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SAMANTHA

Samantha chega em casa depois que "larga" da faculdade.

Ela mora com seus pais e tem um irmão mais velho, chamado Hugo.

A casa da família Ayala, na verdade, o prédio onde moram, fica próximo a Enzo.

Eles ainda não se conhecem.

Ela vai olhando o visor digital do elevador, marcando os andares que estão passando até parar no trigésimo terceiro andar, dois andares antes da cobertura.

O prédio fica na rua dos Navegantes, que tem uma extensão quilométrica, e vai margeando à Avenida Boa Viagem.

Samantha vai direto para seu quarto, o apartamento tem quatro, o dela é o último, no final do corredor, passando por duas obras de Romero Britto.

Ela deita na cama, esperando um pouco o corpo acalmar, esfriar, para depois seguir e tomar um banho demorado.

Depois desse banho demorado, Samantha pega seu celular Motorola V66, lançado a pouco tempo, tamanho médio, com teclas, na parte interior, embaixo.

— Boa tarde meu amor. Estou com saudades de você. — Ela deita-se na cama enrolada na toalha.

— Minha Sammy, estava dando um tempo para ligar. Cheguei a pouco da faculdade. — Luana fala com uma voz cheia de saudade.

— Lu, você vem que horas aqui em casa?

— Assim que minha mãe chegar. Ela pediu para esperar, por que meu pai está sem a chave de casa.

— Como foi na faculdade hoje meu amor?

— A aula foi meio que... Arrastada. Não foi ruim, mas, foi um clima diferente. Acho que vai ter greve.

— Será? — Samantha vira-se, ficando de bruços. — Mas, aí vai ser sacanagem!

— Também acho paixão. — Luana, fala como quem está cansada. — Não faz seis meses que tivemos uma paralização de quase trinta dias.

— Verdade Lu, mas, espero que as coisas andem, para que não haja greve.

— Pelo amor de Deus, meu coração... Se isso acontecer, vou passar mais um ano para me formar. Já imaginou isso?

— Só de pensar em demorar a graduação, por causa da greve... Fico desconsolada.

— Mas, não fique. Logo mais vou aí, e deixarei você com sorriso na boca.

— Só se seu sexo, estiver nela. — Samantha sorri matreiramente para Luana pelo telefone.

— Ele vai está... Só em falar, fiquei molhadinha.

As duas sorriem.

— Meu amor, preciso desligar para adiantar a arrumação de casa, senão, pode ser que minha mãe encrespe quando for sair.

— Depois, mais tarde, que tal um cinema? – Pergunta Samanta, voltando a ficar deitada olhando o teto.

— Ótimo! Vamos sim! — Vai vendo as sessões e os filmes.

— Vejo, pode deixar. Amo você.

— Também te amo e sou louca por você.

Samantha e Luana continuam falando um pouco mais... Depois que desliga o telefone, coloca uma roupa e sai do quarto.

  — Bom dia irmão. — Hugo esta sentado vendo um filme qualqer. Ele é alto, loiro, olhos azuis e um pouco acima do peso. — Não foi para o treino de Jiu-Jitsu hoje?

— Não, estou com uma pequena lesão no punho. Acho que semana que vem esteja melhor.

— Vamos para o cinema?

— Assiti o que? — Hugo, vira-se ficando frente a frente com Samantha.

— Está passando Senhor dos Anéis, estão falando super bem. 

  — Não gosto de Peter Jackson na direção. — Hugo faz uma cara de insatisfação.

— Você também... Mas, vem conosco, pelo menos não  vão ficar olhando pra gente.

Hugo Sorri com Samantha, entendera o porquê dela querer a companhia dele.

  — Eu sabia que havia algum interesse obscuro... Você quer sair com sua namorada gata, mas, não quer ser alvo de olhares.

— Irmão, não deixa de ser verdade. As pessoas são horríveis, e quando falo isso, você sabe que não nos pegamos na frente das pessoas, mas, somente o fato de estarmos juntas, já nos tornamos um alvo para piadas sem graça.

— Imagino mana. Mas, não se preocupe, vou com vocês, mesmo não gostando de Peter Jackson.

— Que horas sai o almoço?

Hugo sorri.

— Não sei, pergunta a Dona Candida. Ela desde hoje está na cozinha, preparando o almoço.

Samantha sai na direção da sua mãe. Seus pais são de origem basca. 

  — Mãe, estou com fome.

— Tenha calma minha princesa.

— Eu tenho, mas minha barriga não. — Elas sorriem.

— Volte, para o seu quarto, vá dormir. Descanse um pouco. Luana não vem hoje?

— Ela vem sim. Vamos ao cinema.

— Maravilha, agora, deixe-me cozinhar, daqui a pouco seu pai chega.

Samantha vai até seu quarto, liga o seu PlayStation 2 e começa a jogar Black.

Enquanto Luana não vem, ela vai fazendo a segunda coisa que mais gosta, jogar videogame.

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