YOU'LL BE OKAY
Música do capítulo (depois de 5 dias procurando uma música para esse momento de Enzo, enfim achei) :
You'll be Okay - A Great Big Word
[Deveria haver um GIF ou vídeo aqui. Atualize a aplicação agora para ver.]
Enzo está parado, sem nenhuma expressão facial. Ao seu lado, sua tia, continua abraçada ao seu corpo.
Os três esquifes são em cerejeira, com as alças douradas. Na frente de cada um deles, há um texto bíblico:
O primeiro:
"Mesmo que ande pelo vale da sombra da morte, o senhor me acolherá."
O segundo:
"Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, na sobra do onipotente, descansará."
No terceiro:
"Deitar-me faz, em pastos verdejantes e guia-me mansamente, às corrente de água tranquilas."
Enzo, está ali apenas fisicamente. Sua cabeça está viajando e voltando pelo tempo.
Um vai e vem de memórias.
Enzo, numa dessas chegadas do passado, sua vista, capta seus pais e irmão, novamente parados ali, com suas faces tão tranquilas, que parecem está dormindo, e logo vão acordar e levantarem dos esquifes.
Chega a ser um contraste, entre os rostos deles, com dor nas feições, e os que estão sendo velados.
Embora, não fale nada, o coração de Enzo está trancado... Como se o que estivesse batendo e pulsando dentro dele fosse uma pedra, tamanho o peso que está sentindo.
As pessoas continuam a chegar.
Um vento frio percorre a espinha do rapaz enlutado.
As visitas passam pelos corpos e seguem direto ao herdeiro da fortuna da família Gonçalo, com suas mãos estendidas.
Enzo, recebe as condolências... Não sente-se essa pessoa abençoada, que seus ouvidos escutam, ser comentado, pelos mais diversos presentes... Ao contrário, ele sente que perdeu tudo. Seu chão. Seu norte. Seu centro.
A sua tia o chama para ir com ela e seu segundo esposo.
O cortejo segue para o Cemitério Morada da Paz. Enzo vai logo atrás do carro que leva seus pais e irmão.
Seus tios vão falando, mas, parece que suas vozes estão há milhares de quilômetros.
É como se o cérebro nublasse. Ficasse oco. Perguntas vão surgindo pelo caminho, ele as ignora. Todos os questionamentos são colocados no limbo da sua alma.
Sua tia pergunta se ele está escutando?
Enzo, a olha e balança a cabeça positivamente. Dizendo com seu gesto que entendeu.
Mentira!
A acústica do seu cérebro, suga sua alma para dentro dos ouvidos. Como se fora acertado por uma onda ou um vento forte que o leva igual uma folha.
O calor que sobe do asfalto, parecia deixar o percurso em "câmera lenta". Enzo, consegue ver distante o cemiterio Morada da Paz. Ele, sente novamente a garganta secar. Seu refúgio é conversar consigo.
Enzo abaixa a cabeça.
Suas lagrimas quebram-se nos oculos escuros, igual ao mar nos corais.
O carro chega ao seu destino, um homem com terno escuro vem ao encontro do carro de Enzo, e abre sua porta. Ele sai. Não se preocupa em ajeitar o terno. Apenas estende a mão para sua tia.
Enzo, segue na direção do carro funerário, pega o esquife que está com sua mãe e com mais cinco pessoas a leva para o local.
Há uma tenda, branca, cobrindo o local. Tem a altura de três metros, e cobre o equivalente a vinte cadeiras, horizontalmente organizadas, estilo platéia e espaçadas um das outras, por um metro.
Todas forradas em branco.
Na primeira fila, estão os familiares. Enzo é o primeiro da esquerda para direita.
O Padre da Paróquia, ao qual a familia faz parte, começa a falar. Ele, amava a simplicidade dos pais de Enzo, e quase não consegue celebrar a missa, olhando para o herdeiro da família.
Depois que ele termina a missa, chama o rapaz, para falar. Demora um pouco para ele perceber que estavam falando com ele... Enzo, chacoalha a cabeça como se estivesse despertando do sono.
— Não sei o que dizer. — Ele começa falando. Está ao lado do Padre. —Realmente, não sei nem por onde começar... Apenas, cheguei hoje pela manhã, já sabendo da desgraça. — Seus olhos estão vermelhos. — Só posso dizer, que existe uma lacuna, um buraco dentro da minha alma, que desconheço sua profundidade... Acredito que nunca saberei. Apenas estou seguro pela dor, na verdade pendurado por ela. Obrigado ao Padre João pelas lindas palavras. Eles amaram, tenha certeza disso. Meus pais sempre foram, e continuarão sendo referência de honestidade, amor, ética e bondade, para minha vida. Não poderiam ter tido pais melhores e um irmão tão amável. Eu so queria dizer a vocês, — Lagrimas burlam sua tentativa de
manter-los guardados, enquanto se despede da sua família: — Muito obrigado por tudo que me ensinaram... Toda a paciência comigo... Eu amo vocês com toda minha alma. Saibam que meus dias perderam o colorido, mas, mesmo vendo em preto e branco, vou seguir com a vida... Meu Deus... Como dói... Que dor é essa? — Enzo deixa de falar. — Para terminar, desejaria falar um poema, que li no Livro Insensatez do Amor, autoria de Denise Medeiros, o poema por título "Saudade" (Pessoal, o livro de dmzbeta ainda vai ser lançado com esse mesmo título: Insensatez do Amor.
Eu a pedi no pv, um poema para esse momento que Enzo está passando, e como ela acompanha a história, o fez especialmente.
Esse poema vai constar no seu livro.
Eu desejaria agradecer, muito obrigado pelo carinho com o protagonista.
Sem palavras para agradecer a gentileza. Obrigado) :
"Saudade
É horrível, ter que ver pessoas, as quais você ama, serem tiradas da sua vida.
Hoje fico só, mas dentro de mim existirão as mais lindas lembranças.
Sofrer de saudade, faz aprender uma bela virtude: Ser forte.
O verdadeiro amor é aquele, que nos faz suportar a ausência e sobreviver na saudade.
Quando eu precisar ouvir de alguém: Eu te amo,
Lembrarei com alegria de todas as vezes que ouvi de vocês, e muitas dessas vezes nem dei tanta importância.
Quando precisar de companhia nos dias nublados e tristes, saberei que vocês estarão colorindo meus dias.
Quando tiver com vontade de chorar, vou sorrir, vou gargalhar lembrando de todos os momentos maravilhosos com vocês.
Então com o passar do tempo,saberei que nunca estarei sozinho.
Amo vocês."
Enzo ao terminar de falar, é pego de surpresa, com Um coral, organizado pelos funcionários das empresas Gonçarlo, começarem cantar a música: You'll be okay (A Big Great Word).
O coração do rapaz, expulsa a avalanche de lágrimas, retidas pela sua alma.
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