19 ─ Holy shit, you're having a crisis
𝐌𝐀𝐄𝐕𝐄 𝐉𝐎𝐍𝐄𝐒
📍Charlotte, NC - 19 de agosto
Eu tinha acabado de chegar em casa.
Entrei na pontinha dos pés tentando fazer o mínimo possível de barulho para evitar qualquer contato com meu pai.
- Onde você estava? - a sua voz intimidadora ecoou pela casa me fazendo pular de susto.
Eu já conseguia sentir meu corpo tremendo e minha garganta se fechando.
- E-eu estava na casa de uma amiga. Aquela que me trouxe outro dia. - eu disse na tentativa de não fazê-lo surtar.
- A noite toda?
- Eu dormi lá. - ele se levantou e veio caminhando até mim.
A essa altura meu coração batia muito forte, chegava a doer.
- Dormiu lá ou dormiu com ela?
- O que? - eu perguntei confusa e ele me prendeu contra a parede enquanto apertava meu pescoço impedindo o ar de entrar e sair dos meus pulmões.
Eu me debatia mas era em vão.
- ME RESPONDE! - ele gritou e eu pude ver a raiva nos seus olhos.
- Eu... só... dormi... lá. - eu disse quase em um sussurro por ele estar me enforcando.
A cada segundo que se passava ele parecia apertar mais o pescoço.
Talvez esse seja o meu fim. Estrangulada pelo meu próprio pai.
Ele começou a me empurrar para cima e eu senti meus pés saindo do chão. O meu único "apoio" eram suas mãos que cortavam a oxigenação do meu corpo.
Meu corpo já estava muito fraco quando ele me soltou e antes que eu caísse no chão, eu acordei desse pesadelo.
Eu estava assustada e minha respiração descompensada. Assim que eu fui me acalmando do susto, eu percebi que aquele não era o meu quarto. Era idêntico ao de Payton mas eu não sei se realmente era o dele. Eu não me lembro de ter vindo parar aqui ou de como isso aconteceu mas eu tive certeza que era o dele quando vi seus instrumentos.
Eu comecei a ficar desesperada. Eu não lembro de nada.
Eu me levantei e saí do quarto. Não tinha ninguém, até eu passar na porta de um quarto e ver Payton dormindo.
- Payton. - eu o chamei baixinho enquanto cutucava ele. - Payton.
- Só mais 5 minutos, mãe. - ele disse manhoso.
- Payton! - eu o sacudi e o garoto acordou meio desnorteado.
- Maeve, o que aconteceu? - ele perguntou extremamente sonolento.
- Eu que te pergunto! Que porra eu 'tô fazendo na sua casa?
- Eu te achei com o Griffin na festa do Bryce e você começou a chorar. Aí eu te perguntei se você queria ir pra casa e você disse que não e não. Aí eu te trouxe pra cá. - ele explicou e pegou o celular.
Alguns flashbacks vieram a minha mente. Do Griffin me puxando e dizendo coisas horríveis sobre mim.
Eu me sentei na cama e me lembrei do meu pai. E comecei a imaginar o que ele vai fazer comigo quando eu chegar em casa.
Minha garganta começou a se fechar, dificultando a minha respiração, meu corpo tremia, eu suava, meu peito doía, meu coração batia acelerado e eu sentia como se minha alma não estivesse em mim.
Eu estava tendo uma daquelas malditas crises.
- Maeve, ainda são cinco e vinte da manhã. Vamos dormir mais um pouco e... - ele cortou sua fala. - Maeve?! - ele se agachou na minha frente e eu não consegui dizer nada. - Puta merda, você 'tá tendo uma crise. - ele saiu correndo enquanto meu corpo tinha um colapso e em um segundo ele voltou. - Toma aqui. - ele me estendeu um comprimido que ele tirou de uma cartela e eu o olhei com os olhos arregalados já que não conseguia dizer nada. - É meu remédio de ansiedade, pode tomar. - ele disse como uma permissão e pegou o copo de água que estava no criado ao lado da cama.
Eu engoli o comprimido e ele me ajudou a beber a água.
Payton se agachou na minha frente de novo e ficou me encarando até que meu corpo voltasse ao normal e ele suspirou aliviado. Ele tinha ficado mais nervoso que eu.
- Caralho que susto. - ele disse com a mão no peito.
- Eu não sabia que você tinha ansiedade.
- Infelizmente eu tenho, mas nunca cheguei a ter uma crise assim. - ele se sentou ao meu lado. - Você está bem?
- Agora sim. Muito obrigada.
- Não precisa agradecer. - sorriu.
- Eu não lembro de nada que aconteceu.
Eu queria perguntar uma coisa mas estava com medo da resposta.
- Payton. - eu o chamei baixinho e ele murmurou "hum". - A gente transou?
- O que? - ele perguntou com a testa franzida. - Não.
- É que eu não me lembro de nada.
- Eu nunca me aproveitaria de você. - ele disse e eu suspirei.
- Porque eu não me lembro de nada? - afundei meu rosto nas mãos e deixei que algumas lágrimas saíssem.
- Ei, não chora. - senti Payton me abraçando.
Meio relutante, eu acabei retribuindo o abraço porque no fundo era só disso que eu precisava.
Nos soltamos do abraço e ele parecia surpreso. Talvez por eu ter sido "carinhosa" com ele.
- Você se lembra se bebeu muito? - perguntou ele.
- Não, eu só tomei um shot.
- Talvez tenha sido o Griffin.
- Porque?
- Ontem você disse que ele tinha colocado algo na sua bebida. - ele disse e eu tive um flashback do Griffin me puxando para um quarto e dizendo o que fez comigo. - Se tiver sido isso que aconteceu eu juro que vou quebrar a cara dele em vários pedaços. - o garoto disse fechando os punhos e eu suspirei.
Meu pai, o Griffin... Eu só queria não deixar que ninguém abusasse de mim.
- Maeve. - Payton se virou pra mim e eu o olhei. - Tem algo acontecendo com você? Na sua casa ou na escola sei lá? - ele perguntou e eu gelei.
- Porque a pergunta?
- Porque ontem você disse algumas coisas...
- Quais coisas? - perguntei com medo de ter dito algo.
- Você disse que todos os homens te machucam e que... - o interrompi.
- Payton, eu estava drogada ou sei lá. - eu disse tentando encerrar o assunto.
- Eu sei mas eu só fiquei... preocupado. - ele disse.
- Depois diz que eu que fico preocupada né?! - digo lembrando dos bilhetes e ele ri.
- Para. - ele diz sorrindo e eu rio. - Eu sei que você me odeia mas se precisar de alguma coisa, qualquer coisa, pode contar comigo. - ele olhou no fundo dos meus olhos.
- Obrigada. - sorri fraco e o abracei. Eu não sei porque, mas eu o abracei.
- Tem certeza que você está bem? - ele retribuiu o ato e eu ri de sua pergunta.
- Estou sim. - eu disse sentindo seu perfume. - Ah, e eu não te odeio. - eu disse quando nos soltamos do abraço.
- Odeia sim, Maeve.
- Odeio não, Payton.
- Odeia sim.
- Cara, eu estou dizendo que não te odeio mas você parece que quer que eu te odeie! - eu disse brincando.
- Não quero não! - ele fez uma cara engraçada e nós rimos.
Parece que a companhia de Payton não era tão ruim quanto eu pensava.
+ NOTAS !
• meo, ia ter só um abraço deles mas eu não aguentei e coloquei dois. aproveitem os "mimos"
• quando o assunto eh maeve e payton dois míseros abraços são mimos sim😠😠😠
• inclusive eu tô dando uma mudada no formato da fic. mudei os aesthetic, tô colocando nome nos capítulos e eu alterei o cast de novo pq eu enjôo toda hora(:
• a, talvez eu poste uma fic nova ainda essa semana. qq cs acham?
• votem, comentem e compartilhem!
beijo na bunda e fui
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