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SE ESTIVER ESCRITO NAS ESTRELAS...

Enzo está do lado de fora da Escola, esperando Rita.

Ela o avista e abre um sorriso desconcertada. Sem jeito.

Ele a abraça.

— Bom dia, como você está? — Enzo pergunta, abrindo a porta para ela entrar.

— Estou com um misto de varias emoções. — Rita, senta e coloca a bolsa no colo.

Enzo, fecha a porta e segue para o lado do motorista.

— Mais especifica por favor. — Ele, abre um sorriso, enquanto manobra a BMW.

— Não sei como te agradecer. — Começa Rita, ajeitando os cabelos.

— Não precisa, e você sabe disso. Gosto de você e quando gosto de uma pessoa, sou assim.

Rita passa sua mão esquerda nos cabelos lisos de Enzo. Ele a retribui com um sorriso e ela o abraça com carinho.

— Assim, fico sem jeito. — Enzo deita sua cabeça sobre a dela.

— Acredito... Só você mesmo, ficar sem jeito.

Os dois sorriem.

— O que você vai fazer hoje? — Pergunta Rita.

— Depois que te deixar no trabalho, vou na faculdade, almoço na empresa e volto para faculdade. Aliás, Paula já está sabendo que você vai hoje, fazer uma entrevista.

— Você é sempre assim?

— Preocupado com as pessoas?

— Controlador, — Ela ri para ele. — Quando você quer uma coisa... Ave Maria.

— Nao sou controlador. Apenas, desejo que as pessoas que estejam comigo fiquem bem.

— Então, estou com você?

— Rita, você me entendeu, o que falei, e repito: A nossa amizade sempre vai existir, o santo bateu, independentemente dos caminhos que escolheremos.

— Enzo, você não existe... Tá bom, vou fazer a entrevista.

— Ufa, que bom.

— Meu pai, só foi elogios à sua atitude.

— Olha aí, um homem sensato.

Ela sorri com a forma que Enzo falou.

— Olha, eu só desejaria dizer, que isso tudo é novo. Ninguém nunca me ajudou sem interesse... E nunca deixei que homem algum fizesse nada por mim, para que não me ache sua propriedade.

— Fique tranquila, isso não vai acontecer com a gente. Eu gosto de você, achei Pedro o máximo e tenho como lhe ajudar...Simples assim.

— Qual horário ficou agendado a entrevista?

— Quando você chegar lá. — o carro entra no Shopping Center Recife. — Só mais uma coisa, o que Pedro precisar, me avise.

Rita, olha para Enzo.

— Por que você está me olhando?

— Não sei o que fiz para merecer tudo isso.

Enzo estaciona no acesso à primeira praça de alimentação.

— Não veja por esse lado, se mereceu ou não. Coisas boas e ruins estão acontecendo o tempo todo, cabe-nos aprender com os maus momentos e curti os bons.

— Você faz filosofia na Universidade? — Rita pergunta com uma leve ironia radiante.

— Mecatronica. — Enzo, pisca com o olho esquerdo para ela. — mas, gosto de Augusto Cury, Paulo Coelho...

Rita gargalha... Depois, pega no queixo de Enzo e lhe beija.

— Sei, que pode paracer que não estou feliz, talvez tenha ficado mais na defensiva do que na felicidade. Mas, tudo que você fez, é respostas das minhas preces de mãe solteira. Obrigado bonitão.

Enzo acena com a cabeça, e guarda os cabelos dela atrás da orelha.

— Boa sorte na entrevista.

— Obrigado.

Rita fica olhando o BMW preto sair suavemente... Se distanciando dela. Quando Enzo some do alcance das suas vistas, ela entra para trabalhar.

Na faculdade, Enzo esquentou a cebeça com Calculo Diferencial, onde as operações, envolve quatro cálculos: Limite, diferencial, derivada e integral. E, que, uma estrutura física depende das mais variaveis pressões atmosfericas, escalas de dimensão, peso, altura... E por aí vai.

No intervalo, Enzo passa pelo restaurante da universidade, seguindo para o estacionamento. O transito está caótico, mas, ele chega a tempo para se encontrar som seu pai.

— Olha, meu caçula chegou.

— É bom ver o senhor tambem.

Os dois se abraçam.

— Pai, desejaria voltar a trabalhar por aqui.

Seu Gonçalo, olha para o filho... Está abismado e feliz com o pedido de Enzo.

— Claro, sem problemas... Essa empresa também é sua.

— Começaria de baixo... O senhor e meu irmão iriam fazendo meu cronograma de trabalho. O que o senhor me diz?

— Meu filho, como falei, estou muito feliz. Qual pai não ficaria? Mas, só ha uma regra.

— Nada de sexo aqui dentro.

— Isso mesmo... E, sinceridade, acho que esse será seu maior desafio. — Sr. Gonçalo encosta-se na poltrona da sua sala.

— Ficar zero a zero com as mulheres da empresa? Vai ser moleza.

— Hoje a noite, por que não sentamos os três para conversamos sobre isso?

— Ótimo. Jantarei em casa.

O telefone da sala toca.

— Gonçalo falando... Claro... pode pedir para entrar... Eu e Enzo, já terminamos de conversar. — O pai de enzo, coloca o telefone no gancho. — Desejaria te apresentar uma pessoa.

A porta abre-se e uma mulher elegante entra, e os dois se levantam para recebê-la.

— Verônica, esse é meu filho Enzo, o caçula que lhe falei.

— Muito prazer Sr. Enzo.

— O prazer é sempre meu.

Sr. Gonçalo, olha para o filho, com um cenho maior que o outro.

Verônica e Enzo apertam as mãos.

— Enzo, — Sr. Gonçalo começa falando. — Verônica está fazendo auditoria na empresa.

— Mas, aconteceu alguma coisa?

— Não! É que precisamos ter lisura e transparência para nossos parceiros e clientes.

— Entendi, bom, vejo que o senhor está ocupado... Não vai dar para almoçarmos, logo, vou deixar vocês trabalhando, a noite vou jantar em casa.

— Estarei te esperando meu filho. — Sr. Gonçalo, abraça e beija o filho.

— Sr. Enzo, um excelente dia.

— Senhorita, — Enzo acena com a cabeça. — Obrigado e o prazer é meu.

Enzo, aperta a mão dos dois e sai. As aulas da tarde vão se arrastando. O cansaço mental chegou.

— Que cara é essa? — Gustavo empurra Enzo, para acorda-lo.

— Tenho dormido pouco. — Enzo lamenta-se, voltando a escrever no caderno.

— Quais as novas?

— Tudo na mesma.

— Alguma garota nova no pedaço?

— Nenhuma, estou no modo celibato.

Gustavo faz uma cara desconfiada, a de que seu amigo está mentindo.

— Tudo bem se você não quer falar, mas, mentir é outra história.

— Gustavo, então tá bom... Estou mentindo.

O professor interrompe o assunto dos dois:

— Senhores, desejam acrescentar alguma coisa à aula?

— Sim, professor! Gustavo tem uma pergunta.

Enzo sorri com a cara de poucos amigos de Gustavo. Ele não desejava perguntar nada.

— Pode ir em frente... Estou ansioso aguardando pela pergunta. — O professor fecha os braços e encosta-se na lousa.

— Obrigado Mário, — Gustavo agradece ao professor. — Mas, todas as minhas dúvidas foram respondidas.

— Enzo, aguarde... Essa vai ter volta! — Gustavo, fala próximo ao ouvido do amigo e recua o corpo, votando à sua cadeira.

Enzo espera a aula terminar e volta a brincar com Gustavo, que rejeita a carona do amigo. Ele, entra no carro e quando dobra a esquina, seu coração acelera ao ver Samantha.

Ele para, abaixa o vidro e pergunta:

— Naruto, quer uma carona?

Já dentro do carro, Samantha o agradece novamente:

— Obrigado, pela carona.

— Sem problemas. E sua namorada, não veio hoje?

— Ela está estudando. — Samantha mentiu, não queria compartilhar sua dor com ele.

— Ela ficou na universidade?

— Não, ela foi na frente... Eu estava fazendo uma pesquisa na biblioteca, é só sai agora.

— Entendi. Você mora aonde?

— Próximo ao segundo Jardim. — Na praia de Boa Viagem há três praças, que levam o nome de Jardim. No sentido do fluxo dos veículos, pela beira mar, a primeira praça é chamada de Terceiro Jardim, a segunda praça de Segundo Jardim, e a última de Primeiro Jardim. — Pode me deixar lá.

— Sério? Então somos vizinhos! — Enzo fala empolgado. — Eu moro, em frente ao Segundo Jardim.

— Olha, mora na beira mar.

— Eu senti um pouco de zoação.

— Foi impressão. E, ficou até a última aula?

— Fiquei, estou precisando. Passei uns meses afastados. Agora, nova vida.

Enzo sorri para Samantha.

— Parabéns para você! — Há um som sarcástico no parabéns.

— Você é sempre assim?

— Assim como?

— Portadora desse brilhante humor ácido?

— Você ainda não viu nada. — Samantha, ao terminar a frase, se arrependeu em tê-la dito, por que, poderia gerar um duplo sentido. Sammy fica em silêncio. Enzo percebe sua inquietação, a vontade dele perguntar, era perguntar quando poderia ver, mas lembrou-se da mãe de Luana.

Enzo, deixa a frase passar desapercebida e puxa assuntos sobre Animes, mangás e continuam a conversar sobre a cultura oriental.

Samantha, vai falando como começou a gostar de Naruto, que foi através do irmão.

Enzo, não fala que sua curiosidade pelo oriente começou na cama de uma japonesa, chamada Daniela, ele pulou essa parte, e disse que também foi o seu irmão, o grande incentivador pela cultura oriental.

Ela, vai rindo com as palhaçadas dele e vice-versa.

— Samantha, fazia tempo que não ria tanto.

— Você está me chamando de palhaça?

— Sim, — Enzo olha-a e sorrir. — E a melhor.

— Não, acredito que estou escutando isso!

— Samantha, estamos chegando ao seu destino. — Enzo vai estacionando o carro no Segundo Jardim. — E, tenha uma excelente noite. Espero ter contribuído em fazer você ri um pouco, haja vista, sua cara na parada estava péssima.

— Estava tão visível assim?

— Parecia um Outdoor de desilusão. Mas, sinceridade, espero que tudo que esteja te aperreando, se resolva logo.

— Obrigado.

— Não por isso. — Enzo, estende sua mão e os dois se cumprimentam. Samantha, desce do carro, e segue na direção da sua casa.

Enzo, cheira sua mão e sente o perfume de Samantha que ficou em sua mão. Porém, dentro dele, há uma certeza que fez a coisa certa na forma que conduziu a conversa... Até porque, poderia afastar Samantha para sempre da vida dele.

Mas, ele sorriu quando pensou nas casualidades do destino. Ele raramente ficava até o final das aulas.

E mesmo a parada estando sem iluminação apropriada, a reconheceu de imediato.

Enzo, nunca foi de ficar grilado com essas nuanças e reviravoltas da vida, ao contrário sempre acreditou que, se duas pessoas tiverem que ficar de juntas, não haverá nada nessa vida que mude o traçado.

Se, os nomes das duas pessoas, estiverem escritos nas estrelas, um dia acontece. Nisso, Enzo também acredita.

— É, — Ele reflete pensando alto. — Como diz minha mãe: Quando tem que ser, até o que deu errado, termina ajudando e dando certo.

Já em casa, Enzo quando abre a porta, D-DOG, vem latindo ao seu encontro.

— Garotão, e aí? Transou muito com a cadeira? — Ele pega o cachorro no braço, que fica parecendo que está num liquidificador... Se mexendo com tanta felicidade. — Bicho, só um conselho, cuidado para não emprenhar uma das meninas... Não há mais espaço na sala, para mais um móvel.

Enzo pega a coleira do cachorro e diz:

— Vamos caminhar, o senhor precisa de novos ares... E eu também.

A porta fecha-se atrás deles, com os dois saindo para andar no calçadão da praia de Boa Viagem.

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