sério, Maeve. Halloween é a melhor data depois do Natal!

─── Todas essas datas são estúpidas.

Quer dizer, antes eu amava todas as datas comemorativas do ano, mas agora eu não tenho mais o que comemorar.

─── Se você continuar dizendo essas coisas eu serei obrigado a nunca mais falar com você. ─── disse ele fazendo drama.

─── Você não consegue. ─── sorri convencida e ele me encarou com uma sombrancelha arqueada.

Seu olhar esteve fixado em mim por mais alguns segundos e então finalmente disse:
─── Olha, essa não vale. ─── se deu por vencido e eu ri. ─── Hum, eu sei que ainda falta um mês para o Halloween, mas que tal se a gente se fantasiasse e fosse pedir doces? ─── disse animado.

─── Payton, não sei se você esqueceu mas nós temos 17 anos, e não 10.

─── Um dia não faz mal.

─── E se nós comprássemos várias porcarias e passássemos a noite toda maratonando filmes de Halloween? ─── sorri com as sombrancelhas levantadas.

─── A gente pede os doces e depois assiste os filmes. ─── o lancei um olhar mortal. ─── Tá bom. ─── revirou os olhos e eu o abracei. ─── Como está a nossa filha? ─── perguntou ele e por alguns segundos minha mente travou. ─── A Ravena. ─── o soltei.

─── Ata! ─── ri. ─── Ela está bem.

─── E como o seu pai não descobriu ainda? Você já está com ela a uma semana. ─── Payton parecia incrédulo.

─── Porque meu pai é um idiota. ─── ele me olhou como se eu tivesse dito algo muito ruim. ─── O que foi?

─── E quanto tempo mais você acha que seu pai não vai perceber? Você deveria encontrar um lar para ela, Maeve. Eu até me ofereceria para ficar com ela, mas minha mãe me mataria se eu levasse um gato para casa. ─── ele começou seu discurso.

─── Payton, eu sinto que preciso ficar com ela. É como se ela fosse um amuleto de proteção!

─── Se seu pai descobrir, ela não vai te proteger.

─── Tá bom, Payton. Eu vou pensar em algo para fazer com a Ravena. Satisfeito? ─── disse impaciente.

─── Se você aceitasse ir para Los Angeles comigo você não teria que ficar sem a Ravena... ─── ele apontou os dedos indicadores em mim arqueando as sobrancelhas repetidas vezes.

─── Alguém já te disse que suas idéias são péssimas?

─── Nem vem. Eu sei que você adora minhas idéias! ─── sorriu convencido.

─── Só se for nos seus sonhos. ─── baguncei seu cabelo.

[...]

─── Tem certeza que não quer entrar? ─── perguntei à Payton que acabara de estacionar seu carro em frente minha casa.

─── Não dá, eu preciso arrumar meu quarto antes que minha mãe perceba aquela zona. ─── nós rimos.

─── Então até amanhã. ─── sorri.

─── Até. ─── ele selou nossos lábios.

Desci do carro e acenei para o garoto que arrancou o veículo.

Já se passavam das 7 horas da noite. O céu não tinha nenhuma estrela, estava um pouco nublado e ameaçava chuva.

Caminhei pela entrada da minha casa até a porta e abri a mesma, logo em seguida acendi a luz.

─── Onde você estava? ─── sentado em uma das poltronas, meu pai indagou.

Senti todo o meu corpo entrar em colapso.

─── Onde você estava? ─── repetiu sua pergunta.

─── E-eu... ─── nenhuma resposta vinha a minha mente.

Calmamente ele se levantou e em passos pesados caminhou em minha direção.

─── Eu te fiz uma pergunta caralho! ─── ele gritou.

Eu simplesmente não conseguia dizer nada. Nenhuma verdade, nenhuma mentira, nenhuma desculpa.

─── Quem foi que te trouxe naquele carro? 'Tá transando com algum riquinho idiota?

─── Não... ─── sussurrei já sentindo um nó se formar em minha garganta.

─── FALA DIREITO! ─── o homem acertou um tapa em meu rosto.

Eu tentava segurar as lágrimas para evitar que ele me batesse novamente.

─── Com quem você estava? ─── perguntou ele antes de um miado ecoar pela casa.

Fechei os olhos com força já imaginando o que ia acontecer.

─── Que porra é essa? ─── ele perguntou intercalando seu olhar entre Ravena e eu. ─── Você trouxe essa merda pra dentro de casa? ─── eu vi a fúria nos seus olhos. ─── VOCÊ 'TÁ SURDA? ─── gritou.

Ele soltou um grito alto. Ravena tinha mordido sua perna. Eu queria muito rir daquela situação, mas logo o desespero me consumiu por completo.

─── QUE DESGRAÇA! ─── ele chutou Ravena para longe fazendo-a soltar miados claramente de dor.

─── Para com isso! ─── a coragem (ou falta de noção, chame do que quiser) aflorou pela minha pele.

Evil me olhava surpreso. Foi provavelmente a primeira vez que eu o "enfrentei".

─── Quer que eu pare, né? ─── caminhou até Ravena chutando-a mais uma vez.

Ela tentava correr enquanto miava alto.

─── Para, 'tá machucando ela! ─── eu tentava o impedir mas ele continuava chutando a pobre gatinha sem parar. ─── PARA PORRA! ─── eu gritei com o rosto encharcado de lágrimas enquanto puxava meu pai. Ele apenas me acertou um soco no rosto, fazendo com que eu perdesse o equilíbrio.

Tudo girava.

Evil me puxou pelo braço com toda a força que tinha.

─── Cadê sua coragem agora, em? Grita comigo! ─── eu permanecia em silêncio, com o rosto encharcado pelas lágrimas. ─── Vadia idiota! ─── suas palavras me atingiram como uma facada.

O prazer nos seus olhos por estar me machucando era doentio.

Ainda segurando meu braço, ele me arrastou até meu quarto. Eu sabia que aquela noite ainda estava muito longe de acabar...

[...]

+ NOTAS !

• quem apoia montarmos um grupo pra matar o evil?
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• adicionem a fic em uma lista de leitura se quiserem pra me ajudar (: