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Damian

"O quanto perderíamos se tudo o que quiséssemos tivéssemos naquele instante, não importando se fosse um momento de raiva extrema ou tristeza absoluta.  Até o mais puro dos desejos, tem seu preço."  L. Krsna

Um barulho de respiração forçada.

Para dentro, para fora. Em um esforço angustiante de um peixe puxando sua última golfada de ar.

Dentro, fora.

Havia uma claridade em minhas pálpebras. Com esforço abri meus olhos. 

Tudo era lento, tudo era pesado. Tudo era doloroso.

E havia um teto encardido, e barulho por toda parte. Pisquei meus olhos, virando o rosto para o lado, e a primeira coisa que vi foi uma cortina de plástico azul aberta, e um homem velho deitado com um respirador na boca, e muitos fios plugados em um corpo magro.

Era dali que vinha aquele som.

Dentro.

Fora.

Um peixe se afogando no seco.

Olhei a tudo aturdido.

Haviam mais daquelas cortinas azuis, separando camas. Havia barulho de choros e gemidos por toda parte. Era como aqueles filmes de guerra, com a imagem na minha mente gravada de feridos em seu leito da morte.

Era difícil respirar, todo meu tronco doía, e minha cabeça pulsava. Eu não sabia como eu havia parado ali.

Puxei pela memória, e havia apenas vazio.

Como eu havia acabado naquele lugar? O que havia acontecido comigo?

O mais importante de tudo: qual o meu nome?

Eu não sabia quem eu era. Eu entraria em pânico se não estivesse tão cansado.

- Finalmente acordou.

Uma voz feminina, cansada, falou do meu lado ao mesmo tempo que uma cortina era puxada do outro lado. Meu olhar confuso encontrou uma mulher de bastante idade, asiática, se aproximando com uma prancheta e um olhar exausto.

-Entende minha língua?

Assenti, não confiando em minha voz, a garganta seca, como meus lábios. Tossi e logo havia um copo de água em meus lábios. Sorvi devagar, o liquido aliviando-me, e apenas quando ela retirou o copo, consegui falar.

-S.sim.

-Que bom.

Era difícil manter o tronco assim, e voltei a deitar, encarando o teto.

-Onde... eu estou?

A mulher suspirou, puxando uma cadeira para perto da cama.

-Deve estar confuso. Meu nome é Doutora Chio. Você se envolveu em um acidente, há quatro dias atrás. Por conta da tempestade, houveram muitos, e o hospital está cheio, então é bom que tenha acordado. Como não havia nenhum documento com você, não conseguiram entrar em contato com ninguém, e pela sua aparência deduzimos que devia ser um estrangeiro, por isso o trouxeram para esse hospital. Mas infelizmente não temos um bom suporte. Você tem alguém que possamos contactar, e transferir você?

Franzi o cenho, tentando prestar atenção no que ela me dizia. Eu lembrava de faróis, e gritos. E chuva, mas...

-Eu... não sei.

Ela me olhou de um jeito estranho.

-Lembra do seu nome?

Eu tentei, de verdade, e então neguei. Ela suspirou.

-Isso irá complicar mais as coisas. Não temos suporte o suficiente para examinar você melhor, e foi um pancada forte que levou. Você fraturou algumas costelas também, mas teve sorte de não ter tido nada mais grave. A amnésia não era uma coisa que previ, mas não é tão surpreendente. Ela pode ser temporária ou não. Falarei com o pessoal, para manter você aqui por mais tempo, pode ser que lembre até lá, ou alguém venha procurar você. Pode estar demorando por conta de todos os acidentes, todos os hospitais estão muito lotados. Apenas descanse, e tente se recuperar.

Assenti, voltando a deitar após ela me examinar rapidamente, e caminhar para outro leito. Fechei os olhos, a voz dela na cama ao lado tomando meus pensamentos.

- Ninguém veio mesmo procurá-lo? Pobre garoto.

Alguém falava perto da minha cama, mas não abri os olhos, também pensando nisso.

Quão triste. Eu devia mesmo ser uma pessoa ruim, para ninguém vir me procurar depois de todos esses dias. Saber se eu estava vivo ou morto.

Quem eu era?

Me perguntei isso várias e várias vezes, mas nada me vinha a mente. Nenhum rosto, nenhum nome, nenhum número. Apenas vazio e dor.

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No outro dia, a médica voltou para falar que havia conseguindo um scanner, que usaria para me examinar melhor. Passei a manhã nisso, até voltar ao leito, apenas para me transferirem para outro lugar dando espaço para um paciente em estado mais grave. Eu não tinha seguro, nem mesmo um documento, não era como não soubesse que eles não sabiam o que fazer comigo. 

Eu já estava melhor, e quando me dessem alta, não fazia ideia para onde ir. Eu não parecia ser Japonês, mas sem um passaporte, não havia como me mandar para alguma embaixada, e nenhuma havia anunciado alguém desaparecido.

Doutora Chio tentava me ajudar, mas com o número de pacientes que apenas aumentava, era difícil se focar em meu problema. Ela disse que havia surgido problemas nos meus exames, e me fez perguntas que não soube responder.

Ela havia entrado em contado com um albergue que oferecia lugar gratuito para pessoas que não tivessem aonde ficar, e com alguns amigos para me ajudarem do lado de fora. A situação não parecia boa, até que no sétimo dia meu no hospital, quando já era certo que receberia alta por não ter espaço para mim, finalmente alguém surgiu me procurando.

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Ele dizia que era meu guardião, mas eu não tinha nenhuma lembrança concreta do seu rosto. Só os olhos escuros, que me lembravam alguém, mas não conseguia ligar ao nome. Mas ele tinha todos os documentos, e o hospital não podia checar ao fundo. Apenas fazia sentido.

Antes de sair do hospital, eu me olhei no espelho. Meu cabelo era loiro, desarrumado, uma parte dele que fora raspada para a cirurgia após o acidente, estava coberta por fios. Havia um curativo na minha testa também, e meu rosto ainda parecia um pouco machucado. Meus olhos tinha uma cor azul estranha, mais violeta do que azul. Eu estava pálido, ou era, não dava para saber, e tinha uma barba de uma semana no rosto. Olhei para esse rosto, e repeti o nome.

- Damian.

Mas nada vinha a mente. Nenhuma lembrança de que esse nome era meu. Vesti as roupas que ele havia me trazido, jeans e uma blusa grossa de capuz preta. Era estranho. Não me via vestindo aquilo.

Meus pais haviam morrido em um acidente quando eu tinha oito anos. Ele era meu padrinho e um amigo do meu pai e havia cuidado de mim desde então. Eu morava no Japão desde os dez anos. Meus pais eram americanos. Meu sobrenome era Willers. Eu estava voltando do Eisa em Okinawa, quando parei naquela cidade para fugir da tempestade. Meu padrinho estava em Tokyo quando ouviu falar da tempestade que havia destruído muitas casas na região, e veio me procurar. Estamos voltando para Tokyo. Eu estudo música na universidade de Tokyo há dois anos.

Meu nome é Damian Willers.

Estranho.

-Dami? Vamos indo!

Sai do banheiro e fitei o homem alto ao lado da Doutora Chio. Mas nada me veio a mente. Apenas os olhos dele. E o sobrenome, de alguma forma, ficava zanzando na minha cabeça, sem lugar certo.

Por isso quando ela me olhou de forma preocupada, assenti. Estava tudo bem. Eu ia lembrar. Aceitei o abraço dela, e então ela me deu uma sacola parda e sorriu, dizendo que comesse no caminho, e outra com livros que eu gostara de ler naqueles dias, se me sentisse sozinho. Aceitei grato, e segui meu tutor para fora daquele lugar. O tempo estava acinzentado ainda, e frio.

Puxei um capuz para cima, ele falava algo, mas não conseguia me ater. Apenas entrei no carro, começava a chover novamente. Chio iria ter muito trabalho pela frente.

-Own, espero que a chuva não seja forte! Só vamos para agora daqui há cinco horas.

Olhei para o homem entusiasmado ao meu lado, ainda confuso. Ele era pálido, cabelos negros, e bem alto. De alguma forma aquilo me lembrava alguém, então devia ser verdade. Só esperava que eu lembrasse logo, aquela sensação era muito ruim.

Obito Uchiha. Uchiha.

"Dobe! Vamos logo!"

Pisquei os olhos, o carro deslizando para fora, a chuva já forte.

-Teme...

-O que falou?

Ele me olhava com a sobrancelha franzida, um sorriso no rosto, largo. E era estranho. Como se aquilo não coubesse no rosto, não devesse estar lá. Uchihas não sorriem assim, e eu não sabia como sabia disso.

-Nada. – falei baixo, voltando minha cabeça para a janela.

Pelo reflexo no vidro vi ele me olhar, e puxar um cigarro. Eu queria abrir a janela, mas estava chovendo. O silêncio era constrangedor e ele ligou o radio.

"Take me out tonight

Because I want to see people

And I want to see life..."

E aquela música...

"Driving in your car

Oh please don't drop me home..."

The Smiths.

Olhei para o radio, pensativo. Tinha algo naquela música. Risadas, praia, olhos opacos...jasmim. Cheiro de jasmim no ar.

-...Damian!

Olhei aturdido quando ele me chamou duro.

-Estou falando com você há tempos.

-Desculpe, não ouvi. – respondi ainda confuso.

Ele simplesmente desligou o radio murmurando algo baixo que não escutei bem.

Era estranho.

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"Eu não precisava enxergar para saber que Sasuke estava no quarto. Desde que começaram as visitas, ele sempre vinha, arrastava a cadeira para perto da minha cama, colocava algo em minhas mãos antes mesmo que eu pudesse perguntar. Ele até mesmo dormira algumas vezes comigo lá, mas ao contrário de Sakura, que preenchia todo o espaço falando e falando, contando tudo que havia acontecido enquanto eu estivera fora do ar, Sasuke não falava nada.

Absolutamente nada.

No começo eu tentei, forcei, mas acabei dando a ele o tempo dele. Eu não sabia o que passava na cabeça dele, mas eu podia imaginar. Sasuke sempre havia sido muito protetor comigo e Sakura, de um jeito quase possessivo. E então tudo aquilo havia acontecido. Eu havia fugido do hospital, e sumido por quase um mês, e então quando conseguiam me achar, eu quase havia morrido. Quando havia acordado, haviam descoberto que o tumor havia se desenvolvido e eu precisava de quimioterapia além da cirurgia que me cegara. Eu não queria ninguém além da minha mãe perto de mim enquanto fazia as sessões, eu não queria que eles vissem meu estado e se sentissem piores com isso.

Eu sabia que o idiota se culpava, como sempre. Ele se culpava pela morte dos pais, claro que ele se culparia por isso. E de culpa eu entendia bem, por isso sabia que nada do que falasse agora iria ajudar. E nem eu sabia o que falar também.

Antes mesmo que terminasse de tentar me erguer da cama para ir ao banheiro, ele já estava lá, me ajudando a me levantar, ainda calado. E eu fiquei lá, falando coisas amenas para preencher o silêncio no hospital a noite por nós dois enquanto ele me guiava, a mão agarrada em meu braço até o banheiro.

Lavei as mãos, e quando estava saindo meu pé enganchou em algo no chão. Isso já tinha acontecido um monte de vezes. Tentei me segurar na porta, mas não sabia onde ficava a maçaneta e acabei caindo com barulho, apenas pro sorte não batendo a testa na pia, mas não a salvei do chão. Meu coração acelerou, e tentei não me sentir frustrado. Em segundos tinham mãos tentando me levantar, checando minha cabeça machucada.

-Idiota! Devia ter me chamado!

-Eu sei mijar sozinho Teme!

Ele fez um som frustrado, me ajudando a me levantar.

-Sua primeira palavra comigo em meses, e é para me chamar de idiota. – brinquei, mas ele não respondeu, e logo estava sentado na cama, com os dedos frios na minha testa. Gemi e ouvi um suspiro perto do meu rosto.

-Vou chamar um médico. – A voz dele estava baixa, e quando senti o peso saindo da cama, agarrei o braço dele.

-Não foi sua culpa.

-Não devia ter te deixado entrar sozinho, sei que é um desastre. Sempre foi.

-Não falo disse. – Não soltei a mão dele, e ele não a puxou mais. Por isso senti os dedos dele tremendo. Silêncio. E nessas horas, era quando me sentia mais frustrado. Sem poder ver o rosto dele. Sem poder ver o que ele estava pensando. – Sasuke...

-Eu devia ter procurado melhor.

A voz dele estava derrotada, cheia de remorso. Aquele idiota.

-Minha mãe me contou que você não parou de me procurar. O problema foi que o hospital achava que eu era estrangeiro e me procurou nas embaixadas...

-Eu devia ter imaginado isso!

Me assustei com o tom de voz dele, e soltei sua mão. Mas ele não foi embora. Ao invés disso, senti o peso na minha cama, e ele sentou do meu lado. Sua respiração estava rápida, e eu sabia que Sasuke estava perto de chorar. De frustração, de raiva, por tudo que ele não havia chorado, eu tinha certeza.

E isso era assustador.

-Você é loiro Naruto, seus olhos são azuis! Seu rosto é ocidental. É claro que eles pensariam isso. Seu nome é japonês, e isso criou uma confusão. Eu fui um idiota.

-Vocês estavam desesperados demais para pensar com clareza, ninguém te culpa por isso. Haviam muitos hospitais, todos estavam cheios, muita gente desaparecida. Era como achar uma agulha em um palheiro.

-Mas aquele...psicopata achou você.

Era claro o ódio na palavra, mas preferi não comentar isso. Eu não queria pensar nisso por enquanto. Não com o julgamento que se aproximava. Não com tudo ainda tão vivo na minha cabeça.

Eu ainda não sabia o que pensar. 

Eu sabia que Sasuke sabia tudo que havia acontecido. Se Itachi não tivesse contado sobre os exames para ele, minha mãe devia ter feito isso. Eles sabiam que eu não falaria com mais ninguém sobre isso além dele se precisasse. Eu não falaria algo assim a minha mãe, ainda estava com muita vergonha. E nunca com a Sakura, porque simplesmente era algo forte demais, e para mim, por mais que houvéssemos crescido, ela sempre seria a menina magrela e frágil da minha rua. Ela sempre seria minha irmãzinha.

Eu nunca falaria sobre algo assim com ela.

-Por sorte.

'Por favor Sasuke, eu não quero falar sobre isso ainda.'

-Quando você ligou para mim e eu ouvi a voz atrás, e o que ele estava falando ...eu apenas...Naruto...

'Teve medo. Eu sei Sasuke, e sei que você não quer falar isso também, não precisa.'

- Eu estou vivo, graças a você principalmente. Você se culpa demais.

-E você também. – ele falou, a voz mais calma.

-É, eu sei.

'Por isso eu te entendo, Sasuke. Se culpar é uma forma de se achar importante, de achar que se tem algum controle do que está acontecendo. Inevitável é uma palavra muito triste.'

-Eu lamento por Hinata.

-E eu por ter sumido. Ter fugido. Eu lamento Sasuke.

Ouvi um suspiro forte dele, e a voz dele parecia tremer levemente.

-Você é meu irmão Naruto.

Ele enfatizou isso, de forma eu que sabia o que ele não estava dizendo. Que ele nunca diria em voz alta.

'Você é importante para mim.'

'Eu tive medo.'

'Você quase morreu.'

'Eu não sabia o que fazer. Como encontrar você.'

'Eu pensei que você tinha morrido.'

-E você é o meu. E eu vou precisar muito de você daqui para frente. Então, apenas saia dessa, um de nós tem que estar em pé para levantar o outro certo?

Senti os braços ao redor de mim e quase pulei de susto. Sasuke nunca abraçava ninguém. Foi rápido, mas não o bastante para eu não perceber a umidade em meu ombro, mas nunca comentaríamos isso.

E então recebi um peteleco forte na minha testa, do tipo para machucar mesmo.

-Au, Teme! Fiz uma cirurgia na cabeça há um mês seu infeliz!

-Se fizer isso de novo, eu acabo com sua raça dobe. De algumas coisas não se foge, por mais que a gente queira. Você me ensinou isso quando meus pais morreram, então trate de lembrar e nunca mais fugir! Ou eu vou buscar você até no inferno, e te trazer a base dos chutes!

Sasuke estava de volta.

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