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Última semana


"Mas as coisas vão acontecendo... as pessoas se vão, ou deixam de nos amar, ou não nos entendem, ou nós não as entendemos... E nós perdemos, erramos, magoamos uns aos outros. E o navio começa a rachar em determinados lugares. E então, quando o navio racha, o final é inevitável. (...) Mas ainda há um momento entre o momento em que as rachaduras começam a se abrir e o momento em que nós rompemos por completo. E é nesse intervalo que conseguimos enxergar uns aos outros." - Cidades de Papel, Jonh Green


Em algum ponto, eu consegui enxergar que comparar os momentos felizes com os tristes é tudo perda de tempo. Comparar sentimentos, outra perda de tempo. Tentar julgar quem é mais feliz, quem é mais triste, quem ficou para cima, quem desandou... E o pior, frases de efeito como "tem gente pior do que você", ou "fulano está melhor do que eu". Tudo perda de tempo, coisa que não volta atrás.
Eu já perdi as contas em quantas vezes na minha vida acordei me sentindo um nada, que a vida era injusta, e que só me restava esperar a próxima rasteira. E elas vinham mesmo, uma atrás da outra, e parecia que eu nem tinha tempo de me levantar direito, e lá vinha golpe atrás de golpe. E agora eu estou aqui, deitado nessa cama, em um novo mundo que seria escuro, se as pessoas que eu amo não houvessem me preenchido com cores demais. E eu sei que não vale a pena comparar presente e passado em minha vida. Não vale a pena pesar meus momentos. Meu pai morreu e eu chorei. Eu me mudei para o Japão e encontrei meus melhores amigos, e sorri. Tia Mikoto e tio Fugaku morreram, e eu chorei por Sasuke e Itachi. E então eles se tornaram meus irmãos e eu voltei a sorrir.
E então eu descobri que ficaria cego e chorei.
E encontrei Hinata...E tudo mudou. E eu sorri.
Eu descobri que a perderia sem tê-la tido e chorei.
Mas eu ainda iria sorrir, muito. E ainda chorei, e ainda vou chorar muito. E sorrir ainda mais.
Foram aquelas semanas, depois de saber da verdade sobre Hinata, e armar o meu melhor plano Uzumaki para conquistar seu coração, que me senti vivo, que senti que ela também teve a minha mesma sensação de plenitude egoísta de nós dois, de ignorar o destino, ignorar nossos fardos de tristeza, e o fardo de tentar ser feliz a todo custo.
Nós fomos nós mesmos. Sem sombras.
Nós fomos nós dois, sem culpas.

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Só quem já teve um momento muito difícil na vida, sabe como é acordar e desejar continuar dormindo para não encarar a realidade.
E só quem já passou por isso e superou sabe que não vale a pena ficar na cama, quando a gente abre os olhos, os problemas não se moveram, os sonhos ainda são apenas sonhos, e nada mudou, a não ser para pior.
Quando eu abri os olhos naquele hospital em Konoha, eu não queria acordar. E nem ver aqueles olhos muito claros, não tão claras quanto os da causa de mais uma corda que se arrebentava em mim (eu tinha certeza que estava na última), mas de outra pessoa.
Eu espera ver Sasuke ou Sakura. Até Itachi ou minha mãe, que me buscariam a força ao saber da convulsão, que minha mente confusa não lembrava bem. Eu lembrava apenas que as borboletas eram belas e morriam cedo...
E Hinata era a borboleta. E eu...estava no chão de novo.
Eu esperava até mesmo ela ali. Mas não Neji Hyuuga, com seu rosto impassível, sentado a meu lado na cama e me encarando profundamente enquanto uma brisa entrava pela janela aberta do quarto branco, jogando o vento frio nas cortinas brancas e em nós dois.
– Acordou finalmente idiota. - Ele falou com burla, mas seus olhos pareciam...diferentes. Me analisando com cuidado. Eu não sabia o que ele fazia ali, mas meus pensamentos migraram para outra coisa ao vê-lo.
Migraram para o que eu ouvi antes de apagar.
E falei em um só fôlego.
– Ela está morrendo.
Minha voz saiu rouca e baixa, e me perguntei a quanto tempo eu estaria apagado. Ele desviou os olhos para a janela, e eu sabia a resposta.
– O que ela...
– Ela vai lhe contar, se quiser. - Ele me cortou e então voltou a me encarar, e eu não sabia o que pensar de Neji Hyuuga naquele momento. - Eu amo minha irmã. E não acho que ela precisa de mais um motivo para sofrer. E quando eu vi você, Uzumaki, eu vi que você seria exatamente isso.
Continuei calado, apenas o olhando, me sentindo oprimido por tudo, confuso.
– Mas...- Ele franziu os lábios, em desagrado. - Eu notei que ela já não sorri mais apenas para nos agradar. Eu não sei se ela vê você como uma das formas que ela sempre consegue para carregar o mundo nas costas, um desafio, algo quebrado que ela quer tentar colocar no eixo. Eu não sei. Para mim, você é só mais um idiota.
Eu devo ter feito uma cara muito ruim para ele sorrir de lado.
– Eu nunca entendi essa mania dela de tentar salvar o mundo, mas o fato é que você está nele agora. - Isso me surpreendeu. - E você a ama.
– Ela contou. - supus ainda na minha voz patética.
– Não. É perceptível. E é impossível não amar alguém como ela, ainda mais quando se coloca a vida nas mãos dela, como você está fazendo. Você é o cego, ela é sua guia. Talvez de todos nós. Só estou dizendo, que eu vejo. E eu estou apenas avisando, se você é incapaz de entender o que está acontecendo, espero que caia fora com o seu avião antes que a ferida fique maior. Ela se faz de forte apenas, eu sei, porque sou o irmão dela. Como Hanabi sabe, e meu pai. Porque piadas são maneiras de rir da dor. Só estou dizendo, eu te mataria. Então, suma.
Eu estava...tonto. Neji falando tudo aquilo, sendo que ele quase não falava que eu tenha percebido...E aquelas palavras...
– Eu...não vou desistir.- Falei sério vendo que ele estava se levantando.
Ele parou e me olhou seriamente.
– Eu não sei o que está acontecendo mas...eu vou fazê-la me amar. - Falei. - Eu quero ficar ao lado dela. Eu quero estar com ela. Eu vou estar com ela.
– Isso é estúpido, ela vai morrer logo. Vocês apenas vão se ferir. - Ele disse frio e me irritei.
– Pro inferno! Eu gosto dela! E eu nunca volto atrás com o que eu digo.
Ele me encarou, e eu estava tão puto com tudo aquilo. Toda aquela conversa era surreal demais. Toda aquela situação era surreal demais.
– Muito bem. - Ele falou se erguendo e franzi a testa com o olhar que ele me lançava por segundos. Parecia...aliviado. - Você é mesmo um estúpido.
Ele saiu e fiquei em silêncio pela primeira vez diante de um insulto.
– Ela está no quarto 236. - Ele falou já na porta. Isso me pegou de surpresa e arfei, mas antes que pudesse perguntar ele me cortou. - Exames de rotina. Ela está preocupada com você.
E assim ele saiu, sem mais nada.
Eu não conseguia entender Neji, e aquilo pouco me importava no momento.
Apenas fugi do quarto vestindo aquela roupa ridícula de hospital.
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Não sei quanto tempo passei apenas a observando sentada na cama, seu jeans velho, sua camisa de raposa.
– Que tipo de benefício é esse, você usar sua roupa, enquanto eu fico de bunda de fora.
Ela foi pega de surpresa e virou o rosto em minha direção com a mão no peito.
– Kami! - Ela arfou.
– Sou apenas eu. - falei com burla enquanto me aproximava e sentava a seu lado.
– Seus pés estão ficando mais macios garoto. - Ela bufou.
Isso éramos nós. Punhos fechados em tensão, boca soltando gracejos. Era como se no momento em que um desse o braço a torcer, a situação se tornasse real.
Ou assim eu pensava. Fazer piada é bem mais fácil que enfrentar certas coisas.
– Neji falou comigo. Ele me ameaçou de morte se me aproximasse um metro de você pelo menos. - dramatizei.
– Tenho certeza que ele não faria isso. - Ela deitou na cama caindo para trás e a segui. - Ele chorou quando matou um passarinho sem querer quando era criança.
– Posso usar isso contra ele...
– Eu te mato se contar que eu contei. Ninguém suspeitaria de uma cega.
Ela era mesmo boa em me fazer rir. Devia ser um dom, ou muito treinamento.
Apenas fiquei encarando o perfil dela olhando o teto, esperando, e o silêncio tomou conta do local, forte, como um animal a espreita, pronto para nos atacar.
– Eu não vou desistir. - Ela virou o rosto em minha direção,e estávamos tão perto...quase nariz com nariz. - Eu gosto de você.
– Eu vou morrer. - Ela sorriu, tornando aquilo mais estranho. Um sorriso triste.
– Todos vamos. - Segurei seus dedos entre os meus, as mãos jogadas entre nós dois, e com uma mão livre acariciei seu rosto. Ela apertou minha mão, mesmo com a face ainda serena.
– Nem todos sabem quando.
Silêncio. As duas mãos dela agora brincavam com meus dedos bem maiores, os olhos fitados no nada.
E parecia surreal a mariposa entrando pela janela, sobrevoando o quarto. Como uma piada.
Ou como uma ideia.
E foi quando ela penetrou em minha mente. Clara, colorida e esvoaçante.
– Não vai perguntar quando? - Ela disse de repente, me acordando dos devaneios.
– Não quero saber quanto tempo uma borboleta vive. Só quero vê-la voar. Você quer voar?
Ela pareceu curiosa e confusa.
– Me dê uma semana da sua vida. Você me mostrou seu mundo. Nada mais justo, que eu te mostre o meu.
Ela franziu a testa.
– Nada mais justo que se você fez eu gostar de você, eu tenha a chance de te fazer gostar de mim também, da mesma forma.
Ela riu, baixo. E eu esperei qualquer coisa. Ela me xingar, me mandar sumir. Me dizer que não podia me amar. Que nossa situação só causaria dor um para o outro.
Mas novamente, ela me surpreendeu sorrindo.
– Parece justo para mim Uzumaki.
E eu sabia exatamente o que fazer.
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No fim, não foi Hinata que me contou o que ela tinha. Foi seu pai, quando eu fui lhe contar o que planejava fazer.
Ele hesitou. A ideia parecia louca até para mim. Mas nós teríamos Neji conosco. E Sasuke e Sakura. Ino e Sai iriam nos seguir de carro depois com ele. Eu ainda tinha meu prazo de uma semana para ir a Tokyo, Sasuke havia omitido o que havia acontecido de Itachi e minha mãe, muito a contra-gosto. E havia contido Sakura, que fora mais difícil. Convulsões eram parte da minha sintomatologia e do avanço do tumor, mas nada tão rápido, que poderia me matar em uma semana. Eu precisava daquela semana, mais que tudo, eu precisava dela.
Hiashi não se aprofundou. Apenas contou que Hinata nascera com um prazo de apenas dois anos de vida, no máximo, com sorte chegaria aos três. Ela nascera com um problema grave de desenvolvimento, aos cinco meses, mas sobrevivera. Sem visão, pulmões falhos, problemas imunológicos, e eu agora entendia o porquê de ela me falar de um "pacote completo" quando nos conhecemos.
Mas ela vivera muito mais do que muitos pensaram. Devido a seu sistema imunológico defeituoso, passara a maior parte da vida em hospitais.
E então ela pareceu melhor.
E era irônico que o que iria matá-la, era algo tão poeticamente óbvio para quem ela era: um coração grande demais para se aguentar.
Seus órgãos estavam crescendo mais rápido que seu corpo, não conseguiam deter o processo.
Ela poderia morrer em um ano, ou no outro dia. Era estranho. Era aterrador.
E a sorte, eu deveria saber, nunca estivera conosco.
E eu tinha uma semana para que as asas da borboleta se abrissem.
E uma semana era o prazo que eu tinha estipulado para fazer Hinata me amar também.
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